quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

"A forma da água": as citações musicais e cinematográficas plantadas por Guillermo del Toro... Você viu?

Reprodução/O Globo, 28/2/2018. clique na imagem para ampliar

por Ed Sá 

Em post do dia 6 de fevereiro, Roberto Muggiati escreveu sobre o filme "A forma da água", de Guillermo Del Toro, e observou que poucos críticos da geração millennials haviam identificado as referências cinematográficas e literárias que o diretor plantou no longa. Muggiati citou o filme
The Creature From The Black Lagoon/O Monstro da Lagoa Negra, um sci-fi p&b de 1954, que se passa na Amazônia, e o título "chupado" do romance noir italiano da Andrea Camilleri, La forma del’1acqua, publicado em 1994 (no Brasil, traduzido pela Record, em 1999, como A forma da água).

Hoje, no Globo, é a vez de João Máximo, jornalista que passou pela Bloch, foi chefe de redação da Fatos & Fotos nos anos 1970, passar o mouse na lupa e chamar atenção para citações musicais e lembranças de cenas antológicas inseridas no filme de Guillermo del Tor, indicado em 13 categorias do Oscar, cuja cerimônia de premiação acontece no próximo domingo (7/3). O receptor vintage de TV foi o veículo usado pelo diretor para as "participações" de Shirley Temple, Bill Robinson, Betty Grable, Alice Faye, Carmen Miranda, entre outras.

Anúncio publicado no site da revista New York, hoje. Quer acordar na cidade que nunca dorme?


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Passaporte de Kim Jong-un diz que ele é paulista. Conterrâneo de Kim Kataguiri...



por Jean-Paul Lagarride

O Brasil bem que podia passar sem essa. O Sun de hoje publica o caso dos passaportes falsos de Kim Jong-un e seu pai, Kim Jong-il. Dizem os especialistas que os passaportes de países com alto índice de imigrantes são cobiçados porque cabem em qualquer etnia e servem para indivíduos com características asiáticas, africanas, latinas, europeias etc. Seriam os casos do Brasil e Estados Unidos, documentos valorizados pela máfia de roubo de passaportes de viajantes.

Os Kim da Coréia do Norte encomendaram em 1996 esses passaportes agora descobertos. O documento brasileiro era então mais vulnerável e não tinha dispositivos de segurança, como holografia e barras de dados, adotados hoje por exigência de acordo internacionais. Tornaram-se mais difíceis, mas não impossíveis, trambiques do tipo adotado pelos Kim. Não está claro se a dupla utilizou o documento. O Japão diz que sim, eles foram à Disneylândia local. E teriam vindo ao Brasil, Não se sabe com qual objetivo. A meta poderia até ser a implantação de uma rede de pastelarias. Duvida? Pois saiba que "exportar" norte-coreanos para trabalhar no exterior, geralmente em restaurantes, é fonte de divisas para o país. Os expatriados remetem valioso volume de moeda estrangeira para suas famílias e muitos seriam, na verdade, funcionários do Estado e empresariados pelo governo que conta com essa fonte de renda global.

O Rio, pelo menos, escapou dessa. O passaporte de Kim Jong-un informa que ele nasceu em São Paulo, sendo conterrâneo de Dória, Serra, Alckmin, Kim Kataguiri...

O meu JB • Por Roberto Muggiati





Reproduções do Caderno sdjb, do Jornal do Brasil, 1959-1961. Acervo RM

por Roberto Muggiati 

No inverno de 1958, liberado do serviço militar (Engenharia do CPOR), comecei um ritual de férias de inverno no Rio, o mês de julho inteiro num hotel de primeira classe na Avenida Atlântica, de frente para o mar em Copacabana.

Pegava um acanhado DC3 – para mim um ônibus espacial – no Aeroporto Afonso Pena – ainda não era “internacional”, um mero galpão – e fazia uma parada técnica de dois ou três dias em São Paulo.

Interessado em literatura beat e zen-budismo, conheci o escritor Nelson Coelho, que dirigia a sucursal do Jornal do Brasil em São Paulo. Ficava num mezanino na Rua 24 de Maio onde rolava um bom papo e um garçom de Summer Jacket servia Scotch on the rocks – antes da minha temporada londrina eu ainda não aderira ao straight.

Por indicação do Nelson, comecei a colaborar no lendário sdjb – Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, que saía aos sábados. No começo de dezembro de 1959, publiquei um texto de página inteira, Jack Kerouac e as crianças do bop, naquela paginação aberta e modernosa do Amílcar de Castro. Eu tinha o endereço do agente do Kerouac, Sterling Lord, e mandei uma cópia para ele. Para minha surpresa, recebi duas semanas depois um cartão do próprio Kerouac, comentando a matéria.

Reprodução. Acervo RM
Datilografado na mesma máquina de On The Road. Simpático, ele se despedia espanholado, “Salud, hombre”... Guardei o cartão entre as páginas de Mexico City Blues, um livro de poemas do Jack, e só muito tempo depois me dei conta de um detalhe incrível: Kerouak postou o cartão para um fã desconhecido em Curitiba justamente às seis e meia da tarde da véspera de Natal, em Northport, nos arredores de Nova York, onde tinha comprado uma casa para sua mãe. Edipiano, fizera um acordo: ficaria seis meses em casa trabalhando e pegaria a estrada nos outros seis meses.

Publiquei ainda um texto retumbante no sdjb com o título de Zen Spengler Beat, pegando carona no ensaio de 1918 de Oswald Spengler, A Decadência do Ocidente.

