sexta-feira, 29 de maio de 2020

Na capa da Time: a pandemia que marca uma geração


Dimenstein, um exemplo...


VEJA O VÍDEO AQUI

O fascismo está na moda e quer dar uma gravata na democracia

A história mostra que o fascismo gosta de adereços e acessórios.

Desde a primeira metade do século passado os adeptos da ideologia são trendsetters: desenham camisas, gravatas e até cuecas para difundir suas ideias.

Bolsonaro apareceu no "curral", que mais parece cloaca, do Alvorada usando uma gravata estampada por fuzis. Certamente quis dar um recado claro ao STF no momento em que o clã está acossado por investigações. Símbolo é tudo para a seita.

Chamou atenção, mas não é novidade. No Brasil há lojas virtuais que vendem gravatas de inspiração fascista ainda mais evidente. Custam pouco mais de 100 reais. Durante a campanha do sociopata, armas estampavam milhares de camisetas que abasteceram os apoiadores.
É curioso. Dá a impressão que bem antes de planejar movimentos e manifestações os fascistas vão para a prancheta e para as máquinas de costura criar modelitos.

Na Alemanha, na Itália e no Brasil eles desfilavam orgulhosos da moda que criavam. Eram os camisas negras de Mussolini, em tom funéreo do fascismo que exalta a morte. Os ingleses adotaram o mesmo modelo com alterações: corte de cintura fina combinando com calças que deixavam os glúteos fascistas arrebitados. Nos Estados Unidos, foi adotada a camisa prateada e calças de veludo. No Brasil, a Ação Integralista Brasileira adotou a camisa verde, gravata preta e calça branca. Assim engomados desfilavam pela Rio Branco como se fossem arianos marronzinhos. O slogan dos fascistas dos anos 1930 - "Deus, Pátria, Família"- não por acaso ressurgiu no material de campanha do eleito em 2018. A moda fascista também está nas ruas e nos palácios.

La Gioconda americana...

Reprodução/O Globo
A foto de Donald Trump publicada no Globo, hoje, tem uma curiosa semelhança com a estética da famosa pintura de Leonardo Da Vinci. A posição das mãos é praticamente a mesma.

O fotógrafo Jonathan Ernst, da Reuters, assina a imagem.

La Gioconda mostra um olhar convidativo. Trump, a arrogância usual. O sorriso da Mona Lisa é tido como enigmático; o de Trump, semi-aberto, não se sabe o que é, mas boa coisa não parece ser. Da Vinci, o mestre das proporções, certamente identificaria no magnata americano uma desproporção entre o tamanho da boca presidencial e o rosto. Trump é visivelmente dotado de uma boquita de señorita mexicana.

Há centenas de teorias sobre a Gioconda. Uma delas, que seria um auto-retrato de Da Vinci em momento transformista, com pose e vestes de mulher. Nunca saberemos se era nisso que Trump pensava ao descansar as mãos no colo como uma madonna florentina.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Brasil e Estados Unidos: enfim aliados. Na tragédia e no genocídio




A capa do New York Times, publicada no último domingo, repercutiu enormemente nos Estados Unidos e no mundo. Lista mil nomes de mortos pela Covid-19, 1% das 100 mil vítimas fatais que as estatísticas consolidariam três dias depois. Abaixo do título que lamenta a perda incalculável, um subtítulo registra que não são apenas simples nomes em uma lista, "eles são nós".

Dias antes do New York Times, O Globo publicou uma capa gráfica igualmente impactante, com os nomes e histórias de 10 mil brasileiros que se foram. Somos nós, também,

Jornais europeus, como Le Monde e Liberation comentaram a capa no NY Times e relacionaram a tragédia americana com a do Brasil. Ambas são imensas e alcançam a liderança mundial nos trágicos números. A do Brasil ainda em dramática aceleração.

