terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Mídia: se cair a internet os correspondentes da GloboNews entram em pânico


Dá um Google, Julia Dualibi, e você verá que as "informações" pedidas ao correspondente estão na internet desde ontem. O jornalismo brasileiro já teve repórteres memoráveis no exterior. Do tipo que não apenas atravessava a calçada da sucursal para narrar um fato à distância. Eles iam em busca da notícia. Sem nostalgia, talvez por corte de custos, tornou-se comum o " jornalismo de mouse". Os rapazes e moças limitam-se a clicar nos sites de notícias locais em Londres, Lisboa, Nova York etc, e, abracadabra, são teletransportados para o Iêmen, Ucrânia, Gaza, Moscou, onde a internet levar.  Esquecem que as informações faiscam em cabos e satélites e chegam ao patropi em questão de milésimos de segundos. Depois não reclamem se a inteligência artificial tomar seus empregos. 

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Memórias: Aqueles dias nublados

 


por José Emerson Monteiro Lacerda, do blog Cogitações Diversas (*)

A parecença com o momento de agora fica por conta da dominação que sacode a área externa do mundo convulso em suas práticas de guerra. Naquela fase, em 1966, a bola da vez prenunciava escalada vietnamita de largas proporções, o que se verificou nos princípios da década de 70. O Brasil vivia o desânimo libertário, pois perdia espaço, nas ruas, praças, escolas, o ímpeto de transformação democrática, a sumir nos calabouços e na clandestinidade.

Em Crato, achávamo-nos à frente do Grémio Farias Brito, do Colégio Diocesano. Encenávamos a peça Um chalé à beira da estrada, sob a direção de Alzir Oliveira, nosso professor de História e amigo dos alunos. Declamávamos poemas modernos em pontos diversos da cidade, através do Jogral Pasárgada, formado de sete componentes do colégio: Zadir, Pedro Antônio, Gilva, Eros Volúsia, Clenilson, Bebeto e eu.

Resolvemos, então, publicar um jornal mural, O Bacamarte, depois ampliado em um órgão mimeografado (à tinta), o Nossa Opinião, do qual chegaríamos a tirar até 100 cópias e ficou só nos dois primeiros números, abafado logo no seu nascedouro pelas ameaças daquele trágico período político.

Nesse mandato, estivemos, ao lado de Aglézio de Brito, presidente da União dos Estudantes do Crato, e de José Terto, presidente do Grêmio do Colégio Estadual, em um congresso do Centro dos Estudantes Secundaristas do Ceará, em Fortaleza, realizado sob fortes conotações militares repressivas.

Espírito de contestação impunha atitudes rebeldes. À noite, após reuniões de acalorados debates e transmissão de informações desencontradas, saíamos, nas madrugadas, a pichar as paredes das ruas centrais com dizeres relativos ao momento de expectativa, fogo consumidor daquele turno de existência. 

É um tempo de guerra, é um tempo sem sol. É um tempo de guerra, é um tempo sem sol. Sem sol, sem sol, tem dó. Sem sol, sem sol, tem dó, eram alguns dos versos que cantávamos, em segundo plano, característica das apresentações do Jogral, enquanto Pedro Antônio, à frente, declamava em altos brados: - Só quem não sabe das coisas é um homem capaz de rir! – seguido de outras palavras da canção Tempo de guerra, de Edu Lobo.

Esses são alguns quadros da época em que partilhamos das experiências culturais de um Crato fervilhante de jovens promessas e movimentações apreensivas, lembranças que retornaram esta semana, ao rever José Esmeraldo Gonçalves, velho amigo desse tempo, quando juntos elaboramos o Nossa Opinião. Ele que veio ao Cariri na ocasião do aniversário de 90 anos de sua genitora, dona Maria La-Salette Esmeraldo. Mora no Rio de Janeiro, onde trabalha na revista Caras (**). Dispõe de raros intervalos semelhantes a este de voltar à Região; o promete, no entanto, repetir, noutras oportunidades. (Texto de 2003). 

(*) José Emerson Monteiro Lacerda é escritor, fotógrafo, advogado e ewcreve no  blog https://monteiroemerson.blogspot.com

(**) Como observado, esse texto é de 2003. O jornalista cratense José Esmeraldo Gonçalves deixou a Editora Abril em 2014. Desde então, editou revistas de instituições e empresas, livros e folders corporativos.   

