quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Muitos escândalos no Brasil podem até acabar em pizza... mas nenhum acaba sem musa. A Lava-Jato é capa da Playboy de janeiro


Taiana Camargo, musa da Lava-Jato, é capa da Playboy de janeiro. Foto de Autumn Sonnichsen/ Divulgação Playboy

Foto Instagram

O doleiro Alberto Yousseff, que atravessa governos do PSDB e do PT, desde o chamado escândalo Banestado, no fim do anos 90, até a investigação que abala a Petrobras, sempre deixando mais "limpos" milhões de dólares (segundo condenações anteriores da Justiça e acusação da atual Operação Lava-Jato), vai virar o ano preso, mas sua ex-namorada, que já foi assessora parlamentar, estará soltinha posando para a Playboy. Taiana Camargo, apontada como a musa da Lava-Jato, é a capa da Playboy de janeiro, em ensaio assinado pela fotógrafa Autumm Sonnichsen.

Na 90° Corrida de São Silvestre, domínio da Etiópia...

Dawit Admasu, o etíope campeão da São Silvestre. Foto Paulo Pinto/Fotos Públicas

Ymer Ayalew, vencedora na categoria feminina. Foto de Paulo Pinto/Fotos Públicas

O brasileiro Heitor Mariano foi o primeiro colocado entre os cadeirantes. Foto Paulo Pinto/Fotos Públicas

Na tradicional 90° Corrida de São Silvestre, em São Paulo, encerrada agora há pouco, deu Etiópia. Com 30 mil competidores, de 42 países, a prova de 15km foi vencida por Dawit Admasu, Ymer Wude Ayalew, entre as mulheres e o brasileiro Heitor Mariano na categoria cadeirantes. O melhor brasileiro foi Giovani dos Santos, que terminou em quinto. Joziane Cardoso, em oitavo, foi a brasileira mais bem colocada.

Foto Robson Fernandjes/Fotos Públicas

A edição 90 da São Silvestre contou com 30 mil competidores. Fotos Robson Fernandjes/Fotos Públicas

Salvador sai do chão e sai na frente... São três noites de Réveillon...

Claudia Leitte em ação. Foto de Valter Pontes/Agecom

Agito baiano. Foto de Valter Pontes/Agecom

Rumo a 2015. Foto de Valter Pontes/Agecom

Salvador (BA) é sinônimo de festa. O Réveillon baiano começa na noite de 29 de dezembro e só acaba quando o sol raiar no dia 1° de janeiro. Ontem, a atração maior foi a cantora Clãudia Leitte, que atraiu um multidão à Cidade Baixa, nas proximidades da Praça Cairú.

Fotomemória da redação: dos arquivos do fotógrafo Marcelo Horn, cena da Frei Caneca

Frei Caneca, 1988, antiga sede da Manchete: confraternização de fotógrafos em torno de André Krajcsi, que deixava a empresa. Em pé, a partir da esquerda, Wagner Almeida, Marcelo Horn, Roberto Valverde, Pedro Borgeth, João Cordeiro Júnior e Lena Muggiati. Sentados, na mesma ordem, Fernando Cussate, Indalécio Wanderley, André Krajcsi e, de costas, a produtora Ligia de Castro. Foto: Arquivo MH.


Até a mudança para o prédio da Rua do Russell, no fim dos anos 60, as redações da Bloch ficavam na Rua Frei Caneca, como sabem muitos que acompanham este blog. Mas o prédio, hoje demolido, manteve-se ocupado até os anos 90. Lá funcionava um estúdio, além do que foi instalado no térreo do Russell, parte do setor administrativo, o "arquivo morto" (imagens menos utilizadas pelas redações entre os milhões de negativos da Bloch, hoje desaparecidos, eram guardadas e conservadas lá). Havia um restaurante que atendia fotógrafos, modelos, produtores, assistentes e demais funcionários lotados na Frei Caneca. Foi lá que, em 1988, a equipe que utilizava com mais frequência o antigo estúdio, se reuniu em torno do fotógrafo André Krajcsi, que deixava a empresa. À mesa, de óculos, o consagrado fotógrafo Indalécio Wanderley - com longa trajetória no O Cruzeiro, Manchete, Fatos & Fotos, Desfile e Pais & Filhos, entre outros veículos - cercado pelos colegas, alguns iniciando a carreira. 





terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Iemanjá em Copacabana, hoje

Hoje, véspera do Réveillon, Copacabana é de Iemanjá. Foto Alexandre Macieira/Riotur

Sem fogos e shows, todas as atenção voltadas para a Rainha do Mar. Foto Alexandre Macieira/Riotur