A triste liderança Estados Unidos-Brasil remete a dois líderes irresponsáveis: Donald Trump e Jair Bolsonaro. Os dois desprezam a pandemia, fazem piadas e campanha contra o isolamento recomendado pelo cientistas. Ambos assumiram o papel de cientistas loucos, disseminaram fake news e recomendaram remédio que não cura, pode matar, a tal Cloroquina. Trump ultrapassou o colega brasileiro e "receitou" doses orais de detergente como preventivo da Covid-19. No dia em que foi publicada essa capa do NY Times, o presidente americano passou a fazer uma inexplicável campanha contra o uso de máscaras, segundo a CNN. O brasileiro já citou o isolamento como "babaquice" e, na mesma frase, ironizou sobre o uso de máscaras.

Tio Trump e o seu sobrinho tropical estão irmanados na prática genocida.

Do Jornalistas & Cia: imprensa na mira das milícias do ódio


quarta-feira, 27 de maio de 2020

Fotomemória da redação: Murilo Melo Filho (1928-2020), registros do acadêmico enquanto repórter

1966: Gervásio Baptista e Murilo Melo Filho, da Manchete, e Isaac Piltcher, do Globo, embarcam para o Vietnã. 

Em Saigon, a dupla da Manchete posa ao lado de um oficial do então Vietnã do Sul. 

1963: Murilo acompanhou a comitiva de João Goulart em viagem aos Estados Unidos.
Em Washignton, o jornalista cumprimenta John Kennedy. Fotos: Reproduções Manchete
Murilo Melo Filho. Foto ABL
O jornalista e escritor Murilo Melo Filho morreu hoje, no Rio de Janeiro, ao 91 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. Com uma longa trajetória em vários veículos - Diário de Natal, Jornal do Commércio, Tribuna da Imprensa, Estadão e Manchete - Murilo cobriu a política brasileira ao longo das crises dos anos 1950, passando pela epopeia da construção e inauguração de Brasília, o golpe de 1964, a ditadura, a abertura, a eleição e morte de Tancredo Neves, a Constituinte de 1988, os governos Collor, Itamar e FHC. Com o fim da Manchete, em 2000, encerrou sua carreira jornalística e passou a se dedicar com intensidade à vida literária, como membro da Academia Brasileira de Letras, para a qual foi eleito em 1999. Escreveu dezenas de obras, como Cinco dias de junho, Reportagens que abalaram o Brasil, O desafio brasileiro, Memória viva, Crônica política do Rio de Janeiro, Testemunho político, e O Brasileiro Ruy Barbosa.

Após a falência da Manchete, Murilo Melo Filho participou das iniciativas
da Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores na luta pelo direitos trabalhistas junto à Massa Falida da empresa. Na foto, ao lado de José Carlos de Jesus e colegas, ele faz parte da delegação que foi recebida pela Juíza Maria da Penha Nobre Mauro, da 5ª Vara Empresarial, responsável pelos processos de indenizações. 

No DCM - neoliberais comemoram: ôba, bye. bye velhinhos

Leia no DCM

Repórter do G1 vive momentos de terror


Folha, Globo, UOL e Band suspendem cobertura das sórdidas entrevistas no "curral" do Alvorada

Globo, Folha, UOL e Band suspendem a cobertura jornalística no sórdido curral do Palácio do Alvorada, em Brasília. Ameaças e intimidação levaram os veículos optar por preservar a integridade dos seus profissionais  
Há muito, as bizarras "coletivas" de Bolsonaro eram, na verdade, um show de humilhações para os jornalistas escalados para visitar o "inferno" do Alvorada. Além de ouvir ofensas do próprio sociopata-chefe, eram verbalmente agredidos pela seita instalada em um curral ao lado. Esses ataques subiam de tom e deixavam antever que havia alto risco de agressões físicas por parte dos apoiadores que se sentem respaldados pelos xingamentos proferidos no local pelo próprio Bolsonaro. 


William Bonner é o novo alvo 
da milícia política bolsonarista

Nos últimos dias, William Bonner, editor e âncora do Jornal Nacional passou a receber ameaças da seita bolsonarista. Primeiro, hackers usaram dados do seu filho em tentativa de operação financeira. Agora, em mensagens enviadas aos celulares do apresentador e da sua filha, a título de intimidação, os milicianos quiseram mostrar que estavam de posse de informações pessoais de vários outro membros da família Bonner. 

