sexta-feira, 31 de julho de 2009

Bebês voadores: are baba!

Não deu na novela: é bom que as mães e as grávidas de Caminho das Índias cuidem dos seus bebês. Segundo as agências de notícias, centenas de crianças foram jogadas do telhado de uma mesquita, no santuário de Baba Umer Durga,  na última quinta-feira. A queda dos bebês, lançados de uma altura de 15 metros, foi amortecida por lençóis mas ativistas de direitos das crianças protestaram contra esse "ritual de prosperidade" de 700 anos seguido muçulmanos e hinduístas.

o Papa é pop

Deu no Corriere Della Sera: o Papa Bento XVI vai gravar um CD com canções natalinas. Uma gravadora britânica, a UK Universal, produzirá o álbum. A informação vem da San Paolo Multimedia (empresa do Vaticano, tem isso lá?). O Papa vai cantar em vários idiomas. O que dizer? Sei lá... Deus nos ajude.

A guerra virou turismo, melhor assim

Ho Chi Minh, o estrategista que ganhou três guerras no Vietnã (botou pra correr japoneses, franceses e americanos), não viveu para ver que seus segredos de guerra se transformaram em uma curiosa atração turística no seu sofrido país. Faz sucesso no Sudeste Asiático um programa inusitado. Em vez de visitar museus, os turistas podem ir direto aos lugares onde os fatos aconteceram. Uma autêntica reality trip. Em Cuchi, os visitantes podem ver de perto como viviam os guerrilheiros, percorrer túneis e subterrâneos onde funcionavam hospitais, salas de aula, quartéis e depósitos. Para escapar dos pesados bombardeios americanos, os guerrilheiros construíram verdadeiras cidades no subsolo. Na superfície, em um museu a céu aberto, os turistas podem apreciar carcaças de tanques de guerra, aviões, restos de bombas, uniformes dos derrotados, capacetes de pilotos abatidos, equipamentos de comunicação, fuzis AK-47 e M-16, helicópteros, enfim, toda a parafernália da guerra. Detalhe masoquista: os visitantes são na maioria... americanos. 
 





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Let it be

Quem viu, viu. Paul McCartney anuncia que 2010 é o ano da sua última turnê. Aos 67 anos, o ex-beatle fará uma série de apresentações em vários países, incluindo a China. Depois disso, guitarra em off, pelo menos, em público. 
 

 

Retratos da Vida

Um bom programa para esses dias sem sol. Uma exposição na Caixa Cultural (Rio), mostra 196 imagens captadas por fotojornalistas de todo o mundo. Organizada pela Word Press Photo, reúne trabalhos premiados publicados em jornais e revistas em 2008. Das 10h às 21h, até 23 de agosto. A foto apontada como a melhor do ano mostra um policial, de arma em punho, checando se uma casa havia sido esvaziada em cumprimento a uma ordem de despejo. Cena da crise imobiliária nos Estados Unidos. Entre os premiados, estão três brasileiros: Luiz Vasconcelos, Eraldo Peres e e André Vieira.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Indiferença...

Será? Deu no New York Times: George Turklebaum, 51 anos, que trabalhava como revisor numa firma de Nova Iorque há 30 anos, sofreu um ataque cardíaco no andar onde trabalhava (open space, sem divisórias) com outros 23 funcionários. Ele morreu tranquilamente na segunda-feira, mas ninguém notou até ao sábado seguinte pela manhã, quando um funcionário da limpeza o questionou, porque ainda estava a trabalhar no fim de semana.. O seu chefe, Elliot Wachiaski, disse: 'O George era sempre o primeiro a chegar todos os dias e o último a sair no final do expediente, ninguém achou estranho que ele estivesse na mesma posição o tempo todo e não dissesse nada. Ele estava sempre envolvido no seu trabalho e fazia-o muito sozinho.' A autópsia revelou que ele estava morto há cinco dias, depois de um ataque cardíaco.

Beatles

Em 1969, os Beatles escalaram o terraço do prédio da Apple, em Londres, com som, luz e instrumentos, para apresentar o último show do grupo.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Cuidado com as "boas causas"

Liguem o alerta. A Copa do Mundo 2014 vem aí e tomara que o Rio seja sede da Olimpíada 2016, mas fiquemos atentos à turma oportunista que quer "ajudar". Lembrem-se do Pan 2007. Em nome da "boa causa", gabaritos foram liberados, estádios caríssimos foram construidos com dinheiro público e depois cedidos a particulares a preço de banana. A muito custo, o Ministério Público conseguiu evitar que os concessionários da Marina da Glória - aqueles que transformaram parte do Aterro de Burle Marx em um "circo" de tendas, cercas e muros - , invadissem o espelho d'água da baía para construir um monstrengo - uma imensa garagem de barcos - sob o "bom" pretexto de melhorar as instalações para o Pan. Agora, o empresário Sávio Neves, que controla o trenzinho do Corcovado, sugere à Prefeitura que monte uma roda-gigante no Aterro, em frente ao restaurante Rio's, no Jardim de Alah ou no cais do porto. É piada? No cais, vá lá, ajudaria à revitalização da área. Mas no Aterro??? Obstruindo a visão do Pão de Açúcar e transformando mais um trecho do parque em pardieiro? Ou no Jardim de Alah, um local que merece ser recuperado e não destruido com uma roda-gigante e a tralha que a acompanha, lanchonetes, bares, lojinhas de lembranças, estacionamento etc? Que o Ministério Público e as associações de moradores locais fiquem atentos. Quem não recorda a batalha que foi tirar da Lagoa o Tivoli Park? Durante anos, os moradores lutaram por isso. E não foi fácil. O parque era uma "boa causa". Alegava-se que as crianças adoravam. E isso era verdade, levei lá, muitas vezes, os meus dois filhos. Mas nem por isso o parque deixava de ser uma ocupação privilegiada do espaço público em troca de aluguel barato. Hoje, com certeza, o local - Parque dos Patins - é muito bem aproveitado pela população. A própria Lagoa atura a Estação do Corpo, helipontos privado e público, garagens de barcos do Flamengo e do Botafogo (a "boa causa" é esportiva mas as tais garagens ganharam ampliações, promovem até festas, no caso da área cedida ao Flamengo, e viraram estacionamentos. É só passar lá e ver). Ou o complexo de restaurantes que pertenceu a Ricardo Amaral. O pretexto era agitar a " noite carioca", a consequência, galpões terríveis a impedir a circulação e enfeiar as margens da Lagoa. Que, um dia, sejam derrubados. Falo isso porque a Copa e a Olimpíada citadas acima serão os fortes pretextos para novas investidas sobre áreas públicas, dinheiro público e atropelos dos códigos de posturas municipais. Alguém duvida? Se for para a cidade hoje, ao entrar no Aterro, dê uma olhada naquela horrenda caravela de concreto do Botafogo construida na praia, logo no início da bela enseada. Aquele mostrengo está ali plantado até hoje por uma "boa causa": o treinamento de atletas. Na verdade, é principalmente local de escolinhas de natação, festas, etc. O próprio Iate Clube, entidade privada que tira a visão do mar de uma das mais bela avenidas do Rio, a Pasteur, também foi plantado no local e ampliado ao longo dos anos por uma "boa causa". Torçam pelo Brasil na Copa e na Olimpíada mas torçam também para que empresários "criativos" não sugiram construir pelo "bem" da cidade uma boate no braço direito do Cristo Redentor, restaurantes e motéis flutuantes na Lagoa Rodrigo de Freitas, boliche e pista de esqui na Praça Paris, um funkódromo na Avenida Atlântica, piscinões no Jardim Botânico, espaços para escaladas no Arcos da Lapa, pistas de skate no Paço, shopping center no alto da Pedra da Gávea, áreas para megashows na Floresta da Tijuca, claro, vai ter que desmatar, mas em nome da "cultura", sempre vale. Uma pergunta: por que esses emprendedores não fazem como a maiorias das pessoas que monta negócio? Compra terreno em local adequado, constroi de acordo com a legislação, usa seu próprio capital, paga seus impostos e que viva feliz e bem-sucedido com o seu empreendimento. O Rio agradece

terça-feira, 28 de julho de 2009

Sobre os sem-diploma

Pedimos a devida licença ao autor para a transcrição de artigo da revista Caros Amigos. O texto abaixo pode ajudar a entender um pouco mais o debate sobre a validade ou não do diploma de jornalista e a atual falta de regulamentação da profissão.