Fotografou no Sambódromo? Vem concurso aí!

 

Reprodução Jornalistas & Cia


Mais informações no site oficial do Concurso Internacional de Fotografia - Apoteose 40 anos

Na capa da Carta Capital: o "General Plan" de Netanyahu

 


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Carnaval 2024; Nilton Rechtman, ex-Manchete, na percussão do Bloco do Junior

Carnaval 2024 - Nilton Rechtman no Bloco do Junior
Veja o vídeo no You Tube (Canal ViewManchete) no link
https://www.youtube.com/watch?v=lkspWVmsFGs

Quem passou por Manchete, Fatos&Fotos e Amiga, entre repórteres, fotógrafos, produtores, editores, laboratoristas, motoristas, motoqueiros etc, envolvia-se com a cobertura de carnaval. Era época de esgotar edições de revistas. Os blocos cariocas ainda registram sobreviventes mancheteanos na pista, agora por diversão. 
Nilton Rechtman, que foi do núcleo de assinaturas e circulação, setor que tinha intensa atuação na tarefa de levar as edições de carnaval, rapidamente, aos leitores em todo o Brasil, é um deles. Como ritmista, já integrou a Furiosa, a épica bateria do Salgueiro. O tempo passou, mas ele se mantém na percussão. Este ano, esteve na bateria do Imprensa que eu gamo, o bloco dos jornalistas cariocas que agita o Largo do Machado, e no Bloco do Junior, em Copacabana.   

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

A Revista Manchete bem que avisou. Em 1992 ! Na chamada de capa: "A guerra civil de Bolsonaro";

 





Post de Marcelo Pimentel, publicado no X, mostra o golpismo de Jair Bolsonaro já explícito em 1992 e denunciado pela Manchete. Post enviado ao blog pelo colaborador José Carlos Jesus, que foi chefe de reportagem.da Revista Manchete .


Mídia - Gleise Hoffmann dá uma invertida em Merval Pereira, que atuou - e ainda atua - como um "frentista" da Lava Jato

 


Deu no site f5: Globo rasga a fantasia. Entenda porque o jornalismo se rendeu ao comercial na cobertura do carnaval


O site f5 explica porque a Globo resolveu cobrir os desfiles das escolas de samba do Rio de janeiro com amadores. O diretor dá a impressão de que, se mantido no comando, fará "prova do líder" no sambódromo no próximo ano, tentará incluir a "eliminação" em uma ala de escola e vai escalar integrante do BBB para a cobeetura dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. 

Leia no link abaixo 

https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2024/02/boninho-responde-criticas-sobre-transmissao-do-carnaval-na-globo-nao-estou-nem-ai.shtml

O fanatismo religioso ameaça invadir o carnaval...

Neopentecostais resolveram usar o carnaval de Salvador como marketing religioso-comercial. Primeiro, Baby, a antiga Consuelo agora "Brasil", anunciou o fim dos tempos em pleno trio elétrico. Ninguém esperavava que a cantora fosse a porta-voz escolhida para anunciar o Apocalipse, mas ela assumiu essa função. Outra cantora, a Ivete, reagiu conclamando os foliões a macetarem a profícia em forma de fake news. Depois, um cantor gospel, que segue Jesus, foi criticado por participar do carnaval. Ele ironizou com o argumento de que é melhor ter na pipoca um participante que acredita em Jesus. Claudia Leite foi meio que pioneira nessa "invasão". Internautas agora recuperaram um vídeo dela gravado durante o carnaval de Recife, em 2004. No DVD ao vivo, que viralizou, ela mudou a letra de uma música para eliminar uma citação a Iemanjá. De lá pra cá essse tipo de intervenção em uma festa popular da diversidade se agravou. Trata-se de uma escalada fanática contra a folia democrática. Não passarão nem mesmo se, no futuro, invadirem os blocos com chicotes nas mãos.  Além disso, Claudia Leitte e deve ser alertada que tambores fazem parte da herança religiosa afro. Ela ainda não os amadiçoou. Vatapá também, Acarajé, idem. Samba, o culto à paz  (em vez de alimentar preconceitos), igualmente. O que deve ser macetado é a intolerância. Tentar reprimir a cultura no momento e local indevidos é ato que merece reação. Esse tipo de bobagem não é privilégio dos neopentecostais. Um arcebispo católico afirmou que "fazer penitência" durante o carnaval é a melhor "vacina contra a dengue" O sujeito fala isso no momento em que a saúde pública luta contra o surto da doença que se agrava no verão. Vacine-se: o mosquito não liga para penitências.    