A Globo divulgou um nota sobre o caso. Leia a seguir: 

A Globo repudia a campanha de intimidação que vem sofrendo o jornalista William Bonner e se solidariza com ele de forma irrestrita. Há dias, um fraudador usou de forma indevida o CPF do filho do jornalista para inscrever o jovem no programa de ajuda emergencial do governo para os mais vulneráveis da pandemia, para isso se aproveitando de falhas no sistema, que não checa na Receita Federal se pessoas sem renda são dependentes de alguém com renda, fato denunciado publicamente pelo próprio jornalista que apresentou notícia crime junto ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.

Agora, tanto o jornalista quando a sua filha receberam por WhatsApp em seus telefones pessoais mensagem vinda de um número de Brasília com uma lista de endereços relacionados a ele e os números de CPFs dele, de sua mulher, seus filhos, pai, mãe e irmãos, o que abre a porta para toda sorte de fraudes.

A Globo o apoiará para que os autores dessa divulgação de seus dados fiscais, protegidos pela Constituição, sejam encontrados e punidos. William Bonner é um dos mais respeitados jornalistas brasileiros e nenhuma campanha de intimidação o impedirá de continuar a fazer o seu trabalho correto e isento. Ele conta com o apoio integral da Globo e de seus colegas e está amparado pela Constituição e leis desse país.

O avanço das agressões contra repórteres, câmeras e fotógrafos


As agressões à imprensa são uma marca do atual governo e das suas milícias políticas não apenas diante do Palácio da Alvorada como em São Paulo e várias outras capitais. Invariavelmente, ficam impunes. Alguns andam armados, como seus "coordenadores" admitem e o próprio Bolsonaro incentivou durante reunião ministerial no dia 22 de abril.
Um vídeo como esse, pulicado no Twitter por @MauricioRicardo , não precisa de legendas.
Veja AQUI

Trump: a nova campanha do outro tosco

Reprodução CNN
Donald Trump agora abre campanha contra o uso de máscaras.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

A líder que o Brasil inveja faz a Nova Zelândia vencer a Covid-19 e não perde o charme nem diante de um terremoto...


A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, que é uma das personalidades mundiais que melhor conduz um país durante a pandemia e, antes disso, enfrentou com habilidade as consequências do ataque terrorista de Christchurch, mostra , mais uma vez, do que é feita. Ela dava uma entrevista por meio de vídeochamada quando um terremoto atingiu o prédios do Parlamento,  Zelândia, em Wellington, quando calmamente falou para a câmera,sorrindo:  "Estamos apenas tendo um terremoto aqui. Mas estamos bem. Parece que estou em um lugar estruturalmente sólido".
VEJA O VÍDEO AQUI


Financial Times: um desastre chamado Bolsonaro

A negação da pandemia levou o governo brasileiro a retardar providência. Mesmo na fase Mandetta, não houve vigilância em aeroportos, não houve recomendação para uso de máscaras e nem estímulo ao isolamento. Houve um momento em que o Ministério da Saúde, em meados de março, passou a recomendar tudo isso, contrariando  Bolsonaro, mqas o tempo perdido não foi recuperado.
A burrice do governo federal é tamanha que, ao combater o isolamento em nome da economia, leva prejuízo ainda maior à... economia. Basta verificar o exemplo da Espanha e da Itália, que viveram surtos gravíssimos, permaneceram em isolamento por cerca de 60 dias e já estão aliviando as restrições. O Brasil em "isolamento" meia-bomba, com Bolsonaro e sua seita desestimulando agressivamente a recomendação de #ficaremcasa, viu a contaminação e a curva de mortes dispararem. O resultado é que vai levar mais tempo para começar a volta à normalidade . O que o Brasil perde com isso? Vidas, empregos, produção industrial, vendas no varejo etc. Ou seja: os idiotas federais forçaram um tiro no pé ainda maior na economia.
Por essas e por outras, veículos como Financial Times alertam os investidores: o Brasil é um desastre.