Em Paris, 1961. Acervo RM

Em outubro de 1960, ganhei uma bolsa do governo francês para estudar no Centre de Formation des Journalistes, em Paris. Na época, escritores beats como William Burroughs, Allen Ginsberg e Gregory Corso moravam num decrépito hotel na Rue Gît-le-Cœur conhecido como Beat Hotel. Burroughs se drogava no quarto com os gatos, não deixava o hotel. Peguei Ginsberg na saída, esquivou-se, “no interviews!”  Já Gregory Corso, compatriota italiano, foi mais acolhedor. Encaramos muitos expressos em cafés de calçada, lembro da tarde com ele e outros americanos na Place Saint Germain, indignados com o fiasco de Kennedy na Baía dos Porcos.

Lançamento do romance The American Express, de Gregory Corso.
Paris, 1961. Acervo RM

Numa noite incrível, 24 de abril de 1961, fui ao lançamento do romance de Corso American Express, pela Olympia Press, de Maurice Girodias, a mesma editora que lançou Lolita, de Nabokov. Há uma confusão de memória aí. Os generais de direita que ocupavam a Argélia ameaçavam invadir Paris. Girodias convidou para La Grande Séverine, seu luxuoso restaurante na rive gauche, não sei por que eu acho que o lançamento aconteceu num outro lugar à beira do Sena. Em seu livro de memórias, dois polpudos volumes, Une Journée Sur La Terre, Girodias descreve a noite com um Allen Ginsberg de djelaba cabeludo e barbudo soltando a franga e entoando mantras – uma lembrança totalmente fora de contexto. Esse Ginsberg só desabrocharia depois do Ano da Flor, 1967, não chegou sequer a comparecer ao lançamento de Corso – dias antes, quando o interceptei para uma entrevista, Ginsberg se vestia todo de preto com um colarinho branco, parecia um pastor evangélico. Argumento final: se o evento fosse na Séverine, por que o fidalgo Girodias nos embarcaria em dois táxis para uma boca livre no La Coupole, em Montparnasse?

Naquela noite, ao voltar para casa – eu morava na ilha, Île de la Cité, o acesso, o Pont Neuf estava bloqueado por ônibus velhos e havia gendarmes a postos: “Vos papiers. S’il vou plait?” Minha atordoada convivência com os beats em Paris rendeu a única matéria que mandei, publicada em junho no Jornal do Brasil, com o título de Poesia política da Beat Generation, creditada a mim como “correspondente do SDJB”, para não melindrar o corresponde oficial do JB, Luiz Edgar de Andrade.

Lá se vão alguns anos. Foi muito bom enquanto durou.


HERÓIS ANÔNIMOS

Foto reproduzida do livro "A Língua Envergonhada", de Lago Burnett (Editora Nova Fronteira)
O copy desk era a mesa de edição de textos dos jornais americanos, onde se faziam o lead, o sublead, a pirâmide invertida e outras técnicas para agarrar o leitor na primeira frase. Uma maneira mais dinâmica e econômica (quanto menos palavras, melhor) de comunicar o fato, jogando para a lixeira o “nariz de cera” e outros introitos herdados da escola afrancesada da belle époque

Até os anos 1960, havia no Rio de Janeiro, capital federal, dezenas de jornais, espalhados pela cidade: os do Chatô, na Praça Mauá; o Correio da Manhã, na Gomes Freire; o Diário de Notícias, na Rua Riachuelo; o Diário Carioca, no comecinho da Avenida Rio Branco, inovador com seus títulos-haicais de 5-7-5 sílabas, daí a criação de JK, porque Juscelino Kubitschek simplesmente estourava. 

Foi lá, em 1960, patrocinado pela Esso, que fui de Curitiba fazer um estágio ao lado de redatores como Hélio Pólvora e Raul Giudiccelli. Estes anônimos para o grande público se esforçavam para fazer seu nome, traduziam escreviam romances. Na Bloch traduzi da trilogia máxima do Henry Miller Sexus; Hélio Pólvora traduziu Nexus e Plexus. Tinhorão, batizado “o legendário”, porque fazia legendas como ninguém, começou sua cruzada para interpretar a MPB pela ótica marxista. Ainda está na área. 

Em 1968 – um cinquentenário a ser celebrado – ele caiu nos meus braços na editoria de Artes e Espetáculos da Veja, em São Paulo, para escrever sobre tudo, menos música. Foi botado para responder as cartas dos leitores... Um jovem repórter que cobria música para nós era Tárik de Souza, depois mestre na área. Cruzei com o velho Macedo Miranda e o saudoso senador Mário Martins na redação da Fatos&Fotos em Frei Caneca, em 1965. Cipião Martins Pereira foi meu redator quando dirigi F&F já no Russell, ao voltar da Veja em SP. 

Um episódio final, que resume toda a loucura daqueles anos. Quinta-feira, fechamento do miolo da Manchete com uma matéria paga de 30 páginas – deslavadamente apresentada como editorial, sem a rubrica “Informe Publicitário” – exaltando o estado de Santa Catarina. A reportagem abria com uma carta do governador catarinense. O redator encarregado do fechamento, ao voltar do almoço com um quiproquó etílico, brigou com o editor, Justino Martins, e mandou tudo às favas, com a carta do governador de SC no bolso do paletó. O Marechal – chefe dos contínuos e X9 do Adolpho –fez uma via crucis por todos os bares da Zona Sul do Rio atrás do redator e da carta. 

Não lembro bem do desenlace, mas acho que entre mortos e feridos salvaram-se todos...