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Baby Consuelo profetiza o apocalipse em pleno carnaval de Salvador. Aproveitem a saideira

por Ed Sá

E Baby Consuelo? Apesar de estar descolando um cachê na Bahia, a evangélica profetizou no calor da folia baiana que o apocalipse vem aí e vai passar o rodo em todo mundo. Não há informações sobre como será o fim, se fogo, água, crack, overdose de sexo ou Bolsonaro reeleito em 2026. Baby garante que a humanidade tem cinco ou dez anos. Com isso, teve gente que resolveu "metê o loko" e aproveitar cada segundo que resta. A profecia provocou polêmica nos circuitos do carnaval de Salvador. O Psirico recomendou a Baby Consuelo que tome o seu remédio regularmente. Já Ivete Sangalo usou a gíria do momento: "Vou macetar o apocalipse".

Veja o vídeo do fim do mundo

AQUI

https://twitter.com/i/status/1756527407933108342

Escolas de Samba: a cobertura da Globo merece o Estandarte de Lata

Sambódromo 2024: 40 anos do palco do samba.
Comissão de Frente do Salgueiro. Independentemente do resultado, o samba Hutukara entra para a história. Foto de Alex Ferro/Riotur/Divulgação


por José Esmeraldo Gonçalves 

Nos últimos anos, a Rede Globo demitiu a memória humana e técnica de cobertura dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. O resultado, um completo desastre, foi visto ontem na primeira noite do Grupo Especial na Sapucaí. 

Pela ordem de entrada na pista: faltaram talento, direção, informação e respeito diante de uma das maiores e mais autênticas manifestações culturais do Brasil. O nível foi de uma cobertura estilo tiktok sem noção ou uma produção amadora e tresloucada de shorts para o You Tube. No caso da cobertura das escolas de samba, a prática sempre demonstrou que o profissional que trabalha com empatia legítima diante do espetáculo e seus bastidores - e isso vale para quem está na pista, no estúdio e na técnica – potencializa o interesse da audiência. Quem não está nas arquibancadas e vê a imagem fechada no retângulo luminoso da TV, do computador ou celular, espera contar com a parceria de repórteres, câmeras e apresentadores para “legendar” a intensa sucessão de imagens, como já aconteceu em antigas transmissões da Rede Manchete e da própria Globo e seus profissionais que não estão mais lá ou outros que foram afastados da equipe neste ano. 

No estúdio instalado no sambódromo, Milton Cunha, Alex Escobar, Pretinho da Serrinha e Karine Alves ancoravam a transmisão. O primeiro, um veterano conhecedor do espetáculo, sabia do que estava falando e destacava a importância e o significado do que as escolas mostravam. Pena que em vão. A edição, que parecia estar em outro mundo, era aleatória, variava entre planos gerais e enquadramentos fechados e quase sempre irrelevantes, sem pontuar com imagens o que Cunha eventualmente destacava. Durante o desfile da Beija Flor, o editor optou por se fixar em Neguinho da Beija Flor, por longos minutos,  cantando o samba no primeiro recuo da bateria – o que o cantor sempre faz com talento e carisma -  enquanto a escola de Nilópolis já evoluía na avenida. 

Na pista, os repórteres da Globo tentavam ser performáticos e pareciam fugir de qualquer coisa que lembrasse um fundamento do jornalismo: a informação. Se um avião despencasse no sambódromo naquele instante eles deixariam a notícia de lado e iriam entrevistar um bombeiro sobre a sensação de recolher destroços na manhã seguinte. Esse era o nível. Se a modelo Lilian Ramos fosse vista ontem em um camarote ao lado do presidente Itamar Franco usando uma minissaia e sem prerrogativas que encobrissem a sua íntima emenda constitucional, a Globo ignoraria porque um influencer tinha prioridade ao vivo. 