Devoção e fé. Foto de Alexandre Macieira/Riotur
Há muito tempo, em uma galáxia muito distante, Iemanjá reinava em Copacabana na noite de 31. Cariocas e turistas, sem fogos e shows, reverenciavam a rainha do mar. Muitos fotógrafos da Manchete fizeram ensaios memoráveis nas areias de Copa iluminadas a vela. A tradição não morreu, mas foi antecipada em um dia. Até meados da década de 70 e começo dos anos 80, só havia fogos no Leme, em frente à antiga churrascaria Mariu's. Surgiu a cascata do Méridien (começou em 1977). Depois, alguns hoteis e casas como a Help passaram a montar na areia pontos de lançamentos de fogos. Vieram os shows e os recordes de público, ultrapassando os dois milhões. Os fogos eram lançados da areia até que um acidente fatal levou as autoridades a implantarem as balsas. Mesmo assim, Iemanjá não voltou para as areias da virada. Não havia mais clima espiritual para uma cerimônia mais religiosa. Os seguidores adotaram o dia 30, hoje, menos barulhento, como data ritual para pedir tempos melhores à orixá mais popular das religiões afro-brasileiras. Mas isso não impede que outras milhares de pessoas vistam o tradicional branco, amanhã, 31, em homenagem a Iemanjá, façam oferendas e, principalmente, pulem as sete ondas para pedir sorte.

A Coreia do Norte está na moda em função da polêmica em torno do filme "A entrevista". Aproveite a onda e conheça o site DPRK 360, de um fotógrafo que conseguiu mostrar cenas do cotidiano de um dos países mais fechados do mundo

FOTOS DE ARAM PAN/DPRK 360

A feira, com direito a balança de mão para pesar a mercadoria. Foto Aram Pan (link do site abaixo)

Cena da zona rural. Foto de Aram Pan (link do site abaixo)

Aeromoças da Air Koryo. O avião para rotas domésticas é um Ilyushin, modelo que voou pela primeira vez em 1957. Foto Aram Pan (link para site abaixo)

Lava a roupa todo dia... Foto Aran Pan (link para site abaixo)

Não está fácil pra ninguém... Foto Aran Pan (link para site abaixo)

Jogando uma conversa... Foto Aran Pan (link para o site abaixo)

Na moda... Foto Aran Pan (link para site abaixo)
por BQVManchete
O fotógrafo Aram Pan, que mora em Cingapura, montou um projeto independente com o objetivo de mostrar alguns aspectos do cotidiano da Coreia do Norte. Ele explica que tentou não abordar questões políticas. Quis simplesmente descobrir a vida no país, captar cenas comuns, mostrar o que raramente é mostrado. Quis ir além do que se vê normalmente e considera que é importante aproximar-se da população local. Fazer amizades com pessoas comuns. O projeto DPRK 360 é financiado por ele mesmo e alguns patrocinadores de fora da Coreia do Norte, principalmente agências de viagens. Pan pretende voltar ao país. Por isso, pede que seu trabalho não seja usado em artigos políticos, "o que pode prejudicar meu projeto', diz, no site. A propósito da questão politica, Aran Pan escreveu no seu site: "Desde que eu comecei este projeto, encontrei dois tipos extremos de pessoas. Aqueles que se opõem. porque acham que glorifica o socialismo, e aqueles que o aprovam, por achar que é um trabalho anti-capitalista. A última coisa que eu quero é que esse projeto se torne uma ferramenta para ambos os lados ou que seja usado como munição de um contra o outro. (...)  Tudo o que posso dizer é que o projeto RPDC 360 não é nada mais do que a minha própria jornada de descoberta. Eu publico o que vejo e experimento. O que você vê é o que eu vi na Coreia do Norte. Às vezes me perguntam porque as minhas fotos não mostram prisões ou pessoas com fome. Pense nisso. Quantos turistas vão para outro país para fotografar suas prisões? Então eu digo para os dois campos extremos ... Anti-socialistas amigos que lêem isso, vocês tem absolutamente direito às suas opiniões e eu não vou entrar em quaisquer argumentos com vocês. Nunca foi minha intenção ofendê-los com as minhas fotos, mas se elas fizerem isso, então, por favor, olhem para longe. Anticapitalistas amigos que lêem isso, não posso permitir que minhas fotos sejam utilizadas para gerar discussões com os seus adversários. Eu realmente sinto muito se você esperar esse projeto defenda sua causa. Agora, para todos os outros ... Obrigado por seguir minha jornada e olhar minhas fotos. Tenho certeza de que você é tão curioso sobre a Coreia do Norte como eu sou. Tem sido uma experiência e tanto e tem sido um prazer compartilhar tudo com você. A Coreia do Norte ainda tem muitos lugares inexplorados para visitar e eu estou no processo de planejamento minha próxima viagem. Tudo o que eu experimentar, vou compartilhar com você. Não há política, não há conflito. Basta apreciar as fotos, por favor.

