quinta-feira, 30 de abril de 2015

Memórias da Redação - 40 anos, hoje: o dia em que o Vietnã provocou um "passaralho bélico" na Fatos&Fotos/Gente

por Gonça
O Vietnã do Sul e do Norte foram o front da primeira guerra pop da história. E isso não implica em qualquer desrespeito às vítimas. Ao contrário. O pequeno país - que já dera provas de heroísmo ao derrotar o colonialismo francês - tinha a torcida da grande maioria dos intelectuais e jovens do Ocidente e isso se refletiu na cultura em um tempo de protestos e manifestações pacifistas.
B-72: toneladas de bombas
sobre o Vietnã. Reprodução
 Entre Ho Chi Minh (morto em 1969) e Giap (que morreu em 2013, aos 102 anos de idade) e Lyndon Johnson, Wesmoreland, Nixon e Gerald Ford, que também já passaram dessa para a outra, a escolha era bem clara. O conflito gerou canções como "Unknow Soldier", de Jim Morrison, do Doors ("...bullet strikes the helmet's head"), "Scarborough Fair", de Simon & Garfunkel ("...generals order their soldiers to kill") e a célebre "Blowin' in the Wind", de Bob Dylan ("...how many times a cannoball fly before they're forever banned").
Muitos livros. No Brasil, o livro de Antonio Callado, "Vietnã do Norte, o outro lado da guerra", era um 'bíblia" para os jovens jornalistas. A obra resultou de uma série de reportagens que Callado fez para o Jornal do Brasil, como um dos primeiros jornalistas ocidentais a entrar no Vietnã do Norte e mostrar a guerra sob um ângulo que a mídia pró-EUA não revelava. E filmes como o documentário "Corações e Mentes", de 1974 e, descontadas as produções ufanistas, "Apocalypse Now", "Platoon", "Nascido para Matar", estes lançados já no pós-guerra.
Deu barata voa: americanos e funcionários ligados do regime
do Vietnã do Sul escapam como podem. No dia seguinte,
guerrilheiros e soldados do Vietnã do Norte tomariam
Saigon. Reprodução
Por aqui, em plena ditadura, a guerrilha era tema de conversas não propriamente de botequim, onde era perigoso externar opiniões e, mais ainda, comemorar os últimos feitos do estrategista Giap ou vitórias espetaculares como a chamada Ofensiva do Tet, que surpreendeu e abalou as tropas norte-americanas. Isso tudo, as conversas "bélicas", entre papos regados a cerveja e, às vezes, em torno de um mapa do Sudeste Asiático. A imprensa em cobertura diária popularizava nomes e expressões como Delta do Mekong, Da Nang, Hué, Trilha de Ho Chi Minh, armas como os caças Mig 17 e 21 e Phantom F-4, os bombardeiros B-72, os helicópteros Huey, os fuzis AK-47 e M-16, Napalm, Agente Laranja e a rede de túneis dos guerrilheiros. A TV trazia imagens dos combates e mostrava cenas impressionantes dos B-72 despejando milhares de bombas sobre o Vietnã, cada uma delas capaz de abrir uma cratera de 15 metros e cerca de 18 metros de diâmetro. Pois o Vietnã superou tudo isso.
Um dia, a casa caiu. E a TV exibiu as cenas dramáticas e ao mesmo tempo patéticas da fuga apressada e caótica de funcionários norte-americanos e sul-vietnamitas amontoados no telhado da embaixada, em Saigon, brigando por lugar em helicópteros de resgate.
Dia 30 de abril de 1975; tanque do Vietnã Norte
entra sem pedir licença e e sem tocar a campainha do
 Palácio Presidencial
em Saigon. Reprodução
No dia seguinte, 30 de abril de 1975, colunas de tanques do Vietnã do Norte e milhares de guerrilheiros que atuavam no Vietnã do Sul entraram em Saigon. Logo as agências enviaram fotos de tanques embandeirados rodando nas ruas da capital. Em cada um deles, soldados e guerrilheiros eufóricos e orgulhosos. Uma cena histórica.
A guerra acabou lá mas um pequeno conflito jornalístico foi deflagrado aqui. Mas precisamente em uma redação na Rua do Russell. Dois meses antes, em fevereiro, a Bloch havia adquirido os direitos da revista People. A semanal do grupo Time, dedicada a celebridades, era fenômeno de vendas e já alcançava mais de um milhão de exemplares nos Estados Unidos. A decisão mais acertada, talvez, fosse lançar uma nova revista, aproveitando os direitos de uso de matérias internacionais e reproduzindo o modelo bem-sucedido em perfis e entrevistas com personagens brasileiros de destaque da TV, cinema, literatura, música, esporte etc, A fórmula da People era rígida: a revista não cobria os fatos. Sua praia era revelar o protagonista por trás da notícia, desvendá-lo, humanizá-lo. Mostrar personalidades públicas na vida privada, em casa, com a família ou no lazer. Mas a Bloch, em vez de um novo título, optou por reformar a Fatos & Fotos e transformá-la na People brasileira.

