sábado, 31 de outubro de 2020

De Sean Connery para a Justino Martins: "Sensibilizado com a acolhida que a Manchete tem dado aos meus filmes"






por Ed Sá
Sem ameaças de espiões, sem vilões ao redor, Sean Connery morreu dormindo, hoje, em casa, nas Bahamas. Completou 90 anos em agosto último.

No auge do sucesso da série 007, o ator deu pelo menos duas entrevistas a Justino Martins, exclusivas para a Manchete. Uma nos estúdios da Pinewood, a 30km de Londres, e outra em Cannes. 

Em 1965, quando filmava no Caribe "007 Contra a Chantagem Atômica", Sean Connery enviou para a Manchete fotos das filmagens, entre as quais as duas acima reproduzidas: quando se preparava para uma cena de mergulho e em um momento de sorte grande, talvez até de glória, ao tirar um espinho do pezinho da Claudine Auger. 

O portador do material foi Adolfo Celli, o ator e diretor italiano que morou no Brasil, dirigiu o Teatro Brasileiro de Comédia, participou da Companhia Cinematográfica Vera Cruz e foi casado com a atriz Tonia Carrero.

Junto com as fotos, Sean Connery mandou um bilhete para Justino no qual elogiava a revista e prometia vir ao Brasil um dia. Promessa que, infelizmente, não se realizou. O 007 até veio ao Rio de Janeiro, mas já interpretado pelo ator Roger Moore que, em 1979, passou duas semanas na cidade filmando '007 Contra o Foguete da Morte.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Nos tempos da Frei Caneca: O Rei e o paletó do Ledo Ivo • Por Roberto Muggiati


Na reprodução, Roberto e Erasmo Carlos posam para a fotógrafa Eveline Muskat, da Manchete, em frente ao antigo Cine Bruni Flamengo, que estreava o filme Help, dos Beatles, em 1965. 

Novembro de 1965: O segundo filme dos Beatles, Help, estreava no Rio e eu estreava na Manchete. Depois de uma tranquila carreira na Gazeta do Povo, iniciada aos 16 anos na minha Curitiba natal, e de dois vitoriosos anos no Centre de Formation des Journalistes em Paris e três anos no Serviço Brasileiro da BBC em Londres, eu me via na estaca zero da profissão e num outro país: o Brasil da ditadura militar. Nada mais hostil a mim, descendente de velhos anarquistas italianos. 

Na Manchete, um estranho no ninho, fui encaixado na categoria de repórter especial porque falava várias línguas. Mas nada disso importava. Naquela casa de loucos, a ordem era o caos. Foi assim que, à hora do almoço num dia do fechamento da revista, recebi a incumbência de entrevistar Roberto Carlos sobre o novo filme dos Beatles. Como chegar ao Rei, que começava a se tornar uma figura inacessível? Naquele justo momento ele estava gravando seu programa na Rádio Guanabara, num arranha-céu da Cinelândia ao lado do Teatro Municipal. Tive de romper a barreira de uma turba de tietes (já não as chamavam mais de macacas de auditório) até chegar ao Rei. Ao contrário do que eu temia – e com uma simplicidade plebeia – topou me acompanhar até o Cine Bruni, na Praia do Flamengo, onde passava Help. Erasmo Carlos, seu parceiro no programa Jovem Guarda, da Record, que estreou em agosto daquele ano, também tripulava o conversível. A tarimbada fotógrafa Eveline Muskat sabia que tipo de imagem emplacava página dupla na revista e ordenou a RC que ficasse de pé no seu carrão conversível, com os braços abertos para a marquise ao fundo da foto com as letras garrafais HELP • SOCORRO • OS BEATLES. 

Ledo Ivo 

Agora era só voltar à redação e “bater” a matéria na velha Remington. Tarefa aparentemente fácil, se não envolvesse os novos deuses da canção, no caso o Rei em pessoa. Pouco tempo depois, Chico Buarque estourava com A Banda e a Manchete encomendou um perfil literário do jovem “cantautor” ao poeta Ledo Ivo, renomado tradutor de Rimbaud (autor de Le Bateau Ivre, que os invejosos da redação chamavam de Le Bateau Ivo.). 

Inseri o nome do Ledo Ivo porque ele é praticamente o personagem principal dessa história. Repórteres de elite como ele e outro poeta, Homero Homem, costumavam chegar à redação por volta das onze horas, tomar uns cafezinhos, jogar conversa fora e subir para o almoço no oitavo andar às treze horas. Não havia ar condicionado em Frei Caneca e ventiladores com pás enormes como hélices de avião, tentavam em vão aliviar o calor. Ao chegar, os jornalistas imediatamente se desfaziam dos seus paletós, que colocavam em cabides num closet à entrada da redação, Quando parti esbaforido atrás de Roberto Carlos, peguei às pressas meu paletó de tropical cinza e o vesti atabalhoadamente enquanto embarcava no carro da reportagem que nos levaria na caça ao Rei. Só nos corredores da Rádio Guanabara, ao levar a mão ao bolso em busca do meu caderninho de notas, me dei conta de que tinha pegado o paletó errado. O tropical cinza superpitex ejetou uma polpuda e surrada carteira de couro preta, com todos os documentos, dinheiros, talões de cheque e fotos de família a que tinha direito. Numa das fotos, Ledo e Leda, o casal. Apavorei. 

