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quinta-feira, 12 de maio de 2016

Memórias da redação: Eli Halfoun, por ele mesmo...

por Eli Halfoun (*)

 “Minha relação profissional com a Bloch Editores começou quando a empresa ainda funcionava na Rua Frei Caneca. Eu era repórter do jornal "Última Hora" e fui levado para a redação da Fatos&Fotos para fazer  frilas na revista em que o Arnaldo Niskier era o chefe de reportagem. Depois de algumas matérias, me afastei. Alguns anos depois, eu já era editor do segundo caderno da UH e também colunista no jornal e voltei à Bloch convidado pelo Genilson Gonzaga para ser o editor de textos da revista Amiga, que estava começando, e era dirigida pelo Moysés Weltman. Depois de ter sido contratado e já trabalhando, percebi que o editor de textos na Amiga acabava sendo mesmo uma espécie de editor-geral. Ocupei o cargo durante muitos anos, até ser promovido a diretor da revista, função que exerci também por longo tempo.

Esse tempo todo na Manchete – a casa e não a revista – teve e tem até hoje um grande significado para mim. Em primeiro lugar, e isso é válido não só no meu caso, mas  para todos os que por lá passaram, a Bloch representou uma garantia de um emprego sólido (naquela época, a empresa pagava rigorosamente em dia). Foi também uma boa escola onde aprendi muitas coisas e principalmente o que não se deve fazer em qualquer revista, mas que, estranhamente, fazíamos lá na Bloch e mesmo assim dava certo. 

É preciso destacar que, na história da editora, a revista Manchete foi a protagonista, o que fazia com que todas as outras publicações, que foram surgindo aos poucos, fossem apenas coadjuvantes, mesmo que muitas vezes funcionassem como grandes astros. Mas tudo o que acontecia de bom era atribuído à  Manchete, que sempre foi inegavelmente o carro-chefe de Bloch Editores. 

Em todos esses momentos, muitas pessoas foram particularmente marcantes para mim. Mas o Adolpho Bloch foi, sem dúvida, a de maior destaque, porque era uma figura humana inusitada, seu comportamento era sempre uma surpresa e quase todas as suas atitudes ou decisões entraram para o folclore da Manchete e do jornalismo. Folclore que, acredito, cada um de nós costuma contar em rodas de amigos. Assim, tenho a impressão que qualquer um de nós, que ficamos anos naquela loucura, terá sempre como episódio marcante daquele tempo alguma  história em que o Adolpho Bloch foi a  figura central. 

Lembro, por exemplo, da ousadia do velho em meio a uma agitada greve de funcionários que gritavam na porta da empresa. Adolpho resolveu deixar sua sala, no oitavo andar, e descer para conversar com os grevistas. Fiquei olhando da janela – a Amiga também funcionava no oitavo andar - e mesmo não sabendo bem o que ele disse, em meio à agitação, percebi claramente quando puxou o bolso da calça e mostrou que estava vazio: ele também não tinha um tostão. Só faltou os funcionários, com salário bastante atrasado, se cotizarem em uma vaquinha para o "pobre" do Adolpho. O fato é que ele falou, falou,  conseguiu diminuir o entusiasmo dos grevistas e pôs fim a greve.

Lembranças impagáveis

Muitas outras histórias interessantes cercaram nossa vida como  profissionais da Bloch. Lembro, por exemplo, quando a Amiga conseguiu uma entrevista exclusiva com o Guilherme de Pádua, preso pelo assassinato da atriz Daniela Perez. Não tive dúvidas e usei uma foto do Pádua para a capa. Quando a capa impressa chegou às mãos do Adolpho, ele me chamou nervoso e reclamou: “Tá maluco? Quem é esse homem que ninguém conhece na capa da revista?” Expliquei, mas nem assim ele ficou convencido. Mas no dia seguinte me chamou outra vez e deu os parabéns porque a edição tinha esgotado a tiragem. Estava tão satisfeito que até mandou pagar um extra para cada um dos repórteres da revista. Dias depois, fui convocado outra vez e aí dei de cara com o Raul Gazolla ( viúvo da Daniela) que reclamava da entrevista feita pela repórter Cláudia Lopes. Ele queria a gravação com as declarações do Guilherme de  Pádua. Tentei enrolar, mas o Adolpho exigiu a fita e a entregou ao Gazolla. 



Ainda sobre o  caso Daniela Perez fiz, logo após a notícia de seu assassinato, uma edição extra e como, naquela altura, as informações ainda eram muito desencontradas, optei por publicar todas as versões que enchiam a cidade de boatos, além é claro de usar fotos das novelas e da atriz de uma maneira geral. Foi, apesar de todas as dificuldades e da pressa um bom trabalho que também mereceu o reconhecimento da empresa, mas dessa vez sem pagamento de extra. Durante uma semana recebi muitos elogios e houve até quem dissesse que aquela edição da Amiga estava garantindo o pagamento dos salários daquele mês.

Em relação a outras capas da revista, recordo da novela Pantanal, que era o maior sucesso na época, e recebi diretamente do Adolpho ordem de escolher como capa os atores da novela, especialmente a Cristiana de Oliveira. Fiz isso repetidas vezes, até que a venda da Amiga começou a cair. O Adolpho me chamou na sala dele, mandou que me sentasse ao seu lado, colocou a mão na minha perna e perguntou: “Quem foi o filho da puta que mandou você dar tantas capas de Pantanal?”. Respondi sem titubear: “Foi o senhor”. O Adolpho sorriu e disse baixinho para que ninguém mais ouvisse: “Não é sempre que tem que fazer tudo o que eu mandar”. Mas tinha que fazer, sim.