VEJA MAIS FOTOS E VÍDEOS NO SITE DPRK 360, CLIQUE AQUI


Chernobyl, Ucrânia: drone mostra a cidade-fantasma de Pripyat... enquanto isso, Fukushima, no Japão, saiu do noticiário mas continua vazando radiação e é alvo de protestos da população

Do vídeo "Postcards from Pripyat"
por BQVManchete
Ano que vem, em 26 de abril, o acidente nuclear de Chernobyl completa 29 anos. A área permanece isolada. As exceções são as presenças de equipes com trajes especiais que trabalham em uma "arca" de segurança que cobrirá o "sarcófago" (a proteção de concreto construída logo depois do vazamento radioativo e que está em fase final de validade estrutural) e, por incrível que pareça, grupos de turistas que visitam a cidade-fantasma de Pripyat, onde podem permanecer apenas por algumas horas, sem sair do roteiro estabelecido nem pegar objetos como lembranças. Recentemente, um fotógrafo registrou algumas imagens da região e, com a ajuda de um drone, mostrou uma panorama de praças, ruas e prédios de Pripyat, um cidade moderna, que foi planejada para receber, nos anos 70, os funcionários da usina. Chernobyl foi classificado como o maior acidente nuclear da história. Atualmente, essa classificação começa a ser posta em dúvida por ecologistas. Fukuyama, no Japão, continua comprometendo uma região não claramente delimitada e jogando água radioativa no mar, além de contaminar lençóis freáticos. A falta de transparência do governo e da empresa privada dona da usina e que cuida da descontaminação mas de olho no balanço de lucros e prejuízos, têm deixado alarmados setores ambientalistas internacionais.
Outros acidentes nucleares assustaram o mundo: Three Mile Island, nos Estados Unidos, que expulsou de suas casas 140 mil pessoas, em 1979; e o da usina de Tricastin, no sul da França, em 2008. Mas o que preocupa mais é que o Japão não tem segurança confiável no setor porque entre os dez piores acidentes nucleares da história o país emplaca quatro eventos (Fukushima, em 2011, Tsuruga, em 1981; Tokai, em 1997 e em 1999, e Mihama, em 2004), com a agravante de que Fukushima é uma tragédia em andamento silencioso.
Na semana passada, moradores organizaram mais um protesto conta a empresa proprietária, a Tepco, e o governo japonês. Denuncia-se uma censura interna na mídia japonesa sobre o assunto.
O Brasil também detém um "título", felizmente não na Usina Nuclear de Angra dos Reis. Em 1987, um acidente radiológico de Goiânia vazou Césio-137. É tido como o mais grave do mundo fora de uma usina nuclear. Classificado como de Nível 5 (para se ter uma ideia, Chernobyl foi Nível 7)
sil, ocorreu quando catadores de ferro velho encontraram um cilindro abandonado e o desmontaram, contaminando centenas de pessoas. Quatro morreram nas semanas seguintes e mais 100 até 2012, segundo, segundo a Associação de Vítimas do Césio. Os sócios da clínica privada que abandonou o cilindro radioativo só foram julgados e condenados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) em 1996, quase dez anos depois. Mesmo assim pra variar, tiveram a pena substituída por prestação de serviços.
Em uma entrevista com Helen Caldicott -  que presidiu a Physicians for Social Responsability, organização americana de médicos contra guerras nucleares que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em parceria com a International Physicians for the Prevention of Nuclear War - um jornalista perguntou porque, afinal, a radiação em Fukushima não é contida? "Porque dinheiro vale mais do que pessoas", respondeu a cientista.

VEJA O VÍDEO DE CHERNOBYL-PRIPYAT, CLIQUE AQUI

LEIA UM ARTIGO SOBRE A TRAGÉDIA DE FUKUSHIMA, QUE CONTINUA VAZANDO RADIAÇÃO. CLIQUE AQUI

Severino Dias, ex-chef de cozinha da Manchete, é homenageado em Vassouras (RJ). Ele comandou um restaurante que, além dos funcionários, recebia de cientista Prêmio Nobel a astronautas, estrelas de Hollywood e até uma lista ilustre de penetras

Terminal Rodoviário, em Vassouras, recebe o nome de Prefeito Severino Dias, ex-chef dos restaurantes da Bloch. Foto de Eny Miranda/Subsecretaria de Comunicação/Governo do Estado do Rio de Janeiro. 

Severino Dias na Manchete. Foto: Arquivo Lairton
Cabral, reproduzida do livro "Aconteceu na Manchete,
as histórias que ninguém contou"
por BQVManchete
Severino Dias era o chef dos restaurantes de Manchete. Durante algumas décadas, com a seu time de cozinheiro e garçons - uma equipe, aliás, maior do que a de muitas redações das revistas da casa -, serviu personalidades nacionais e internacionais que visitavam a redação.

Mais tarde, impulsionado pela capacidade de se comunicar, por facilidade de relacionamento e de fazer amizades, acabou entrando na política e foi eleito prefeito de Vasouras (RJ), de 1988 a 1992. Três anos depois, quando estava em campanha para voltar ao cargo, e era favorito, foi assassinado, com 11 tiros à queima-roupa.

Na época, investigou-se a motivação política do crime mas nada foi provado. Nessa semana, o governador Luiz Fernando Pezão inaugurou em Vassouras o Terminal Rodoviários Severino Dias.