Picotar a ediçao de imagens e nem sempre respeitar a sequência do enredo também contribui para dificultar o entendimento da história que cada escola conta. Entrar na ala em pleno desfile para entrevistar uma baiana mostra apenas que, além da indelicadeza, a pessoa jornalista sonha em ser uma musa da Sapucaí. O humorista que faz "esquetes" entrevistas também está mais preocupado com sua própria atuação. O editor de imagens que corta a conclusão da apresentação da Comissão de Frente da Beija Flor merece fazer um estágio na ala da força da escola de Nilópolis ano que vem. A coreografia do grupo que abre o enredo tem começo, meio e fim. O sujeito cortou o fim, só isso. 

A propósito, Hutukara, o samba do Salgueiro entra para a história ao lado de Heróis da Liberdade, Histórias para ninar gente grande, Ratos e urubus larguem minha fantasia"  e outras peças antológicas, mas a Globo só vai perceber isso em tempos distópicos quando o Sambódromo for uma ruína, como o Coliseu.

 Hoje a emissora mostra o segundo dia dos desfiles do Grupo Especial. Tem uma chance para escapar do rebaixamento.  

Atualização na terça-feira, 13/2.  No segundo dia de desfiles a cobertura da Globo manteve o mesmo formato do primeiro dia e permaneceu recebendo muitas críticas nas redes sociais. Um colaborador do blog acrescenta que três repórteres experientes que fizeram boas pautas nos barracões no pré-carnaval também trabalharam na avenida nos dois dias de desfiles, mas limitados à concentração e dispersão. Curiosamente suas matérias, que eram direcionadas ao Bom Dia RJ, não entraram "ao vivo" e só foram exibidas  nas edições de segunda e na terça-feira de manhã. Pelo volume de informações e de pautas relevantes, fizeram falta ao conteúdo superficial da "cobertura principal".

sábado, 10 de fevereiro de 2024

A távola malévola

Reprodução 

por José Esmeraldo Gonçalves

Carnaval é prazerosa fantasia, mas a realidade se impôs agora com a divulgação do vídeo pornô da reunião de Bolsonaro e seus auxiliares. 

Em cenas de fascismo explícito canalhas engravatados passaram horas discutindo um golpe e, para usar a linguagem que predominou naquela discussão, deixaram claro que há surubas mais honestas e dignas do que o visto e ouvido naquelas tenebrosas duas horas.

Os golpistas pareciam excitados entre iguais, um era o espelho do outro. Se fosse possível decupar olhares e bocas de cada um, uma verdade estaria na cara: não havia integridade nem dignidade naquela mesa de vagabundos antidemocráticos. Se houvesse um só que fosse decente teria se retirado daquele espetáculo horrendo. Pareciam fascinados. O clima era de vulgaridade, as indicações conspiratórias eram pontuadas por palavrões. 

Infelizmente as câmeras oficiais não enquadravam os pilantras, não ofereciam closes das suas reações apaixonadas ao líder. Alguma coisa era possível observar: a sede inclemente dos bolsonaristas. Eram servidos por um batalhão de fornecedores de rios d'agua. Se forem à guerra precisarão de um aqueduto. Um deles, em determinado momento, sôfrego, escreveu algo em uma folha de papel e tentou entregá-la a Braga Neto, que a devolveu sem ler, em um gesto brusco. Restou ao indigitado, constrangido, recorrer a mais um copo d'água. Ao lado um ex-ministro da Justiça lançava olhares de admiração à performance de Bolsonaro. Quando resolveu falar traçou um cenário apocalíptico no qual todos ali seriam presos. Chegou a apontar futuros presidiários. Deve ter assustados até o cara do cafezinho.

Em tempo: continuamos otimistas aguardando que sua profecia se realize. 

No lado oposto, um ex-ministro da Economia falava ao celular. Às vezes fazia anotações. Não se sabe se eram lembretes colhidos dos interlocutores ou se registrava frases do Bolsonaro do qual é tiete rastejante. 

Na verdade, Bolsonaro falou sozinho. E falou tanto que seus microfones foram trocados várias vezes. Excesso de perdigotos? 

Pouco antes do fim, o fuhrer da Barra da Tijuca pediu aos seus auxiliares que se manifestassem, que fizessem críticas, que dissessem se ele estava errado. Todos ficaram calados demonstrando que assinavam embaixo do golpe. Bolsonaro deve ter se sentido respaldado. Alguns da claque romperam o silêncio e pediram a palavra apenas para enfatizar a necessidade de "virar a mesa" antes das eleições. O mais passional foi o doidivanas Heleno. Uma figura que parece frágil mas se sente um Rambo da Guerra Fria. Falou em estratégia como se fosse um Rommel pilotando um Panzer. Ouvir aquela vozinha trêmula dizendo que ia botar pra quebrar foi patético. Heleno acabou confessando um crime: orgulhou-se de montar um esquema para espionar políticos em campanha. Pensou em agradar, foi repreendido pelo chefe que não discordou da proposta, mas apenas da inconfidência.