O logotipo ganhou um "Gente", em destaque. Foram reuniões e reuniões dos editores para direcionar repórteres, levantar pautas e levar aos fotógrafos a "linguagem" das fotos da People. A revista Gente tinha data para ser lançada: a primeira sexta-feira de maio, se não me engano. O fechamento era às quartas-feiras. Opções de capa previstas para o primeiro número? Acho que Sônia Braga ou Elizabeth Savalla, ambas na novela "Gabriela, que havia estreado em meados de abril. No miolo, matérias editadas no estilo People, títulos longos, espirituosos, textos que tentavam revelar a "intimidade" dos famosos de então. O dia 30 de abril de 1975 era uma quarta-feira, e estava tudo pronto para o fechamento da primeira Gente na fórmula People. Só esqueceram de avisar às tropas de Giap, que escolheu exatamente aquele dia para a entrada triunfal em Saigon. Em tese, a nova Gente não deveria se preocupar com aquele fato, a não ser se tivesse um perfil de Giap ou uma entrevista com Ho Chi Mih fotografados na lancha privada, na casa de campo, jogando tênis ou pescando no Mekong, algo do gênero. Essa era, em resumo, a fórmula People. Ocorre que a redação naturalmente se empolgou com as imagens factuais da conquista de Saigon. Afinal, aquele era o gol que a torcida esperava há anos. E foi assim que a Gente mandou pro espaço logo na estréia a reforma editorial na qual investira. A capa foi uma foto sensacional de um dos tanques chegando a Saigon, soldados vibrando e a bandeira vermelha com estrela amarela tremulando na antena do veículo. Capa de puro fato, atualidade na veia, nada de "Gente" e zero a ver com a fórmula da People que a revista deveria supostamente replicar. Não se pode dizer que não tinha "gente", só não eram hollywoodianos ou globais que presumivelmente deveriam estar lá, inaugurando a tal reforma editorial. Nunca soube se a matéria quase comemorativa da vitória de Hanói desagradou a alguém do governo militar, se alguma "mensagem" foi passada à editora, como aconteceu em outras ocasiões. Mas a reação da direção foi tão arrasadora quanto a Ofensiva do Tet. O diretor da Gente perdeu o cargo. A revista Gente N°2 já foi assinada por outro editor e, nos dias que se seguiram à crise, alguns redatores saíram ou foram transferidos para outras revistas da casa.
Foi a última "batalha" da Guerra do Vietnã. Felizmente, sem mortos ou feridos. Não deixou marcas. O antigo prédio da rua do Russell nem abriga mais redações de revistas. Mas a mítica Trilha Ho Chi Minh, a rota que rasgou a selva para abastecimento e movimentação das tropas, ainda exibe a memória enferrujada guerra. Para os vietnamitas, que hoje comemoram a vitória sobre a maior potência militar de todos os tempos, equipamentos destruídos permanecem como foram deixados. São monumentos de uma era.


Sinais da guerra na margem na Trilha Ho Chi Mihn, hoje: um tanque russo, um...

veículo de transporte de tropas americano e...

...a torre de um blindado. Fotos Reproduções Internet

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Google monta programa Digital News Initiative para promover o jornalismo on line

(do DN)
Dando tréguas a uma relação conturbada, gigante da web criou a Digital News Initiative, parceria com oito orgãos de media europeus para promover e inovar o mundo do jornalismo online
Uma espécie de início de paz entre o Google e os media, no valor de 150 milhões de euros. É este o fundo de investimento que o gigante da web irá "injetar" no futuro do jornalismo digital europeu, com a criação do Digital News Initiative, a parceria apresentada ontem que vai colocar o motor de busca a trabalhar em conjunto com, para já, oito orgãos de comunicação social na Europa: o jornal Les Echos de França, os britânicos Financial Times e The Guardian, os alemães FAZ e Die Zeit, o italiano La Stampa, o espanhol El Pais e o grupo holandês NRC Group. O objetivo, esse, é "oferecer apoio a um ecossistema de notícias sustentável e promover a inovação no jornalismo online através da colaboração contínua e do diálogo entre a tecnologia e a produção de notícias", lê-se no comunicado do Google. LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO DN TV & MÍDIA, DE PORTUGAL. CLIQUE AQUI

Ticiana Villas Boas vai para o SBT. E a polêmica bufada de Rachel Sheherazade

A jornalista Ticiana Villas Boas deixa a Band e assina contrato com o SBT. Mas a bela baiana não vai ser âncora de telejornal. Seu destino é a linha de shows onde vai apresentar o reality show “The Great Bake Off”, formato que o SBT comprou da BBC, e que vai reunir competidores que disputarão o título de melhor confeiteiro do Brasil. O programa vai ao ar no segundo semestre. Ticiana estava em licença-maternidade e a Band, onde ela apresentava o Jornal da Band, ao lado de Ricardo Boechat, teria sido surpreendida com o pedido de demissão de Ticiana. Nos bastidores, circula a versão de que a apresentadora poderia, ao voltar, ter seu contrato rescindido em função de cortes de custos, política que a Band tem adotado e que causou o afastamento de Rafinha Bastos, do "Agora é Tarde" e de dezenas de jornalistas e técnicos em São Paulo e no Rio. Na bancada do Jornal da Band, ao lado de Boechat, deve permanecer Paloma Tocci, que substitui Ticiana há alguns meses. Ricardo Boechat deve achar que a permanência de Paloma é bem melhor do que a ameaça que pairou no ar, no ano passado, segundo a qual Rachel Sheherazade poderia dividir com ele a bancada do Jornal da Band. Boechat já criticou a Sheherazade quando esta achou "compreensível" a atitude de um grupo de rapazes que espancou e acorrentou a um poste menor que supostamente havia praticado um roubo,  no Rio de Janeiro. Na ocasião, a apresentadora e o SBT foram alvos de representação por "apologia e incitamento ao crime". Coincidentemente, a Sheherazade também esteve no foco dos comentários de uma crise no jornalismo do SBT, na semana passada, quando ficou irada depois de ganhar uma bronca por ter feito uma careta durante o "SBT Brasil". A direção de jornalismo da TV do Sílvio Santos reclamou da reação caricatural de Sheherazade após uma reportagem sobre bailes funk. Segundo Flávio Ricci, colunista do UOL, ela teria ameaçado levar o caso a instância superior: "Então vocês vão censurar a minha expressão facial também? Já sei com quem tenho que falar!", Provavelmente, referia-se a Silvio Santos responsável por sua importação para São Paulo depois que a descobriu em uma TV paraibana.
O site Notícias da TV tem outras informações sobre o caso Sheherazade e mostra o momento da bufada da âncora após a matéria sobre o funk. Clique AQUI