Ô cara azarado! Eu tinha de pegar logo o paletó do Ledo Ivo! Alagoano com fama de mau de humor e bom de peixeira, autor do romance Ninho de cobras... Aquela gafe certamente iria dar pano pra manga no meio jornalístico, entraria sem dúvida para o anedotário dos focas. 

De volta à redação, senti um sopro de esperança: os comensais ainda não haviam voltado. Adolpho Bloch caprichava nas suas cozinhas e dizia que “a Manchete era um grande restaurante que, por acaso, imprimia revistas...” Recoloquei cuidadosamente o paletó da discórdia no seu cabide e respirei aliviado. Ledo Ivo entrou para a Academia Brasileira de Letras – seu grande sonho – na sua 9ª tentativa, em 1986. Imortal, morreu em Sevilha aos 88 anos, em 2012, sem nunca ter chegado a saber das aventuras em que o seu paletó havia se metido meio século antes naquela conturbada hora do almoço em Frei Caneca.


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Sem plano, governo brasileiro impulsionou a pandemia e não poupou empregos nem vidas...

Um leitor do Intercept teve a curiosidade de procurar no sistema de acesso à informação do governo federal uma cópia do plano nacional para enfrentar os efeitos econômicos e sanitários da Covid-19. Durante quatro meses buscou qualquer indício de um planejamento sério para enfrentar uma das piores tragédias da humanidade. Ao fim da saga, recebeu do governo federal uma resposta lacônica porém sincera: 

"Em que pese as justificativas outrora formuladas, cumpre elucidar que não há especificamente um 'plano nacional utilizado para tratamento dos efeitos econômicos e sanitários causados pela pandemia' para que dele seja fornecida cópia". 

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO INTERCEPT BRASIL AQUI

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

"Pai tá on": no novo filme de Borat, Rudy Giuliani, advogado e conselheiro de Trump, cai em pegadinha, se empolga com falsa repórter, passa a mão na menina e mete a mão na cueca...

A "repórter" Maria Bakalova e Rudy Giuliani, conselheiro de Donald Trump

A atriz tem 24 anos, mas aparenta bem menos. 

"Entrevista" em clima descontraído
Tão descontraído que rolaram uns drinques.

Nesta cena, a mão de Giuliani se desgoverna e toca no corpo da "repórter".

Aqui, o ex-prefeito de Nova York dá uma ajeitada na cueca...

...que parece difícil de organizar. 
É quando Borat invade a suite, finge advertir Giuliani assustado, e avisa que a "repórter" 
é menor de idade. 


por Ed Sá 

Rudy Giuliani, ex-prefeito de Nova York, aliado e um dos advogados de Donald Trump protagoniza uma cena comprometedora em Borat 2, o novo filme do comediante Sasha Baron. 

Na sequência reproduzida acima, a atriz Maria Bakalova interpreta o papel de Tutar, filha do Borat. Ela finge ser repórter de um veículo conservador e pede uma entrevista ao advogado e conselheiro de Trump. No começo da "entrevista", Bakalova oferece um drinque a Giuliani e os dois vão para uma suíte já equipada com câmeras onde a conversa prossegue. 

De saia curta e pernas cruzadas, a "jornalista" tem toda a atenção do "entrevistado". 

O clima vai se descontraindo, o operador deixa suite e Giuliani, sem saber das outras câmeras instaladas no ambiente, parece ficar mais à vontade. Deve ter pensado: "papai tá on, é hoje que eu vou me dar bem". Assim como quem não quer nada, dá uma passadinha de mão na Bakalova, que tem 24 anos, mas aparente bem menos.  No frame seguinte, sabe-se lá porque, Giuliani se reclina na cama, mete a mão nas calças e dá uma ajeitada no "trump" que aparentemente pende desconfortável na cueca. Com a temperatura subindo na suíte, Borat, que estava escondido na suíte o tempo todo, entra de repente e "adverte" o político. "Ela tem 15 anos! É muito velha para você!", diz, diante de um Rudy Giuliani estupefato. Ou, talvez, frustrado.  O ex-prefeito não reconheceu o ator na hora e chegou a acionar a polícia achando que era um assalto.

O caso ganhou destaque nas redes sociais. Trump disse que não achou engraçado. Giuliani jura que meteu a mão a cueca apenas para procurar o microfone. Não comentou a mão boba na "repórter". E disse que não fez nada de errado.

Chile - Demorou, mas chegou: Constituição de Pinochet vai para o lixo

 


A mídia mundial noticia com destaque a grande vitória do povo chileno. Um passo histórico que milhares de jovens conquistaram nas ruas. Muito pagaram alto preço ao enfrentar a polícia ainda viciada pela violência que a ditadura inoculou.  