Sobre o diploma de Jornalismo

Segue texto do jornalista Hamilton Octávio de Souza, editor da revista Caros Amigos, chefe do Departamento de Jornalismo da PUC-SP e candidato na ultima eleição do do Sindicato dos Jornalistas pela oposição, sobre a derrubada do diploma de jornalismo pelo STF. Vale para a reflexão que a Enecos deve fazer sobre a regulamentação profissional e a defesa dos direitos dos trabalhadores.

Prezados (as),
Saudações.
O Supremo Tribunal Federal decidiu retirar da regulamentação da profissão de JORNALISTA a exigência de diploma específico de curso superior de JORNALISMO. Essa exigência existe desde a regulamentação de 1969. Passou a vigorar em 1971. Nunca foi limitação para a liberdade de expressão e nunca impediu ninguém de colaborar e participar das atividades jornalísticas e dos meios de comunicação. Os jornais e as revistas estão cheios de articulistas não-jornalistas. É só ver os colaboradores da página 2 da Folha de S. Paulo: Antonio Ermírio de Moraes, Delfim Netto, Emílio Odebrecht, Marina Silva, Cesar Maia etc...

A exigência tem servido para definir o perfil da categoria profissional, quem vive do trabalho jornalístico, quem tem no jornalismo a sua atividade principal, quem tem vínculo empregatício como jornalistas. Para essa categoria, a exigência do diploma foi uma conquista importante - na medida em que estabeleceu área específica de estudo, reflexão e pesquisa, aperfeiçoamento técnico e comprometimento ético e político.

Contribuiu para elevar o nível intelectual e cultural da categoria - de maneira geral, apesar dos cursos ruins e picaretas (como em todas as áreas do ensino superior público e privado).

Há anos que as empresas jornalísticas fazem campanha contra a exigência do diploma, basicamente pelos seguintes motivos: 1) Ficam liberadas para contratar quem bem entenderem no grande exército de reserva (desemprego de mais de 30% entre os jovens de 18 e 25 anos); 2) Aumentam a pressão para rebaixar ainda mais os salários, sem o menor respeito aos pisos salariais conquistados pela categoria profissional; 3) Podem ampliar o esquema de super-exploração dos trabalhadores do jornalismo (sem vínculo, PJ, frila fixo, produção para vários veículos, não pagamento de direitos autorais etc), enfim, podem fazer no setor da comunicação o que fazem com a terceirização da mão de obra nos call center da vida; 4) Podem aumentar o controle ideológico de seus trabalhadores jornalistas sem conflitos éticos e compromissos sociais (os jornalistas, queiram ou não, têm uma noção mais próxima do jornalismo como serviço de interesse
público - do que interesse privado dos grupos econômicos).

Portanto, a derrubada do diploma é antes de mais nada uma vitória do capital.

O que fazer?

O jornalismo brasileiro tem mais de 200 anos de história. A categoria profissional se reconhece como tal há mais de 80 anos. O sindicato dos jornalistas de São Paulo foi fundado em 1937. Antes da exigência do diploma, a categoria já havia conquistado a jornada de trabalho (5 horas + 2 horas extras = 7 horas), o piso salarial (que já foi de seis salários mínimos) e outros benefícios profissionais. Isso foi feito com luta.

A exigência do diploma durou 40 anos. Contribuiu para consolidar o profissionalismo da categoria, mas também foi um grande estímulo ao aparecimento dos cursos de picaretagem - as verdadeiras arapucas do ensino superior - que se aproveitaram dessa "reserva de mercado de trabalho" para ganhar dinheiro (lucro) e inundar a profissão de pessoas despreparadas e não comprometidas com o papel transformador do jornalismo.

A não exigência do diploma coloca um novo desafio para os cursos de Jornalismo: conquistar o seu próprio espaço na sociedade e a sua própria inserção no mercado de trabalho profissional. As boas escolas, os bons cursos continuarão como referência do JORNALISMO e continuarão formando bons jornalistas para a sociedade brasileira.

Ainda é preciso ver qual será a exigência para o registro da profissão, se haverá ou não registro profissional. Mas, de qualquer maneira, mais do que nunca, agora, o curso de JORNALISMO DA PUC-SP precisa deixar claro a que veio, quais são as suas virtudes na formação de jornalistas, qual é a sua visão de mundo e do jornalismo que a sociedade brasileira realmente necessita.
O debate está aberto. Não dá para fugir dele...

Abraços.
Hamilton Octavio de Souza.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Deu na novela


Escrever novela não deve ser fácil. Mas, em compensação, também não é fácil assisti-las. Caminho das Indias, por exemplo, taí pipocando de audiência. Glória Perez tem méritos, domina o ramo. E deve estar certíssima. Só que é duro engolir algumas tramas e situações. Aí vão coisinhas que perturbam as lamparinas de qualquer um.


1) Raul (Alexandre Borges), um trambiqueiro, arma a própria "morte", deixa a filha prá lá, leva um cano da amante, resolve voltar para o Brasil e escolhe a Lapa para se esconder. Logo na Lapa? Onde dez entre dez personagens da novela se encontram? E ainda chora ao rever a filha? A mesma que deixou prá lá ao montar seu plano mirabolante e fracassado?


2) Raul vive como catador de papel e mora em uma hospedaria para cavalheiros? É ruim, hein. A não ser que o bigodudo Gopal (André Gonçalves) esteja bancando pensão, alimentação etc. Raul só faturaria o suficiente para morar embaixo de um viaduto e olhe lá. Um quilo de papel, equivalente mais ou menos a dez revistas, é vendido a cerca de 15 centavos; um quilo de vidro, uns 10 copos de requeijão, por exemplo, a 12 centavos; um quilo de plástico a 35 centavos, e isso é plástico pra burro. Um quilo de papelão alcança uns 15 centavos. Ele precisaria encher vários burro-sem-rabo e contar com muita sorte para descolar uns 20 reais reais por dia.


3) Essa alguém já escreveu por aí. A novela está se lixando para fuso horário. Neguinho liga do Brasil para a India, no celular, é de manhã na Barra, é de manhã na Lapa, é de manhã na India, é de manhã em Dubai. Bom, isso na telinha, porque na vida real, quando o relógio badala 10 da noite no Brasil, são pouco mais de 6 horas da manhã na India e cinco e pouco nos Emirados Árabes. O relógio da Globo pirou.


4) Gopal é um Guia Rex ambulante ou GPs humano. O cara não conhece o Rio e anda por aí que é uma beleza. Não se perde, descobre as mansões dos Cadore em qualquer buraco. É largado por Raul na casa da mãe joana e mesmo sem dinheiro encontra o caminho de volta para a hospedaria...


5) Shankar (Lima Duarte) é um livro de auto-ajuda portátil. Não pronuncia uma só frase que não seja tirada diretamente de um livrinho de "pílulas da sabedoria".


6) Se aquela turma de playboizinhos do Zeca aprontasse na vida real o que apronta na Lapa da novela... Ainda mais, voltam sempre ao local do crime, sei não... já teriam encontrado uma galera barra-pesada mesmo, da área, e dançado há muito tempo


7) Alguém precisa avisar à secretária do empresa Cadore, aquela que vive na Second Life ou algo parecido, que montar mundos e personagens de ficção na internet foi moda que não pegou. Ainda conhece alguém que está na Second Life? Seu vizinho passa os sábados circulando em festas e clubes da Second Life? Não? Pois é. Mas, dá para entender, a Second Life, no começo, atraiu grandes empresas e até algumas revistas criaram seu "mundo". A própria Globo chegou a fazer "festas" virtuais de lançamento de novelas. Mico tecnológico pra todo mundo.
8) Qual é mesmo o ramo da Cadore? Raj vive de que? E Bahuan? Vagamente, sabemos que atuam ou pelo menos se associam a empresas ligadas à internet, algo como soft para celulares, televendas por celulares... não será videopoker? Vai ver lavam dinheiro no Ganges...


9) A turma do mercado é tão ligada em computadores que bastava uma pesquisada no google para descobrir que Namit (Chico Anysio) é marajá de araque e Radesh (Marcos Melhem) não tem nada de grande empresário ou milionário. E Namit, mesmo sendo cineasta de Bollywood, é tão desconhecido assim? E como circular no high society carioca com o Barretão e falar que ele é herdeiro da Coroa Britânica.


10) Afinal, que raio significa are baba? Já li que equivale a "pôxa", "ô Deus", "não brinca", "ah, não". Pra mim parece mais "caraca".


Tudo bem, não quero mais chato do que estou sendo. Pode-se pode argumentar que novela é assim mesmo, é fantasia, ilusão, nada de coerência ou racionalidades triviais. Mas o Bráulio Pedroso não fez tudo isso em uma novela genial chamada O Rebu? Mesmo assim foi tão original que a história se passava em uma noite, em torno de um crime, só que de cara você, telespectador, já sabia quem morreu e quem matou. Mesmo assim, ficava siderado, como se dizia na época, anos 70, até o fim da trama. Mas isso aí é outra história.