Projeto Inter-Meios divulga números do mercado publicitário brasileiro em 2014

Alguns tópicos da conjuntura, como se dizia antigamente. Há setores com crescimento expressivo mas, no todo, o quadro é de estagnação.
* A TV por assinatura recebeu R$2,13 bilhões em 2014. Cresceu 28% em relação a 2013.
* A TV aberta cresceu 8,1 % com faturamento de R$23, 39 bilhões.
* Rádio faturou mais 1,8% do que no ano retrasado
* O meio jornal faturou R$4,7 bilhões, menos 11,6% do que em 2013
* O meio revista caiu 17%
* Os números da Internet não foram apresentados porque, segundo o Inter-Meios, os maiores portais praticam a política de não revelar seus faturamentos e investimentos.  A título de informação, acrescente-se, contudo, que a Internet já é a segunda mídia que mais fatura no Brasil e deve crescer em 2015 cerca de 15%.
* O faturamento total dos meios foi de R$46,36 bilhões em 2014, apenas mais 1,5% em relação a 2013.
* Apesar disso, no ranking internacional de investimento no setor o Brasil fica em sexto depois de Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e Reino Unido.

Revista VIP faz reforma gráfica e de conteúdo. Editores prometem que não será apenas um botóx editorial

Os editores anunciam uma revista mais sofisticada, moderna e antenada. Não apenas um botóx editorial mas a afirmação de conceitos mais antenados com a segunda década do século 21. Design e conteúdo acompanham a nova VIP, que pretende ajustar o foco no que avalia como atuais interesses do público masculino. Gastronomia, por exemplo, ganhará mais espaço. Estilo, também. Relacionamento e aventura, temas que já faziam parte do menu editorial, passarão por sintonia fina para refletir o espectro de interesses em voga. A campanha publicitária que anunciará a revista vai reforçar a intenção dos editores. O slogan é “Acrescente conteúdo no seu estilo. Leia Vip”. As mudanças já estarão na edição de maio que vem com a atriz Leticia Spiller na capa. Nas chamadas, ênfase em estilo: moda jeans, sapatos, camisa de dicas de personalidades. E mais matérias sobre bikes e aventura na Austrália. Pode parecer mais do mesmo, mas é melhor aguardar a edição para conferir se a Vip vai mesmo mostrar armas eficientes para disputar espaço em um mercado cada vez mais difícil.


Caso Anderson Silva: vai pra Olimpíada ou não vai? É um direito do atleta ou um "neryo tchagui" (*) na ética?

por Omelete
A possível participação do lutador Anderson Silva, do UFC, no time olímpico de taekwondo continua gerando reações. Os jornais destacaram ontem a posição da Wada, a agência mundial antidoping, de que não proibirá a participação do atleta, que foi flagrado duas vezes nos exames antidoping por uso de substância anabolizantes. Anderson será julgado em maio e pode pegar até dois anos de suspensão. A mídia interpretou como uma aprovação, o que não é. A Wada simplesmente afirmou que não tem relações com o o UFC nem com  a Comissão de Nevada, que flagrou as substâncias ilegais ao examinar o brasileiro e não tem nada a dizer sobre procedimentos que não são realizados sob seus códigos. Ou seja: não tem jurisdição sobre o assunto. Seria a mesma coisa se dissesse que não proibiria o Papa Francisco de ser eleito. O Vaticano não é sua área, UFC também não. Por interesses de marketing já confessados, a Federação Brasileira de Taekwondo gostou da adesão de Anderson Silva, admite que isso pode atrair patrocínio (embora essa expectativa possa não se realizar caso as marcas não queriam se associar a uma polêmica, como normalmente não querem) e vai permitir que ele participe das seletivas e pode até inscrevê-lo como "atleta convidado", coisa que o regulamento permite. Os demais atletas, que treinam há anos e não foram flagrados bombados, não devem estar felizes. Já a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), órgão nacional no combate a substâncias proibidas, criticou a possibilidade de uma atleta pego no doping representar o Brasil. Marco Aurelio Klein, secretário nacional da agência, vê falta de ética. "Um atleta que está suspenso em seu esporte por ter feito uso por duas vezes de esteroides tem uma vantagem clara em relação aos outros", disse. Como a Wada, a ABCD acrescenta que não proibirá a participação de Anderson pois o atleta vem de uma organização que não segue regras mundiais no caso. A polêmica vai prosseguir até depois do julgamento de Anderson, já que as seletivas começarão em janeiro de 2016. Há agora uma acusação de uma suposta alteração no estatuto da  Confederação Brasileira de Taekwondo para tornar possível a participação de Anderson Silva, segundo divulgou a ESPN. E não será impossível uma intervenção, aí sim, na reta final, por parte do Comitê Olímpico Internacional em nome da credibilidade dos Jogos. Ocorre que já houve casos de doping na Olimpíada, atletas que tiveram medalhas cassadas após a constatação de que usaram substâncias químicas, mas seria inédita a participação de um atleta que já entra na quadra com a marca de dopado, caso seja definitivamente condenado em maio. A questão é essencialmente ética. Do ponto de vista do torcedor, terá pouco impacto se ele vai participar ou não. Claro que Anderson atrairá atenção por ser midiático, mas o público do Anderson, do UFC e MMA em geral, gosta de ver o octógono banhado em sangue e costuma ficar em um estado de alta alteração. Em competições sobre regras olímpicas que impedem a devastação e, para muitos, até a humilhação de um atleta, o clima não é de gladiadores no Coliseu romano. Para os admiradores dele pode até nem ter tanto: vão achar monótono. Mas caso se confirme a inscrição do atleta da UFC, só saberemos se o público aprova ou não quando a delegação brasileira entrar no Maracanã para a festa de abertura com Anderson na pista.
* Em tempo: "neryo tchagui" do título é o nome tradicional que se dá a um famoso e muito usado golpe da modalidade: o chute de baixo para cima.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Terremoto no Nepal: a notícia é o pânico