A foto diz tudo sobre a comemoração.

E Pablo Neruda diz muito mais: "Poderão cortar todas as flores, mas não poderão deter a primavera."   

Não é quintal. É o "reich" norte-americano...

Reprodução Twitter

A maioria dos países da Américas do Sul e Central é politicamente coreografada por Washington. É como se fosse uma trágica chorus line comandada pelo Departamento de Estado. Da Segunda Guerra Mundial para cá, principalmente, a intervenção vem em ondas semelhantes que se espalham pelo continentes. 

Vejamos: tivemos a onda dos golpes militares com a instalação de ditaduras sangrentas. Nicarágua, Brasil, República Dominicana, Argentina, Uruguai, Bolívia, Paraguai, Peru, Chile... o mesmo modelo autoritário - com militares e torturadores treinados pelos americanos - foi imposto a esses países e, série. 

Quando se tornou impossível manter a liga de ditadores, até por causa da reação da opinião pública nos Estados Unidos, vieram as instruções políticas. Uma delas, a implantação do segundo turno nas eleições presidenciais, como uma forma de impedir ou retardar ao máximo a vitória de candidatos da esquerda e facilitar coligações da direita. Com o tempo, esse modelo intervencionista se esgotou. Candidatos fora do figurino conservador conseguiram a difícil maioria. A onda seguinte foi o golpe "institucional" mascarado por decisões do Legislativo e Judiciário de vários países. Em vez de levar militares para treinamento, como nas décadas de 1970 e 1980, os Estados Unidos conduziram levas de juízes e procuradores para fazer estágios e receber instruções de autoridades americanas. A estratégia para mobilizar a opinião pública? O alegado combate à corrupção, com foco dirigido e poupando as forças políticas corruptas aliada que aliás, permaneceram roubando nos pós-golpes nesses países (os desvos de milhões em verbas para combater a Covid-19 são exemplares nesse sentido). A nova temporada de golpes sob aparência legal atingiu Honduras, Equador, Paraguai e novamente o Brasil, com forte apoio das mídias conservadoras desses países. A esse estilo de golpismo do novo milênio acrescente-se agora o sistema de manipulação das redes sociais, de mentiras, de "narrativas, de impulsionamento massivo de fake news inaugurado pela eleição de Donald Trump e ascensão da direita radical e neofascista. Tal modelo foi adotado no Brasil por Bolsonaro e suas milícias para a ascensão do neofascismo. A balança da história parece pesar para o início de uma recuperação dos valores democráticos no continente simbolizado pelas eleições na Argentina, na Bolívia e pelo plebiscito que enterra a constituição herdada da ditadura assassina e corrupta de Pinochet. 

sábado, 24 de outubro de 2020

Foi na Manchete Esportiva - Racismo estrutural? Para Nelson Rodrigues, Pelé era um "'garoto de cor'", mas racionalmente nobre"...


Crônica publicada na Manchete Esportiva, 
número 136, em junho de 1958.

Racismo estrutural é uma expressão que ganha força nas redes sociais. Define as manifestações culturais, históricas ou da vida social que naturalizam o preconceito. Não era um termo usado em 1958, quando Nelson Rodrigues escrevia na Manchete Esportiva sobre a Copa do Mundo da Suécia. 

O escritor e dramaturgo, que naquele mesmo ano chamou Pelé de "rei" pela primeira ver, pisou na bola ao comentar a atuação de Pelé no jogo contra País de Gales, quando o caçula da seleção fez o gol que classificou o Brasil para as quartas-de-final. E tudo por causa de um "mas". Veja o trecho. "E pergunto: como esquecer que foi Pelé, um garoto de cor, dos seus 17 anos,  quem nos arrancou. ontem, da nossa agonia e de nossa morte?"Garoto de cor", disse eu. Mas um tipo racionalmente nobre, como Didi, por exemplo. Pelé em ação, dentro do campo, tem, na sua corrida, a cadência de certos cavalos de charrete, com perdão da imagem".

Mesmo sem a intenção de ofender - ao contrário, a crônica é uma exaltação a Pelé - Nelson usa o eufemismo "garoto de cor" e ainda emprega a infeliz conjunção adversativa mas. Com isso, da frase entende-se que Pelé é preto mas é racionalmente nobre. 

Hoje, uma crônica dessas agitaria as redes sociais. 

Ainda bem. 

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Pelé, 80 anos. Na Manchete Esportiva, em 1957, uma história pouco conhecida de quando o jogador ainda era chamado de Pelê...

 

Na foto, Pelé já entre as feras do Santos: Alvaro, Pepe, Pagão e o técnico Lula. Ektachrome, como se dizia na época, 
de Ivo Barreti. Clique na imagem para ampliar.

A Manchete Esportiva cobriu os momentos iniciais da carreira de Pelé. O arquivo desaparecido da Bloch guardava imagens valiosas dos primeiros gols do craque, ainda reserva no Santos, em jogos contra times cariocas. 