Uma decisão que também me colocou diante do Adolpho, para explicações, foi quando a revista completou, se não me engano, 18 anos. Escolhi para capa uma foto do Claudio Marzo com a Regina Duarte e na janela (fotinho menor enquadrada na capa), a mesma dupla na tinha sido a primeira capa da Amiga. Até eu explicar minha intenção jornalística e festiva, o Adolpho só faltou me comer vivo porque considerava aquilo uma loucura. Como deu certo, não mais se falou no assunto.

Outras recordações marcantes têm para mim um forte cunho emocional, como foi o caso da morte de Elis Regina. Eu estava almoçando no restaurante do terceiro andar e mal tinha dado a primeira garfada quando um garçom se aproximou e disse: “Eli, seu Adolpho tá chamando. Pediu para você subir já”. Fui logo e  só quando cheguei à sala do Adolpho fiquei sabendo que a Elis Regina tinha morrido. Foi um choque: eu a conhecia desde os tempos do início de carreira no Beco das Garrafas, no Rio, e fiquei sem reação. O Adolpho então pediu que eu fizesse uma edição especial da Amiga para sair no dia seguinte. Lembro que a equipe toda e eu trabalhamos um dia inteiro, varando noite e madrugada.  Foi uma edição dolorida, mas em compensação, é uma das que coloco entre as melhores que editei em minha carreira. Vendeu muito e algumas páginas foram transformadas, clandestinamente, em posters que até hoje podem ser encontrados em algumas lojas ou camelôs. 

Lembro também que eu estava, numa tarde de sábado, na "Última Hora", quando um telefonema urgente do Jaquito me convocou para ir até a Bloch fazer uma edição sobre a morte do ator Sérgio Cardoso. Mal tinha começado a selecionar o material fotográfico,  quando o Jaquito perguntou: “essa revista vai vender? Quanto você acha que a gente deve rodar?”. Respondi com um número qualquer e bem exagerado. A edição especial vendeu mais do que eu havia sugerido. 

Emocionalmente ainda foi muito marcante para mim, ter convocado o Tim Lopes, que na época atuava como contínuo, e sugerido a ele, que parecia levar jeito, que fizesse algumas matérias para Amiga. Eu estava convencido de que ele poderia ser um bom repórter, não me enganei. Publicamos algumas de suas reportagens na Amiga. Ele que se  formou em Jornalismo, veio a ser um dos maiores repórteres investigativos que esse país já conheceu até ser brutalmente assassinado.  

Da glória à garra 

Acredito que as grandes coberturas da Bloch tenham sido as do carnaval. As fotos em cores, numa época em que a televisão era P&B, ou ainda engatinhava no sistema novo, eram tão sensacionais que a Manchete acabou virando uma espécie de enredo oficial do carnaval e todo mundo esperava ansioso a chegada da revista às bancas no quarta-feira de cinzas. Nunca se viu isso com qualquer outra revista e agora se vê muito menos. 

De outras grandes coberturas da Manchete, lembro da  missa que o Papa João Paulo II rezou no Aterro. A revista que bateu recordes de tiragem (chegou a 800 mil exemplares, se não me engano), incluiu uma medalhinha como brinde com a imagem do Papa de um lado, e a de Jesus Cristo do outro. O Adolpho me chamou para colocar a medalhinha também na Amiga e um de seus comentários me chamou atenção: “a grande burrice dos judeus foi terem perdido Jesus Cristo”. É que o Papa, naquele momento era garantia de venda da revista Manchete, um grande negócio e uma enorme fonte de lucro. 

Ainda hoje me pergunto sobre as possibilidades de sobrevivência da Bloch. Estou convencido de que o grande erro da casa foi o de nunca ter deixado de ser uma empresa familiar: muitas vezes, as coisas por lá funcionavam de uma forma um tanto amadora, meio de brincadeira, como uma grande festa familiar, às vezes tão engraçada quanto A Grande Família, na televisão. Havia também a preocupação de satisfazer, especialmente por motivos emocionais, a muita gente, o que muitas vezes prejudicava o desempenho jornalístico das revistas e, em consequência, o bom funcionamento da Bloch como empresa.

Mas se, de um lado, a Bloch se perdeu na sua própria grandeza, acho que o principal  vilão dessa história foi a TV, a Rede Manchete. A Bloch não estava preparada e nem tinha respaldo para fazer televisão> Por falta de estrutura empresarial, misturou a televisão com as revistas, fez um bolo infernal e acabou prejudicando  financeiramente toda a sua estrutura. Ao contrário das empresas Globo, em que sempre se soube dividir bem o jornal, as revistas, as emissoras de rádio e a televisão, que funcionam de forma independente, a Bloch misturou tudo e acabou afetando também até as bem-sucedidas revistas que afundaram junto com a televisão, especialmente na área financeira. Um indicador disso: depois da criação da Rede Manchete de Televisão, a Bloch nunca mais pode se  orgulhar de, pelo menos, pagar em dia.”