Aliás, o argumento mais atualizado na távola dos golpistas para dar o golpe ante as urnas foi algo que eles chamam de "comunismo". Bolsonaro usou um argumento devastador para aquela tosca plateia e que deve ter impressionado os presentes. Segundo ele, o comunismo obrigaria madames e donzelas a "darem o rabo". Acho que foi isso que lhe deu a unanimidade para o "plano B". Deve ter sido o maior pesadelo dos auxiliares ali reunidos. Muitos provavelmente sonharam com Maduro, Daniel Ortega, Kim Jong-Un, Xi Ji Ping adentrando alcovas ilustres e passando o rodo nas últimas donzelas do "mundo livre".

Há uma interpretação adotada por jornalistas bolsonaristas segundo a qual não houve crime durante o vídeo da suruba do golpe porque nada se consumou, Lula foi eleito e tomou posse. Trata-se de uma manipulação dos fatos. A tentativa de golpe saiu daquela mesa para as ruas. Bloqueio de rodovias, financiamento para manifestações em porta de quartéis, ataques às urnas eletrônicas, falsas denúncias de fraude eleitoral, tentativas de atentado no aeroporto de Brasília, a espantosa tentativa de se lançar um ônibus contra veículos em trânsito, também em Brasília. Essas duas ações foram implementadas e por muito pouco os terríveis objetivos dos terroristas bolsonaristas não foram alcançados. A última cartada foi o ataque planejado à Praça dos Três Poderes e a depredação dos prédios da Presidência, do Congresso e do STF.

Ah, mais o golpe não aconteceu, dizem os notórios jornalistas bolsonaristas. É verdade. O que impediu? Muita coisa ainda virá à tona. Por enquanto, sabe-se que a não adesão dos comandantes da  Aeronáutica e do Exército (o da Marinha estava fechado com os golpistas) teria pesado. Declarações públicas de Washington sobre a validade das eleições e a expectativa de respeito à voz das urnas, também. A postura do STF e do TSE. A mídia independente, a luta democrática nas redes sociais. Os políticos que se mantiveram na oposição a Bolsonaro. Os profissionais da saúde que expuseram o deboche e os crimes de Bolsonaro cometidos durante a pandemia de Covid e até hoje impunes. As pesquisas de opinião pública ao constatar que os brasileiros fora da bolha fascista e bolsonarista queriam democracia. A derrota de Donald Trump e a posse de Joe Biden em 2021 também foi decisiva. Com Trump no poder para um segundo mandato a ousadia dos golpistas brasileiros seria maior. Outros fatores poderão aparecer nas investigações. O Brasil tem muito a agradecer a cada uma dessas circunstâncias. E o país tem uma chance para refletir diante das eleições que se aproximam: os pleitos municipais neste 2024 e a eleição presidencial de 2026. Nesta, que os eleitores rejeitem o bolsonarismo fascista e votem com consciência e competência (não apenas dirigentes devem ser competentes e honestos, eleitor também) em um Congresso que mereça respeito, que não seja serviçal de lobbies e interesses e que não funcione como uma startup de emendas e de chantagem. Uma coisa é certa: a maioria das pessoas que aparece em torno daquela mesa suja continuará atuante. 

O risco à democracia voltou para ficar. Cabe a cada um de nós ter certeza de que bolsonaristas não são apenas os folclóricos que cantam o hino nacional. Estão em missão politica, fundamentalista, de ultra direita, de ocupação imoral e corrupta do Estado. São predadores da democracia.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Todo mundo em Brasília é "deep throat". São as fontes "sem nome" da GloboNews

 

Reprodução X

O comentário a seguir é do blog. Os políticos de Brasília deveriam aproveitar a renovação das carteiras de identidade para deixarem de ser um bando de "sem nomes". 