O ex-chef da Bloch também é nome de uma escola pública na cidade que governou e foi homenageado com um busto em uma das praças locais. Seu herdeiro, Severino Dias Filho, que tinha 11 anos à época do crime, já foi vereador. Candidatou-se à prefeito em 2012, mas não se elegeu.

Voltando à Bloch, os restaurantes da casa comandados pelo chef Severino eram uma referência no Rio, especialmente entre as décadas de 1960 e 1980. Mas o auge gastronômico deu-se no prédio da rua do Russell. Eram três grandes salões: no térreo, no terceiro andar e na cobertura.

Frigideira de siri, camarão com chuchu, porpetas (almôndegas), feijoada, bife de panela, empadão de camarão, ossobuco e outras receitas entravam no menu da semana. Um cardápio saboroso mas nada saudável e impossível, hoje, quando os restaurantes das grandes empresas são regulados por nutricionistas prussianas.

Conta-se que o prato do dia era resolvido em reunião do chef Severino diretamente com Adolpho Bloch. Mas se o dono da empresa controlava a cozinha, não conseguia filtrar a freguesia. O restaurante "Chez Manchete", digamos, era o paraíso dos penetras. Justificável. Até que um administrador tivesse a ideia, no começo dos anos 80, de implantar tickets e cobrar um valor dos funcionários, almoçar na Bloch era 0800 total. Artistas sem palco, escritores sem editora, empresários sem empresas, produtores culturais sem produto e cantores sem gravadora aportavam na área, felizes da vida. Mas não só aspirantes a algum sucesso. Astros consagrados da TV - um deles quase que diariamente - batiam ponto no menu do Severino. Uma cantora não falhava às quartas-feiras; um lobista conhecido não perdia a feijoada; e um escritor, voltando da garçoniere (isso existia, na época) fazia uma média com a sua vítima em dia de camarão.

Foi o maior restaurante popular, e certamente o mais sofisticado, que o Rio já conheceu.

ATUALIZAÇÃO: Roberto Muggiati, ex-diretor da Manchete, envia a seguinte mensagem: 

Um adendo à figura. Seu nome completo era SEVERINO ANANIAS DIAS
O Cony, de sacanagem, sempre o escalava para falar "em nome da
redação da Manchete..." O Severino inventava palavras. Por exemplo, discursando no aniversário do Adolpho, começava: "Esta figura inevolúvel de Adolphu Bloqui. . .". Na véspera de Natal, 24, os membros da família e os editores de revista e burocratas mais graduados recebiam em suas casas um imenso peru natalino, que costumava durar até a Páscoa. O pessoal da cozinha madrugava para assar os galináceos a serem entregues ainda na parte da manhã. Os mais cotados recebiam, como brinde extra, um presunto ou um pernil. Não havia lugar na geladeira para tudo aquilo. Eram os bons tempos daquela revista que JK chamou de "quiçá, a maior da Galáxia..." FELIZ 2015!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Alô, Eduardo Paes, olha só o bom exemplo que vem da cidade do Porto, Portugal. A terrinha está ligada...

No Porto, ônibus com wifi. Reprodução/Venian
Cerca de 600 autocarros, como dizem os patrícios, e dezenas de táxis já circulam com wifi gratuito. O mais inovador é que o projeto desenvolvido pela Venian, uma startup ligada à Universidade do Porto, permite que ônibus e táxis funcionem como roteadores, levando a conexão a milhares de motoristas, além dos seus próprios passageiros. A rede criada a partir desse sistema tem alto impacto comunitário. Os roteadores podem coletar dados de veículos e do funcionamento da própria cidade, desde uma colisão no trânsito buracos na via, quedas de árvores. Sensores especiais podem detectar tudo isso e até informar se as latas de lixo de determinado bairro estão cheias e transmitir as informações para os centros de dados da prefeitura. O sistema desenvolvido pelos portugueses é pioneiro em todo o mundo. Seria um bom presente para a Rio 2016. 

Além da escuridão...