(*) Durante longos anos, o jornalista Eli Halfoun foi olhos e ouvidos dos chamados VIPs da televisão. Não era só a programação de TV que ocupava as páginas da revista Amiga, mas todo o universo da telinha, com suas histórias, fofocas e revelações surpreendentes. Um inegável pioneirismo do jornalismo de celebridades que hoje domina grandes segmentos do mercado impresso e digital. Todas as semanas nas bancas, Amiga contava para seu imenso público leitor, como se fosse uma vizinha bem informada, as novidades que todo mundo queria saber. Levar às leitoras a intimidade de astros e estrelas foi a fórmula da Amiga. 
Em 2008, Eli Halfoun deu o depoimento acima para a coletânea "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou". Na caso, o foco era sua trajetória na Amiga, mas a sua carreira foi muito além. Eli foi um dos mais destacados profissionais do "Última Hora", quando o jornal de Samuel Weiner deu um impulso inovador ao jornalismo. Como colunista, editor e repórter, deixou sua marca em um período de muito dinamismo na imprensa brasileira. Profissional respeitadíssimo, foi jurado dos Festivais da Canção, no auge do formato, e do tradicional Troféu Imprensa, do SBT. Nos últimos anos, manteve o blog Ensaio Geral, sempre antenado em todas as áreas, e também foi colaborador atuante neste Panis Cum Ovum.  
Eli Halfoun faleceu hoje, no Rio. Leva a admiração das gerações de colegas que trabalharam ao seu lado e deixa uma longa história e sua marca indelével no jornalismo carioca.    
                                                       
Página do Última Hora editada por Eli Halfoun, em 1962. Antes de Stanislaw Ponte Preta tornar famosa as Certinhas do Lalau, Eli já fazia o Escrete Tudo Azul: as "enxutas" do teatro rebolado. 

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Começou a temporada de caça ao técnico Dunga

por Eli Halfoun
Antes de ter seu nome anunciado como novo técnico da seleção ficou evidente que se iniciaria uma temporada de caça ao técnico Dunga. Ele será combatido todo o tempo e por qualquer coisa, inclusive a implicância infantil em torno de suas roupas, o que nada tem a ver com futebol. Um comentário que volta a ganhar força é o relacionado ao criticado casaco que usou na Copa do Mundo de 2010. O casaco (presente da filha que é formada em moda) já começou a ser novamente criticado porque sem dúvida Dunga o carregará para onde viajar com a seleção como, aliás, sempre fez. O casaco é considerado um “insulto à moda”, como se nossos comentaristas esportivos entendessem alguma coisa do assunto. Moda é um assunto muito criticado na CBF, incluindo os paletós de Marco Polo Del Nero
Esse não é o único assunto que corre solto nos bastidores da CBF: um dos mais comentados garante que a escolha de Dunga como técnico teve influência direta de Gilmar Rinaldi, o novo coordenador de seleções, que foi influenciado por Alexandre da Silveira que é funcionário da CBF desde os tempos de Ricardo Teixeira.
Na entidade muita gente lamenta o afastamento de Rodrigo Paiva como diretor de comunicação justamente quando ele vinha desenvolvendo um novo e bem aceito trabalho via internet. Os números realmente mostram que o trabalho ia bem: durante a Copa o canal da CBF no YouTube pulou de 10 mil para 90 mil assinantes. Também houve avanço no Facebook que ultrapassou os 6 milhões de acessos; do Twitter que conquistou 2,2 milhões de seguidores e ainda do Instagram que ganhou 291 mil interessados Vários setores da CBF acreditam que se o Brasil não tivesse levado a vergonhosa goleada da Alemanha os números seriam bem maiores.

José Maria Marin, atual presidente da CBF e Marco Polo del Nero que assume a presidência em abril de 2015 não são perdoados pela torcida: há dias a dupla foi jantar na pizzaria Cristal em São Paulo e assim que reconhecida foi brindada com uma homérica vaia, mas fingiu que nem era com eles Como também fingem que não é com eles tudo de ruim que acontece (e acontece muito) na CBF. (Eli Halfoun)

sábado, 5 de julho de 2014

A dor do menino Neymar está doendo (e doendo muito) em todos os brasileiros

por Eli Halfoun
Quando você vê um menino tropeçar, cair e se machucar na rua ou quando se fere em uma brincadeira, a dor do menino machuca profundamente também o seu corpo mesmo que você nem conheça o menino. É essa dor que está doendo forte agora em cada torcedor brasileiro que viu o seu menino despencar em campo e sair da brincadeira que mais gosta e quer mais lhe dá alegria - alegria que, aliás, transfere para cada um de nós. É triste e dolorido ter perdido mo nosso menino Neymar para a Copa do Mundo, mas a dor maior é a de saber que o menino Neymar está sofrendo física e emocionalmente por ter sido estupidamente obrigado a sair da “brincadeira”. Os brasileiros que amarraram o coração na chuteira agora estão amarrando a o coração e a emoção na vértebra danificada do menino que conquistou o carinho, o aplauso e a esperança maior de cada brasileiro de cada brasileiro.  O menino Neymar é mais do que um excepcional jogador de futebol: ele se transformou em um filho, sobrinho, irmão de cada torcedor com a magia da bola em, seus pés. Perdemos Neymar pra a Copa, mas não perdemos Neymar como um menino-artista do esporte que mais nos entusiasma e alegra. Não demora muito Neymar volta a brincar de bola para novamente fazer maior e melhor o espetáculo. Vai ficar mais difícil conquistar o hexa, mas mesmo quer o Brasil não fique com a taça carregaremos sempre a certeza o nosso menino Neymar é de qualquer forma um campeão mundial com ou sem a bola nos pés. Neymar é e será sempre a maneira mais brasileira de driblar os adversários, os obstáculos da vida e de gingar feliz. Com uma alegria que só o brasileiro tem e que o menino brincalhão Neymar representa melhor do que ninguém. A torcida brasileira está unida em torno do menino Neymar que é sem dúvida hoje mais do que nunca o menino Brasil. (Eli Halfoun)