O pânico de Carol Barcellos, da Globo. Reprodução
A CNN tem uma experiente repórter, Cristiane Amanpour, que impressiona pela frieza com que encara situações difíceis, sejam conflitos, matérias em zonas de terrorismo, catástrofes naturais. Amanpour não balança o microfone nem quando peças de artilharia entram em ação inesperadamente atrás dela, no campo da imagem. Não se pode exigir que repórteres sem esse tipo de experiência não se abalem em momentos críticos. E não é todo dia que nasce uma Amanpour ou uma Orianna Falacci. A repórter Carol Barcellos tem sido trolada na rede por ter entrado em pânico, no Nepal, quando um segundo terremoto atingiu o país fez tremer o portão e o terreno de uma casa onde ela fazia uma matéria. Quando do atentado do Charlie Hebdo, em Paris, a repórter Cecília Malan, também da Globo, passou pelo mesmo perrengue e assustou-se com os tiros durante uma invasão policial a um mercado onde um terrorista mantinha reféns. Malan também foi alvejada pela rede e criticada pelo susto e por ter sido flagrada com um tablet ao supostamente usar a internet como fonte de apuração embora estive no local dos acontecimentos. Menos, pessoal. Não dá para exigir frieza absoluto de profissionais jovens, acostumadas a matérias mais leves, sem a experiência de tarimbados correspondentes internacionais. Carol Barcellos é repórter de um programa chamado Planeta Extremo. Mas a situação, convenhamos, foi extrema demais para ela.
VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Jesus de volta à manjedoura. . .


Por Roberto Muggiati

... e com um coração de bambino. Sofrendo 90% de comprometimento do tronco cardíaco, nosso companheiro José Carlos Jesus finalmente conseguiu atendimento no Instituto Nacional de Cardiologia, em Laranjeiras. Ficou 25 dias internado, mas finalmente está de volta a casa. Passou por uma bem sucedida cirurgia de revascularização de miocárdio – que durou oito horas – sob o comando do Dr. Oscar Brito e da equipe da 9ª Enfermaria. Recebeu três pontes de safena e uma mamária e está de coração novo. Verificou que, neste momento em que a infraestrutura da saúde pública brasileira chegou ao pior nível de degradação, o INC é uma exceção e referência de qualidade no atendimento médico e cirúrgico de ponta.
José Carlos na redação da Manchete, anos 1980. 

Em fase de franca recuperação, José Carlos Jesus prepara-se reassumir a liderança do movimento pelo pagamento dos créditos trabalhistas aos ex-funcionários de Bloch Editores, uma comunidade que abrange cerca de dez mil pessoas. Recapitulando: em 1º de agosto de 2000, o império gráfico-editorial de Bloch Editores, que tinha como carro-chefe a revista Manchete (lançada em abril de 1952), pediu falência. O imponente palácio de mármore na praia do Flamengo, desenhado por Oscar Niemeyer, teve suas portas lacradas pela justiça. Nós, ex-funcionários que ficamos fieis à empresa até o fim, entramos em estado de choque. Foram precisos alguns anos para que começássemos a destrinchar as artes e manhas de uma massa falida. Tínhamos investido grande parte de nossas vidas – e das vidas de nossas famílias – naquela empreitada por tantas décadas vitoriosa. O falso brilhante de uma cadeia nacional de televisão – a Rede Manchete foi ao ar em 1983 – acabaria relegando a editora a um papel secundário e, depois de uma longa agonia, ao naufrágio. Sem know-how (e até physique du rôle) para a aventura televisiva, a família Bloch – tendo perdido seu comandante supremo, Adolpho, em 1995 – se viu forçada a passar para outras mãos a cobiçada rede de TV. Por uma destas ironias da sorte, o que decretou o fim de Bloch Editores foi ter avalizado um “papagaio” de míseros mil dólares para a TV, que, com o correr dos anos, se transformaria numa bola de neve financeira incontrolável.
Durante uma cobertura do Carnaval.
É nos momentos de derrota total que costumam surgir os heróis. O de Bloch Editores tem até o “Filho do Homem” no sobrenome: José Carlos Jesus. Em depoimento no livro Aconteceu na Manchete (Desiderata, 2008), coordenador de reportagem na época da falência, ele lembrou aquela terça-feira sombria:

Quando o telefone da minha mesa tocou, me veio um estranho pressentimento. Tive a certeza de que aquela ligação estava me trazendo alguma coisa de muito grave. Do outro lado da linha, a voz, um tanto autoritária, logo confirmou. A ordem era que juntássemos todos os nossos pertences e nos retirássemos da sala e deixássemos o prédio o mais rápido possível. Só nos restava obedecer. Foi o que fizemos. A Bloch acabava ali. Para aqueles profissionais, uns, como eu, com trinta anos de trabalho, outros com quarenta, era o ponto final de um longo tempo de dedicação a uma empresa que já fazia parte da nossa vida, do nosso corpo e da nossa alma. Levei algum tempo para administrar o choque. ‘E agora? ’, perguntávamos a nós mesmos, entre lágrimas e perplexidade.”