Agora, melhor apelar para o Deus Brahma. Bem gelado e com dois dedos de espuma.


Esporte no Brasil: uma contradição física.

Hoje, estava assistindo a um jogo de futebol, através da televisão, por sinal era o meu time, Flamengo, que jogava contra o Santos, a quem acabou vencendo por 2x1. Fato considerado inédito na história do futebol, porque o Flamengo nunca havia vencido o time do Santos, no seu Estádio, lá em Vila Belmiro.
Logo depois, a televisão passou a transmitir a vitória do time de Vôlei do Brasil contra a Sérvia, por 3 sets a 2, tornando-se campeão da Liga Mundial pela oitava vez, igualando-se à Itália no número de campeonatos. Apareceram, então, na tela, os jovens brasileiros, jogadores de vôlei, recebendo no pódio as medalhas de ouro conquistadas na quadra. Foi então, que percebi a grande diferença existente entre os atletas brasileiros nas modalidades esportivas aqui no Brasil.
O choque visual, nesse caso, foi abissal. Confesso que fiquei chocado ao perceber essa diferença tão gritante. Enquanto no jogo de futebol, que tinha acabado de ver os seus atletas, tanto do Flamengo como os do Santos, que eram jovens, aparentemente, mas de pequena estatura, não chegando a serem mirrados, mas de pouca musculatura a não ser pelos músculos de suas cochas, grossas e deformadas pelos músculos agigantados, muito exigidos pela prática do futebol, que constrastam com os seus tóraxes estreitos e pequenos. Atletas na sua maioria negros e mulatos vindos de uma classe mais pobre, moradores de favelas ou de subúrbios afastados dos grandes centros mais nobres das cidades. Muitos sem escolaridade minima, esses jovens, poucos é verdade, conseguem, através de sua arte, enquanto futebol seja arte, ficar até ricos, com os euros dos clubes europeus que os contratam a peso de muito ouro.
Conquistam a Velha Europa, mas não conquistam na sociedade o pódio dos vencedores. Continuam para ela o favelado de onde vieram ou mesmo o suburbano tímido e franzino, que apenas teve sorte na vida.
Passei a ver, então, os mais novos heróis do vôlei, no pódio dos vencedores, chorando emocionados ao ouvirem o hino nacional do seu país: o Brasil.
Meu Deus!, esses campeões, parecia que eram de outro País e não do Brasil. Todos muito altos, acima de 1.90m, isso o mais baixo. Quase todos, senão todos, brancos, alguns de olhos bem claros e cabelos louros uns poucos. Bem proporcionados, diria até simetricamente, com os músculos todos certinhos, fortes e bonitos esbanjando saúde e força. Tinham acabado de jogar, não sei quantas horas, cinco sets seguidos e não aparentavam estar exaustos ou mesmo superaquecidos.
Todos, posso afirmar, com rara exceção, vieram dos segmentos sociais mais elevados de uma classe média mais rica, de nível escolar superior, alguns já bacharéis na carreira escolhida mas sem grandes contratos ricos na Europa e muito menos no Brasil. Mas, nem por isso menos afortunados.
Esse País, diante desse contraste, não está dividido somente em classes sociais, que vão das elites privilegiadas às mais pobres confinadas às favelas ou mesmo nos guetos da última escala social para onde foram empurradas. Está dividido, tambem, fisicamente, fazendo-se sentir essa diferenciação nos esportes como no futebol, o esporte do pobre e favelado e no vôlei, basquete, natação, o esporte das classes mais ricas.
Inverno, julho de 2009
deBarros

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Twitter grampeado: o que os "famosos" estão fazendo

- José Sarney diz que não sabe quem é, nunca viu, nem nunca telefonou para Fernando Sarney
- Romário distribui jipe Hummer de graça pra quem achar pirâmide escondida na Barra
- Procura-se Michael Jackson morto... ou morto
- Lula e Sarney estão "ficando"
- Roberto Carlos faz o 1500º show de comemoração dos 50 anos de carreira
- A churrascaria Porcão fecha por causa da gripe suína
- Mulher do Kaká pisa na cabeça do diabo e torce o tornozelo
- Quem sabe faz ao vivo: cirurgião se vira nos 30' e retira pedra da vesícula Faustão
- Angelina Jolie está no Iraque pata adotar menino-bomba
- Madonna diz que a fila anda e troca Jesus por Jeová
- O bebê do Roberto Justus já nasce com topete e faz escova
- Inglaterra está em recessão e exporta lixo pra Alexandre Borges catar na Lapa
- Sarney entra na zona de rebaixamento junto com Fluminense e Botafogo
- Raj se separa ao descobrir que Maya dalit pra todo mundo
- Ronaldo diz que não está gordo, está widescreen

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Torben Grael, o campeão dos sete mares

É dificil acreditar, mas a imprensa esportiva brasileira marcou a maior bobeira de todos os tempos, isso do meu ponto de vista do que seja uma notícia sensacional no esporte mundial.
Ora, aconteceu que, na última regata oceânica mundial a Volvo Ocean Race, a regata de barcos à vela de maior repercussão no mundo, quando os barcos percorrem uma distância de 57 mil quilômetros, onde concorrem países como a França, Suécia, Inglaterra, Dinamarca, EUA – o Brasil já participou desse campeonato, com barco próprio, há dois anos atrás – competição que ocorre de dois em dois anos, fazendo um percurso através de quase todos os mares conhecidos do mundo.
Esse ano, sagrou-se campeão mundial, comandando o barco Ericcson 4, o velejador, de nome dinamarquês, Torben Grael, mas brasileiro nascido em Niterói de uma família de homens dedicados as coisas dos mares. Apesar desse marinheiro, ser um iatista de maior número de medalhas Olímpicas já conquistadas, ter vários campeonatos mundiais, sulamericanos e brasileiros em diversas categorias, foi quase ignorado pela imprensa esportiva brasileira que se limitou a registrar essa vitória em uma simples nota de pé de página.
É uma pena, porque essa vitória ficará registrada, para sempre, no livro dos grandes heróis esportivos mundiais.
Inverno, julho de 2009
deBarros

terça-feira, 21 de julho de 2009

Filmes dublados: a tragédia da televisão

Por informação de terceiros, a TV brasileira está colocada entre as melhores do mundo. Digo de terceiros, porque nunca tive a oportunidade de assistir a programas de TV nos EUA e muito menos na Europa, por nunca ter viajado para o exterior.
A cobertura que a TV brasileira faz de eventos esportivos, para mim, é fora de série. Haja visto os jogos de futebol. Esses jogos são transmitidos, de todo o Brasil, com imagens de primeira qualidade, além de ótimos apresentadores e comentaristas esportivos. As novelas, para quem gosta, são de excelente qualidade com níveis de audiência acima do comum. Os jornais noticiosos estão sempre atualizados, tanto na cobertura dos fatos nacionais como internacionais dando as últimas notícias a qualquer hora do dia ou da noite.
Os programas de auditório vem ganhando audiência a cada apresentação, sendo uma das razões, além da sua qualidade, o número de prêmios que são oferecidos.
Mas, como nada é perfeito nesse mundo, quero tecer uma crítica à TV, que para muitos, acredito, seria inexistente. Quero me referir à dublagem nos filmes estrangeiros. Sinceramente, como posso assistir a um filme em que contracenam atores do porte de Al Pacino e Robert de NIro, que falam um inglês com sotaque italiano, dublados por brasileiros, que se já falam o português com sotaque regionalista, imagina dublar feras como esses dois artista, que usam, inclusive, o seu sotaque para representar os seus personagens nos filmes que atuam.
As mulheres dubladoras , então, são as piores. A impressão que dão é que nem abrem a boca para falar. O som sai tão baixo e por demais inexpressivo, que muitas vezes se torna inaudível. O filme, para mim, perde o seu sentido. Porque a voz, para o artista que representa, é a sua maior expressão. É na voz que ele coloca todo o sentimento que a cena exige no momento que está atuando. Ele vive a cena como se fosse uma reallidade e o som da sua voz é que vai dar credibilidade àquele momento.
Será, gente, que o dublador consegue emprestar à cena a expressão vocal que ela precisa? Até hoje, nos filmes dublados a que assisti nenhum deles conseguiu me sensibilizar. Ocorre, então. que sou obrigado a mudar de canal e desistir de ver o filme que queria assistir.
Por mim, os filmes dublados deveriam acabar e acho que ninguém sentiria a sua falta.
Inverno, julho de 2009
deBarros

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ernani d' Almeida lança livro

O fotógrafo Ernani d'Almeida, que atuou nas revistas Manchete e Desfile, convida para o lançamento do livro A França do Brasil, com suas fotos e texto de Luiz Edmundo de Andrade. Na livraria Argumento, Leblon, nesta terça-feira, 21, às 19h30.