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Choro é pura emoção. Deixem os jogadores chorarem em paz

por Eli Halfoun

Amanhã tem seleção brasileira outra vez e certamente teremos choro em campo e na torcida que tem se (e nos) comovido em muitos momentos dessa empolgante Copa do Mundo. Aliás, o choro dos jogadores na sofrida partida contra o Chile foi motivo de muitas discussões e um assunto repetitivo na mídia de uma maneira geral. Não entendi ainda o motivo de dar tanta importância para as lágrimas de nossos jogadores. O choro é uma molhada (e salgada) demonstração de sentimento, seja de alegria, tristeza e muitas outras coisas. O choro é uma manifestação de sentimento e, portanto, um choro bom e necessário de chorar. A discussão de agora deve estar ligada à velha mentira de que “homem não chora”. Chora sim e é fundamental que faça isso para revelar o sentimento inteiro. Os jogadores da seleção tinham e têm muitas razões para chorar. Quando choram estão mostrando o amor que sentem pelo selecionado e, portanto, pelo país. Todo homem chora e não poderia ser diferente para os nossos atletas que vivem o maior momento de suas vidas e carreiras. Lágrimas emocionadas não significam apenas dor e nervosismo. São a cascata de todas as emoções e de todos os momentos que cercam nossas vidas. As lágrimas dos jogadores da seleção são na vitória ou na derrota lágrimas de quem com muito sacrifício chegou ao momento máximo de realizar a concretização do sonho maior que para eles é o de jogar na seleção representando um país sensível que chora o tempo todo. Homem que diz que não chora está mentindo ou não tem qualquer tipo de sentimento. Por mais que disfarcemos nenhum de nós resiste em derramar pelo menos uma lágrima diante de tudo o que a Copa está nos mostrando em campo e no magistral comportamento da torcida que nos tem dado um emocionante espetáculo de união, de paz e de comovida alegria. Se nossos craques precisarem chorar que chorem. Só nos resta chorar com eles. Na derrota ou na vitória, que certamente virá até o fim da competição e nos dará o tão sonhado hexa. (Eli Halfoun)

Kaká resolve a vida familiar no Brasil antes de jogar nos EUA

por Eli Halfoun
A temporada de seis meses que passará jogando pelo São Paulo, clube que o revelou para o futebol, servirá não só para faturar, mas também e principalmente para arrumar sua vida doméstica e acabar com os boatos de separação. Depois dos seis meses paulistas, Kaká se apresenta ao Orlando City, time americano que o contratou até 2017 com um salário de 6,5 milhões anuais. O dinheiro foi o menos importante na decisão do jogador de deixar o Milan. Kaká está muito bem de bolso: segundo a revista Forbes, ele tem uma fortuna avaliada em R$ 275 milhões. Kaká só não sabe ainda se ficará morando sozinho nos EUA: Caroline Celico, sua mulher, só decidirá no final do ano se irá morar na Flórida com ele e os filhos. A vinda de Kaká para o São Paulo mesmo que apenas temporariamente deixou o presidente do clube Carlos Miguel Aidar mais do que feliz porque ele acha que o jogador tem a cara do clube: “É alfabetizado, tem todos os dentes na boca, fala bem e faz gols”. E certamente não é tão grosseiro com os outros jogadores. (Eli Halfoun) 

sábado, 10 de maio de 2014

Jair Rodrigues vive. Uma história e algumas canções

por Eli Halfoun
O sorriso largo sempre presente, a alegria que distribuía entre os colegas, os abraços apertados, a voz marcante e inconfundível, a simplicidade em tidos os gestos e movimentos nos deixavam a quase certeza de que Jair Rodrigues era imortal. Não era, mas deveria ter sido: sua ausência será agora uma marca registrada de sua presença na saudade, como foi o seu sorriso. Jair Rodrigues construiu uma carreira com entusiasmo, emoção e acima de tudo respeito pela música brasileira que ajudou a crescer e a divulgar como poucos fizeram. Acompanhei a trajetória de Jair nos festivais da Record, mas nosso contato ficou mais intenso depois de uma quase briga. Escrevi um comentário na revista Amiga e Jair não gostou porque o considerou injusto (reconheço que era mesmo). Pronto: certa noite eu estava em um restaurante popular paulista quando Jair sentado em uma mesa de fundo com a mulher e amigos, me viu, levantou e veio em minha direção furioso. A intenção era mesmo a de me agredir, mas ele era de boa paz e trocou o soco que provavelmente me daria por um enorme sorriso e uma conversa amigável e ele fez questão de me levar para a sua mesa como convidado. Daí em diante ficou tudo bem entre nós e sua atitude só me fez aumentar o respeito que eu tinha pelo cantor e pelo ser humano exemplar que Jair sempre foi. A vida nos afastou e de repente ele partiu sem me dar a oportunidade de mais um longa e gostosa conversa. De qualquer maneira sempre conversarei com ele quando ouvir sua voz musical. (Eli Halfoun)
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terça-feira, 8 de abril de 2014