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Cultura resgata imagem do Brasil

Retrospectiva "Alfredo Volpi, La poétique de la couleur", em Mônaco. Foto NMNM/Andrea Rossetti



por Flávio Sépia 

O Brasil anda tão mal falado lá fora, por conta dos rejeitos políticos que nos representam, que sobra para a Cultura (pelo menos enquanto a Copa do Mundo não chega) a difícil missão de mostrar que o país não é feito apenas de boçais que lavam os pés com champanhe, de políticos e empresários que roubam com Lava Jato, apesar da Lava Jato, com o perdão da Lava Jato e sem Lava Jato e da  violência que decorre de uma sociedade que está entre as mais desiguais do mundo.

Três acontecimento culturais merecem registro: a primeira retrospectiva de Alfredo Volpi em uma instituição europeia, o Novo Museu Nacional de Mônaco (NMNM); a exposição de Tarsila do Amaral no MoMa, em Nova York; e a aplaudida participação do documentário O Processo - filme que relata a farsa do impeachment - na mostra paralela do Festival de Berlim.

Internet das coisas: o vibrador que pede pizza



por Ed Sá 
Você, é claro, já ouviu falar em Internet das Coisas. São os objetos físicos - prédios, geladeiras, máquinas de lavar, carros, móveis etc - conectados a redes e capazes de transmitir e receber dados.

A cada dia surge mais um elo nessa corrente interminável de comunicação. Tanto que a tecnologia acaba de chegar a um objeto inesperado: o vibrador.

Com um simples apertar de um botão e apés cumprir sua missão, o vibrador RubGrub criado pela CamSoda se comunica com o celular e pode, por exemplo, caso a usuária fique com súbita fome, pedir uma pizza via internet e efetuar o pagamento pré-programado.

O vídeo do Mashable está no You Tube. Clique AQUI 

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Imprensa: o novo Jornal do Brasil pede passagem...

O Rio amanheceu com o JB de volta às bancas. A edição N° 1, do Ano 127, é institucional. A notícia é o próprio renascimento de um jornal que já foi o mais identificado com a cidade, o jeito de ser, de consumir, a cultura e o comportamento dos cariocas.

Vale a pena dar uma olhada. Visualmente, do logotipo à tipologia, tem moléculas do DNA do original. Se terá o código completo, as próximas edições dirão. Da mesma forma, o tempo responderá se a iniciativa está apoiada em bases empresariais sólidas.

A edição de hoje é apenas uma espécie de preparação para a verdadeira reestreia, a de amanhã.

Mas passe rapidamente as páginas com depoimentos de governantes e políticos investigados ou indiciados. Vários deles podem sujar suas mãos. E não vai ser de tinta.

São figuras que não merecem entrar na sua casa em um domingo. Em todo caso, finja que não os viu, dê um crédito ao novo JB e ao seu bom time de colunistas. Estes, sim, podem fazer diferença no cenário atual, onde, com raríssimas exceções, os articulistas em exposição na prateleira da grande mídia lembram um jogral que declama em coro a opinião única. E ecoam apenas os interesses corporativos e políticos dos seus poderosos patrões.

A essa altura, relançar um jornal impresso é, em si, um desafio imenso. Mas há outro obstáculo a superar, e muito mais importante do que a plataforma utilizada, seja qual for. Além do impresso o JB anuncia a reformulação do site e o lançamento da TVJB. Mas só fará diferença em todos esses canais se espelhar uma pluralidade necessária, se investir em jornalismo autêntico, honesto e se mostrar como uma alternativa aos carteis que dominam a informação.

Se não voltou para fazer isso, melhor dar meia volta rumo à memória do jornalismo.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Em crônica e rimas, Vinicius de Moraes pede para o Brasil sair do baixo astral... Qualquer coincidência...

Em 1965, Vinicius de Moraes era cronista da Fatos & Fotos. O Rio comemoraria 400 anos e o regime militar estava às vésperas de um triste aniversário. O primeiro da longa lista dos 21 que o país não festejaria.

Naquela semana de janeiro não havia motivos para festas e nem o  mar de Ipanema estava para poetas. A revista pediu ao cronista para fazer do Ano Novo o tema da sua página Vida e Poesia. Vinicius preferiu abrir a crônica falando sobre o ano anterior. "Ano ruim, ano safado, ano assim nunca se viu", escreveu.

Havia um baixo astral nos becos e nas praças, como agora, como nesses dias de intervenção, de Crivella, de Temer, de Moreira, A saída encontrada por Vinicius foi fazer rimas sobre desejos. 

"Que nasçam poemas, nasçam canções, nasçam filhos; e se terminem os exílios e se exerça mais  perdão. E brotem flores das dragonas militares e não mais se assuste os lares com esses tiros de canhão. Que todos se unam, se protejam, apertem os cintos; se reúnam nos recintos com esperança brasileira . E que se dê de comer a quem não come, porque o povo passa fome: e a fome é má conselheira..."

LEIA A CRÔNICA EM VERSOS DE VINICIUS DE MORAES PUBLICADA EM 9 DE JANEIRO DE 1965 NA FATOS & FOTOS N° 206. 


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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Cultura pop: revistas impressas quando morrem vão para o céu. Fica em Londres...

Hyman Archive.: o maior acervo de revistas impressas do mundo.
Foto reproduzida de vídeo do site oficial (link abaixo) 

Ainda em fins dos anos 1980, o inglês James Hyman percebeu que a internet poderia exterminar um dos seus hábitos mais prazerosos: ler revistas impressas. Desde então, passou a colecionar exemplares das mais variadas publicações.