Chico falou


Chico Buarque, o ermitão do Alto Leblon, lançou um livro (Leite Derramado) e não deu entrevistas. Pelo menos, eu não vi. Fez uma foto para o Globo, no Jardim Botânico, que ilustrou uma resenha, e falou na Flip, em Paraty. Curiosamente, privilegiou um blog. Recebeu em casa a jornalista portuguesa Isabel Coutinho, para quem fez até cafezinho. Detalhe: a entrevista foi para o Ciberescritas, da Isabel (abaixo, link para o blog da jornalista).
Entrevista exclusiva para Isabel Coutinho

domingo, 19 de julho de 2009

Muggiati em Floripa

Os blogueiros do Panis estão convidados. Mas dessa vez Roberto Muggiati, um dos autores do Aconteceu na Manchete, vai a Floripa onde lança o livro Improvisando Soluções - o jazz como exemplo para alcançar o sucesso. E faz palestra, com direito a Hermeto Pascoal na preliminar. Explica-se: na mesma programação, o bruxo dará uma oficina para os sortudos catarineses.

Lunáticas







Amanhã, 20 de julho, é a data: há 40 anos, o homem pousou na Lua. A segunda foto, no alto, mostra Neil Armstrong, o deserto lunar e a "pata" da Águia, a nave. A terceira, foto tirada pelo comandante da nave, Armstrong, mostra Aldrin, o simógrafo, em primeiro plano, a bandeira dos Estados Unidos, ao fundo, a Águia, e, mais ao fundo, a câmera de TV sobre um tripé. Até aí, tudo bem, história pura. Duro é aturar a placa que os astronautas deixaram lá em nome da humanidade. É assinada por Richard Nixon, vejam na reprodução. O texto avisa a um eventual ET que homens do planeta Terra foram à Lua em missão de paz. Será verdade? Humm, tenho dúvidas. E Nixon era lá homem de palavra? Uma das suas características mais marcantes era mentir prá caramba. Mentiu sobre Watergate, mentiu sobre o Vietnã... Alguém avise aos Ets que aqui na Terra o jamegão do ex-presidente tem credibilidade zero. E era pinóquio bem antes da ida da Apolo à Lua. Em 1960, os publicitários de John Kennedy usaram na campanha a fama de mentiroso do candidato republicano. O anúncio, reproduzido no alto, ficou famoso. A frase Você Compraria um Carro Usado deste Homem? grudou em Nixon como superbonder até o fim da vida. É mentira, Terta?



Domingo é dia de futebol... duas frases de craques (do Museu do Maracanã)



É dia de futebol mas não necessariamente dia de craques. Os candidatos a craques de hoje deveriam obrigatoriamente dar uma passadinha no Museu do Maracanã antes de entrar no gramado. Assim como quem não quer nada, pisar no cimento onde estão as marcas dos pés de Garrincha, Pelé, Didi e Nilton Santos. Disfarçar e espiar de leve as fotos dos gols de Zico, Roberto Dinamite, Quarentinha, observar com o canto do olho, muito justamente envergonhados e levemente ruborizados, as fotos de times com Brito, Belini, Barbosa, Almir e Vavá. Só então, assim inspirados, sairiam de mansinho e seriam autorizados a entrar no vestiário que essas lendas de chuteira frequentaram.

sábado, 18 de julho de 2009

O passado continua presente

O passado continua presente, apesar de acharem que o passado está morto. Não, não é bem assim. Nos idos da "Guerra Fria, entre os EUA e a UNIÃO SOVIËTICA, os "esquerdistas e "progressistas"dos paises do Terceiro Mundo, mantinham 24 horas por dia, terriveis campanhas políticas contra o "Grande Satã", como era chamado o EUA pelos ativistas leninistas-marxistas.
Nessas campanhas, o grande mote era a frase já por demais explorada e conhecida: "O capital colonizador americano", ou "O capital espoliador americano", mais "Fora FMI" ou a que soou mais nova: "A evasão de capitais brasileiros para o exterior". Essas frases apareciam pintadas nos muros das Universidades, nas Avenidas, emfim em todas as cidades metropolitanas do país, isso sem falar nos pequenos comícios, em praças públicas, realizados pela extrema esquerda, ou nos jornais editados pelos partidos comunistas.
O "Grande Satã" demonizava o mundo na visão dos agentes de esquerda. Mas, o tempo passou, a "Guerra Fria" acabou, Os dois grandes países passaram a se entender e através do diálogo, ensarilharam as armas e o mundo passou a respirar aliviado. Os dois gigantes mundiais resolveram as suas dúvidas e o caminho da paz foi encontrado.
Ora, diante da paz consertada, como ficaram os nervosos e virulentos "progressistas" e "esquerdistas", ferrenhos inimigos de morte do "Grande Satã"?
Descobriu-se mais tarde, que alguns escolheram Nova Iorque para morar. Outros foram encontrar em Paris a sua nova residência de paz, enquanto para alguns Londres foi o lar ideal para viver.
Uns dois ou três idealistas foram buscar em Moscou o seu espaço. Afinal, não era Moscou o centro do socialismo real?
Se era ou não, o importante é que, irônicamente, os EUA, hoje, se preocupam em implantar uma política de governo mais voltada para os problemas sociais do que quando era chamado pela esquerda mundial de o "Grande Satã". Esse avanço é tão grande que esse país, hoje presidido por um negro, Barak Obama, consegue passar, no Congresso americano, uma Lei, que cria um Plano de Saúde Pública, que irá beneficiar mais de 40 milhões de americanos que nunca gozaram desse benefício.

Inverno, julho de 2009
deBarros

A bolha

O Brasil vai bem, obrigado - garantem economistas, políticos da grande aliança do Governo e ainda nossos interlocutores internacionais. Divulgados no último dia 14, os números do IBGE são mesmo auspiciosos : a expansão do comércio varejista em 20 dos 27 setores analisados e a queda da inadimplência (22%, em junho) fazem prever uma retomada otimista da economia. Parece que estava certo o Cara, quando previu aqui apenas uma marolinha!!

Enquanto os de cima comemoram, os do meio compram. Nunca antes na história desse país se viu tanta gente nas filas por um carro Zero. Com o IPI sentado no banco de reserva, juros mais baixos (há anúncios até de taxa zero) e financiamentos que podem chegar a 80 meses, a festa parece garantida. As montadoras não perderam tempo: no dia seguinte, o presidente da Renault-Nissan para a América Latina anunciava que vai dobrar sua participação aqui, enquanto a GM promete investir 2 bilhões de reais na fábrica brasileira.

Sem querer bancar Cassandra, dá medo pensar num modelo de crescimento alicerçado na indústria automobilística. São milhares de empregos, é verdade, famílias cujas rendas precisam ser preservadas. Mas precisa ser automóvel?? Depois de São Paulo, o Rio corre o risco de virar um engarrafamento permanente. Poluição recorde. E os carros usados que ninguém mais quer ? Vão virar sucata onde, na Lua? Quem não puder agüentar os financiamentos, devolve o carro, e fica com a dívida impagável?

Nos Estados Unidos, a bolha imobiliária criou a ilusão de falsa riqueza. Até estourar. Aqui, corremos o risco de, uma vez vencidas as próximas eleições, sermos apanhados pela rolha automobilística. Bem, talvez eu diga tudo isso por despeito. Afinal, comprei meu carro Zerinho, em setembro, um mês antes da farra dos incentivos!! Bem feito, para mim que não pensei no Planeta, nem no Brasil.