José Wilker: o adeus de um exemplo “felomenal” na arte de saber ser muitas pessoas em uma








por Eli Halfoun
Perdemos mais um grande ator. A morte de José Wilker fez em todos os corações (e não só no seu que de repente parou de bater) a dor ainda maior pelo inesperado da surpresa. Wilker não estava doente e ainda assim o coração que manda avisos, mas no caso dele mandou um que ele não teve tempo de perceber. Cansou de bater. A morte de qualquer pessoa é sempre dolorida porque nos mostra sempre o quanto somos e estamos frágeis diante da vida. Há quem diga, como um médico que conheci recentemente, que começamos a morrer no dia em que nascemos. Tem lógica: ainda assim vivemos muito tempo porque não passamos a existência pensando na morte.

José Wilker era um apaixonado pelas muitas vidas que a arte o ensinou a viver intensamente. A arte é uma forma de viver e fazer viver muitas vidas. A trajetória artística de Wilker se fez repleta de sucessos, mas sem dúvida para a maioria dos fãs o que ficará mais vivo na memória é o “felomenal” que repetiu com o personagem Gioavani Improta, da novela “Senhora do Destino". O bordão cabe perfeitamente na biografia de Wilker: ele foi “felomenal” na busca de fazer sua arte ainda maior. Fez e partiu deixando essa paixão por representar e aprender com o cinema um exemplo maior. Felomenal. (Eli Halfoun)

sexta-feira, 14 de março de 2014

Paulo Goulart: um grande homem e um ser humano maior ainda






por Eli Halfoun (*)
Não foram muitos os contatos profissionais que tive com Paulo Goulart, mas mesmo assim guardo dele um momento de carinho que me mostrou sua grandeza humana: ele quis me ajudar para livrar-me de um problema que na época me angustiava muito. Insistiu ara que eu fosse ao seu encontro em um endereço em Copacabana onde me apresentaria a pessoa que com força espiritual poderia me auxiliar. Desencontramos-nos, mas jamais esqueci a sincera preocupação de Paulo Goulart em querer me ajudar: seu gesto o fazia anda maior como homem e era um gesto que se ampliava para todos os lados sempre querendo ajudar as pessoas. O Paulo Goulart que eu conheci deve ter nos deixado sorrindo e feliz para ir ao encontro de um novo tempo no qual acreditava com entusiasmo e emoção. Não tenho dúvidas de que o grande (e não só no tamanho) Paulo Goulart morreu tão feliz como viveu e fez viver a todos que tiveram o prazer de conviver com ele. (Eli Halfoun)
* Observação da redação; O jornalista Eli Halfoun dirigiu a revista AMIGA, editada pela extinta Bloch Editores

domingo, 12 de janeiro de 2014

A ficção de um amor roubado alimentada pela fofoca da vida real

Isis Valverde e Cauã Raymond em "Amores Roubados".
Foto TV Globo/Divulgação
por Eli Halfoun
Junte um elenco de talento e afiado a um bom texto, locações interessantes e direção caprichada e acertada para ter a receita quase perfeita de seriado para a televisão. A fórmula é simples e parece receita de bolo da vovó, mas pra que ganhe sabor é preciso ter boas mãos para misturá-la. Essa mistura quase mágica fez o bolo crescer, aparecer e ganhar um sabor especial para mostrar com qualidade os “Amores roubados” na temporada de férias na televisão. O seriado dirigido por Luiz Carlos Villamarim e com um elenco de primeira reunindo Patrícia Pillar, Dira Paes (em ótimo momento), Osmar Prado, Murilo Benicio. Cassia Kis Magro, Isis Valverde, Cauã Raymond garante mais uma boa audiência para a emissora que parece ter encontrado a fórmula para não sentir falta de seus programas habituais nos meses de descanso para todos, ou seja, televisão e telespectadores.
Mas é com uma questão que nada tem a ver com o seriado propriamente dito que “Amores roubados” mais chama atenção: o suposto e exageradamente noticiado romance entre Cauã Raymond e Isis Valverde serviu de alavanca para promover o programa, fazendo o público alimentar-se de uma fofoca nunca confirmada, mas que para o grande público se confirma nos encontros quentes entre os personagens de Caiuã e Isis.

 Não é sempre que o público consegue separar os personagens e a vida real. Quase sempre grandes fofocas mesmo as inventadas são usadas para promover filmes, peças, programas de televisão e de rádio, livros e qualquer tipo de produtos. Fofoca ainda é uma grande peça promocional na ficção e na vida real. (Eli Halfoun)

sábado, 26 de outubro de 2013

Mauricio Azedo: a paixão pelo Flamengo na “Crônica da Leonor”