A GloboNews abusa tanto da prerrogativa de não revelar a fonte que banaliza esse instrumento do jornalismo investigativo e compromete sua credibilidade. Ninguém parece ter nome e CPF. Qualquer irrelevância é "revelada" como se o (a) comentarista ou âncora estivesse apurando um "caso Watergate" e precisasse usar um "deep throat" de estimação. 

Imagine-se o (a) jornalista "apurando" uma bobagem com um deputado qualquer e em seguida destruindo o celular a marretadas para evitar a identificação da sua "fonte secreta". Ou percorrendo os corredores do Congresso usando barba postiça e capuz ao encontro da sua "fonte" que, por sua vez, se disfarça de frade para não se revelar. 

A impressão que fica é que nas apurações dos (das) comentaristas da GloboNews ninguém se identifica nem pra dizer o que comeu no café da manhã". 

O nível de "confidencialidade pode ser mais ou menos assim: "conversei com um ministro hoje e ele me disse que o governo está preocupado com as ações de Arthur Lira". "Falei agora com um líder da oposição e ele me deu um "bastidor" de que vai chover no fim de semana". "Em primeira mão, uma pessoa próxima a Lula me disse que o Salgueiro vai ganhar o carnaval carioca". "Eu tenho um."bastidor" quente: um vizinho do presidente do Senado contou que ele está muito irritado com a onda de calor"...

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Bilionário do Vale do Silício quer realizar "olimpíadas" neoliberais com doping autorizado


por José Esmeraldo Gonçalves

Segundo The New York Post, o bilionário Peter Thiel, que fez fortuna no Vale do Silício, pretende mobilizar outros empresários para organzar em 2025 os primeiros jogos neoliberais, uma espécie de olimpíada com doping liberado. Os atletas terão liberdade para se entupirem de esteroides até a medula. E não só esteroides conhecidos. Thiel quer mobilizar a farmacêutica a desenvolver novos produtos para doping em todas as modalidades "aberta e honestamente", diz ele. 

Não importa se os competidores dos jogos das drogas cruzarem a linha de chegada doidões ou subirem ao pódio trincados, o importante é que sejam testados os limites químicos dos atletas. Thiel imagina que isso estimulará os cientistas a criarem drogas e suplementos alimentares que melhorem a performance das pessoas com impacto na longevidade. Os jogos dos anabolizantes serão realizados em cidades com infraestrutura pronta e apenas com investimentos privados. Já existe uma candidata favorita a sede, mas a equipe do bilionário não revela qual.

Mais detalhes serão anunciados em 17 de abril, antes da Olimpíada de Paris que será aberta em julho. Os jogos neoliberais são chamados provisoriamente de Enhanced Games (algo como Jogos Aprimorados). Claro que não poderão usar os termos "olímpico" e "olimpíada", que são registrados pelo Comitê Olímpico Internacional. A escolha da data e do locala para o anúncio do torneio das drogas é uma clara provocação enquanto Paris se prepara para receber os Jogos de Verão. O Barão Pierre de Coubertin, idealizador das Olimpíadas da era moderna e que está enterrado ali perto, na Suiça, vai se revirar no túmulo com direito a twist carpado e outras piruetas de indignação.

Na capa da Carta Capital: O "SNI" privê dos Bolsonaros

 


Devolve a grana

 


O boicote a Israel, a fala de Genoino, a carta de Roger Waters a Caetano Veloso

por Leneide Duarte-Plon, de Paris, para o Red.Org

A polêmica em torno da declaração de José Genoino nos traz de volta à realidade do movimento BDS (Boycott, désinvestissement et sanctions). Para lutar contra a ocupação da Cisjordânia e o apartheid que Israel impõe aos palestinos que têm cidadania israelense (20% da população do país) – que os supremacistas judeus chamam de “árabes israelenses” para negar a identidade palestina do povo autóctone – foi criada, há alguns anos, a campanha BDS, um movimento internacional que tem como objetivo boicotar Israel, sua política colonial e de apartheid. O BDS promove boicote não somente econômico mas também universitário, cultural e político contra Israel, seus cidadãos e empresas.

Desde o início, o boicote cultural teve o apoio do músico Roger Waters, do escritor John Berger, da ativista Arundhati Roy, do cineasta Ken Loach, do cineasta franco-israelense Eyal Sivan, bem como de duas outras personalidades já desaparecidas: o uruguaio Eduardo Galeano e o cineasta Jean-Luc Godard. Para boicotar Israel, os cineastas citados decidiram não participar dos festivais de cinema israelenses.

