segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Maioria massacrada

Por Eli Halfoun
Não é preciso nenhuma estatística do IBGE para saber que a maioria da população que vive no Rio, (incluindo os que por injustiça social são obrigados a ocupar barracos caindo aos pedaços nos muitos morros - hoje favelas - que nos cercam) é de gente boa e honesta. Essa certeza joga pro alto a velha teoria de que a maioria sempre vence a minoria. Não é o que estamos vendo: os bandidos vencem – e de goleada – a maioria. Viramos prisioneiros de meia dúzia de marginais que nos fazem assustados reféns de nossa conquistada (mas, como se vê, nem tanto) liberdade de ir e vir. Não é possível que não haja uma maneira de nos livrarmos dessas algemas invisíveis. Não dá mais para ficar esperando por um milagre.A impressão que se tem é a de que governantes e alguns policiais graduados até gostam desses confrontos: é inegavelmente uma maneira de aparecer no noticiário, fazer mais e mais discursos demagógicos que se repetem há anos. Mas solução que é bom.... Até quem tem o dever (afinal, pagamos por isso) de nos proteger, ou seja, a polícia é cruelmente assassinada. E se violência gera violência, certamente não será com gentileza e muito menos com discursos que conseguiremos um pouco - pelo menos um pouco - de paz. Há sempre os que argumentam que é fundamental respeitar os direitos humanos, mas como fazer realmente isso se essa covarde minoria (só age em grupo e nunca mostra a cara) não se importa e não tem o mínimo de respeito por nossos direitos. Ora, também somos humanos. E a maioria. Quando se pede a intervenção das Forças Armadas o argumento de é o de que Exército, Marinha e Aeronáutica são para garantir a segurança de nossas fronteiras. Não seria, então, o caso de estabelecer fronteiras nos morros (quase todos) dominados pelo inimigo. Afinal, estamos (e não há como negar isso) em guerra. Outro argumento é de que não se pode invadir morros porque muita gente boa e honesta mora (mora?) neles. Não é o caso de tirar dos morros essa gente boa e honesta que tem servido como uma espécie de trincheira para os marginais? Aí combate ficaria bem mais fácil e justo. O que não se pode é continuar permitindo que a minoria vença a maioria. Até porque isso não tem lógica.

(na reprodução, a repercussão da guerra carioca no jornal italiano La Stampa)

Um comentário:

deBarros disse...

Tudo o que vem acontecendo nos morros já era previsto há alguns anos atrás. Os bandidos perderam o medo da polícia. Se organizaram formando pelotões de combate, com patrulhas avançadas, copiando táticas de enfrentamento usadas por exércitos regulares. Através do contrabando e mesmo de roubo de quartéis adquiriram armas modernas como fuzis M-16, que é o fuzil mais moderno do arsenal americano e outra armas de potentes calibres como a.30 e uma ou outra .50. Nos enfrentamentos com a Polícia levam a vantagem de combater de cima para baixo. Eles obedecem hoje a um comando geral com sub oficiais e por fim os soldado que foram treinados pelo próprio Exército, quando prestaram o serviço militar.
A primeira medida a ser tomada deveria ser a reforma geral tanto da Polícia Civil como a Polícia Militar. Modernizar a Polícia com métodos atualizados de combate ao crime, além de modernizar e mudar a cabeça dos comandantes dessas corporações, que ainda agem e pensam com antigamente. Uma Polícia Militar ganhando um pouco mais de um salário mínimo, enquanto seus comandantes tem salários altissimos. Uma Polícia Civil que ainda usam apenas a intuição de policial para prender um criminoso e não tem nem uma "viatura" digna para trabalhar e os seus Delegados vivem do bom e do melhor com carrões do ano e salários maravilhosos.
Hoje, um bacharel recém formado em Direito faz um concurso é aprovado e vai ser Delegado sem nenhuma experiência profissional e vai lidar com bandidos super malandros e espertos. Antigamente, esse policial começava a trabalhar nas Delegacias como Investigador, passando depois para Detetive em seguida seria Comissário e então depois desses anos todos seria nomeado Delegado com a experiência acumulada na profissão.
Como dizia Mao Tse Tung, que o guerrilheiro é como o peixe que nada entre seus inimigos sem que eles opercebam. Assim são os bandidos nas favelas. Estão entre seus moradorese e não há como diferenciá-
los, a não ser através de uma policia moderna bem montada cientificamente, como fazem os paises mais adiantados.
Enquanto o Rio tiver uma Polícia como essa que aí está teremos esses confrontos armados se realizarem quando e onde os bandidos quiserem.