Hoje, o Hyman Archive é, no gênero, um dos maiores do mundo. Conteúdos de revistas podem ser digitalizados e assim eternizados. Todo o acervo está em processo de digitalização, mas o que interessa a Hyman é preservar a experiência sensorial do manuseio e da leitura da revista impressa,

Ele mantém já arquivados e catalogados 160 mil exemplares em um antigo armazém no subúrbio londrino de Wollwich. A cultura pop está toda encadernada alí. Para viabilizar a estrutura, cobra entradas para pesquisadores ou simples curiosos. O Guiness já o reconhece como o maior colecionador privado do mundo. E hoje ele recebe um número crescente de doações de vários países.

Entre os pesquisadores que vão ao Arquivo Hyman, a maioria está interessada em publicações de música e de bandas. Por gosto pessoal, o colecionador tem estantes especializadas, além de raridades em matéria de revistas independentes que registraram o panorama musical das últimas décadas.

O New York Times encontrou um titulo sugestivo para uma matéria que fez sobre o trabalho de James Hyman: "As boas revistas vão para o céu".




VOCÊ PODE ASSISTIR A VÍDEOS SOBRE O FUNCIONAMENTO 
DO HYMAN ARCHIVE CLICANDO AQUI


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Memórias da redação - Watergate? O que Manchete teve a ver com aquilo?

Reprodução cedida pelo jornalista Lincoln Martins, ex-diretor da Ele/Ela

por José Esmeraldo Gonçalves 

Em 1973, Watergate fervia em Washington. O filme The Post, em cartaz 45 anos depois, reaquece o escândalo que derrubou Nixon.

Naqueles dias da tempestade jornalística gerada pela invasão do escritório do Partido Democrata e pela cobertura implacável do Washington Post, a Casa Branca sob pressão consumia quilos de Diazepam, o ansiolítico da moda.

Mas, em um dos escritórios, havia um funcionário que encontrou tempo e calma para enviar à Manchete uma prosaica carta de congratulações, em nome de Nixon, saudando a distribuição da revista brasileira em Nova York, Washington e Boston.

Escrever aquela carta protocolar deve ter sido a atividade mais entediante do jornalista Herbert Klein no dia 17 de janeiro de 1973, principalmente porque ele era Diretor de Comunicação do Poder Executivo na gestão de Richard Nixon.

Nixon e Herbert Klein,
em 1971
Na verdade, o nome era pomposo para um cargo quase decorativo. Klein havia sido secretário de imprensa de Nixon durante várias campanhas eleitorais, incluindo a da primeira eleição para deputado, a corrida presidencial mal sucedida de 1960 (que Kennedy venceu) e, finalmente, a conquista da Casa Branca em 1968. Só que, ao assumir, Nixon escolheu como Secretário de Imprensa Ronald Ziegler, protegido de H.R.Haldeman, que se envolveu até a medula no Caso Watergate. Chefe de gabinete de Nixon, Harry Haldeman foi condenado a 18 meses de prisão por perjúrio, conspiração e obstrução da justiça

A mídia americana registrou que, por ser preterido, Klein ficou magoado com Nixon. O núcleo que cercava o presidente chegou a suspeitar, no auge do escândalo, que ele era o Deep Throat que passava informações aos repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein. "Ele não é o nosso cara, é?", duvidou  Nixon. Klein ouviu o próprio presidente falar isso em uma gravação e, logo após, recebeu uma ordem para passar a se reportar a Ronald Ziegler. Sua resposta foi pedir demissão.

Isso lhe aconteceu poucos meses depois de ter escrito a carta reproduzida acima e um ano antes da renúncia de Nixon, em 1974.

A carta foi endereçada a Amilcar Moraes, presidente da M&Z Representatives, que distribuía nos Estados Unidos, além da Manchete, o Jornal do Brasil, o Globo e o Pasquim. Amilcar encaminhou uma cópia da carta a Lincoln Martins, então diretor da EleEla, revista que sua distribuidora também levava a algumas bancas americanas.

Herbert Klein morreu em 2009, aos 91 anos, e nunca foi acusado de participar do escândalo de Watergate. A "traição" de Nixon acabou livrando seu antigo assessor de imprensa do valão a céu aberto do escândalo político.

Quando os repórteres queriam saber do envolvimento de Klein com o caso, ele apenas ironizava: "Se eu tivesse feito aquilo, teria feito melhor".

E, não, ele não era o Deep Throat. Como se sabe, a identidade do informante foi finalmente revelada em 2005 quando Mark Felt, diretor do FBI nos anos 1970, confessou em artigo que escreveu para a Vanity Fair que era o homem que passava informações para o Washington Post.

Deu no Jornalistas & Cia: Gervásio Baptista é hospitalizado em Brasília



ATUALIZAÇÃO EM 25/2/2018 - Informações vindas de Brasília dão conta de que Gervásio Baptista recebeu alta hospitalar e está se recuperando na clínica de repouso onde vive.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Memória da publicidade: em 1970, a Bolsa queria que as mulheres tornassem "mais suave" a vida dos seus maridos

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O anúncio acima foi publicado na Manchete em 1970.

Digamos que a Bolsa de Valores de São Paulo tentava alguma sintonia com as mulheres da geração que queimava sutiãs.

O texto, infelizmente, é um desastre machista. A peça publicitária lançava um apelo à mulher para investir na Bolsa e, com isso, "tornar mais suave a vida do seu marido". O que implicava em dizer que elas, sem isso, eram ociosas, além de um fardo doméstico.