O choque levou alguns anos para ser absorvido. E foi o mesmo José Carlos Jesus o primeiro a sair do estado de catatonia e inércia – e a propor ações concretas que garantissem os direitos dos ex-funcionários e os levassem a receber o que lhes era licitamente devido como credores da Massa Falida de Bloch Editores.
No Sindicato dos Jornalistas, com colegas da Manchete em uma etapa da
longa luta que lidera pelos direitos dos ex-funcionários.
Foi uma longa luta, iniciada em 2004, durante a qual José Carlos sacrificou sua vida pessoal em função do trabalho pela causa comum. Designado presidente da Comissão dos Ex-Empregados de Bloch Editores, ele enfrentou as piores vicissitudes, entre elas o afastamento de sua família, que foi para os Estados Unidos em busca de melhores condições de vida. Aos poucos, com sua inteligência e espírito de solidariedade, familiarizou-se com os meandros do labirinto jurídico e, com rara diplomacia, costurou todas as alianças possíveis (entre Justiça, Ministério Público e Massa Falida) que pudessem beneficiar a causa dos ex-funcionários e de suas famílias – uma comunidade de dez mil pessoas que passou por terríveis momentos de crise, com casos de doença, morte e até fome e suicídio.
A liderança de José Carlos resultou em vitórias: o recebimento do valor “principal” da dívida, em 2009, três rateios da correção monetária, em 2012, 2013 e 2014, e a batalha agora por um novo rateio.
Bem-vindo de volta à luta, Jesus! Conte com o nosso apoio.

Atualização em 3/5/2015: Além de agradecer as palavras de Roberto Muggiati e a carinhosa manifestação dos amigos, José Carlos Jesus enviou ao blog a seguinte mensagem em justo reconhecimento à instituição e à equipe que o atendeu: "Eu e a minha família só temos a agradecer ao Instituto Nacional do Coração, sob o comando do Dr. Oscar Rise Brito e equipe, bem como à equipe do Centro Cirúrgico e CTI, incluindo médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem da 9ª Enfermaria e todo o staff. Com tratamento humanizado, o referido hospital é um orgulho para a saúde pública do Brasil. Se, infelizmente, muitas instituições de medicina pública do Brasil estão na UTI, é importante que a população saiba que existe saúde pública de qualidade em um centro de excelência que se chama Instituto Nacional do Coração. Eu quero deixar meus agradecimentos aos médicos Bernardo Turra e Marcio Lassance, da pesquisa do INC, e aos doutores Fernando e Clarissa Thiers, da parte clínica do hospital. Muito grato. Fiquem com Deus." (José Carlos Jesus)



Gisele Bundchen: aposentada mas na pista a modelo é capa da Vogue Brasil de maio

Aposentada das passarelas mas na ativa em estúdios, Gisele Bundchen é capa da edição comemorativa dos 40 anos da Vogue Brasil. A modelo foi fotografada por uma tropa de elite de fotógrafos. Inez Van Lamsweerde e Vinoodh Matadin fizeram a capa; no miolo, fotos de Henrique Gendre, Zee Nunes, Gui Paganini, Paulo Vainer, Verônica Casetta e Bob Wolfenson. Tudo isso em 80 páginas dedicadas à gaúcha. Mas a capa divulgada na rede está sob bombardeio dos internautas.  "Ficou feia. Muito magra e torta", "Ela é linda mas essa pose ficou horrível", "Está parecendo campanha contra anorexia". "Tábua", "Não está disposta", "Magra demais" são os comentários disparados na nuvem. E alguém viu na foto abaixo, na banheira, um toque de "Jack The Stripper".
Vogue Brasil/Divulgação/Reprodução Instagram


Obama usa um "tradutor de raiva" em discurso na Casa Branca. Taí, é o que a Dilma está precisando para dialogar com o PMDB

