sábado, 17 de outubro de 2009

Fé demais e fé de menos

por Eli Halfoun
Parece que a política absorveu de vez algumas besteiras que fazem parte do futebol como, por exemplo, a mania que os técnicos insistem em ter de fazer mistério (um mistério, aliás, que não esconde absolutamente nada) em torno do time a ser escalado, como se qualquer torcedor, ao contrário do técnico, não soubesse isso de cor. A política vai pelo mesmo caminho: os políticos, que não são técnicos em nada (excetuando as falcatruas) tentam fazer mistério em torno dos nomes que acham governar muito ruim, mas mesmo assim querem o bem pago cargo de Lula. Enquanto os cientistas políticos (sempre eles que quase nunca acertam nada) acham que Lula pode surpreender (surpresa é?) e continuar no poder por conta de sua aprovação imensa, mas intransferível (te cuida Dilma Roussef) popularidade, o povo pode não saber ainda em quem votará, mas já sabe quais os políticos que estarão nos palanques implorando por seus votos – até porque nessa hora (só nessa) todos os políticos lembram (pena que tenham memória curta) que o povo existe. E é importante. Ninguém tinha dúvidas de que Ciro Gomes seria (será) candidato, mas ele só admitiu isso (é o tal do mistério nada misterioso) quando disse apenas um “sou” para um repórter-ator do CQC, que o pegou quando ele se encaminhava apressadamente (devia estar, como se diz popularmente, muito apertado) ao banheiro. Ou seja: a campanha de Ciro Gomes começou no caminho do banheiro. Espera-se que como acontece geralmente com todos tudo na política também não acabe lá.

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