E a Bolsa reforçava seus argumentos: "Não há marido que resista aos encantos de uma mulher tão inteligente". A essa altura do texto, o redator percebeu que estava se dirigindo apenas às casadas. E tentou se redimir: "E se as mulheres casadas conseguem tudo isso, imagine uma solteira entrando em ação".

Sabe-se lá o que ele quis insinuar com  o "solteira entrando em ação", mas deve ser o que você está pensando.

Um anúncio desses hoje causaria uma hecatombe nas redes sociais.

Edições impressas de revistas masculinas ganham sobrevida. Pelo menos no uso dos pôsteres


Reprodução

por Jean-Paul Lagarride 

Um fazendeiro indiano descobriu uma nova utilidade para os antigos pôsteres das edições impressas de revistas masculinas hoje abatidas pela internet.

Segundo o Daily Mail, em reprodução de matéria da TV local, o agricultor Chenchu Reddy, de Andhra Pradesh, na Índia, suspeitou que suas plantações de repolho sofriam com o mau-olhado dos vizinhos e a cobiça dos ladrões. Ele expôs à margem da estrada um cartaz da estrela pornô Sunny Leone. O "espantalho" deu certo.

Segundo o agricultor, os invejosos se distraem com as curvas da modelo e deixam de lançar "energias ruins" na plantação e os ladrões religiosos preferem se afastar da tentação.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Alerta de photoshop - Editou celulites? Eliminou gordurinhas? Criou barrigas chapadas? Lei brasileira vai obrigar que leitores sejam avisados sobre fotos retocadas



A Câmara analisa o Projeto de Lei 9077/17, do deputado Francisco Floriano (DEM-RJ), que obriga os veículos a inserir o aviso “fotografia retocada” em imagens de pessoas que passarem por aplicativos de edição em revistas, jornais ou materiais publicitários.

O deputado quer evitar que fotos retocadas sejam vistas como por verdadeiras e induzam as pessoas a adotarem modelos de beleza "ideais". O projeto ainda será analisado pelas Comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; Defesa do Consumidor e Constituição e Justiça e de Cidadania.

Reprodução

Em outubro do ano passado entrou em vigor na França uma lei aprovada em maio de 2017 determinando que publicações e marcas comerciais avisem obrigatoriamente aos leitores sobre o uso de recursos de edição, do tipo photoshop, em imagens de pessoas.

Como Bozó, Neymar tinha crachá da Globo. As redes sociais já criticaram "excesso" da presença de Neymar em programas da emissora. A Folha descobre agora que ele era celebridade contratada


por Niko Bolontrin

A Rede Globo é líder de audiência, tem uma numerosa equipe de jornalismo, controla os canais SportTV e adquire os direitos das principais competições esportivas. Tudo isso seria insuficiente para conquistar entrevistas exclusivas.

É o que parece, após a Folha de São Paulo revelar que o Grupo Globo manteve um contrato com Neymar para obter preferência em relação aos demais veículos,

Bozó/Divulgação TV Globo
Isso mesmo, como Bozó, o personagem criado por Chico Anysio, o do bordão "eu trabalho na Globo, tá legal?", Neymar foi "funcionário" da emissora . Segundo a Folha, o compromisso não impedia expressamente que o contratado atendesse à concorrência, mas obrigava o jogador a dar informações à Globo, antes de todos, e a conceder entrevistas exclusivas aos repórteres da emissora. Um trecho da matéria da Folha cita pelo menos um episódio em que Neymar participaria do programa da Xuxa, na Record, o que levou seu hoje ex-assessor (Eduardo Musa) a ligar para o pai do jogador fazendo um alerta: "estamos infringindo o contrato com a Globo".

A relação contratual durou até 2015 e incluía a cessão de vídeos feitos pelo atleta. Como se sabe, Neymar é atuante em redes sociais. Videozinhos feitos na concentração e nos treinos não seriam, então, apenas diversão: Neymar estaria "trabalhando" embora os demais jogadores não soubessem. O jogador também fez "participações" nos programas Domingão do Faustão, Caldeirão do Huck e Fantástico.

A Globo raramente libera seus contratados para entrevistas ou participações em atrações de TV da concorrência. Há poucas semanas, Roberto Carlos deu entrevista a Amaury Jr, que estreava seu programa na Band, mas isso é raro. Artistas de novela não são cedidos para jornalísticos ou programas de entretenimento de outras emissoras. Os participantes do BBB Brasil também ficam sob contrato de exclusividade durante um determinado prazo. Já a contratação de um personagem que não tem vínculo trabalhista com o Grupo é, aparentemente, inédita ou é só o primeiro caso a vir a público.

A Globo confirmou a existência do acordo depois que os repórteres da Folha descobriram um documento em meio a processo movido contra empresas do pai de Neymar.

Reprodução/Jornal O Tempo/ 07/72014

Curiosamente, o jornal mineiro O Tempo fez em 2014, época do tal contrato, matéria em que registrou críticas de internautas nas redes sociais ao que consideravam "excesso" da participação de Neymar em programas da emissora. Um deles chamou a Globo de TV Neymarzinho.

ATUALIZAÇÃO EM 20/1/2018 - MATÉRIA DO PORTAL UOL REVELA PORQUE NEYMAR SE AFASTOU DA REDE GLOBO AO FIM DO CONTRATO DE EXCLUSIVIDADE. 


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domingo, 18 de fevereiro de 2018

NOSTALGIA DO CHUMBO – Nos tempos da linotipo


Por Roberto  Muggiati 


li.no.ti.po  s. f. Tip.. Máquina que compõe e funde linhas em bloco, de uma liga de chumbo, estanho e antimônio, com o auxílio de matrizes reunidas mediante operação de um teclado.