Ele tinha apenas 16 anos quando a revista começava a chamá-lo de craque e publicava fotos de alguns dos seus gols no Maracanã. A reprodução acima é a primeira matéria dedicada integralmente ao jogador. Uma página apenas, das milhares que o focalizariam nas revistas Manchete, Fatos & Fotos e na própria Manchete Esportiva

O repórter José Carlos Stabel conta na matéria uma história curiosa. Pelé, que a revista ainda grafava como Pelê,  tentou a sorte em vários clubes antes de chegar ao Santos. Um desses clubes foi o Palmeiras que lhe deu permissão para treinar no Parque Antártica. O então técnico, Aimoré Moreira, que depois se tornaria um dos admiradores do menino, não estava presente: treinava no Pacaembu a seleção paulista. Coube a um diretor que a história não registra o nome ver e não gostar do que viu. Ao fim do treino, mandou Pelé embora. Antes entregou ao garoto uma nota de 20 cruzeiros para a passagem (hoje, valeria centavos). Valdemar de Brito, que descobrira o jogador ao vê-lo em uma pelada em Bauru, resolveu então levá-lo para o Santos. Na Vila Belmiro, o  treinador Lula não precisou de muito tempo para recomendar a contratação de Pelé. Um ano depois, impressionando estádios, ele ganhava 6 mil cruzeiros por mês. "Eu sabia que um dia acabaria acertando num clube", disse Pelé à Manchete Esportiva. O resto da história é... História.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Pela primeira vez em 97 anos, a revista TIME muda o logotipo. E por uma causa nobre. Incentivar os democratas a compareceram às urnas para dar um chute no traseiro de Donald Trump


 

Mídia tentou esconder as nádegas...

Do Reprodução/Estadão. Clique na imagem para ampliar

por Ed Sá

A imprensa internacional deixou a cueca de lado e deu o nome ao nome: nádegas. 

A mídia brasileira, mais pudica, fica corada com palavras que imagina não serem pronunciadas nas salas de visitas dos "homens de bem" e adotou a forma que não embaraça os (as) comentarista: cueca. É o assunto da crônica do Veríssimo. 

Bastaram alguns dias passados do instantes que em a PF recolheu da bunda congressual as cédulas contaminadas por coliformes fecais para o Brasil ver que o senador Chico tem o lombo largo e obteve apoio institucional. 

Durante dois dias e noite, próceres do Senado Federal e do STF dialogaram sobre como aliviar o imbroglio nacional. Finalmente, foi feito o que pode ser chamado de Acordão das Nádegas, como  certamente constará dos anais de ambas as Casas. 

O Chico das Nádegas tira uma licença, a Comissão de Ética do Senado permanece congelada, o filhão do senador, que por acaso é suplente do "paipai" assume a cadeira. 

E vida que segue na pátria amada, até cuecas, nádegas, sovacos, virilhas e outras dobraduras e orifícios voltem ao noticiário. Quando, não se sabe. Mas que virão é certo.


quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Twitter da Biblioteca Nacional compartilha a memória da Revista Manchete


Ao digitalizar e disponibilizar para o público a coleção completa da Revista Manchete, a Biblioteca Nacional prestou um serviço inestimável à memória do jornalismo. Além disso, como o arquivo fotográfico da Bloch, que guardava milhões de imagens, foi arrematado em leilão e desapareceu, é a seção de periódicos da BN que preserva, digitalizadas, pelo menos as fotos que foram publicadas entre 1952 e 2000. Agora, via twitter, a instituição compartilha documentos do seu vasto acervo de
 informações culturais, literárias, manuscritos, a Brasiliana Fotográfica e, eventualmente, matérias da Manchete, como essa de Grande Otelo. Veja a reportagem completa AQUI

Governo esconde a verdadeira inflação que bate no seu bolso

 

Da Folha, hoje. Delfim Neto, ministro da Fazenda na ditadura, foi acusado de manipular índices e preços para disfarçar a inflação que avançava. A trama da época parece brincadeira de criança diante do que é feito atualmente. Para não ter que a toda hora maquiar a inflação, os economistas criaram a cesta de produtos que servem de base para calcular a desvalorizão da moeda. Com isso, a manipulação do Delfim foi na prática institucionalizada. A carne subiu demais? Tira da cesta. O óleo de soja disparou? Sai pra lá. O gás de cozinha está nas alturas? Esquece. Por isso, o atual índice da inflação mensal está muito longe de ser equivalente ao que some do seu bolso nos supermercados, que registram só em setembro alta de mais de de 6% 30% em determinados produtos. A vida real não tem a ver com a fantasia dos economistas. Na conta da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, o Índice de Preços dos Supermercados registrou alta de 2,24%. No mesmo mês, o IPCA, índice que o governo usa para calcular a inflação teve alta de apenas 0,64%. Entendeu?

terça-feira, 20 de outubro de 2020

"Pijama do Getúlio" do futuro, a cueca do senador Chico vai para o acervo do atual governo em museu da República para as gerações do amanhã...