por Eli Halfoun
Mauricio Azedo partiu e muito já se disse sobre seu brilhantismo humano e profissional desde que seu coração perdeu o ritmo da vida. Durante muitos anos trabalhei lado a lado com Azedo na redação da Ultima Hora e uma das coisas que mais me chamava atenção nele era a paixão e o entusiasmo com que exercia sua função como jornalista - um jornalista brilhante e dono de um texto magnífico e impecável. Azedo era um apaixonado pela vida e por tudo que a cercava. Uma de suas maiores paixões era o futebol, mais precisamente o Flamengo time pelo qual torcia com entusiasmo não fosse ele o entusiasmo em pessoa. A paixão pelo Flamengo o fez criar na UH a “Crônica da Leonor" (era como chamava a bola) espaço no qual só escrevia sobre o rubro-negro e o fazia com tanto amor e dedicação que contagiava todos, não para também torcer pelo Flamengo, mas sim pra torcer pelo futebol encantador do país da bola, da "Crônica da Leonor". Não conheci nenhum torcedor tão apaixonado pelo Flamengo quanto Mauricio azedo. O Flamengo perdeu um torcedor, mas a história do clube pode ganhar através dele mais um capítulo importante na paixão que desperta em sua torcida. (Eli Halfoun) 

LEIA MAIS SOBRE MAURÍCIO AZEDO. CLIQUE AQUI PARA IR AO SITE DA ABI (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA)

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Novelas também precisam caminhar para o futuro e evitar a chatice da mesmice

por Eli Halfoun
Embora até por obrigação profissional eu acompanhe novelas há muitos anos confesso que ainda não consegui entender o mecanismo que leva os autores a esticarem tramas das quais os telespectadores já sabem o desfecho mesmo porque muitas vezes o chamado desfecho é o início de um lenga-lenga sem fim. Quer dizer, a trama se desenvolve do final para o início como se existisse uma máquina de retroceder o tempo.  Agora mesmo em “Sangue Bom”, por exemplo, há um “mistério” envolvendo a paternidade do personagem Bento, que todo mundo já sabe é filho de Wilson e não de Plínio. Ainda assim os autores, que fazem um ótimo trabalho, insistem em uma trama que não faz mais sentido, se bem que agora a questão é saber como a confusão será desfeita. Sei que é necessário que as novelas criem dúvidas e mistérios para manter a curiosidade do público. Acontece que muitas vezes essa cartilha funciona ao contrário: o público que já sabe a verdade se cansa de tanta enrolação e perde o interesse pela novela, ou melhor, só volta ter interesse nos capítulos finais porque o que acontecerá até o final já não motiva tanto.

Esse viciado procedimento é que determina o sobe e desce de audiência, o que às vezes é muito perigoso porque faz a novela parecer um fracasso. Talvez o ideal fosse resolver as tramas rapidamente e criar novos momentos que possam interessar ao público, criando dentro da novela uma novelinha por semana. Novelas precisam ter ritmo ágil, o que certamente seria conseguido se em vez de enrolação houvesse solução. A solução não impediria de forma nenhuma que a trama geral continuasse interessante e se desse um novo destino e uma história à cada personagem. Afinal, a vida caminha para frente e como as novelas pretendem ser um retrato ficcional (às vezes exagerado, é verdade) não podem ficar estagnadas, ou seja, também precisam caminhar a frente, para o futuro. Sem perspectiva de futuro tanto a vida quanto as novelas ficam chatíssimas. (Eli Halfoun) 

sábado, 10 de agosto de 2013

“Amor à Vida” foi um dramalhão de matar na hora de tirar Nicole de cena

por Eli Halfoun
Foi um festival de lágrimas, um dramalhão de fazer inveja às antigas e superadas novelas mexicanas, mas se a intenção do autor Walcyr Carrasco era apresentar um folhetim como antigamente ele não errou a dose: a morte da personagem Nicole (Marina Rui Barbosa) conquistou recorde de audiência para a novela, o que mostra que não é sempre que o público está interessado em novelas que tentem estar o mais próximo possível de uma realidade às vezes mais tensa, ridícula e exagerada do que a ficção. Público e atores sabiam que Nicole ia morrer e talvez por isso o autor tenha levado para a igreja quase toda a equipe médica do hospital em que ele se tratava do câncer fatal. Só esqueceu de montar na sacristia uma sala de emergência para atender a noiva que emocionada fatalmente passaria mal mesmo que não tivesse descoberto a traição do noivo e da suposta melhor amiga. Foi estranho ver no casamento personagens que Nicole sequer conhecia, mas como em novela tudo é possível...

Talvez os convidados que mal conheciam a noiva e o noivo tenham ido ao casamento por uma mórbida curiosidade já que a morte de Nicole era mais do que esperada e anunciada. O autor Walcyr Carrasco tinha prometido uma cena romântica, mas parece ter esquecido a promessa e exagerou na dose de dramalhão. Isso não invalida o bom trabalho que ele tem feito até agora, especialmente nas cenas que envolvem o personagem Felix e a “inteligência pura” Valdirene. Se dependesse apenas dos exageros (começaram no hospital) do casamento e morte de Nicole a novela “Amor à Vida” teria um título mais adequado se chamasse o “Amor à Morte”. O dramalhão da morte de Nicole foi mesmo de matar. (Eli Halfoun)