Na semana passada, dois colunistas importantes se comoveram com as linotipos que, contracenando com Tom Hanks e Meryl Streep, os protagonistas de The Post, praticamente roubam a cena no filme de Spielberg. Na quinta-feira, 15, Luiz Fernando Veríssimo escreveu, na crônica Amores: “The Post é uma história de amor, o amor de jornalistas pelo jornalismo. Me comovi com os linotipos. A mudança da impressão quente para a fria foi radical.” No sábado, 17, foi a vez de Arnaldo Bloch, no artigo O linotipo de Spielberg: “Em The Post, a bicicleta voadora está no correr dos caracteres nas caixinhas alimentadas pelo linotipista, exibindo as palavras-chave do grande furo.”


Vou aderir à homenagem e evocar, dos meus primeiros tempos de jornalismo, a visão daqueles linotipistas heróicos sentados diante de suas máquinas e tendo ao seu lado um copo de leite, considerado um antídoto seguro contra as inalações do chumbo, em estado permanente de efervescância na gráfica.

Comecei a trabalhar em jornal aos dezesseis anos – precisamente no dia 15 de março de 1954, uma segunda-feira – na Gazeta do Povo de Curitiba, que ficava num casarão da Praça Carlos Gomes.

Cinco meses depois eu vivia as emoções de minha primeira edição extra, com o suicídio de Getúlio Vargas. Eu trabalhava na redação, no primeiro andar. Minha tarefa era colocar em português decente as notícias que chegavam do Rio. Ainda não tínhamos teletipo e os telegramas caíam literalmente do céu: um velho senhor tranca¬fiado num cubículo, a cabeça dobrada ao peso de enormes fones de ouvido, recebia os últimos despachos em código Morse e os traduzia datilografando numa velha Remington. Por coincidência, o telegrafista Vergès era um kardecista convicto e tudo aquilo me parecia uma operação espírita. Uma notícia típica da época podia dizer em bom telegrafês: “DEP FED DIX HUIT ROSADO AVIONOU MOSSOROH PARA ENCONTRO SUAS BASES ELEITORAIS.” Ou seja: “O deputado federal potiguar Dix-Huit Rosado Maia viajou de avião para Mossoró a fim de se encontrar com suas bases eleitorais.”

Num galpão ao lado do casarão, as fotos eram transformadas em clichés por um ex-soldado russo, Konstantin Tchernovaloff, que lutara na Guerra Civil de 1920 — não sei se nos brancos ou nos vermelhos — e parecia um cossaco diabólico em meio aos clarões do seu arco voltaico. Os clichês metálicos eram pregados depois em blocos de madeira da mesma espessura das linhas de tipo vomitadas pela Mergenthaler de 1m75 de altura. Um revisor, com a clássica pala verde na testa, ocupava um mezanino que era um purgatório entre a redação (no primeiro andar) e a oficina (no térreo), versão moderna do Inferno de Dante, envolvendo com seus vapores de chumbo a bateria de linotipistas disposta diante das páginas – que eram parafusadas em molduras de ferro como nos pasquins do Velho Oeste — e da prensa plana obsoleta que imprimia as nossas verdades absolutas de todo dia.

Obrigado, Spielberg, pela lembrança.

Na revista Manchete, o pesadelo nuclear de Rubem Braga - O que os cariocas fariam cinco minutos antes da bomba atômica explodir no Rio?

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por Ed Sá

Recentemente, um alerta de ataque nuclear iminente assustou o Havaí. Era falso, mas até que o alarme fosse desmentido, o pânico se instalou no arquipélago. A nova Guerra Fria entre Estados Unidos e Rússia e as ameaças de duelo de ogivas atômicas entre Donald Trump e Kim Jong-un reaquecem a paranoia de hecatombe nuclear.

Em 1965, tropas americanas chegavam em peso do Vietnã do Sul e os Estados Unidos começaram a bombardear Laos, Camboja e regiões não controladas por Saigon. "Falcões" do Congresso americano defendiam o uso de armas nucleares no Sudeste Asiático. Com a China e a União Soviética apoiando o Vietnã do Norte e os guerrilheiros comunistas, os cowboys do Pentágono não sacaram as armas nucleares, mas o risco de um conflito nuclear aumentou.

Entre os preocupados com o apocalipse nuclear estava o cronista Rybem Braga, da Manchete. Em abril de 1965, a edição N° 678 da revista publicou a crônica reproduzida acima. 

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Casa Branca: travesseiros soltos, roupas pelo chão...

por José Esmeraldo Gonçalves
Imagine a Casa Branca como uma personagem. Está mais para madame do Bataclã do que para fazendeira amish. A residência oficial dos presidentes americanos tem 132 gabinetes e quartos e 35 banheiros distribuídos em seis andares. É impossível saber o que se passa atrás das suas 412 portas. Será?

A mídia americana está quase instituindo uma editoria só para divulgar depoimentos de mulheres que foram assediadas ou se relacionaram com Donald Trump nos últimos anos. É uma fila de queixosas.

Por enquanto, os escândalos são datados, ou seja, antecedem à chegada do empresário à Casa Branca. No novo endereço, sabe-se que, oficialmente, ele se recolhe cedo à suite, vê TV em três monitores e dorme sozinho. Contrariando normas do serviço secreto, Trump fecha por dentro as portas do quarto e só volta a circular pelos corredores rumo ao Salão Oval depois do café da manhã. Melania Trump tem sua própria suíte. É vista apenas em ocasiões protocolares. A imprensa americana não faz a menor ideia da reação da primeira-dama aos surtos de infidelidade do Trump.