O momento exato em que a grana é sacada das profundezas da cueca do senador Chico. A peça íntima histórica será preservada em museu. Vê-se o poderoso "cofrinho", uma nota surgindo e as mãos enluvadas dos homens da lei em heroica missão . A foto é da PF.

por O.V.Pochê

Este escriba, em importante contribuição à memória nacional, lança uma campanha. Sei que a cueca do senador Chico foi apreendida pela PF e faz parte do conjunto de evidências do crime de corrupção. Mas a Justiça costuma incinerar provas ao fim dos processos. O Brasil espera que a cueca em questão seja preservada. É símbolo de uma época. Deve ir para um museu, tal qual o pijama de Getúlio.

As futuras gerações têm o direito de saber o que estamos vivendo. Não podemos guardar só para nós. 

Uma estátua de cera do Queiroz? Indispensável. Caixas de cloroquina? Um prateleira didática só com o medicamento que, segundo o governo, curou milhões de brasileiros. Só perde para o vermífugo. Na área de audiovisual, o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril de 2020. História pura. A devastação da Amazônia e do Pantanal motivará uma sala especial do museu, em cuja entrada estará eternizado em bronze o Boi-Bombeiro que, de acordo com a ministra da Agricultura e o ministro da Economia combate o incêndio nas matas. Na ala interativa Pega na Mentira, um das maiores do museu, o visitante poderá acessar todas inverdades do elemento titular do Planalto. Outra atração dessa ala é a recriação goiabeira da ministra Damares, que os visitantes poderão escalar. 

Na área de eventos policiais, um material histórico recuperado dos arquivos da polícia de Sevilha: pacotes de cocaína que foram levados para a Espanha no avião presidencial. No mesmo corredor do museu, a simulação digital do famoso atentado: é a Sala da Facada. Na Sala da Memória Contábil estarão lado a lado os caixas eletrônicos que disparavam a grana da mutreta da Raspadinha e uma cortina de cheques que voaram em direção ao clã. Ao fundo, uma loja de chocolate por motivos óbvios. 

A Sala da Milícia exibirá armas e métodos da agremiação. Também terá recursos interativos: o visitante poderá simular assassinatos, sequestros e experimentará a sensação de extorquir comerciantes e moradores dos bairros. A invasão da Venezuela, com fotos do general Heleno a cavalo, brandindo a espada, entrando triunfalmente em Bogotá, estará representada na Sala de Guerra. Já a Sala da Cultura preserva o cenário nazista e discurso de um secretário em áudio que registra frases copia e cola do Goebbels. Na outra ponta, Regina Duarte em boneco animado de cera que fica repetindo frase histórica e empolgada ao ser demitida e saber que ia ganhar outra boquinha: "gente, vou fazer cinemateca!"  

Fotomemória da redação: Manchete engraxando coturnos...


A foto acima foi publicada na Manchete com data de capa de 25 de outubro de 1980. Na década de 1970 a revista passava vexames jornalísticos para não dizer outro nome, como esse, ao cobrir um encontro de ditadores sem um linha crítica sequer. 

Quarenta anos depois, Manchete virou memória, o general Figueiredo cavalgou para o inferno, Pinochet virou fast food para vermes, mas o que essa foto simbolizou está de volta ao Brasil: autoritarismo, democracia ameaçada, Justiça cooptada, militares em postos importantes, amigos do governo nadando em corrupção e cueca abonada pontificando no noticiário. Antes de ser o ditador de plantão, Figueiredo foi chefe do SNI, a Gestapo do regime. Na época, seu trabalho era dividir o país entre "bons" e "maus" brasileiros. Não por acaso, nesses dias, outro general de plantão no Planalto fez o mesmo: admitiu oficialmente que espiona compatriotas para caçar "maus brasileiros". 

A matéria da Manchete exagera na cara de pau e destaca "os aplausos do povo chileno a Figueiredo". Difícil acreditar, a não ser que "povo" seja lido como claque de apoiadores das ditaduras. Lá e cá. 

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Franceses protestam contra o bárbaro assassinato do professor Samuel Paty. Liberdade de expressão acima de tudo...

Manifestação na Place de la République., Paris Foto: Reprodução TV France 2

Os franceses foram às ruas homenagear Samuel Paty. O professor foi degolado por um fanático religioso. O motivo do ato bárbaro: durante uma aula em que falava sobre liberdade de expressão, ele exibiu caricaturas de Maomé. Era uma referência ao mesmo motivo pelos quais terroristas islâmicos, incentivados por líderes religiosos radicais, assassinaram dezenas de pessoas na redação do jornal Charlie Hebdo e em atentados em vários locais de Paris. 