Lenira, a jurássica


Mais Billie Holiday

Caros blogueiros do Panis, Roberto Muggiati indica, abaixo, outros links para vídeos selecionados da miss Holiday. Aproveitem:

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Exclusivo: o jornalista Roberto Muggiati é flagrado ao lado de Billie Holiday no Telezoom, Leblon



Essa as revistas de celebridades perderam. Billie Holiday foi vista ontem à noite no Leblon. Mais precisamente, no Espaço Telezoom, na rua Dias Ferreira. A cena chamou a atenção de cerca de 50 pessoas. E causou muita supresa. Imaginava-se que a cantora tivesse falecido no Hospital Metropolitano de Nova York, na manhã de 17 de julho de 1959, há exatos 50 anos. Mas foi Billie Holiday, em som e alma, que chegou ao Telezoom por volta das oito horas da noite, levada pelo jornalista, escritor e músico Roberto Muggiati, com quem tem um visível caso de amor - os amigos dizem que é paixão bem resolvida - há décadas. Billie quase não falou, preferiu cantar. Muggiati foi seu competente porta-voz. Leblon é território de paparazzi, mas a única fotógrafa a registrar essa noite de blues e do jazz foi Jussara Razzé. O Panis pagou caro pela exclusividade, mas valeu o investimento. Veja as fotos. E Jussara ainda cedeu à TV Panis, que pode ser acessada no campo à direita, um clipe emocionante que registra a noite em que Billie Holiday reinou no bairro que já foi do Cazuza.
Durante duas horas, Muggiati falou sobre a vida e carreira da amiga, seus dramas, suas fraquezas, sua incomparável voz. "Não diria que Billie é a maior cantora do mundo. Não sei bem o que significa ser a maior. Diria que ela é única", situou o jornalista, com maior precisão. Billie, ao lado, nada comentava, apenas, para deleite da plateia, ilustrava a palestra do amigo com algumas das canções que ele citava. E emocionou. Como quando soltou a voz em Lover Man, balada escrita para ela sobre uma mulher que não conheceu o amor. Muggiati falava sobre os amigos da cantora, enquanto Valéria Martins jogava no telão trechos de filmes e raras gravações de show. Em um dos filmes, de 1947, Billie aparece ao lado de Louis Armstrong. A platéia viu em Muggiati uma ponta de ciúme quando ele chamou a atenção sobre olhares nada musicais, mas de admiração e cobiça, que Armstrong dirigia à cantora. Um amigo jornalista, cansado do chavão "imperdível" para definir espetáculo idem, passou a adotar nos seus textos o adjetivo inexplicável, que considerava vários degraus acima do reles imperdível. Pois a presença da Billie Holiday no Telezoom foi inexplicável. Os jornais de hoje devem estar falando dos tais 50 anos da morte de Billie. Esqueçam. Perguntem a Renato Sérgio, Lenira Alcure, João Luiz Albuquerque, Maria Alice Mariano, Dalce Maria, Ana Lúcia Bizinover, Ana Beatriz, Jussara Razzé, Regina Lins e Silva, Valéria Martins...
Billie vive, eles viram.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Billie Holliday por Muggiati

"É nóis, intera aqui gente boa"

Ontem ao sair de casa fui abordado duas vezes antes da esquina. Em ambas, ouvi alguém conjugando o verbo inteirar. Na primeira, um garoto me pediu um trocado para "interar" um pão com manteiga. Dei lá um real. Na segunda, uma senhora me pediu algum para "interar" a passagem, nessa passei. A minha cota para "interar" já estava passada. A governo não "intera" a chamada dívida social mas nós não fazemos outra coisa a não ser "interar" plano de saúde, condomínio, supermercado, farmácia. Os políticos "interam" o salário com gratificações, mordomias e tudo pago e nós "interamos" impostos. Enquanto "interam" comissões e jabás, nós "interamos" taxas bancárias. Eles "interam" o dinheirinho que falta para para o tour na Europa e nós "interamos" o vale-transporte. A turma lá "intera" a grana para terminar o castelo, a mansão no lago ou a casa de praia e nós aqui "interamos" o alugel ou a prestação da casa própria. Se o cartão de crédito estoura, eles pedem ao Agaciel para "interar" e nós "interamos" os juros do empréstimo para "interar" as contas. É nóis! Tá beleza!

Negócios da China

Quer um emprego mole? Monte uma agência de risco ou de acompanhamento da economia global, faça previsões, projeções ou seja comentarista. Você só tem que pesquisar alguns números, conversar com o "mercado", tomar uns uísques com uns especuladores, papear com alguns ex-ministros que geralmente fracassaram quando estavam no comando da economia, tirar conclusões ou várias para, se errar no varejo, acertar no atacado. Depois disso, rabisque uma futurologia qualquer e mande divulgar no jornal ou na TV. Ohhhhhh! Ahhhh! Você será paparicado, convidado para participar de debates, entrevistas e palestras para investidores minoritários de grandes corporações, justamente aqueles que geralmente são os primeiros a dançar na fusões ou crises, sejam as fabricadas ou as verdadeiras. Algumas semanas ou meses depois a realidade mostra que suas previsões estavam furadas? Não tem problema, a imprensa já esqueceu, você já estará em outra montando novas projeçoes que também terão prazo de validade precário e credibilidade mutante. Sem problemas. Se alguém reclamar, apele para o chavão: "minhas análises são uma fotografia do momento". Ninguém, nem o "mercado", a palavrinha que é empregada para explicar tudo, vai lhe cobrar nada ou lembrar que você manipulou números e tirou conclusões apressadas ou intencionalmente erradas. Muita gente já usou suas previsões para especular e faturar em cima de investidores crédulos. Já reparou como o "mercado" desaba diante de uma "notícia ruim" divulgada hoje e amanhã, embora persistam os efeitos "terríveis" da mesma "notícia ruim" bolsas e bolsos se recuperam sensacionalmente?
Pois é, estou falando tudo isso porque acabo de ler no jornal que o PIB da China cresceu mais de 7% no último trimestre. Ué? Não falaram que os chineses, "motor do planeta", estavam tirando o cavalo da chuva e andando pra trás? Ah, entendi, foi mal, aquela era a "fotografia de um momento". A fila dos otários já andou.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Da banca do tempo


Para compensar um pouco o post quase deprê aí embaixo, taí o que se chamava antigamente de "colírio'. Para as novas gerações, essa beleza aí é a Rose di Primo, assim descoberta cavalgando uma motoca em frente ao Castelinho, point (quando a expressão nem era usada) ali de Ipanema, nas quebradas do Arpoador. Da capa da Manchete, no comecinho dos anos 70, a carioca virou modelo requisitada e sex symbol da vez. A bela Rose estaria hoje rendida à fé e recolhida à paz de um sítio. Bom, sabe-se lá, deve ter suas razões. Mas a antológica capa da Manchete não se recolhe e aí está pendurada na nostálgica banca de revistas deste Panis virtual.

Os nossos Madoffs unidos jamais são vencidos

Bernard Madoff, o banqueiro americano que lesou investidores (em 65 bilhões de dólares) com uma espécie de "pirâmide", já foi julgado, condenado a 150 anos e chegou ontem a uma prisão na Carolina do Norte. Receberá liberdade condicional, se tiver bom comportamento, apenas em 2039. E vai trabalhar na prisão caso tenha boas condições físicas. Alguma semelhança com um certo território sem lei aqui bem abaixo da linha do equador? Madof tinha poderosos representantes no Brasil e alguns empresários e socialites tupiniquins queimaram dinheiro nessa fogueira. Aparentemente, e prudentemente, os jornais não mais falam sobre esse braço local da pirâmide". Volta e meia a Polícia Federal joga uma rede sobre os tubarões graúdos nacionais. Geralmente, dá em nada. Os nossos Madoffs unidos jamais são vencidos. Ganham as liminares de praxe, a mídia esquece o assunto e bola pra frente. Se, por exceção, um ou outro for condenado e finalmente preso, ganhará a confortável "prisão domiciliar". Se ficar em cana, o que não aconteceu em casos desse tipo, terá o benefício de cumprir um sexto da pena (que, no Brasil, duvido que passasse de 8 ou 10 anos) e vai pra rua logo, logo. Consuminos tanto os bons exemplos da "ficção" do país do Obama, Hollywood, jazz, rock etc... que podíamos importar um pouco da "realidade" deles.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Woodstock, o livro