Famosos em quarentena dão prejuízo aos paparazzi

O repórter Felipe Pinheiro, do UOL, mostra que o sumiço das celebridades durante a Covid-19 afeta o bolso dos paparazzi. "Os famosos praticamente desapareceram do radar dos paparazzi durante a pandemia do novo coronavírus. Sem praia, shopping ou parques, que foram esvaziados e fechados, os profissionais especializados em fotografar celebridades tiveram suas vidas diretamente afetadas pela quarentena, que já passa de dois meses em várias regiões do Brasil", relata a matéria.
LEIA A REPORTAGEM COMPLETA NO CANAL TV E FAMOSOS, NO UOL, AQUI

Em Mussolini, a inspiração: compare o título no Correio da Manhã com frase dita na famigerada reunião do Planalto...



Na capa do Dia: o coveiro de um país

domingo, 24 de maio de 2020

Glossário de Bolso e a ceia do boca-suja

Foto: Reprodução do relatório do Instituto de Criminalística/PF

Na ditadura, o general João Figueiredo ficou conhecido pela grossura. Mas não recorria a palavrões, pelo menos quando falava em público. "Prefiro cheiro de cavalo ao cheiro do povo"; "Quem for contra a abertura, eu prendo e arrebento"; "Se eu ganhasse salário mínimo, eu dava um tiro no coco"; "Me envaideço de ser grosso"; "Durante muito tempo o gaúcho foi gigolô de vaca".  São frases que estão entre as suas máximas.
Diante do que se falou na reunião de ministros comandada por Bolsonaro, Figueiredo seria considerado uma dama vitoriana.
Ao longo da reunião foram ouvidos quase 40 palavrões.  A maioria pronunciados por Bolsonaro, mas tendo ministros como Paulo Guedes na cola, além do presidente da Caixa Pedro Guimarães.
Considerando que a reunião era para discutir planos de desenvolvimento para a pós-pandemia, imagina-se que as expressões abaixo façam parte da estratégia presidencial e do plano de ação dos ministérios. "Vamos fazer a porra do dólar cair";  "A merda dos juros;  "a bosta do PIB está mal"; "Vamos foder com o STF".
Por tudo isso, familiarize-se com o glossário do Planalto.
* Merda - foi usada como "deu merda", "uns merdas", "falou merda".
* Bosta -  "um bosta de um prefeito fez a bosta de um decreto", esses bosta,"esse bosta de governador".
* Porra ou porrada - "tira a cabeça da toca porra", também refere-se a ministros e poderes como "porra".
* Foder - usada por Bolsonaro como "se foder", "foder minha família". Já Paulo Guedes ampliou o xingamento para "deixa cada um se foder".
* Putaria - Bolsonaro referindo-se ao Inmetro
* Puta que o pariu - quando alguém diz que um ministro está indo bem apesar do presidente
* Filho da puta - "um filho da puta ser posto em liberdade", sobre presos que foram liberados por causa da Covid-19.
* Cacete - "péssimo exemplo é o cacete", sobre romper o isolamento
* Caralho - Braga Neto dirigindo-se ao ministro Tarcísio, "você também, caralho?".
* Hemorroída - sobre essa palavra usada por Bolsonaro, há um discussão. Não fez muito sentido. Filólogos podem achar que ele quis se referir ao popular cu, o hospedeiro da hemorroida, quando disse "que os caras querem é a nossa hemorroida. É a nossa liberdade".

Ministro propõe trambique federaL...


O Globo de hoje publica anúncio de página inteira, assinado por Greenpeace, WWF, SOS Mata Atlântica, ISA e Observatório do Clima, que responde a Ricardo Salles. Na famigerada reunião  comandada por Bolsonaro, o ministro sugeriu manobras na surdina para implantar medidas sem que os brasileiros - em plena tragédia da Covid-19 - pudessem perceber. Uma espécie de estelionato institucional em pleno Planalto..