Em setembro de 2009, o Conselho Ecumênico das Igrejas declarou estar convencido da necessidade de “um boicote internacional dos bens produzidos nas implantações israelenses ilegais (colônias) nos territórios ocupados”. O Conselho Ecumênico publica no seu site o apelo lançado em 11 de dezembro de 2009 pelo coletivo Kairos Palestina: “A moment of Truth; A Word of Faith, Hope and Love from the Heart of Palestinian Suffering” (este título faz referência explícita a um document datado de 1985 e publicado na África do Sul para lutar contra o apartheid). Entre os signatários do documento, está o centro teológico palestino Sabeel.

O regime racista da África do Sul 

O movimento de boicote contra o regime racista da África do Sul levou ao fim do apartheid, como todos sabemos. O antigo líder anti-apartheid, Nelson Mandela – considerado um terrorista pelos supremacistas brancos que o condenaram a mais de 20 anos de prisão – mostrou como a história dos oprimidos obedece a um tempo lento no qual a Justiça acaba por se impor. O “terrorista” Mandela foi eleito presidente de seu país depois de ganhar o Prêmio Nobel da Paz no ano anterior.

Leia a matéria completa AQUI

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Tá explicado

 

Título de matéria do Globo, hoje


O comentário a seguir é do blog.

por Ed Sá
Essa deve ser a constatação mais conclusiva da história do IBGE. O país com um dos piores índices de distribuição de renda do mundo, terra de violências inomináveis, de injustiças, de golpes de Estado comentidos pelas elites, de injustiças, de assassinatos de lideranças políticas comunitárias, agrícolas, ambientais e indígenas é vítima, como se não bastasse, de um complexo religioso fundamentalista com pilares comerciais e políticos. Ter mais igrejas do que escolas é coisa simbólica: o fundamentalismo surfa na carência de educação. Quanto mais ignorante mais o povo é presa fácil dos picaretas travestidos de " homens de deus". O Brasil assiste esse triste espetáculo hoje onde a fé é moeda de poder, opressão, ganância e abusos recorrentes. O chamado voto religioso é a mais recente desgraça do Brasil. No Rio, elegeu o desastrado Crivella. No Brasil, escolheu o elemento da ultra direita e incompetente, golpista e afanador de jóias Jair Bolsonaro. Nas diversas instâncias elegeu, deputados, senadores, governadores, prefeitos,  governadores e vereadores que trabalham o tempo todo para usufruir recursos do Estado laico e paradoxalmente montar uma teocracia: o futuro Estado Evangelâmico.
 

Fotomemória da Rua do Russell


Sobre o post acima (de Celso Arnaldo compartilhado por José Carlos Jesus), confira a escalação da foto em uma tarde qualquer perdida no tempo na sede da Revista Manchete. 
Da esq. para a dir: Hélio Carneiro, d.Bella, dr. Haroldo Jacques, Adolpho Bloch, Carlos Heitor Cony, Roberto Muggiati, Janir de Holanda, Pedro Jacques Kapeller, Claudia Richer, Roberto Barreira, Lena Muggiati e Tarlis Batista. Sentados: Vera Mendonça, Marilda Varejão, Celso Arnaldo Araújo, Ateneia Feijó, José Esmeraldo Gonçalves, Lincoln Martins, Silvia Leal e Silvia de Castro. 

A direita ganha mais espaço no You Tube e na mídia neoliberal

 


Além de veículos, sites e jornalistas de extrema direita, o You Tube registra nas últimas semanas um tsunami de novos canais bolsonaristas que divulgam fake news travestidas de "análise" e "comentários". Tal ofensiva simultânea só se explica por impulsionamento e patrocinio. Ao mesmo tempo, tal qual aconteceu no período entre o golpe contra Dilma Rousseff e a eleição de Bolsonaro, a mídia dos oligarcas também mostra suas garras. O chamado jornalismo de guerra voltou a calçar os coturnos. Jornais como Folha, Estadão e Globo radicalizam seus editoriais e o direcionamento do conteúdo alegadamente "jornalístico". Na semana passada, a CBN reforçou seu time de comentaristas selecionando jornalistas identificados com posições de neoliberalismo extremado ou de direita light ou até hard. No caso da CBN, entre as novidades anunciadas há apenas um exceção: o democrata Bernardo Mello Franco.