Nesse item, o empresário-presidente não é muito diferentes de alguns dos seus antecessores, mas leva a desvantagem de viver em tempos alta indiscrição digital.

Se as paredes da Casa Branca tivessem Instagram, Tweeter ou Facebook, muitos casos mais estariam viralizando nas redes sociais. Antes, cabia aos historiadores abrir armários dos presidentes e revelar surpresas, mas isso só acontecia anos ou décadas depois dos fatos.

Lyndon Johnson, por exemplo, tinha imagem de conservador, mas fazia questão de propagandear o apelido do seu pênis: "Jumbo".  O filme LBJ mostrou que ele deixava a porta aberta quando ia ao banheiro da Casa Branca. Não se sabe se despertou a curiosidade de alguma funcionária. Durante uma reunião no Salão Oval, quando alguém lhe perguntou porque os Estados Unidos estavam em guerra contra o Vietnã do Norte, ele teria botado o pau pra fora e exclamado: "Por isto!". Nem o filme "LBJ", lançado no ano passado, esclareceu se o "Jumbo" funcionou na Casa Branca ou se ficou no exibicionismo.

O mesmo Salão Oval foi palco de aparições semelhantes, como testemunhou Monica Lewinski sobre o affair mantido com Bill Clinton. Historiadores registraram que o presidente Grover Cleveland estuprou uma mulher, Maria Halpin, que depois foi despachada para um asilo para doentes mentais. Outro presidente, Warren G. Harding, que era jornalista, transou com a jovem Nancy Britton em uma dependência da Casa Branca.

Em matéria de sexo institucional na presidência, dificilmente Donald Trump baterá John Kennedy, apesar do curto mandato deste último. O escritor Michael O'Brien em seu livro "John F. Kennedy’s Women", lançado em 2011, conta que o marido do mítica Jacqueline comentava que tinha fortes dores de cabeça se passasse três dias sem sexo, não necessariamente com a primeira-dama. Marilyn Monroe foi o seu caso mais notório, mas as atrizes Lee Remick e Jean Simons fizeram parte do elenco presidencial, assim como secretárias, aeromoças, jornalistas, estudantes e prostitutas. "Ele era um namorador patológico e incapaz de ver uma mulher de outra forma senão a de objeto sexual", escreveu O’Brien.

Em vida, Kennedy foi poupado pelos jornais. Washington inteira sabia da sua fama, desde os tempos de deputado, mas seu "linkedin" sexual só se tornou público em autobiografias das envolvidas ou matérias publicadas anos após sua morte.

Donald Trump não tem essa moleza. Os seus escândalos pipocam praticamente on line.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

"Referentemente" a Odorico Paraguaçu...

por O.V. Pochê

A assessoria de Temer distribuiu uma curiosa nota oficial, ontem. Talvez por conta do rescaldo do Carnaval, o press release não foi redigido, limitou-se a transcrever a fala do presidente. Literalmente. Parece tradução do Google. Lembra muito a folclórica e tortuosa "fluência" da Dilma, sem falar que o "professor e constitucionalista" manda a concordância por espaço, para dizer o mínimo.  Confiram Temer narrando sua visita às obras da Fonte de Luz Síncrotron de Quarta Geração Sirius, de uma OS contratada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.

"Muito bem, olhe aqui, acabamos de conhecer um projeto extraordinário. Uma tecnologia avançadíssima, que é o projeto Sirius, que eu recebi uma explicação, recebemos todos uma explicação muito adequada, muito competente deste projeto. E isto revela as potencialidades do País. Só para dar o exemplo a vocês, a espécie de tomografia, vamos dizer assim, que serão ímpares, praticamente não há no mundo todo. E o Brasil está caminhando para isso.
Ainda eu contava a todos que há poucos dias eu lia um livro em que o autor dizia que, daqui a algum tempo, o homem vai viver 140 anos por causa do avanço tecnológico. E eu disse: acabei de acreditar no que o autor disse referentemente a você viver 130, 140 anos exata e precisamente em função desse avanço tecnológico estupendo que foi revelado a todos nós, a mim, ao governador Geraldo Alckmin, o professor Cerqueira Leite que, na verdade, comanda basicamente este lado. Ao lado dos deputados Celso Russomanno, do Beto Mansur, do Marquezelli, de todos aqueles, do nosso querido ministro Kassab, do nosso prefeito de Campinas, todos eles dedicados e empenhados nesta causa. Isto mostra o que é o Brasil. Acabei até de registrar – e os senhores e as senhoras estavam registrando, não é? – que este fato deve ser divulgado, não só ao Brasil, para que os brasileiros cada vez tenham mais orgulho do seu País, da sua pátria, mas, se possível, transmitido para o exterior. Boa tarde a vocês."

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Viu isso? Anitta zoando com as 'influencers' jabazeiras das redes sociais

VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

Patos, palhaços e manifestoches que botaram o Vampirão no poder já têm o que comemorar...


Segundo a Folha de São Paulo, Michel Temer cogita se candidatar a presidente em outubro "para se redimir de um governo tão impopular". A disposição do Vampirão de continuar com a faixa está incomodando Henrique Meireles, ex-consultor de Joesley Batista e também pretendente ao Planalto, mas animando os manifestoches que fizeram a recente Revolução das Panelas.
Melhor a Tuiuti guardar o Vampirão para o desfile do ano que vem...

JB: a volta...


Reprodução Facebook

Tá na hora de pegar um vale-transporte pra Arca de Noé

Reprodução Carta Capital

Carnaval, protesto, a cidade sitiada e o desprezo das autoridades

O povo segue a Beija Flor. Reprodução TV Globo. 