Com tradução do jornalista Jamari França, repórter e crítico de música que trabalhou na revista Manchete nos anos 80, está na praça o livro Woodstock - quarenta anos depois, o festival dia a dia, show a show, contado por quem esteve lá (Agir). "Quem esteve lá" foi Pete Fornatale, radialista, autor de livros sobre música e cultura pop, como The story of rock'n roll e The rock music source book. Fornatale conta como o festival, realizado entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969, por pouco não foi considerado uma calamidade pública e dispersado pela Guarda Nacional. O radialista e escritor entrevistou mais de cem pessoas entre artistas, espectadores e pessoal da produção, Joe Cocker, Joan Baez, Santana... Certamente há muitas versões sobre Woodstock, dependendo do que a testemunha ocular ingeria, fumava, mascava ou bebia na época. Foram três dias de sexo e drogas, 32 shows, lama e chuva. E política. O festival não inventou a oposição à guerra do Vietnão, por exemplo, então uma grande bandeira, mas deu visibilidade e voz à luta pelos direitos civis, ao fim da violência, do individualismo, promoveu um congraçamento racial, coisa que o conservadorismo americano abominava na época, e deixou rolar muita loucura. No seu depoimento, Santana conta: "Eu estava chapado de mescalina porque me disseram que eu só ia tocar às duas da manhã. Assim que tomei o lance e comecei a pirar, subimos, eram duas da tarde". E, mesmo assim ou por isso, foi a performance de Santana em Soul Sacrifice que o tornou famoso naquela tarde. E quem não se lembra da recriação gritada de Joe Cocker para With a Little Help from my Friend, de Lennon e McCartney, até hoje apontada como uma espécie de logotipo sonoro e hipnótico de Woodstock. (Nas reproduções, imagens de divulgação: a capa do livro e fotos de Santana e Joe Cocker, da Warner Bros.)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

...E nasceu Michael Jackson

Michael Jackson era um gênio da música popular? Era! É inegável reconhecer nesse jovem americano a sua genialidade manifestada na música popular e artística norte americana.
Compositor, cantor, dançarino enfim o astro perfeito, porque não bastavam todas essas virtudes simplesmente, ele as praticava com o toque de gênio, com a perfeição do esteta, com a habilidade do artista na sua mais alta interpretação. Não seria exagero se dissermos que Michael Jackson, além de ter sido esse gênio da música "Pop", foi, também, um revolucionário na música americana.
Se ele na sua vida como artista se superou, como um homem simples despojado dessa genialidade não foi tão perfeito como poderia se esperar mas, por sorte sua e dos seus admiradores, para o mundo, o gênio superou o homem.
Mas, Michael Jackson teve um Joseph na sua vida. Na verdade, seu pai. Se, como ele conta, Joe Jackson foi para ele e para os seus irmãos não somente pai mas também um verdadeiro carrasco, que não perdia oportunidade, nos exaustivos ensaios de canto a que eram submetidos, para de cinto nas mãos, espancá-lo e a seus irmãos, exigindo dedicação e qualidade, além de perfeição.
Sob essa forma nasceu o Jackson's Five. E com o Jackson's Five nasceu o o gênio Michael Jackson.
Tudo isso leva a pensar que Joe Jackson, na verdade, estava fazendo o grande investimento de sua vida. Percebendo a vocação dos filhos e muito mais na do menino Michael, tratou de prepará-los para o futuro, pensando muito mais no Michael, no gênero "Pop" da música americana.
Se a intenção de Joe Jackson, realmente, era essa, então ele acertou em cheio. Apostando na vocação do menino Michael, jogou alto. Pode não ter ganho no conceito e no respeito que a sociedade tem do que seja o comportamento de um pai para com os seus filhos mas, ganhou na premonição de que tinha em suas mãos, no seu filho Michael Jackson, um verdadeiro gênio musical dos tempos modernos.
Agora, que julguem Joe Jackson para o bem ou para o mal, mas a verdade é que, por causa dele, o mundo pôde ter um Michael Jackson.
Inverno, julho de 2009
deBarros

Coração Vagabundo


Vem aí, com estréia prevista para 24 de julho, o documentário Coração Vagabundo. É sobre ele, o filho da dona Canô, Caetano Veloso. Com direção de Fernando Groistein, o filme promete mostrar o baiano na intimidade, alegre, triste, pelado, contando piadas, refletindo, caetaneando, ao lado de personalidades como Pedro Almodóvar, Antonioni, David Byrne e Gisele Bundchen. Produzido por Paula Lavigne e Raul Dórea, o filme reúne imagens captadas durante turnê por São Paulo, Nova York, Tóquio e Kioto. Sobre o documentário, o próprio fala: “Não gosto de ser filmado e, depois que envelheci, nem mesmo de ser fotografado, mas gostei muito do filme porque achei que ele foi fundo em coisas importantes. Esse Coração Vagabundo é especialmente afetivo e termina por tocar em pontos muito relevantes”. (Foto de divulgação/Paramount Pictures Brasil)


domingo, 12 de julho de 2009

Silvio Berlusca, o terrível

Esse Berlusconi deve estar se inspirando nos imperadores romanos. O cara apronta. Agora é a prostituta Patrizia D'Addario quem entrega o primeiro-ministro. Ela acaba de contar ao  jornal La Repubblica que se recusou a  passar uma noite com o político porque no quarto havia outras prostitutas... e ela não gosta de orgias. Patrizia não quis dormir no Palazzo Grazioli, em uma cama "enorme" que foi presente do russo Vladimir Putin, porque haveria uma superpopulação no leito "imperial": pelo menos outras cinco ragazzi estariam lá. Ou seja, as prostitutas mais profissas já não conseguem acompanhar o embalo do Silvio.  

O "moonwalk" de Barrichello

Barrichello largou bem no GP da Alemanha mas acabou em sexto. Normal. Antes da prova, o piloto anunciou que, se vencesse, comemoraria a vitória no pódio fazendo o passo "moonwalk" a la Michael Jackson. Comentário no "pit stop": andar de ré é com ele mesmo...

Serviço de Utilidade Pública do Panis

Para aqueles que gostam de tomar umas, este site é de extrema importância. Se você gosta de chopp Brahma (para mim, um dos melhores), não pode deixar de conhecer esse endereço. Ele facilita sua vida na hora de encher a cara. Naqueles dias em que você está pra baixo, querendo beber para esquecer e não quer correr o risco de perder o caminho de casa, o ideal é beber pelas redondezas, onde provavelmente já é conhecido, e alguma alma bondosa o levará em segurança para o aconchego do lar. Se for este seu caso, o site disponibiliza o endereço dos bares mais próximos (duvido que você não conheça todos, enfim...).
Se a questao é comemorar com amigos e amigas - o quanto mais longe de casa melhor -, ele também fornece os endereços e a rota a ser seguida... pelo táxi, claro, pois tenho certeza que os frequentadores deste blog são todos pessoas responsáveis que não dirigem após beber...
Clique no link abaixo:
Beba sem moderação mas vá (e volte) de táxi!

De olho na ragazza


Scenes from the G-8

An aide removes a place marker from beneath the feet of Canadian Prime Minister Stephen Harper. Waiting beside him are: Japan's Prime Minister Taro Aso, President Obama, French President Nicolas Sarkozy and Berlusconi.
Jason Reed / Reuters -An aide removes a place marker from beneath the feet of Canadian Prime Minister Stephen Harper. Waiting beside him are: Japan's Prime Minister Taro Aso, President Obama, French President Nicolas Sarkozy and Berlusconi.
(A reprodução acima é do site da Time. Depois do episódio da brasileira que despertou as atenções de Obama e Sarkozy, agora a turma toda parou para ver - e não se dignou a ajudar - a ragazza retirar as folhas de papel que marcavam o lugar de cada um para a foto oficial)


Francis por Nelson Hoineff

O documentário Caro Francis, de Nelson Hoineff, rendeu fortes debates no Festival de Cinema de Paulínia (SP). Como, aliás, não poderia ser diferente, tratando-se do falecido Paulo Francis – um dos mais polêmicos e irascíveis jornalistas brasileiros. "Desenhei alguns 'nós' de Francis", diz o diretor, mencionando fatos relevantes que marcaram a trajetória profissional (e passional) do jornalista. Questionado em vários aspectos sobre o acento "melodramático" de determinadas cenas ou sobre a omissão de alguns desafetos do jornalista no documentário, Hoineff deixou claro que ninguém passa impunemente se o assunto é Paulo Francis: "É sim um filme afetuoso, mas não esconde os dois lados da questão". Nelson trabalhou na extinta Rede Manchete onde criou e dirigiu, entre outras produções, o jornalístico Documento Especial. Recentemente lançou o Alô, Alô Terezinha, o primeiro documentário sobre Abelardo Barbosa, o Chacrinha, premiado no festival Cine-PE 2009.

sábado, 11 de julho de 2009

Exposições: Chagall, Kandinsky e o olhar de um fotógrafo da Manchete sobre o Louvre


Duas exposições em cartaz no Rio merecem uma boa olhada: Virada Russa, no Centro Cultural Banco do Brasil e O Louvre e seus visitantes, no Museu Nacional de Belas Artes, com fotos de Alécio de Andrade (1938-2003), fotógrafo que foi da Manchete - tendo atuado como correspondente da revista em Paris por muitos anos, a partir de 1966 - e da célebre Agência Magnum, de Henri Cartier-Bresson.
A primeira, reúne mais de 100 peças pertencentes ao acervo do Museu de São Petersburgo. Há obras de Chagall e Kandinsky, do período da Revolução Russa de 1917.
A segunda mostra em preto e branco, ações e reações dos visitantes do museu parisiense diante das obras de arte. Alécio de Andrade captou tais imagens por mais de 30 anos, desde 1964. As duas exposições estão abertas também aos sábados e domingos (a partir de meio-dia).
Além disso, a visita ao centro da cidade nos fins de semana é um bom programa. Acima, a foto de Alécio de Andrade (de divulgação da exposição) mostra a compreensível reação dos seus dois filhos, Balthazar e Florêncio, diante do quadro A Grande Odalisca, de Jean-Auguste-Dominique Ingres.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Twitter causa briga

Este blog falou no twitter e também em deputados brasileiros que tentam censurar a internet. Pois li que no Açores houve essa semana um briga de deputados no plenário porque enquanto um político discursava outros ficavam twitando e debochando do cara que falava. Alguém dedurou a turma, o tal deputado desceu da tribuna e foi tomar satisfação.