O Brasil parece distante dessa problemática. Mas nem tanto, guardada, por enquanto, as proporções, o alvo, a liberdade de expressão, é o mesmo. Por motivos religiosos, terroristas atacaram a bomba a sede da produtora Porta dos Fundos. Por fanatismo, evangélicos intolerantes ameaçam e depredam com frequência terreiros de candomblé e umbanda. Por não tolerar a liberdade de expressão, uma associação católica processa o mesmo grupo de humoristas e pede uma grana preta na Justiça, alegando que ironizaram a bíblia. E pastores da igreja Universal deflagram centenas de processos contra o escritor J.P. Cuenca. 

O professor francês foi assassinado por levar aos seus alunos um pilar constitucional da França: a liberdade de expressão, o mesmo direito que está gravado na Constituição brasileira. Direito que ora juízes, ora radicais e ora terroristas assumidos tentam torpedear na frágil democracia brasileira. Aqui, a maré da intolerância sobe sem obstáculos. Na França, o povo protesta contra o assassinato de Paty e o governo anuncia providências: a expulsão do país de religiosos radicais que incitam seguidores a usarem o livro "sagrado", sem dispensar facas, fuzis e bombas. O presidente Emmanuel Macron, que pretende expandir uma frente de combate ao terrorismo, recebeu a família do professor e lideranças islâmicas que se opõem aos radicais. 

Parodiando a frase do poeta inglês John Donne imortalizada por Ernest Hemingway no livro "Por quem os sinos dobram": não pergunte por quem os franceses protestam. Eles protestam por ti.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Vai visitar Pompeia? Um alerta: roubar pedaços de azulejos, cacos de ânforas e lascas de cerâmica dá azar.

O trabalho paciente dos arquélogos é permanente em Pompeia. Cada lasca de azulejo ou cerâmica levada como souvenir pode ser uma peça do quebra-cabeças que a cidade ainda esconde. Foto: J.E.Gonçalves 

Percorrer as ruas de Pompeia é, ao mesmo tempo, conhecer o urbanismo romano e ver os sinais de uma catástrofe que matou milhares de habitantes e deixou um dramático testamento do modo de vida da população. 
Foto: J.E.Gonçalves


Um simpático pé sujo em plena Pompeia. A mais recente descoberta do pesquisadores indica que a cidade praticava um tipo de reciclagem. Ânforas quebradas em uma sexta-feira mais quente, a Veneri Dies, não por acaso em homenagem à deusa Vênus, isso mesmo, a do amor, que sextava na época como até  hoje, viravam matéria prima. Foto: Jussara Razzé

 
Parte da mansão de um privilegiado. Talvez de um comerciante ou de um funcionário comissionado de Roma. 
Foto; J.E.Gonçalves 


Uma das vias da cidade. Seria a Dias Ferreira de Pompeia? Foto de J.E.Gonçalves

A Arena de Pompeia. Não foi obra dos turistas larápios, mas observe que o lado esquerdo da arquibancada perdeu todos
os degraus. Foto de J.E.Gonçalves


por José Esmeraldo Gonçalves

O jornal La Reppublica publicou há poucos dias uma curiosa reportagem sobre um pacote enviado ao Parque Arqueológico de Pompeia, no sul da Itália. Dentro da caixa que cruzou o Atlântico, pedaços de mosaicos, parte de uma ânfora e algumas peças incompletas de cerâmica. O material correspondia a objetos roubados anos atrás. Os dois canadenses que remeteram o pacote anexaram cartas onde explicaram que eram jovens ao roubar as peças. Na época, queriam apenas ter raras lembranças da visita a um local histórico. Só que o souvenir, segundo eles, fez suas vindas entrarem em uma maré de azar de doenças e perdas financeiras. Por terem sido recolhidas em um local onde milhares de pessoas enfrentaram sofrimento e morte, as peças carregavam muita energia negativa, na visão dos canadenses azarados. As populações de Pompeia e Herculano foram soterradas por uma erupção do Vesúvio de proporções catastróficas, em 79 dC.

Os arqueólogos agradeceram e adorariam que muitos outros turistas seguissem o exemplo dos canadenses arrependidos, que pediram perdão às autoridades, "aos deuses romanos", e devolveram a muamba. 

Qualquer lasca de pedra de Pompeia conta uma história. Também há poucos dias The Guardian ouviu pesquisadores italianos que encontraram evidências de locais que reciclavam material. Pompeia tinha até seus catadores. A descoberta de uma espécie de aterro sanitário fora das fortificações da cidade reforçou essa tese ambiental de reutilização de material. 

À parte a experiência única de caminhar sobre um passado remotíssimo, percorrer as ruas de Pompeia é encontrar em vários sítios grupos de pesquisadores de universidades de vários países em permanentes escavações. Para eles, muito além dos que os turistas podem ver - e, de preferência, não roubar - as ruínas e o subsolo ainda escondem muitas respostas. 

Vice-lider de Bolsonaro deposita dinheiro no "pix" do BB, o Banco do Brioco




As redes sociais se divertem com a inusitada criatividade do senador que tentou esconder dinheiro no rabicó. 
Reproduções Twitter

por O. V. Pochê 

O senador Chico Rodrigues (DEM) deu uma rosca na internet ontem e quase fez explodir os trend topics. Primeiramente, ele fez o Brasil rir em um momento de tristezas. Ninguém lhe tira esse mérito. 