sábado, 6 de julho de 2013

Corruptor e corrupto devem ser algemados juntos

por Eli Halfoun
Parece que enfim o Congresso se mancou (falta se mancar em muitas outras coisas) e encontrou o melhor mecanismo para combater a corrupção: punir os corruptores. Sem eles, corruptores, não haveria corruptos ou eles seriam em número bem menor bem dos que existem em grande quantidade hoje. A decisão de punir empresas que proponham jogo sujo sem dúvida diminuirá muito as compras e vendas de pareceres, de contratos sem licitações transparentes e de várias outras mazelas (superfaturamento de obras públicas) que vivem sendo empurradas para debaixo do tapete. É difícil crer que assim a corrupção acabará porque, ninguém se ilude, a corrupção jamais acabará enquanto o homem não mudar os seus conceitos de “vencer na vida sem fazer força”. A decisão de punir empresas e não só as privadas, é uma grande ajuda no combate à corrupção, mas convenhamos que falta o principal: punir não só a chamada pessoa jurídica, mas também a pessoa física. Mesmo que amedrontada uma empresa privada ou um órgão público pense duas vezes antes de propor um jogo sujo sempre haverá uma pessoa física para passar por cima da lei e do medo e dar lugar para a ambição. Até porque o  corruptor pessoa física rouba tanto quanto o corrupto.Corruptor e corrupto andam de braços dados e nesse caso é preciso algemar os dois ao mesmo tempo. Assim continuarão de baços dados, mas impossibilitados de continuar agindo. Pelo menos por rum bom tempo, ou seja, enquanto o povo estiver de olho e nas ruas. (Eli Halfoun)

sábado, 1 de junho de 2013

“Bicha má” de “Amor à Vida” já é a boa do Facebook

Mateus Solano em Amor à Vida. Foto Tv Globo/Divulgação
por Eli Halfoun
O excelente trabalho do ator Mateus Solano repete em “Amor à Vida” o que Giovana Antonelli fez em “Salve Jorge” com a delegada Helô: Félix, que o ator define como a bicha má, tomou conta da novela e o sucesso se reflete fora do vídeo: a página do “Facebook” criada pelo ator como nome de “Felix Bicha Má” tem mobilizado os internautas: em apenas 48 horas teve 72 mil seguidores. Se continuar assim a bicha má será a bicha boa da internet. (Eli Halfoun)

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Paolla Oliveira enche a televisão de beleza (põe beleza nisso) e talento

Paolla Oliveira em Amor à Vida. Foto: TV Globo/Divulgação
por Eli Halfoun
A sabedoria popular costuma dizer que gosto não se discute. No caso de Paolla Oliveira (a Paloma da novela “Amor à Vida") não há mesmo o que discutir: ela é no momento uma unanimidade como a atriz mais bonita da televisão (páreo duro com Débora Nascimento). Também como diz a sabedoria, popular beleza não põe mesa e no caso de Paolla a beleza se une ao talento de uma jovem atriz que, se é verdade que ainda está aprendendo, é verdade também que, como já demonstrou em outras novelas, é bonita, simpática e tem talento. Certamente a novela lhe exigirá muito mais, o que não aparecerá como nenhuma grande dificuldade: ao longo de sua ainda pequena carreira ela tem mostrado que está pronta para fazer qualquer personagem com perfeição a ponto de fazer inclusive com que sua beleza não seja o ponto único e principal de sua presença no vídeo. (Eli Halfoun)

Patrícia de “Amor á Vida” abre o caminho de sucesso para Maria Casadevall nas novelas

Maria Casadevall, de Amora à Vida. Foto: TV Globo/
Divulgação
por Eli Halfoun
É sempre assim: uma novela estréia e imediatamente aparece uma atriz como revelação. A bola da vez é Maria Casadevall, a intérprete da personagem Patrícia. Ainda é cedo para dizer que a jovem e bonita atriz (tem um beleza diferente, sensual e forte, do jeito que os homens gostam) será mesmo a revelação maior da novela, mas por enquanto ela tem tido uma presença marcante que lhe permitiu mostrar um incontestável talento, o que não tenho dúvidas fará como que no futuro ganhe personagens com maior destaque. Agora com a Patrícia ela já marcou território.  Definitivo para quem nunca tinha tido experiência em novela. (Eli Halfoun) 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Vasco não constrói mais a torcida do futuro

por Eli Halfoun
O presente do meu Vasco é péssimo e o futuro nada promissor em termos de torcida. O Vasco está deixando de construir a torcida do futuro, ou seja, de atrair o entusiasmo e paixão da meninada como fez durante os seus 100 gloriosos anos. Só que, nesse caso, o passado não adiante nada. O presente mostra que a torcida não se empolga com o time que vive sendo derrotado, perde o entusiasmo de ir ao estádio torcer e perde a esperança. Nem mostra mais tanto interesse assim no noticiário sobre o clube que, aliás, os jornais publicam cada vez em menor espaço. Está ficando cada vez mais distante a época em que noticiário sobre o Vasco era obrigatório (havia o que dizer) e porque vendia jornal. O futuro se impõe como duvidoso: hoje é raro ver meninos usando com orgulho a sempre festejada camisa cruzmaltina. Os poucos meninos que ainda usam o uniforme o fazem por imposição dos pais e influência dos avós, o que convenhamos não adianta muito: quando crescerem e puderem fazer opções certamente os meninos torcerão por outro time porque e o Vasco de hoje não os entusiasma o de amanhã muito menos. Em futebol, o futuro só se impõe através de um bom presente. Hoje é mais fácil encontrar meninos usando camisas do Botafogo ou do Fluminense do que as do Vasco e Flamengo. A má fase do Vasco é um tiro nos sonhos de Roberto Dinamite de perpetuar-se como presidente do Vasco: um clube só é forte quando está bem financeiramente e tem um time que entusiasma. Não é no momento o caso do Vasco e nem do Flamengo, o que começa a ser um desgaste irrecuperável para o futebol carioca. (Eli Halfouin)