Obama discursa na Casa Branca durante o jantar para os jornalistas. 
E o "tradutor de raiva", o humorista Michael Key, que deixava a "diplomacia" de lado e "interpretava" o que realmente Obama queria dizer. Imagem: Reprodução You Tube
Barack Obama lidera a maior potência do mundo, começa a fazer a economia andar novamente, desfaz o gelo com Cuba, apara arestas com o Irã e é malhado em Israel, é obrigado de ter jogo de cintura para se relacionar com um Congresso hostil, é violentamente criticado pela ala direita da mídia americana. Tudo isso junto e misturado acaba com qualquer humor.
Na platéia. Michelle Obama se divertiu com
as piadas do marido. Foto;Reprodução Instagram
Mas quem tem Michele no travesseiro ao lado está de bem com a vida. Perde o amigo mas não perde a piada. No seu discurso, no último sábado, durante o tradicional jantar que a Casa Branca oferece ao correspondentes que atuam em Washington, Obama deitou e rolou. Com timing cômico, disparou ironias e brincadeiras. Políticos que disputam a indicação para a corrida presidencial foram um dos alvos. De Michelle Bachmann, a fanática religiosa do Partido Republicano (uma das fundadoras da "seita" política Tea Party), ele comentou uma declaração apocalíptica segundo a qual o atual presidente traria o "fim dos dias" ainda no seu mandato. Mrs Bachmann disse que o acordo com o Irã é um sinal da hecatombe. O lado bom, afirmou ela, é que o fim dos tempos marcará também a volta de Jesus à terra. Como um astro da stand up comedy, Obama revidou: "Ainda esta semana, Michele Bachmann previu que eu gostaria de trazer o fim bíblico de dias. Bom, para mim, é um legado. Isso é grande. Quero dizer, Lincoln, Washington, eles não conseguiram fazer isso".
Sobre as próximas eleições, ele brincou: "Aparentemente, algumas pessoas querem ver um socialista fumando maconha na Casa Branca. Então, eu poderia obter um terceiro mandato". Ironizou também os opositores do sistema público de saúde, que ele afinal implanta nos Estados Unidos, sob bombardeio da elite conservadora. ""Hoje, graças a Obamacare, você não precisa mais se preocupar em perder o seu seguro se você perder seu emprego", disse ele. "Os democratas do Senado são bem-vindos", alfinetou em uma referência ao fogo-amigo que sofreu de parte do seu partido durante a tramitação do projeto.
Mais adiante, brincou com Hillary Clinton, que acaba de se apresentar para a indicação à corrida presidencial e percorre o país em contato com democratas. "Para muitos americanos, esse ainda é um tempo de incertezas. Eu tenho uma amiga que ganhava milhares de dólares por ano e agora mora em uma van no Iowa".
Para dar ainda mais dinâmica ao "espetáculo", Obama convidou um humorista profissional para ser o seu "intérprete". Ele atuou como uma espécie de "tradutor de raiva". Em alguns momentos em que Obama tentava ser mais "diplomático", o intérprete dispensava o floreio e falava o que Obama realmente queria ter dito. Um das piadas foi sobre um assunto difícil. Ele falou que o Serviço Secreto, responsável pela segurança de Obama, poderia ter problemas caso o homem negro leve um tiro. Uma referência à alta incidência no país de casos envolvendo policiais brancos e jovens negros.
O fato é que o discurso do Obama bombou na rede. Vai ver que a Dilma se daria bem se botasse um "tradutor de raiva" para dialogar com o PMDB.
Leia outros aspas do bem-humorado Obama:
* "Bem-vindos ao jantar dos Correspondentes. É a noite em que Washington se celebra. Alguém tem que fazê-lo".
*  "Minha nova atitude está valendo a pena. Vejam a minha política para Cuba. Os irmãos Castro estão aqui esta noite. Bem-vindos à América, amigos. Que pasa? O quê? É apenas a família Castro, do Texas? Oh. Oi, Joaquin. Oi, Julian".
* "Ser presidente nunca é fácil. Eu ainda tenho que consertar um sistema de imigração quebrado, emitir ameaças de veto, negociar com o Irã. Tudo ao mesmo tempo. E encontrar tempo para orar cinco vezes por dia. É cansativo".
* As pessoas dizem que a presidência tem me envelhecido. Eu pareço tão velho que já convidaram  Benjamin Netanyahu para falar em meu funeral".
* "Enquanto isso, Michelle não envelheceu nem um dia. Peço-lhe seu segredo ela apenas diz 'frutas e vegetais frescos'. É irritante".
* "Eu sou uma cara tranquilo. E por isso que eu convidei um "tradutor de raiva" para se juntar a mim esta noite.
* Obama: Em nosso mundo em rápida mudança, as tradições, como o jantar dos Correspondentes da Casa Branca, são importantes.
* O que Obama quis dizer, segundo o tradutor: "Realmente! O que é este jantar? E por que eu sou obrigado a vir a ele?"
VEJA VÍDEO COM O DISCURSO DE OBAMA, CLIQUE AQUI

Memórias da Redação: Na Fatos&Fotos, o mistério da camisa ensanguentada e um quase-crime passional...

(do livro Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" - Desiderata) 
Um repórter namorou uma colega de trabalho. A moça era forte, criada em fazenda, acostumada a correr atrás de cavalo manga-larga. Na época, não era moda fazer musculação, mas aquela jovem era naturalmente "bombada". Já o namorado era um intelectual, dado a mesa de botequim, sem resquício de um Rambo. Uma noite, o casal se desentendeu. Ele, ao volante, ousou ordenar à menina que saísse do carro. A moça aceitou o "convite" para ser largada no meio da rua, já madrugada, mas ao sair, usando os braços como duas alavancas, arrastou o repórter pelo colarinho. Na calçada, deu uns tabefes no rapaz, que botou um pouco de sangue pelo nariz, ensopando a camisa. Sem poder ir para casa, ele voltou ao Russell, guardou a camisa no armário da Redação, conseguiu uma muda de roupa emprestada e foi embora. Anos depois, a revista mudou de sala. Entre livros e papeis recolhidos pela turma da mudança apareceu uma camisa ensanguentada. A notícia se espalhou pela empresa e, como sempre, o telefone sem fio foi multiplicando a história. Oito andares abaixo, o mistério já ganhava outras proporções. "Esfaquearam alguém na Redação da Fatos & Fotos?", perguntava um motorista, de olhos arregalados.

domingo, 26 de abril de 2015

Veríssimo, no Globo:"Ministros do Supremo decidiram mandar o processo contra Eduardo Azeredo para ser julgado em Minas. No caminho, teria se desfeito no ar. Nunca mais se ouviu falar nele"


por Luís Fernando Veríssimo (do Globo, link abaixo)

Amais nova especulação da Física é que existem mais buracos negros no Universo do que se imaginava. Eles não estariam apenas na imensidão sideral, como gigantescos aspiradores engolindo galáxias inteiras, mas também à nossa volta, como pequenos ductos para o Universo paralelo. Seriam tão comuns e fariam parte do nosso cotidiano de tal maneira que deveríamos parar de chamá-los de buracos “negros”, com sua conotação de obscuridade e terror, e adotar um nome mais íntimo, como buracos morenos (mas não, claro, buracos afrodescendentes). Qualquer um de nós está sujeito a ser tragado por um desses buracos e se ver, de repente, no outro Universo. Onde poderia muito bem encontrar aquela caneta favorita que tinha sumido, o último disco do Chico que desconfiava que alguém tinha roubado, livros e outros objetos inexplicavelmente desaparecidos e até a tia Idalina, que todos pensavam que tinha fugido com um boliviano e fora apenas sugada por um ducto.
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Sindicatos de Jornalistas e Gráficos marcam ato de protesto contra o Estadão. às 13 horas, dia 27/4, na porta da empresa, em São Paulo