por BQVManchete
Diz-se que o sujeito que sofre de pessimismo patológico não consegue nem atravessar a rua e sobreviver para chorar no meio-fio do lado oposto. Assim como também se diz que os otimistas são apenas gente mal informada. Existe uma crise mundial, claro, estão aí Estados Unidos (em fase bipolar, alternando números bons e ruins, um deles o do desemprego resistente), Japão, Rússia, Alemanha, Espanha, Itália, França, China e Grécia, entre outros, patinando mesmo com contas maquiadas: um regulamento da União Europeia aprovado há poucos meses permite que países da comunidade incluam no cálculo dos PIBs nacionais a renda estimada dos "setores produtivos" de prostituição, drogas e contrabando. Aliás, é regra da UE, tanto que a Itália, por exemplo, com razoável "mercado paralelo", teve que aprovar lei no Parlamento para seguir a manada. Economistas calculam que os três setores poderão fazer os PIBs europeus aumentarem entre 1% e 2% a partir de 2015.  Dilma, quem diria, foi até mais modesta nas suas maquiagens. Mas  o tema aqui é o pessimismo dos analistas. Ao contrário do que dizem, o mundo não vai acabar. Quer um exemplo? As vendas de Natal no varejo cresceram em 2014 apenas 3% em relação ao ano anterior, que havia crescido 5% ante 2012. A constatação rendeu títulos catastróficos de primeira página. Aos poucos, surgem números que mostram o exagero das análises alarmistas. Quase sempre, tais números estão lá diluídos nos textos como se houvesse até um empenho para que passem batidos para o leitor. Ou talvez não seja nada disso, apenas a pressa inerente aos fechamentos de fim de ano. Ou ainda, pode ser consequência do fato de o ano eleitoral, apesar das eleições concluídas e sacramentadas, não ter acabado para muito gente que ainda pensa em terceiro, quarto ou quinto turnos. Os números podem trazer alguma esperança de que em 2015 teremos chances, quem sabe, de não precisar pendurar os nossos pescoços no poste da esquina? Vamos lá: o varejo de rua, teria tido uma queda de 1,7% em relação a 2013; vendas em shoppings cresceram 3%; e as vendas on line cresceram 37% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso não caracteriza uma forte mudança nos hábitos dos consumidores? O que ficou faltando na maioria das matérias foi o total dos três setores, com valor médio de compra, crescimento em relação ao ano passado, aferir qual o impacto do aumento de vendas on line no somatório etc. Algo um pouco mais técnico e menos político. Outro exemplo? O aumento do dólar tem impacto na inflação, todo mundo sabe disso e a imprensa não nos deixa esquecer. Mas há um setor importantíssimo na economia que vai se beneficiar da cotação da moeda americana: os exportadores, que se tornam mais competitivos no mercado internacional. Alguns setores já registram um aumento de pedidos ou se sondagens de negócios para 2015 em mais de 10% desde outubro, o que significa menos dependência do mercado interno.
Melhor combinar que, em 2015, nem tanto ao otimismo, nem tanto ao pessimismo, mesmo com o desenho inacreditável do ministério que vem aí; menos jornalismo eleitoral, mais informação isenta; menos esperança nos políticos e mais confiança no povo (que volte às ruas quando necessário); mais cidadania, menos "deus mercado"; cadeia para corruptos e corruptores federais, estaduais, municipais, empresariais, policiais, judiciais, eclesiásticos, esportivos e comunitários. No mais, que o governo ouça a sociedade, que a oposição não ouça os que pedem a volta da ditadura. Bom 2015.


domingo, 28 de dezembro de 2014

Rolls Royce da Presidência da República: no dia 1° de janeiro, o carrão que já viveu glórias e vexames vai mais uma vez sair da garagem...


O RR é atração turística em Brasília. Foto Agência Brasil

Desde 2012 passou a ser exibido no Palácio do Planalto às sextas-feiras e domingos. Foto Agência Brasil

Infográfico Ministério da Defesa


por BQVManchete
O carro não tem culpa e não precisa ser convocado pela Comissão da Verdade. Mas ao longo da sua quilometragem foi obrigado a transportar tanto ditadores quanto presidentes democraticamente eleitos. No dia 1° de janeiro, Dilma Rousseff toma posse para mais um mandato. Nesse dia, o Rolls Royce presidencial sairá da garagem, o que só costuma ocorrer uma vez por ano, no dia 7 de Setembro, e a cada quatro anos na solenidade de posse do presidente. Mas desde 2012, o Palácio do Planalto passou a exibir o carrão todas as sextas-feiras e todos os domingos na entrada da sede de governo, o que tem atraído centenas de turistas. O Rolls Royce conversível cabriolé chegou ao Brasil de navio em março de 1953. Existia uma versão supostamente oficial de que o carro teria sido uma doação da rainha Elizabeth II da Inglaterra ao governo brasileiro. Historiadores preferem aceitar o fato de que um grupo de empresários doou o RR a Getúlio Vargas. Mas este, ex-ditador e então cumprindo mandato constitucional, transferiu o bem ao patrimônio público. Getúlio usou o carro pela primeira vez em uma festividade do Dia do Trabalho. Antes, até 1951, GG usava um Mercedes conversível que lembrava muito o veículo que transportava Adolf Hitler nos desfiles da SS nas avenidas de Berlim. O carro alemão tornou-se, digamos, pelo menos por algum tempo, politicamente incorreto. E foi assim que, depois de Gegê, Café Filho, JK, Jânio, Jango, os generais da ditadura, o "ajudante de ordens" Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma experimentaram a sensação de esquentar o estofamento do imponente RR. Mas o carrão também deu carona a Yuri Gagárin, quando o cosmonauta soviético visitou o Brasil, a Charles de Gaulle, a Rainha Elizabeth e até a uma miss, Ieda Vargas, a única que teve esse privilégio por conquistar o título de Miss Universo em 1963 numa época em que o concurso era quase uma questão de Estado de tão popular e badalado.
Totalmente original, o RR tem motor de seis cilindros, é movido a gasolina, pesa 2,5 toneladas e tem capacidade para transportar sete pessoas. Já rodou mais de 30 mil quilômetros. Por seus momentos de glória, mas também de vexame no caso de alguns passageiros compulsórios, entrou definitivamente para a história.