sábado, 20 de abril de 2013

A grande lição que vem dos humildes e humilhados

José Loreto, o Candinho, de Flor do Caribe. Foto TV Globo/Divulgação

por Eli Halfoun
A vida nos ensina diariamente que ouvir as pessoas mais humildes é uma das melhores maneiras de aprender e muitas vezes de reagir e de superar os obstáculos impostos pelo cotidiano. Em recente capítulo a novela “Flor do Caribe” mostrou o quanto uma palavra humilde e geralmente sábia pode ser poderosa: o inocente Candinho (bom trabalho do ator José Loreto) faz o menino Samuca que está triste por ter descoberto tardiamente (é sempre um cruel risco mentir e enganar as crianças) que tem um pai genético recuperar a alegria e encontrar o lado otimista da realidade (tudo fica sempre melhor quando se enxerga com otimismo). Candinho mostra para Samuca com a simplicidade que só os humildes conseguem preservar que ter dois pais é motivo de alegria e não de tristeza. É claro que nem sempre na vida real as coisas são tão simples assim, mas serão no dia em que aprendermos a ouvir mais de quem supostamente sabe menos e na verdade sabe sempre muito mais. O otimismo dos humildes e humilhados é a melhor lição que podemos aprender. Todos os dias. (Eli Halfoun)

terça-feira, 9 de abril de 2013

Daniela Mercury: sem medo de amar e ser feliz

Malu Verçosa e Daniela Mercury; Reprodução Internet

por Eli Halfoun
A corajosa união da cantora baiana Daniela Mercury com a também baiana jornalista Malu Verçosa está mostrando várias coisas: a primeira é a que se faz cada vez mais necessário assumir a vida do jeito que se quer viver e sem medo de ser feliz. A segunda mostra com clareza que as pessoas, especialmente as que escolhem uma opção sexual, que começa a ser entendida, mas ainda não plenamente aceita, estão perdendo a oportunidade, a possibilidade e o direito de encontrar a felicidade. A opção sexual de Daniela Mercury certamente não é uma novidade para os que a conhecem bem e o fato da mídia estar focalizando o assunto com exagero coloca novamente em discussão o assumir ou não assumir, ou seja, ser ou não ser.
 Daniela Mercury apenas gritou seu amor para o mundo ouvir e parece que seu grito atingiu muita gente como se fosse um tiro. Ninguém deve ter vergonha de amar, mas as pessoas estão cada vez mais amedrontadas diante do amor, seja o hetero ou o homossexual. É como diz o jornalista Luiz Caversan: “Revelar o amor no século 21 é considerado um ato de coragem. Tem-se tratado aqueles que dizem em alto e bom som que amam (uma pessoa do mesmo sexo, que seja) como se fossem heróis” Daniela Mercury não teve medo do amor e só ama por inteiro quem não tem medo de amar, independente da opção sexual, que me parece até um amor mais intenso porque além do medo precisa vencer muitos obstáculos. Daniela mostra que por amo é preciso ir à luta. (Eli Halfoun)

terça-feira, 19 de março de 2013

Giovana Antonelli é a verdadeira protagonista de “Salve Jorge” com a delegada Helô


Giovanna Antonelli, a Helô, de Salve Jorge. Foto de Frederico Rozário/TV Globo/Divulgação
por Eli Halfoun
Nem sempre a atriz escalada para o papel supostamente principal é a protagonista da trama de uma novela. A mudança se dá quando o autor muda o andamento da novela em busca de situações que atraiam o telespectador. Está acontecendo em “Salve Jorge”: as modificações feitas pela autora Glória Perez que transformou “Salve Jorge” em uma novela policial fazem com que a personagem Helô, a delegada interpretada por Giovana Antonelli se transforme a cada capítulo na nova protagonista da novela. Isso não significa que a atriz Nanda Costa não esteja fazendo um bom trabalho como a Morena: a personagem continua tendo fundamental importância na trama, mas a delegada tomou conta do pedaço porque é ela revelará a verdade. Também na digamos seqüência romântica a relação de Helô com o ex-marido Stenio (Alexandre Nero) passou a ser o foco central lembrando muito as ações dos personagens do seriado “A Gata e o Rato”. O sucesso de Giovana Antonelli parecia inevitável: é uma atriz experiente, carismática, bonita, natural e na trama ganhou o reforço der um guarda-roupa hoje cobiçado pela maioria do público feminino. A verdade é que com a necessidade de dar mais ação para a novela os dois inicialmente protagonistas (Nanda Costa e Rodrigo Lombardi) perderam força e o que interessa agora ao público é saber como a delegada Helô conduzirá as investigações para acabar com a quadrilha liderada por Lívia (Claudia Raia). Pode ser que com o nascimento da filha de Morena (que se chamará Jéssica) Morena e Theo voltem a ter alguma importância na trama, mas por enquanto a dona da bola é Giovana Antonelli. Destaque também para os trabalhos de Totia Meireles como Wanda e de Dirá Paes fazendo uma Lucimar intensa, sofrida e absolutamente popular. O resto só está ali para fazer número e compor o imenso elenco da novela, o que, aliás, atrapalhou um bocado. (Eli Halfoun)