Uma câmera na mão, uma idéia no You Tube

Em 2006, a americana Anna Sophie Lowenberg postou no You Tube um vídeo sobre suas experiências na China, seus namorados, amigos, contatos com operários e jovens artistas. Recebeu, em pouco tempo - e o site nem era tão acessado como é hoje -, cerca de um milhão de visitantes. Com o sucesso, partiu para uma serie on line, com produção mais caprichada. Anna Sophie é a estrela e realizadora da Sexy Beijing, novelinha que ela mesma compara com um espécie de Sex and the City, em versão chinesa. O que isso quer dizer? Que o You Tube abre seu foco. Muito além de divulgar curiosidades, álbuns de família e bizarrices, é veículo para cineastas e videomakers. Você tem um projeto, tentou transformá-lo em realidade e levou um chá-de-cadeira na antessala de um chefão da TV aberta ou a cabo? Esqueça o esquemão. Faça sua mídia.

é brasileira!!!!!

Notícia de última hora: a morena que Obama e Sarkozy "conferem" durante a reunião do G-8 (foto em post abaixo) é brasileira, chama-se Mayara Rodrigues Tavares, tem 17 anos e é carioca. Irreverência à parte, ela tem outros e elogiáveis méritos. Estava lá como representante do Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância. Nascida e criada na comunidade Barro Vermelho, em Santa Cruz, Mayara participou de uma pesquisa da Unicef sobre os direitos de crianças e adolescentes carentes em todo o mundo, chamada Plataforma dos Centros Urbanos Brasileiros, e foi, em seguida, selecionada para a reunião do G-8. Não era, ao contrário do que muito pensaram antes, uma reles "patricinha" ou filha de um embaixador mané qualquer. Respeito, pois.

Camelô da notícia

Ontem, foram regulamentadas as profissões de motoboy e mototaxista. Perfeito. Junto com o reconhecimento da profissão virão medidas de segurança que beneficiarão os usuários. Pouco se fala, mas nesse momento o exercício do jornalismo não dispensou apenas o diploma. Trata-se de um profissão desregulamentada. Até que sejam aprovados, se o forem, projetos recém-apresentados, a época é do sem lenço, sem documento e sem regras.

G-8 ou GG?


Deu no Globo: A reunião do G-8 (as sete economias mais ricas e a Rússia) e do G-5 (Brasil, China, Índia, México e África do Sul), na Itália, foram praticamente recreativas. No quesito ecologia, foi quase um desastre, sem acordos efetivos sobre o controle da emissão de carbono, a não ser metas de longuíssimo prazos. A reprodução da foto de Jason Reed/Reuters publicada hoje é reveladora: Lula distraído lá no fundo, Obama conferindo o GG, bela paisagem ao sul dos cabelos encaracolados da recepcionista, ela que passa no doce balanço.... Pelo jeito e pela cara, coube a Sarkozy, marido da Carla Bruni, chamar a atenção do marido da Michelle Obama. E o Berlusconi? Cadê o Berlusconi? Bom, pelo retrospecto, discutindo economia também não estava. Vai ver organizava a happy hour "do cabide" na beira da piscina. Acho que esses caras vão ter problema na volta pra casa...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

...e Deus criou o homem

Prometeu, o mais célebre dos Titans, irmão de Epimeteu e filho de Japeto, era venerado na Grécia dos heróis como Aquiles, Ulisses, Ajax e tantos outros cantados por Homero.
Mas, Prometeu era um semideus e modelando no barro criou, à sua imagem, a figura do homem. Faltava lhe dar vida, o que fez com uma centelha de fogo tirada do carro de Sol de Apolo, seu condutor. Zeus, que olhava com inveja, essa obra admirável de Prometeu, ordenou a Vulcano – que por sua vez, com argila amassada com água, criou a imagem da mulher, de uma beleza indescritível chamando-a de Pandora, – que desse essa mulher a Prometeu, como sua esposa, levando como dote a sua caixa. A caixa de Pandora, trazia no seu interior todas as maldades que pudessem afligir a espécie humana.
O homem veio durante os séculos conquistando o possível e o impossível. Travou as maiores guerras. Conquistou o espaço cósmico e pôs o seu pé na Lua. Criou bombas atômicas e conseguiu as maiores conquistas na medicina salvando outros homens com transplantes de seus órgãos vitais. Mas, tudo isso não seria o bastante. Ele sempre quer mais. Agora, quer reinventar o que a Natureza inventou na origem da vida.
Nas bancadas dos laboratórios, no meio de provetas, microscópios, filtros e plaquetas ele cria o "Espermatozóide de Proveta". Diante disso, fica no ar a pergunta que não quer calar:
– Pra quê?
– O homem quer ser Deus?
Mas, Prometeu foi castigado. Zeus, não suportou a ousadia desse semideus, ordenou a Mercúrio que prendesse Prometeu e o acorrentasse no Cáucasso onde um abutre, durante trinta mil anos devoraria as suas entranhas, que se renovariam a cada dia, eternizando as suas dores.

julho, inverno de 2009
deBarros

Ernani d' Almeida


Fotógrafo que brilhou nas revistas Manchete e Desfile e atua hoje em várias publicações, entre as quais a Contigo e o site Paparazzo, Ernani d' Almeida lança livro.

Billie Holiday: fala, Muggiati


Há 50 anos — no dia 17 de julho de 1959 —, o mundo perdia Billie Holiday, uma das maiores cantoras de todos os tempos. Com seu jeito intimista de interpretar — nunca cantava uma mesma música da mesma maneira — revolucionou os vocais do pop e do jazz norte-americanos. Para celebrar a alma dessa artista, o jornalista Roberto Muggiati, ex-diretor da Manchete, dará a palestra Lady sings the blues no Espaço Telezoom, contando desde a infância pobre em Baltimore até a glória nos palcos e a ruína por causa das drogas. Com a exibição de interpretações antológicas de Lady Day (apelido dado pelo amigo saxofonista Lester Young) no telão. Roberto Muggiati nasceu em Curitiba e é jornalista desde 1954. É autor dos livros O que é jazz; Blues: da lama à fama; Improvisando Soluções – O Jazz como exemplo para alcançar o sucesso e Rock – O grito e o mito, publicado na Espanha, México e Argentina, entre outros títulos. Colabora regularmente para o caderno cultural da Gazeta do Povo de Curitiba escrevendo sobre música e cinema. (press-release)

Dia 16 de julho, quinta-feira, 20h

Espaço Telezoom – Rua Dias Ferreira, 78/301, Leblon

Tel.: (21) 3435-1617

Ingresso: R$ 20,00

Twittando na maionese

Só para mostrar como os deputados estão parando na podre ao censurar a internet (referência a post deste Panis). Sarah Brown, mulher do Gordon Brown, primeiro ministro britânico, foi fotografada durante a reunião do G-8 twitando compulsivamente. A primeira-dama contava que acordava cedo, que conversou com Michelle Obama, com Carla Bruni etc. Britney Spears, Demi Moore, Barack Obama... todos conjugam o novo verbo twittar.
Quer seguir a Sarah Brown? Digite @Sarah Brown10
ou, por exemplo, a bela rainha Rania, da Jordânia? Tecle @QueenRania
Agora, uma pergunta: e se milhões de brasileiros continuarem falando de política na internet em tempo de eleição? o que farão os deputados? Vão tirar milhares de provedores do ar? E se blogs e sites estiverem hospedados no exterior, os políticos vão para o mundo que eles querem descer? Caras, vão fazer alguma coisa de útil!