Os generais De Gaulle e Castelo Branco. Reprodução

O general Figueiredo e o vice Aureliano Chaves. Foto PR

Collor. Foto PR

Getúlio Vargas usou o RR, pela primeira vez, em solenidade do Dia do Trabalho, em Volta Redonda. Reprodução

Antes, adotou um Mercedes conversível. Reprodução


Rua do Russell: leiloeiro bate o martelo na memória de um bar que quase não existiu...

por BQVManchete
Não era bem um botequim. No local funcionou, se não me engano, uma associação de classe, que mantinha um bar, acho que não-oficial, sem maiores estruturas, aberto para não-sócios. Não demorou a virar um point para alguns funcionários da extinta Bloch. Ficava na cobertura do Edifício Ipú, um belo prédio construído em 1935 (projeto de Ari Leon Rey e Floriano Brilhante), um dos símbolos da arquitetura art déco do Rio de Janeiro. O terraço, colado ao Hotel Glória, com ampla vista para o Aterro, foi palco de happy hours memoráveis pré ou pós-fechamentos, que ninguém era de ferro. O bar quase improvisado, com cara de cantina, não tinha nome, mas ganhou vários apelidos da turma. Um deles, "Jornada nas Estrelas". Não durou muito e acho até que só sobreviveu enquanto durou por conta da freguesia que trabalhava uns trezentos metros ao lado, em outro prédio da mesma Rua do Russell, o da Manchete, também símbolo da arquitetura, no caso o modernismo de Oscar Niemeyer. Por que mesmo esse tema surge on the rocks? Um anúncio pop up no portal da Folha, hoje, trouxe de volta a imagem do terraço do "Jornada". O site Lance Judicial Leilões Eletrônicos (clique no link) anuncia que vai bater o martelo para vender a cobertura do Edifício Ipú. daqui a pouco mais de 60 dias. O lance inicial é de R$1.890,00, segundo os leiloeiros. Alguém se habilita?
Mas o valor não inclui o "patrimônio imaterial" das conversas etílicas devidamente ali jogadas fora lá pelo começo dos anos 80, revisitado rapidamente neste curto post e nas imagens abaixo.
Como se diz de Las Vegas, o que aconteceu no "Jornada" ficou no "Jornada".

O "Jornada", point quase improvisado, ficava no último andar do Ipú. Foto: Reprodução Facebook
O terraço agora vazio do prédio, jóia da art déco carioca. Foto; Reprodução site Lance Judicial

Foto: Reprodução site Lance Judicial


Deu no site NOO: Profeta Allan Richard Way, vidente da revista Manchete, faz suas previsões para 2015, dessa vez em email remetido para o fotojornalista Frederico Mendes.

Reprodução NOO

Reprodução NOO
por Frederico Mendes (para o site NOO)
Como é de praxe nas televisões e revistas, em dezembro vários esotéricos fazem suas previsões para o ano novo. É um tal de babalorixás fajutos, astrólogos especializados em celebridades, ciganas nascidas na Zona Sul dizendo como será o amanhã porque conseguem ver o futuro. Mas não existe no mundo vidente mais eficiente que o cego Allan Richard Way.
Ele é simplesmente o maior profeta vivo. Comparado sempre com Nostradamus, o inglês de origem indiana de 97 anos, previu com detalhes as mortes da princesa Diana, do presidente Kennedy, do filósofo Sartre e de Carmem Miranda, a conversão ao comunismo da China, a eleição de um presidente negro nos Estados Unidos, a Guerra do Iraque e outros tantos furos do além, muitos anos antes que acontecessem — ele publica suas previsões no jornal inglês Times sempre sob a forma de classificados, com um estranho código alfabético e numeral que só ele e seu fiel secretário boliviano entendem.
LEIA MAIS NO SITE NOO, CLIQUE AQUI

sábado, 27 de dezembro de 2014

Memória da redação: no fim da década de 70, a confraternização de fim de ano dos fotógrafos da Bloch...