Pornô-política: suruba autoritária em reunião ministerial com orquestração de palavrões



CENA 1
"DÁ LOGO UM ESPORRO"



* O clima é de reunião de alunos do ensino médio, turma do fundão. As redes sociais usam o termo "gado" para designar os fanáticos seguidores da seita bolsonariana. Pois a expressão pejorativa acaba de ganhar up grade. Bolsonaro trata os ministros - e alguns deles parecem se comportar de acordo - como se bovinos fossem. O uso de palavrões faz parte do protocolo. Bolsonaro fala e os demais se sentem à vontade para imitar. O enquadramento humilhante dos ministros por parte do "líder' é outra coisa que chama a atenção. Lembra as paródias dos filmetes do Hitler que as redes sociais adaptam a todas as situações. O coronel Jarbas Passarinho entrou para a história por sua participação na reunião que aprovou o AI-5s, em 1968. "Às favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência”.  Se estivesse à mesa, no Planalto, no fatídico dia 22 de abril de 2020, Passarinho se sentiria à vontade  - e não apenas por estar cercado de militares- para ressignificar e resumir sua famosa frase. Bastava dizer 'foda-se a consciência" e estaria sob medida no figurino do Planalto.  




CENA 2 
"ESSES PULHAS"

* Bolsonaro abre a reunião advertindo os ministros. É proibido falar com a imprensa: os pulhas. Nenhum ministro se manifesta. Alguns permanecem de cabeça baixa. 


CENA 3

"O PRÍNCIPE AUTORIZOU"

* Lorezoni bate um papo na Árábia Saudita e acha que descolou bilhões de dólares. Acredita que o "príncipe" vai morrer nessa grana sem saber nem onde vai aplicar. "Temos dez bilhões de dólares da Arábia Saudita que precisa definir onde vai botar". Do jeito que ele fala, pode até desejar nos cofres do Centrão que o governo está abarrotando. Lorezoni é como aquele caipira que cai no conto da loteria. Ou como a "cinderela" seduzida na calada da noite. Pergunte se o "príncipe" até hoje compareceu com a grana "prometida". 

CENA 4 
NINGUÉM TÁ VENDO. É HORA DE PASSAR A DESREGULAMENTAÇÃO 
POR BAIXO DA MESA


* O ministro quer brincar de esconde-esconde. Total tática 171. Sugere que o pais e a imprensa distraídos com a epidemia oferecem o momento para baixar decretos e portarias que o povo não precisa saber. Na verdade, o jogo sujo do ministro já está em execução: o desmatamento na  Amazônia cresce exponencialmente, perdão de multas e demissões no Ibama fazem a festa dos criminosos na região, enquanto os brasileiros estão preocupados com a Covid-19. 

CENA 5
BOLSONARO É O PRÓXIMO CHURCHIL, O ROOSEVELT BRASILEIRO



* Esse aí exagerou na bajulação. O saco bolsonariano deve ter saído avariado dessa reunião. Justiça seja feita: não apenas esse elemento manejou o saco presidencial. Tantas eram as mãos apalpando o "líder" que este saiu da mesa para botar um pouco de gelo no indigitado.

CENA 6
O COWBOY QUE TEM 15 ARMAS E PODE MATAR OU MORRER

* O burocrata acima está com a macaca. Baixou um Rambo no fulano. Aparentemente, o tema da reunião era um projeto de desenvolvimento que o próprio governo detonaria dias depois dessa pajelança de ministros. Mas o sujeito acima é um "revoltoso" e prefere discorrer sobre o que faria se tivesse a filha retirada da praia em tempo de isolamento social. Promete pegar 15 armas que guarda no seu arsenal família. 

CENA 7

DAMARES DIVULGANDO FAKE NEWS NA REUNIÃO





Damares "denuncia" que a "esquerda" está contaminando aldeias na Amazônia só para "colocar nas costas do presidente". Já é público a a ministra costuma ver coisas. Dessa vez, ela "flagrou" uma conspiração para disseminação do coronavírus. Ninguém riu ao ouvir o novo delírio da figura, mas Damares está pronta para ser roteirista de filmes de terrir. 


CENA 8
"ODEIO, ODEIO"



* Weintraub fala como se interpretasse o papel de um ditador de chanchada. Reclama que só ele quer tocar fogo no país e se ferra por isso. Insiste que quer lutar. É uma espécie "generalíssimo Franco" de cabaré. Erra ao não perceber que esse lugar já está ocupado em Brasília.