A corrupção da dobradinha empresários+políticos já registrou dinheiro na cueca, montanhas de malas de dinheiro em apartamento, mochilas cheias de propina e gaveteiros lotados de maços de notas. 

Agora, dinheiro nas nádegas e no "pix" do fioto é novidade. Alvo de uma operação da PF que apura desvios de recursos públicos destinados ao combate à pandemia, o senador tinha em casa cerca de 100 mil reais. Quando a Dona Justa chegou na casa do indivíduo, ele fez uma rápida transferência de 30 mil reais para uma conta improvisada entre nádegas. Chico atochou na região o montante na esperança de escapar com um troco após a vistoria dos agentes. Segundo a revista Crusoé, que deu esse furo (nada a ver com o equivalente senatorial), o dinheiro teria saído carimbado de matéria fecal. Chico Rodrigues é vice-líder do governo no Senado, é parceirão de Bolsonaro (o elemento presidente já afirmou que tem praticamente uma "união estável" com o das nádegas), a ponto de ter dado uma boquinha remunerada a um parente dos Bozorocas. 

Não será surpresa se for revelado que ao saber que os bota-preta tocavam o interfone e pouco antes de apressadamente depositar a grana nas nádegas flácidas, o senador tenha recebido uma mensagem muito clara: "Sua excelência, vai dar merda". Deu.

Os brasileiros pedem encarecidamente ao Banco Central para não devolver as referidas cédulas à circulação.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Essa foto incomodou anormais moralistas e religiosos. Galera, tira o atraso!

O decote de Sanna Marin, Primeira-Ministra da Finlândia irritou pessoas sexualmente doentes e que precisam de ajuda. Foto: Reprodução Instagram.

Ninguém duvida que os tempos são chatos, medíocres, repulsivos, fascistas e tristes. E não é apenas por conta da Covid-19. Milícias religiosas, conservadoras, xiitas, ideológicas e corruptas enchem sacos e ovários dos demais cidadãos e cidadãs. Há pouco, o alvo foi a garota de biquíni no Leblon. 

Dessa vez, a vítima das redes inquisitoriais estava bem mais longe: foi a primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, Os anormais que não podem ver uma mulher sensual dispararam críticas sexistas incomodados pelo blazer aberto da política. Toda a reação doentia veio por causa de uma foto publicada no Instagram da revista de moda Trendi onde ela aparece, em casa, vestindo um blazer levemente decotado. Os e as sexualmente problemáticos (as) entraram em parafuso mental. Ficaram louquinhos (as). O decote da Marin levou internautas mais cedo ao inferno, outros viram a foto e sentiram vontade imensa de se auto chicotearem em punição extrema ao som de orações. Alguns sonharam que se afogavam no Jordão. Outros, de volta à Idade Média, padeciam sobre espinhos para alcançar a redenção. 

Esse pessoal ficou irritado com a foto da Sanna Marin. 

Para a maioria, talvez, uma simples chance de realização sexual talvez acalmasse ânimos.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Paparazzo: um livro que nasceu do isolamento resgata momentos das estrelas de Hollywood trabalhando nas ruas de Nova York

O ator Jack Black chega à NBC para participar do Late Show, de David Letterman. Como teria de vestir o figurino fornecido pela produção, chegou pedalando, de cuecas. Mais prático. Foto de Larry Schwartzwald/Divulgação 

2000: em intervalo de filmagem, Hally Barry posa para os fãs. Foto de Larry Schwartzwald/Divulgação 

Sob o olhar do público contido por policiais, Sylvester Stallone, Robert De Niro e Ray Liotta chegam ao set para uma cena no filme "A cidade dos tiras" (Cop Land), em 1996.

Nova York é um set aberto para filmagens. Nos anos 1990, o fotógrafo Larry Schwartzwald percorria as ruas da cidade registrando flagrantes de estrelas de cinema trabalhando nas ruas. 

Todo esse material foi reunido para um livro "Streets of Gold", a ser lançado em 2022. Durante a pandemia, Schwartzwald revirou caixas e gavetas de negativos redescobriu um portfolio valioso. Além de ajudar a vencer o tédio em plena pandemia, a busca despertou a memória de bons momentos curtidos há mais de vinte anos. E, de quebra, mostra que a técnica paparazzo pode produzir bons documentos.

 "Valeu a pena passear pelos parques e ruas de Manhattan e documentar os ícones do entretenimento", diz ele. Larry Schwartzwald é fotógrafo do New York Post e, na verdade, as ruas da Big Apple são seu campo de trabalho. 

domingo, 11 de outubro de 2020

Leila Cravo (1953-2020): o mistério que se foi...