por BQVManchete
A redação deste blog recebeu as duas fotos reproduzidas acima. Uma colorida e outra em p&b. Sobram versões da mesma imagem mas faltam informações sobre o evento. Por exemplo, onde aconteceu a confraternização? Há quem diga que é possível que tenha sido na Glória, em um restaurante chamado Westfalia. Não há certeza. E quando? Em 1979, como relembram alguns, ou em 1977? O fotógrafo Ricardo Beliel (de óculos, sentado, no centro da foto, copo na mão) diz que foi em fins de 1977 e ajudou a identificar alguns colegas. Roberto Muggiati, que dirigiu a Revista Manchete, e o fotógrafo Frederico Mendes, profissional que também fez história nas redações do Russell, contribuíram para as legendas, à mão, da maior parte da turma.
Mesmo assim, a relação não está completa. Mas ficam valendo os vestígios de uma época.
Entre outros, na fila do alto, Roberto Costa e Silva, José Moure, Ricardo Azouri, Aguinaldo Ramos, Alexandre Cavalcanti, João Silva, Márcia Ramalho, Ayrton Camargo, André Krajcsi.  Na segunda fila, em pé, Antonio d'Atoughia, Nicolau Drei, Nilton Ricardo, Carlos Humberto TDC, Sergio de Souza, Raimundo Costa, Juvenil de Souza, Paulo Arthur, Helio Santos, Paulo Reis e Paulo Xuxu. Sentados, Ricardo Beliel, Gervásio Baptista, Adir Mera, Delfim Freitas e Hermínio de Oliveira. Beliel acrescenta ainda que estão nas fotos João Poppe, Roberto da Costa e Silva, Marcos Vinícius e Pedro Soler.
Atualização - Veja comentário neste post, onde o fotógrafo Hermínio de Oliveira dá mais detalhes sobre as circunstâncias da já famosa foto.

DILMA QUER PASSAR A BORRACHA NA OLIMPÍADA - Ministério dos Esportes pode ser a primeira crise do novo mandato. Aliados e opositores pedem que ela troque o escalado. Acham que se mudar de ideia, será melhor o desgaste do que o desastre...




por BQVManchete
Como escreve o colunista Jorge Bastos Moreno, no Globo de hoje. Dilma se preocupou em pedir ao Ministério Público que lhe entregasse a relação oficial dos políticos gente boa (existe isso?) mas esqueceu de ir ao Google. Uma simples googlada, evitaria um vexame. O novo ministro dos Esportes, precisamente a autoridade que cuidará do assunto às vésperas da Olimpíada, é um deputado do PRB, vinculado à igreja Universal, que atua sob o carimbo do "bispo" Macedo e que foi foi flagrado pela Polícia Federal transportando malas de dinheiro, em 2005. Na época, foi expulso do PFL. Sem histórico conhecido na área de esportes, o deputado-pastor (George Hilton é o nome da figura), está, segundo o jornal Estado de Minas, sendo executado por dívidas junto à Receita Federal acumuladas por empresa da qual é sócio. O jornal diz também que Hilton não declarou a empresa à Justiça Eleitoral, como é obrigatório. Políticos que apoiam Dilma e até quem não a apoia estão criticando a nomeação que definem como catastrófica. No mínimo, por ser uma pessoa que não tem intimidade com a pasta. Não se sabe quais são os projetos do deputado para os Esportes ou se os tem. Curiosamente, a igreja dele tem reivindicado secretarias ligadas ao setor também em alguns estados. A estratégia é desconhecida. Pode ser pela exposição que a área deverá ter nos próximos anos, os convênios atraentes (tão atraentes que já foram motivos de vários escndalos ê investigações de desvios de verbas) que distribui ou um campo fértil para proselitismo religioso. Ainda bem que um ministro de Esportes do Brasil ou de qualquer outro país não tem poder para mandar no Comitê Olímpico Internacional ou corria o risco de a abertura dos Jogos se tornar um épico bíblico com direito a corrida de bigas ou até corrida de malas sem barreira. Pessoas ligadas ao esporte estão perplexas. Se Dilma não fizer uma revisão dessa mancada, será melhor a organização da Rio 2016 ignorar o deputado. Por dois motivos: é bom que políticos não se aproximem da  maior festa do esporte, onde o que o mundo quer ver são atletas competitivos; segundo, o sujeito não fará falta já que não é do ramo.
Se Dilma mantiver a nomeação, ficará claro o desprezo que ela tem pelo esporte e pela Olimpíada. Aí será o caso de a Olimpíada ignorar dona Dilma federal. Aliás, desde sempre, os Jogos escolhem uma cidade, não um país. A exceção foi Atenas da antiguidade, mesmo assim, cidade-Estado. A Olimpíada acontecerá no Rio de Janeiro, cidade-sede.
É o caso de dizer, se não for para ajudar, tirem as mãos da Rio 2016.

Mais uma repórter desfila pelas ruas na "pegadinha" da cantada...