CENA 9
FAMÍLIA AMEAÇADA DE LEVAR FODA


CENA 10
"PERDE O MINISTÉRIO QUEM FOR ELOGIADO PELA FOLHA OU PELO GLOBO"




* Uma cena significativa. Bolsonaro assume claramente que quer formar uma milicia particular armada; diz que tem um serviço de informação privado;  e confirma que interfere na PF em palavras, na reunião, e em atos antes e depois desse encontro com ministros.

CENA 11
A LA MUSSOLINI: "FAZ GINÁSTICA, CANTA O HINO, BATE CONTINÊNCIA"



* Uma sequência importante. Nela Paulo Guedes, tido pela mídia como "ministro técnico", mostra que é mais uma das anomalias ideológicas do governo federal. Uma Damares com filtro.


sexta-feira, 22 de maio de 2020

Deu febre alta na enfermaria. Veja as fotos que quebraram a internet


Reprodução Twitter

A enfermeira russa Nádia, 23 anos, se queixou de que os trajes de proteção exigidos pelo trabalho diário para atender vítimas de coronavírus são pesados e pouco funcionais. "É  muito desconfortável usar a vestimenta completa por tanto tempo", justificou.  Ele optou então por dispensar o avental e usar apenas a capa protetora transparente. Um paciente fotografou a cena no Hospital de Tula, cidade ao sul de Moscou As fotos viralizaram nas redes sociais mundiais. A mídia inglesa aventou que o ato seria um protesto por falta de equipamento de proteção, o que não foi confirmado.
Não foi informado se os pacientes apresentaram significativa melhora psicológica após o episódio. Por outro lado, ninguém reclamou, ela cumpriu os procedimento com eficiência. O hospital quis inicialmente punir a enfermeira, mas em seguida avaliou que ela usava todos os equipamentos de proteção indispensáveis e obrigatórios, ou seja, óculos, luvas, traje impermeável, máscaras e gorro hermético.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Cloroquina para o futebol?


Reproduções Twitter

Só falta o Flamengo receitar cloroquina para os jogadores.
A patética comitiva rubro-negra,que levou o Vasco no sovaco e foi a Brasília apoiar Bolsonaro na campanha para o retorno às atividades em plena ascensão da pandemia no Brasil já dá resultados. Ignorando recomendações da Prefeitura do Rio de Janeiro, o Flamengo meteu o pé na porta e abriu o seu Ninho do Urubu para treinamentos. Em Brasília, o inspirador da medida deve estar batendo palmas.A diretoria do Flamengo já mostrou no caso dos meninos mortos no incêndio do contêiner assassino (que deu triste fama ao mesmo Ninho do Urub) que consciência social ali é zero. Naquele caso, o clube fez polêmico acordo com algumas famílias e ainda mostra crueldade ao postergar na justiça as indenizações à maioria dos parentes das vítimas. Faltou humanidade.

Agora, forçar a barra para a volta do futebol é priorizar o vil metal em troca da segurança sanitária.

Revoltados com a atitude da diretoria do clube ao se aliar a Bolsonaro na contramão da luta contra o coronavírus, alguns torcedores rubro-negros picharam a sede do clube, hoje, na Gávea, no Rio.

Em tempo: Fluminense e Botafogo, com muito mais consciência e dignidade, não concordam com essa precipitação do Flamengo que leva o Vasco a reboque e insiste na volta do futebol enquanto o número de mortes por Covid-19 bate seguidos recordes na cidade.

Saravá, Sodré! Você previu o Grotesco, mas ele é muito pior do que se pensava... • Por Roberto Muggiati

Muniz Sodré Foto/ Divulgação ECO/UFRJ

Muniz Sodré de Araújo Cabral, uma avis rara no universo jornalístico brasileiro.