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Atrizes prometem show privê se jogadores forem campeões




 A missão da Juventus é dificil mas o time italiano tem uma motivação a mais para vencer a Liga dos Campeões, As atrizes  Vittoria Risi e Tera Patrick prometem um show exclusivo para os jogadores.Notícia publicada no site CalcioNews.

sábado, 25 de abril de 2015

Na comemoração dos 70 anos do fim da Segunda Guerra, Pistoia abraça soldados brasileiros


Há 70 anos, tropas brasileiras libertavam cidades do Norte da Itália. Pistoia presta homenagens ao Brasil. Foto; Reprodução do Il Tirreno
Pracinhas brasileiros. Reprodução do Il Tirreno
Há 70 anos, tropas brasileiras libertavam cidades do Norte da Itália. A pequena Pistoia tinha importância ímpar: era uma das bases operacionais da FEB.  Na semana passada, italianos e brasileiros relembraram a data em uma cerimônia emocionante. A cidade abrigou os corpos de 462 soldados brasileiros mortos na guerra. Em 1960, o Brasil os trouxe para o Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial. San Rocco, local onde ficava o cemitério, foi transformado em memorial. Lá repousa o corpo de um único brasileiro, cuja identificação não foi possível. A cidade o homenageia como o Soldado Desconhecido.
Antigo cemitério brasileiro em Pistóia,
hoje monumento aos soldados da FEB. Reprodução Il Tirreno
Na semana passada, veículos brasileiros entraram em Pistoia levando militares, diplomatas, parentes de pracinhas e sete ex-combatentes para marcar a data, ao lado da população e de autoridades italianas. Foi descerrada uma placa em memória de Miguel Pereira, guardião brasileiro do cemitério. Entre os presentes, estava Giuliana Menichini Pereira, esposa do soldado brasileiro que permaneceu na Itália e dedicou grande parte de sua vida a zelar pelo cemitério. Hoje, o seu filho, Mario Pereira, cuida do monumento que celebra os heróis da FEB.

Veja reportagem completa no Il Tirreno, clique no link

Striptease no velório. O falecido agradece...

por Omelete
O Ministério da Cultura de Taiwan há meses tenta acabar com a festa no velório. As autoridades reprimem uma onda que faz sucesso nos cemitérios: striptease em homenagem ao falecido. É tradição no país cortejos fúnebres festivos e animados com música e alegorias. Acontece que para os chineses enterro bom é enterro que dá ibope e mostra o prestígio do defunto. Daí, as strippers que ajudam a convencer os amigos do falecido a sair de casa e encarar o velório. O governo prefere que as famílias voltem a contratar as carpideiras. Só que as garotas no pole dance atraem, claro, mais atenção do que o choro das profissionais. Em muitos casos, segundo os defensores das strippers, as famílias estão apenas atendendo a um desejo do falecido e o governo não tem nada que se meter no evento. Para fugir da polícia, as famílias organizam apresentações-relâmpago. Quando a lei chega no cemitério o falecido já curtiu a performance das meninas e cantou pra subir feliz da vida. Ou da morte..
CLIQUE AQUI, VEJA O VÍDEO DAS STRIPPERS ANIMANDO O FUNERAL. 

Bruno Barbey: o fotógrafo da Magnum que virou Manchete por uns dias...


Ao longo da sua trajetória, a revista Manchete sempre se manteve próxima e parceira das agências fotográficas francesas. Havia uma visível afinidade de linguagem tanto na cobertura dos fatos quanto nas matérias realizadas em destinos mais espetaculares, como Amazônia, Saara, Pantanal, China, altiplanos bolivianos, Atacama e outros sets que ganhavam páginas e páginas em Manchete e Paris Match. Além da troca frequente de reportagens fotográficas, era comum profissionais da Gamma, Sygma e Magnum em viagens ao Brasil compartilharem da infraestrutura e logística da Bloch em incursões ao interior do país. Nos anos 1970 e 1980, rara era a cobertura de Carnaval a que não se incorporasse um gringo às equipes da Manchete e Fatos&Fotos. Geralmente, faziam ensaios especiais, um olhar estrangeiro sobre a festa que, ao lado das fotos excepcionais da equipe Manchete, certamente enriqueciam edições de Carnaval tão famosas e marcantes quanto recordistas em vendas. Muitos desses fotógrafos "importados" pediam para vir no ano seguinte. O Globo, hoje, publica uma entrevista com Bruno Barbey na seção "Conte Algo Que não Sei", assinada por Bruno Calixto. Barbey, salvo engano, era da Magnum. São dele, entre tantos trabalhos, fotos sensacionais e inesquecíveis de Maio de 68, em Paris. A Manchete publicou muitas matérias assinadas pelo fotógrafo marroquino com carreira desenvolvida na França. Na entrevista ao Globo, ele recorda a revista brasileira e conta como o  país, que conheceu em 1965 quando fazia uma reportagem para a Vogue, foi inspirador para o seu trabalho.
Foto de Bruno Barbey. Reproduzida do site AuMagic.
VEJA MAIS FOTOS DE BRUNO BARBEY, CLIQUE AQUI

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Há 70 anos... Yank: a revista que levantou a moral dos soldados americanos na Segunda Guerra. Há quem diga que as pinups da capa salvaram vidas e ganharam batalhas...



