Na Idade Média, as famílias usavam palhas no chão de suas casas para ocultar e diminuir o mau cheiro decorrente dessas necessidades. No final do século XIX e no ínicio do século XX, nos sobrados de beira-de-rua, como não tinham quintal o uso urinol era largamente explorado e quando estavam cheios o seu conteudo era imediatamente jogado, a qualquer hora do dia ou da noite, pela janela de suas casas, indo cair no meio da rua, não raro atingindo algumas pessoas, que por falta de sorte, passavam pela rua naquele trecho e naquela hora, deixando-as emprequetadas dos pés à cabeça.
Com o tempo, a modernização dos costumes e da arquitetura levou para dentro das casas a famosa "Casinha". Sim, foi para dentro das casas mas, como o seu último cômodo, em compensação ganhou um elegante vaso sanitário no lugar do primitivo buraco. Os banhos de corpo inteiro continuaram a ser tomados em elegantes bacias dentro dos quartos de dormir. Mais tarde vieram as banheiras, com pinturas agrestes nos seus lados, que pudemoa apreciar nos filmes de "far west" americanos, onde os mocinhos se lavavam apreciando um charuto, acompanhado de doses de uísque e o inseparável "Colt 45" pendurado em uma cadeira ao alcance de sua mão.
Mas, o mundo caminha a passos muito largos. Diante da modernidade que velozmente modificava o comportamento da sociedade, o homem entendeu, que a "Casinha" – agora com um novo nome, passou a ser chamada de "Banheiro" – deveria não só estar dentro de casa como o seu lugar certo seria dentro do quarto de dormir. E assim foi e hoje temos banheiro em todos os quartos de dormir.
Dessa maneira o homem se vingava do castigo de por séculos se ver obrigado a usar um buraco dentro de uma "casinha", fora do abrigo de sua casa, enfrentando um sol abrasador ou temporais diluvianos para satisfazer as suas necessidades fisiológicas.
Um comentário:
Taí, debarros, gostei dessa crônica. Já reparou que é um tema pouco abordado? Qual é o problema? Cronista de jornal tem medo da natureza humana? Falando sério, outro dia vi um livro ilustrado com uma detalhada história da camisinha desde quando pele de carneiro era o látex da época. Será que alguém já fez um livro sobre a arquitetura e sociologia da "casinha" através da história? Como há gosto pra tudo, os senadores romanos transformavam o ato fisiológico em uma performance coletiva em latrinas enfileiradas. Pode ser uma idéia para o pessoal de Brasília: é só levar as "casinhas" para o plenário, rs,rs,rs
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