Em 12 de novembro de 1975, há quase 45 anos, a atriz, modelo e apresentadora Leila Cravo foi ao Motel Vip's, no Rio, um programa comum a muitos cariocas. Naquela madrugada, ela foi encontrada nua, gravemente ferida, largada no asfalto da Avenida Niemeyer. Em apuração apressada, jornais e revistas embarcaram nas primeiras versões levantadas pela polícia: aos 24 anos, ela havia tentado o suicídio, depois de um fim de namoro, ou, simplesmente, caíra da sacada de uma das suítes. Quase uma no depois, a investigação não chegou a conclusiva provada. O namorado que acompanhou Leila ao Vip's, um empresário, afirmou que pagou a conta, saiu e a deixou no motel. O casal havia terminado o namoro. Funcionários confirmaram que o namorada de fato tinha se retirado mais cedo.  


Com base no relato de uma pessoa que teria testemunhado Leila Cravo se jogar do Vip's Motel, Manchete chegou a endossar a tese da suposta tentativa de suicídio demonstrada em gráfico, mas ao final do inquérito, nem a polícia não conseguiu evidências dessa versão.

Pouco depois da publicação das primeiras reportagens sobre o caso, alguns indícios começaram a escapar. A ditadura militar que encobria o Brasil não era um bloco coeso, como se sabe. Havia dissidências e um desses grupos, provavelmente para expor um antagonista, teria feito chegar a alguns jornalistas a suspeita de que duas figuras do alto escalão do governo teriam estuprado e espancado a atriz e em seguida refeito a cena do crime para fundamentar versões que não os incriminasse. 

Leila, que na época figurava nas capas das revistas Amiga, Fatos & Fotos, Manchete, O Cruzeiro e Status, dizia que não lembrava do que aconteceu, jamais sustentou qualquer versão, e o caso tornou-se um mistério que aos poucos foi esquecido. 

Leila Cravo, que morava na Urca, morreu de infecção generalizada no dia 5 de agosto, aos 66 anos, no Miguel Couto, o mesmo hospital para onde foi levada naquela madrugada de 1975, e onde a mídia fez plantão dias seguidos. Dessa vez, Leila não foi notícia imediata: sua morte só chegou à imprensa em  2 de outubro, quase dois meses depois.

A única matéria mais completa sobre a morte de Leila foi publicada no UOL pelo jornalista Paulo Sampaio, neste 9 de outubro. O mesmo profissional havia entrevistado a atriz para a revisa JP, em 2015. Dessa vez, ele conversou com Thatiana Cravo, 42, filha de Leila, que traçou um amplo retrato da vida e dos desencontros da mãe e apontou a versão que correu na época sobre os "altos funcionários" envolvidos no caso.

Aparentemente, Leila Cravo levou seu maior mistério.

LEIA A MATÉRIA DE PAULO SAMPAIO AQUI

Os arquivos de Washington que denunciam as atrocidades da ditadura brasileira. E o que Joe Biden tem a ver com isso

 Já há alguns anos, vencem no Estados Unidos os prazos legais para liberação de documentos que comprovam assassinatos, sequestros e torturas praticados durante a ditadura no Brasil. Os últimos que foram entregues ao governo brasileiros cobrem o período de 1967 e 1977. 

Quem trouxe o HD com 43 documentos foi o atual candidato a presidente dos EUA, Joe Biden. Por determinação de Barack Obama, os relatórios foram entregues à Comissão da Verdade, durante o governo Dilma Rousseff, ela mesma vítima de torturas. Os documentos denunciam execuções sumárias de adversários do regime ordenada por Ernesto Geisel, entre outros crimes dos gorilas de plantão no Planalto. 

Nos Estados Unidos  ainda existem documentos secretos sobre o terrorismo de Estado que a ditadura pôs em ação, inclusive o episódio das bombas do Riocentro. Embora muitos deles com prazos vencidos, dificilmente serão liberados em futuro próximo. Ocorre que os serviços secretos americanos só liberam documentos sobre fatos apurados por seus agentes no exterior se houver uma solicitação oficial do pais interessado.  No momento, o governo brasileiro, novamente militarizado, pede reforço no suprimento de fraldas só de pensar nessa possibilidade. Que, um dia, será realidade.

Matéria da revista Start Magazine detalha o episódios. Leia a reportagem completa AQUI

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Para você que usa a máscara no queixo e no pescoço...




A ideia é que máscara proteja as vias de entrada do vírus da Covid-19. O nariz e a boca, a propósito. Mas um grande número de brasileiros, incentivados pelas autoridades-antas de Brasília, circula com a  máscara abaixo do nariz ou no pescoço. Pensando nesses indivíduos anormais, o Correio da Bahia bancou a campanha "Não existe razão para estar fora do lugar. Use sua máscara corretamente". São peças publicitárias provocadoras que mostram o ridículo da situação: pessoas que pensam que o nariz é no queixo e a boca no gogó. 
Os anúncios, que foram criados pela Propeg e veiculados nas edições impressa e digital do Correio da Bahia, repercutiram no exterior. O site Ads of the World apontou a campanha como um dos destaques do mês de setembro.