Martha Holliday

Barbara Bates


Betty Page

Marilyn Monroe em uma das suas primeiras fotos

Rita Hayworth
Ann Miller
Lauren Bacall
por José Esmeraldo Gonçalves
Esqueça a Life, a Time, a Look... A revista mais disputada pelos soldados americanos na Segunda Guerra foi a Yank. A revista foi criada pelo Exército americano com o propósito de entreter os jovens soldados e ajudar a neutralizar tensões e ansiedades antes uma batalha e outra. Os números são impressionantes; o semanário tinha uma tiragem de 2 milhões e meio de exemplares e chegava a todos os campos de batalha. De Corregidor às Ardenas, da base aérea americana em Natal aos porta-aviões que lutaram em Midway, do Sena ao Reno, dos Apeninos aos Alpes. Circulou entre junho de 1942 a dezembro de 1945. Era mais fácil se extraviar uma ordem do general Patton ou um telegrama de Eisenhower do que a a nova edição da Yank. Muitos pracinhas brasileiros, que combateram incorporados ao 5° Exército americano, certamente tiveram chance de dar uma olhadinha na Yank antes de partirem pra cima dos tedescos no pesado inverno do norte da Itália. Diziam os soldados que a Yank era uma boa companheira nas noites de expectativa, as piores e mais insones antes de um ataque a um reduto alemão. As pinups posavam de graça como parte do esforço de guerra. No dia 8 de maio, o mundo celebrará o fim da Segunda Guerra com a vitória dos Aliados. É possível que um ou outro sobrevivente, são poucos, hoje, já passando dos 90 anos, saque da memória doces lembranças das pinups que os ajudaram a vencer a guerra. Para eles, todo dia era dia da vitória.

Viu isso? OVNI sobrevoa o vulcão Calbuco em erupção no Chile

VEJA O VÍDEO DO OVNI SOBREVOANDO O VULCÃO CALBUCO, NO CHILE. CLIQUE AQUI

Portal Brasiliana Fotográfica: um novo endereço digital para a memória nacional

A Fundação Biblioteca Nacional e o Instituto Moreira Salles lançam o portal Brasiliana Fotográfica com o objetivo de valorizar a fotografia brasileira e abrir um debate permanente sobre a preservação da memória. 
Imagens no portal Brasiliana. A entrada do  Forte do Morro da Viúva, Rio, foto de Augusto Malta (1906) e...
...a Avenida do Mangue, navegável em 1905, vista na foto de A.Ribeiro e...
...a Rua Real Grandeza, em 1910, foto de Augusto Malta

Conheça o novo portal, clique
AQUI 

Polêmica: foto que virou desenho em capa de livro motiva ação na justiça

Uma questão na Justiça: a capa do livro...

...e a foto original (o voleio de Fred) que foi reproduzida em forma de desenho e que pode ser vista no site do fotógrafo Nelson Perez.  Clique AQUI
A coluna Radar, da Veja, noticia que o fotógrafo Nelson Perez, que presta serviços ao Fluminense, entrou na Justiça do Rio de Janeiro pedindo o recolhimento do livro "Duas Vezes no Céu, de Paulo Roberto-Andel (Editora 7Letras). É que a capa do livro reproduz em forma de desenho a foto de Perez que mostra um famoso gol de voleio do atacante Fred em jogo contra o Flamengo. 
Nelson Perez reclama o pagamento de direitos sobre a foto recriada em traço na capa do livro. 


Relatório Mundial da Felicidade 2015: estudo analisa o alto astral e detalha as razões do baixo astral em 158 países





Saiu ontem o terceiro "World Happiness Report". Trata-se de um estudo abrangente publicado pela Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O objetivo é medir o nível de felicidade dos países segundo a avaliação do sentimento de bem-estar das populações nacionais através de índices reais como o PIB per capita, a liberdade, o progresso social, emprego, formação e opções profissionais, expectativa de vida, apoio social às populações etc. Tais índices conferem uma pontuação a cada nação. A Suíça está no topo do ranking. É o país mais feliz do mundo, seguido por Islândia, Dinamarca, Noruega e Canadá. Na última colocação, está o Togo, o país menos feliz. O Brasil ocupa o 16° lugar. Portugal está na 88.ª posição, Estados Unidos (15.º lugar), Reino Unido (21.º), Alemanha (26.º), França (29.º), Rússia (64.º) e China (84.º). O "World Happiness Report" foi elaborado por uma equipe de especialistas multidisciplinares e utiliza dados do Gallup World Poll recolhidos entre 2012 e 2014, além de 2000 a 3000 pessoas entrevistadas em cada país. Um dos coautores do estudo, Richard Layard, declarou ao jornal The Washington Post que o objetivo principal do relatório é que os políticos "tenham como meta fazer a felicidade das pessoas" e a organização espera que os dados apresentados sirvam de incentivo à adoção de políticas públicas mais eficientes. Fatores como ocorrência de casos de depressão, stress, demonstrações de ódio e intolerância, preconceito, terrorismo, controle de natalidade, corrupção (com presença significativa em todos os continentes), conflitos religiosos, preocupação quanto ao futuro, otimismo, pessimismo e generosidade interferem na geografia da felicidade tanto ou mais do que valores meramente econômicos. Embora bem colocado na soma geral (o relatório captura avanços da última década), uma leitura mais profunda mostrará que há setores em que o Brasil não está bem no estudo. Um deles, diferenças acentuadas de grau de felicidade entre classes sociais ou entre homens e mulheres. O documento completo tem 168 páginas e revela outros problemas do país que, se tem pontos a comemorar (forte queda do índice de mortalidade infantil é um deles), tem ainda muito a avançar, com no caso de um efetivo e amplo combate à corrupção.