A multidão segue a Beija Flor após o desfile de segunda-feira. A escola de Nilópolis arrastou um bloco impressionante e criou essa imagem significativa.

Performances como a da campeã e da vice, Tuiuti, além do recado da Mangueira, reconciliam o samba com o público. Outras escolas e outros enredos já demonstraram isso em diferentes carnavais em momentos críticos do país, igual a esse desastre que vivemos.

"Todo artista tem que ir aonde o povo está", como canta Milton Nascimento.

Cantar petróleo, iogurte, chocolate, "belezas" dos estados ou subcelebridades é transformar as escolas em meros veículos de merchandising. Claro que um espetáculo tão grandioso precisa de patrocínio, mas não necessariamente deve ser escravizado pelas marcas. 

O povão seguindo a Beija Flor, uma imagem que a Mangueira mostrou anos atrás, deveria ser "quesito" livre para as últimas escolas de cada dia. É quando as milhares de pessoas que não podem desfilar ou são plateia experimentam, por alguns minutos, o palco da festa.

O espetáculo das escolas e a animação dos milhões de cariocas e turistas que saíram nos blocos contrastaram com a ausência das autoridades na cidade e no estado. Não há outra palavra para colar nos traseiros públicos do governador Pezão e do prefeito Crivella. O bloco deles foi o da incompetência e da falta de compromisso que resultou em violência, lixo e descaso em meio ao evento carioca que mais atrai visitantes, com geração de recursos e impostos, ocupação de hotéis, movimentação do comércio e emprego, incluindo milhares de ambulantes que retiram da folia uma renda importante para suas famílias. 

Para um, no fundamentalismo primário e perigoso, o Carnaval é "coisa do diabo". Exorciza! Para o outro, não passa de mais um feriadão. Crivella e Pezão devem achar que os cargos de prefeito e governador são meros "bicos", devem ter ocupações mais importantes. . 

Pezão foi pra Piraí. Crivella inventou um pretexto qualquer e, mais uma vez, foi para a Europa. 



Nesta madrugada, o Rio foi assolado por temporais. O prefeito postou em rede social, direto da Suécia depois de perambular pela Alemanha, um irônico "estou acompanhando". 
Devia ter ilustrado com uma carinha de deboche. A mesma que você deve fazer, em breve, quando ele pedir voto pro filho candidato.
    

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Boff e Leilane: o tititi da Sapucaí...

por Ed Sá
Tudo começou com um vídeo que viralizou nas redes sociais mostrando a jornalista Leilane Neubarth, da Globo News, mal segurado a irritação ao ouvir, ao fundo, um grupo cantando a música "Vai dar PT".

Ocorre que a canção, de Leo Santana, não tem nada a ver com o partido de Lula. Veja a letra: "Vai Dar PT/Foi pro baile muito louca/Afim de se envolver/Só tem 18 anos/O que vai acontecer?/Foi pro baile muito louca/Afim de se envolver/Ela só tem 18 anos/O que vai acontecer?/Cer, cer, o que vai acontecer?/Vai dar PT, vai dar/Vai dar PT, vai dar/Misturou tequila, whisky, vodka/E a mina vai embrazar/Vai dar PT, vai dar/Vai dar PT, vai dar/Ela vai dar PT, vai dar..."

PT, no caso, é a sigla de "perda total" para o jargão utilizado pelas seguradoras em casos de acidentes de carros.

Mas a jornalista à direita e Boff à esquerda do octógono defendem camisas que estão mais em guerra do que nunca e a leitura feita foi a de "exaltação" ao PT. Leonardo Boff postou no Tweeter sua indignação referindo-se ao episódio e também ao já folclórico e amedrontado "silêncio" dos narradores da Globo, no Sambódromo, diante dos patos da Fiesp e do Vampirão Temer no desfile da Tuiuti.

Boff disse que tem "pena" de Leilane. Ela mandou que ele guardasse sua "pena".

Feliz mesmo ficou só o Leo Santana com a divulgação extra da sua música.

A PROVOCAÇÃO DO BOFF 



A RESPOSTA DE LEILANE NEUBARTH



VEJA O VÍDEO DE LEILANE QUASE SURTANDO AO OUVIR A MÚSICA EM QUESTÃO. CLIQUE AQUI

Facebook avisa às empresas jornalísticas que ninguém é obrigado a permanecer na rede social


por Pedro Juan Bettencourt 

A decisão do Facebook de privilegiar conteúdos pessoas e deixar em segundo plano as empresas de mídia continua rendendo polêmica. Os executivos da rede social não dão sinais de que vão recuar. Durante entrevista coletiva no evento Code Media 2018, na última segunda-feira, dois deles,  Campbell Brown e Adam Mosseri, mandaram um recado para as corporações: "se alguém avaliar que essa não é a plataforma certa para eles, então não deveriam estar no Facebook", disse Brown.

Manter-se como um ponto de encontro digital para famílias e amigos, algo que está no DNA original da página, é a prioridade anunciada. Mas algumas ameaças são registrados. Essa semana a Unilever anunciou que cogita reduzir suas verbas publicitárias para o Face.

Os executivos asseguram que a rede social não está abrindo mão de notícias e essas sempre estarão lá. E que têm se encontrado com editores para construir o melhor modelo comercial para o setor jornalístico e os consumidores, melhor monetização e mais visibilidade para fontes de alta qualidade no News Feed. Mas enfatizou que devem permanecer no aplicativo aqueles que o considerarem bom para seus negócios. A notícia está no Mashable.