por BQVManchete
Virou moda. A ideia nada original começou nos Estados Unidos (com a repórter Shoshana Roberts, do jornal The Independent, de Nova York) e vários veículos brasileiros partiram para a imitação. Na realidade, o formato é nada mais do que o da tão criticada "pegadinha" do João Kleber. Uma "isca" acompanhada por um câmera vai pelas ruas capturando incautos que não sabem que estão sendo filmados. Dessa vez, a repórter da rádio CBN, Gabriela Rangel, foi testar nas ruas de São Paulo a temperatura do assédio sofrido por mulheres. À frente, ia o câmera Hermínio Bernardo flagrando as "gracinhas" dos rapazes ao ver passar a repórter. A causa da "pegadinha" é nobre: denunciar as grosserias que as mulheres ouvem, especialmente quando circulam sozinhas. No caso, pode-se até dizer que o conteúdo do que a repórter ouviu não foi exatamente agressivo. Eram "elogios" como “que morenaço”, “que linda” e “de paz com a vida”. Um pouco mais ousado, um cara falou um “que delícia”. Claro que as mulheres devem defender o direito de andar nas ruas sem serem incomodadas por esses "elogios". E é natural que deixem isso bem claro. Mas seria interessante mostrar como seria, se é que isso ainda é possível, uma abordagem politicamente correta. Se você não for apresentado a uma mulher, como se aproximar sem desrespeitá-la ou se tornar inconveniente?  Nas redes sociais isso tem sido motivos de posts machistas e irônicos. Um internauta bolsonariano chegou a perguntar como uma mulher na rua reagiria a um "elogio" do Neymar, por exemplo. Outro, mais radical, também bolsonariano, falou que depois as mulheres reclamam que o número de gays está aumentando.
VEJA O VÍDEO NO YOU TUBE, CLIQUE AQUI

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O golpe do trigo podre...

deBarros
No auge da cultura do café, o Brasil era o seu maior exportador para o mundo e como resultado tinha o saldo positivo da balança exportadora. De repente, parou de ser o rei do café e outros países tomaram a frente nesse rico mercado. O que aconteceu? Importadores descobriram que o exportador brasileiro, para que o peso da saca correspondesse ao padrão exigido, misturava o café com pedras e outros elementos impuros desqualificando a qualidade do produto.
Na era da borracha que enriqueceu muitos comerciantes, e Manaus é a prova dessa riqueza com seu Teatro Municipal quase todo importado com material europeu, além das casas construídas com madeira importada, exportando para o mundo o látex de borracha, as chamadas “bolas “ extraídas, pelos pobres – na maioria cearenses – extrativistas das seringueiras espalhadas pela selva amazônica, com o risco de suas próprias vidas. Mas o importadores descobriram que nas “bolas “de látex de borracha pedras eram  introduzidas para completar o peso exigido pelo mercado. Resultado: o importador veio ao Brasil, precisamente na Amazônia e recolheu sementes da seringueira e levou para a Ásia, onde, depois de cultivar grandes plantações de seringueiras, abandonou as importações brasileiras e a era de ouro da borracha do Brasil se acabou deixando muitos exportadores na miséria além do pobre extrativista, que perdeu o seu ganha pão.
Estou lendo nos jornais dos últimos dias que o Brasil está exportando para países da Ásia e da África trigo podre que provoca náuseas e vômitos e não serve nem para animais. Essa substância do trigo podre chama-se “vomitoxina “que é um fungo que produz essa toxina.

“Esperto demais se atrapalha” como diz o bom ditado popular. E o que podemos esperar de mais um ato de “esperteza” dos nossos comerciantes senão a perda de credibilidade e o aval das nações que comercializam ainda com o Brasil? E não vamos culpar o governo porque nesse caso é o que menos culpa tem.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Paz... é o nome do jogo

Reprodução Fifa

Reprodução Fifa
Reprodução Fifa
por BQVManchete
Há 100 anos, soldados ingleses e alemães fizeram uma pausa em meio aos sangrentos combates da 1ª Guerra Mundial. Foi nas proximidades de Saint-Yvon, na Bélgica. Era o Natal de 1914. Os militares entrincheirados trocaram tímidos acenos, inicialmente. Mas os gestos de aproximação viraram uma trégua inesperada. Aos poucos, soldados foram deixando as casamatas e caminhando em direção à "terra-de-ninguém". Trocaram apertos de mão. Um inglês providenciou uma bola que levara para o front. Era apenas o começo da guerra e, àquela altura, ninguém imaginava que duraria quatro anos e custaria muitas vidas. O soldado talvez tivesse a ilusão de que logo o conflito seria resolvido e poderia trocar o fuzil pela bola. Esse era, em dezembro de 1914, o sentimento de grande parte das populações da Europa, ainda incrédulas com o avanço do conflito. Quanto ao dono da bola, mal sabia ele que teria o seu jogo, embora naquelas circunstâncias. Aquela partida terminou com a vitória da Alemanha, por 3 a 2, sobre os ingleses. Os registros deixados por um soldado do 134° Regimento Alemão contam que os soldados mostraram alguma habilidade com a bola. Pernas-de-pau e perebas foram os líderes da época que levaram a Europa ao desastre. Infelizmente, a guerra estava apenas começando, assim como a irracionalidade dos políticos e reis da Europa de então. Ficou a magia do futebol como capaz de aproximar países e pessoas. Como, aliás, ficou demonstrado no Brasil, na recente Copa, que, 7x1 à parte, proporcionou uma inesquecível festa nas ruas com a invasão pacífica de torcedores de todas as raças, procedências, cores e paixões.
VEJA  VÍDEO DA FIFA SOBRE O HISTÓRICO JOGO QUE PAROU A GUERRA POR ALGUNS INSTANTES, CLIQUE AQUI