quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ajoelhou tem que rezar

Recentemente, este blog comentou a explosiva mistura política+religião em curso no Brasil e estimulada por todos os partidos. Da criacionista Marina Silva aos "devotos" Serra e Dilma, está todo mundo surfando na fé. Bom que fossem apenas posições pessoais, sem que a religião estivesse marcando projetos, atos administrativos, isenções fiscais e até desvios de verbas públicas. A liberdade religiosa que a Constituição garante não pode ser sinônimo de imposição ou ditadura religiosa. Sob o título "Que se Cuidem os Infiéis", a revista Carta Capital dessa semana mostra, em reportagem de Gilberto Nascimento, como grupos evangélicos e católicos estão avançando sobre os meios de comunicação. Já são milhares de estações e retransmissoras de TV e emissoras de rádio. As redes ainda com características "leigas" perdem, com a influência de políticos, retransmissoras regionais. Na difusão dessa imensa cadeia, um objetivo claro e assumido: montar bancadas de vereadores, prefeitos, deputados, senadores e, enquanto aguardam força para lançar candidato próprio, ter poder decisório na Presidência da República, seja lá quem for o vencedor da próxima corrida ao Planalto. Preceitos fundamentalistas religiosos já viraram leis em várias cidadades e estados do Brasil. Nesse ritmo, não será ficção imaginar que em alguns anos teremos arremedos de "talibãs" tupiniquins batendo nas nossas portas. Será a versão carola e crente do fatídico "ame-o-ou-deixe-o".

2 comentários:

deBarros disse...

O problema dessa observação é que ela ficará restrita à matéria da Carta Capital e a esse alerta feita pelo gonça. Na América do Sul começam a tomar formas mais nítidas esses movimentos sectaristas, que sorrateiramente vão invadindo setores estratégicos de comunicação como o rádio e agora as Tvs. Ora, esses setores são grandes formadores de opinião e aos poucos a sociedade é conduzida para posições políticas inteiramente contrária aos princípios implantados por uma democracia que rege países como o Brasil.
Além desse problema, paralelamente surge outro tão mais grave quanto, que é a restrição à liberdade da Imprensa como o que aconteceu na Venezuela. No Brasil o governo daquele, que não se pode dizer o nome, tentou mas não conseguiu, porque as forças vivas democráticas, reagiram violentamente, impedindo que tal barbaridade fosse cometida. Agora a Argentina cometeu esse ato facista de que vai se arrepender amargamente no futuro.

Lourival de Caxias disse...

isso sem falar na perserguição a religião de origem afro e destruição de imagens católicas, aqui na minha área isso tem acontecido muito