Desde final de abril, nosso amigo, aos 78 anos, enfrenta bravamente o coronavírus. Vamos torcer por ele! Baiano de São Gonçalo dos Campos, região de Feira de Santana, além da meia dúzia de línguas mais banais que todos nós conhecíamos, Muniz Sodré tinha sólidas noções de latim e grego e falava russo fluentemente. Nos conhecemos na reportagem da Manchete em Frei Caneca, no início de 1966. Pelo domínio de idiomas e por nossa cultura geral, éramos “repórteres especiais” da grande revista. Eu tinha 28 anos, ele 24. Na época, o goleiro da seleção soviética, Lev Yashin, considerado um dos melhores do mundo (a URSS foi a quarta colocada na Copa de 1966), visitou o Rio. Pois Muniz Sodré entrevistou Yashin em russo e ainda, com ginga soteropolitana, cobrou um pênalti contra ele no Maracanã, bola de um lado, goleiro do outro.

– Pare de ser stakhanovista, Justino! 

Lembro até hoje o berro indignado de Muniz Sodré na saleta de Frei Caneca, onde as reuniões de pauta eram honradas com a presença do Jaquito, o “delfim” do Adolpho Bloch.
O stakhanovismo foi um movimento que nasceu na União Soviética de Stalin em 1935 por iniciativa do mineiro Alexei Stakhanov, que defendia o aumento da produtividade operária com base na própria força de vontade dos trabalhadores. Enfim, Stakhanov era o típico “operário-patrão”. Muniz acusava o editor da Manchete de explorar vilmente os repórteres sem a devida recompensa pecuniária. 

Quando o homem pisou na Lua, em 20 de agosto de 1969, Muniz Sodré era chefe de reportagem da Manchete. Muniz foi intimado a assistir ao evento com os Bloch no suntuoso prédio do Russell, recém-ocupado pelas redações, que fizeram o upgrade da deletéria Frei Caneca para a privilegiada vista do Pão de Açúcar. Muniz preferiu, naquela noite de domingo, ver o grande acontecimento em casa com a família.  Por não demonstrar o almejado esprit de corps, na manhã seguinte foi removido do cargo de chefia. Tecnicamente, nada – a não ser uma improvável entrevista exclusiva do astronauta Neil Armstrong – exigiria a presença do chefe de reportagem na redação naquela noite. Mas os Karamabloch eram assim...

Em 1969, voltei da Veja em São Paulo para ficar os restantes trinta e tantos anos na Bloch, até a falência múltipla de 1º de agosto de 2000. Tornei-me o editor de Manchete que mais tempo ficou no cargo. Nenhum mérito nisso, apenas pura vaidade e burrice minha. Depois do episódio do Homem na Lua, Muniz Sodré afastou-se do jornalismo para investir mais na sua já brilhante carreira como filósofo da comunicação de massa e também como professor, com trabalhos publicados no mundo inteiro. Nós, que fomos tão próximos na época de Frei Caneca, nunca mais nos vimos – um afastamento de meio século – incrível isso, não, morando na mesma cidade? Uma estranha simetria: em 2011 fui eleito para a cadeira 33 da Academia Paranaense de Letras. Em 2019 Muniz Sodré foi eleito para a cadeira 33 da Academia de Letras da Bahia, na vaga de Mãe Stella de Oxóssi.


Um dos conceitos fundamentais na vasta e multifacetada obra de Muniz Sodré é o do grotesco. Ele o trabalhou desde o lançamento do livro A comunicação do grotesco: Introdução à cultura de massa no Brasil, em 1972, até os tempos atuais. Assim o definia: “O grotesco é a estética da diferença escandalosa entre forma e fundo, capaz de suscitar efeitos paradoxais e ridículos. É uma turbulência risível.” Chacrinha, o Velho Guerreiro do grotesco, decretou: “Quem não se comunica se trumbica...” Uma definição genial, rimada até. Os políticos aprenderam a lição da TV. Sílvio Santos não chegou quase à presidência? E Luciano Huck não é perseguido pela mosca azul? Os políticos não só botaram no chinelo os grandes comunicadores da TV, eles também se tornaram mil vezes mais grotescos. Brasília, fundada há 60 anos, no grotesco light dos fraques e cartolas ao sol tropical, aderiu ao ridículo tosco, sem o charme de JK, e tornou-se a capital mundial do grotesco. Flagrantes abundam na rampa dos insensatos e nas imediações da Praça dos Podres Poderes – é um espetáculo permanente.

Saravá, Sodré! Entre o coronavírus e a República dos Grotescos, salve-se quem puder!