Censura

Na falta do que fazer, coisa normal naquelas bandas, o Clube dos Deputados, também conhecido como Câmara, quer censurar a Internet. Coisa que Irã, China, Arábia Saudita, Coréia do Norte e outros costumam fazer. A pretexto de um rascunho de reforma política (aquela pra valer, que ajudaria a moralizar a agremiação eles não obviamente fazem), votam projeto que ameaça provedores com multas caso não tirem do ar comentários políticos, suposta propaganda de candidatos etc. Os sócios da Clube dos Deputados sabem que a grande imprensa, na eleição, geralmente não é problema, é quase sempre zona de conforto. O risco são blogs e sites independentes, e agora o twitter, como se viu nas últimas eleições presidenciais quando a rede se tornou veículo para um amplo e democrático debate. Curiosamente, os deputados censuram o eleitor mas aprovam no tal projeto registro de candidaturas de figuras condenadas em processos criminais. Dá para entender.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Baywatch 2


Atendendo ao pedido de um de nossos queridos blogueiros, o Panis Cum Ovum, colocou uma foto de Pamela Anderson.
(foto/divulgação)

Trivialidade...



Baywatch vai virar filme. Não é nada, não é nada... não é nada, como diria Ancelmo Góes. A tarefa de levar as moças de maiô vermelho para as telas é do diretor Jeremy Garelick. No elenco, David Hasselhoff, Pamela Anderson, Alexandra Paul, Yasmine Bleeth. O surfista Kelly Slater também estaria no elenco. Foto/Reprodução da capa do DVD da série.  

terça-feira, 7 de julho de 2009

Bom programa

O GNT exibe nesta segunda-feira, dia 13, às 21h, o documentário inédito "James Brown: Padrinho do Soul" . Dirigido pelo francês Philippe Manoeuvre, o programa focaliza, segundo a divulgação do canal,  "o homem paradoxal que foi James Brown, morto em 25 de dezembro de 2006. Ele tinha fé em Deus, mas cantava "a música do diabo". JB cantou, nos anos 60, Say it loud, I'm black and proud  ("Diga alto, sou negro e tenho orgulho disso") e apareceu na TV para acalmar os ânimos dos negros quando estes se revoltaram contra a morte de Martin Luther King. Foi um músico auto-didata, além de atuante na luta pelos direitos civis.

Edições muito especiais




O Gonça já relembrou aqui a Manchete, Fatos &Fotos e Amiga diante de acontecimentos especiais que justificavam edições extras. Elvis Presley, Lennon, Kennedy, JK, João 23, Senna, Carmen Miranda, Tom Jobim... foram muitos. Na semana passada, faltou a Manchete nas bancas que exibiam Caras, Quem, IstoéGente, Veja, Época e capas de todos os jornais com o Michael Jackson. De tantas publicações, duas a destacar: a edição da Contigo, com o MJ de bad boy na capa; e uma revista especial, capa em tom prata, inspirada na edição da Time que o Panis antecipou aqui logo após a morte do cantor. Não são apenas fotos, há muito para ler. Fica aí o registro de um leitor.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Gloria Perez exportação


É mole? Caminho das Indias no Washington Post.
Reprodução, The Washington Post

 

Assombração

Fantasma

Fantasma pop: Elvis não morreu e Michael Jackson nem foi enterrado e já está dando pinta nos corredores de Neverland. Olha ele aí, meio transparente, perto de uma lareira. Confira nas imagens da CNN no link para o You Tube.
http://www.youtube.com/watch?v=h1-Zq_loKag

a mãe do new journalism

Agora, está explicado. Gay Talese não é o pai do new journalism. Aliás, o new journalism não tem pai, tem mãe. Em Paraty, na 7ª Flip, o escritor confessou que aprendeu com a dona Talese o faro jornalístico. Disse o escritor que ela "tinha profundo interesse nas histórias de suas clientes". Para a srs. Talese, que gerenciava uma boutique, "as pessoas comuns rendem boas histórias quando as conhecemos bem". Tá certa. Entre um vestido e outro, a madame se informava sobre o mundinho das clientes. Gay Talese não quis se aprofundar, mas está claro que a mama Talese era uma tremenda fofoqueira...

domingo, 5 de julho de 2009

A pergunta do Panis interativo...

O que você fazia em 1969? (pergunta válida para os maiores de 45/50 anos, por aí...)

Canal memória: "Pequeno passo, gigantesco salto..."


Lembram disso? Acho que a morte de Michael Jackson está atrasando matérias na imprensa. Mas o Panis se adianta: no dia 20 de julho de 1969, o homem chegou à Lua. E Neil Armstrong deixou a marca da sua bota no solo lunar e mandou uma frase que entrou para a história ("Este é um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade"). A nave Apolo 11 levava ainda os astronautas Buzz Aldrin e Michael Collins. Um detalhe, hoje, qualquer videogame, relógio digital ou celular carrega processadores de dados muito mais poderosos do que os computadores IBM que guiaram o trio Saturno (foguete), Apolo 11 (cápsula) e Águia (módulo lunar). 1969? 40 anos... Estávamos em outro planeta: os carros da moda eram Corcel, VW 1600, Gálaxie, a máquina de escrever era Olivetti, gasolina do tigre da Esso... confiram nas reproduções acima...

sábado, 4 de julho de 2009

Baú do Gonça











Frio em Petrópolis, calmaria no sótão-escritório do Gonça, hora de revirar o baú de livros. De lá sai um pequeno tesouro, nem sei se o Nelson Motta ainda tem um exemplar, deve ter, vou perguntar, mas vale postar o achado neste eclético blog. A edição original lançada em 1968 pela The New American Libary é baseada no desenho animado Yellow Submarine, por sua vez inspirado em histórias que o jornalista Lee Minoff extraiu de letras das canções dos Beatles. Um ano depois, Nelson Motta fez uma inspirada adaptação brasileira para a Editora Expressão e Cultura, com "bolação" - diz o expediente - e orientação editorial de Fernando de Castro Ferro, "apoio moral" de José Carlos Oliveira, direção de arte de Chisnandes, paginação e montagem de Ventura. A capa anunciava: "Uma nova e explosiva dimensão em cinema. Um livro pra frente como nunca se viu - Os Beatles - Submarino Amarelo". A tradução, como não podia deixar de ser, usa e abusa dos termos da época. Pepperland, o país imaginario onde tudo acontece, virou Pilantrália. Superbacana, ademã, genial, vamos balançar... O surrealismo e a louca alegoria ainda permitiam um segunda leitura cheia de alusões ao momento que o Brasil vivia, sob os coturnos da ditadura. Há a Luva Dedo-Duro, os Azulões, dados a acessos de fúria e cercados de bajuladores, expressões como "tudo cinzento em Pilantrália". No final, a música vence os autoritários Azulões. Mas John, Paul, Ringo e George alertam na última página: "Temos um comunicado muito sério! Novos azulões, cada vez mais azuis, foram vistos na vizinhança da sua casa, amigo, gostaríamos de sugerir que você... comece a cantar!". E completava com um último aviso: "Os inimigos talvez não sejam azuis, podem ser... verdes".

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Jimi Hendrix e Michael Jackson: duplo mistério?


Enquanto a polícia ainda procura respostas para a morte de Michael Jackson, uma bomba pop-rock explode em Londres. Por coincidência, chega às livrarias essa semana o livro de memórias Rock Roadie, do produtor James Wright, que trabalhou com Jimi Hendrix. Até aqui, a versão aceita sobre a causa da morte de Hendrix crava em asfixia por vômito provocado por overdose de drogas na madrugada de 18 de setembro de 1970. Wright, hoje com 65 anos, garante em seu livro de memórias que o guitarrista foi assassinado por um gangue que invadiu seu hotel, em Londres, e o obrigou a ingerir uma grande quantidade de pílulas para dormir e vinho. E mais, o líder da gangue, segundo Wright, era Mike Jeffery, “road manager” de Hendrix e ex-integrante das forças especiais inglesas. O próprio assassino teria confessado o crime em 1973. Wright diz que guardou segredo até hoje por puro medo. E só com a morte de Jeffery, recentemente, em um desastre de avião, dispôs-se a revelar toda a história. O motivo do crime? Hendrix estava insatisfeito com prejuízos financeiros provocados pelo seu “road manager” e já teria tomado a decisão de demiti-lo. Revoltado, Jeffery decidiu eliminar o guitarrista. Posteriormente, teria embolsado dois milhões de dólares pagos por uma seguradora. Entrevistado pelo The Times,o diretor John Boyd, autor de um dos primeiros documentários sobre Jimi Hendrix, em 1973, diz que a história de James Wright, é absurda. Mas a polêmica está aberta.