quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Jennifer Lopez na capa da In Style: curvas culturais...


Foto de Anthony Maule. Reprodução In Style
por Clara s. Britto

Ao 49 anos, Jennifer Lopez está na In Style, edição de dezembro. Exibe um Valentino na capa, mas não deixa de mostrar ans páginas interiores o que o vestido deveria esconder. Ela diz que, na sua família, "as curvas são glorificadas e são parte da cultura".
A cantora e atriz foi fotografada pelo britânico Anthony Maule.
Sobre o conceito do ensaio, ela foi direta, segundo The Sun: "foi apenas algo como 'Jeniffer tem uma grande bunda e é gostosa'".

Próxima parada: a história...

Eles implodiram o ambiente cultural de um país.

Pouco falaram sobre o setor enquanto caminhavam para o poder.

Bastaram poucos dias no comando da nação para mostrar seus instintos. A cultura e a educação foram transformadas em ferramentas para a propagação dos seus valores. Artistas, intelectuais e professores figuravam em listas de boicote, perseguição e de estímulo à delação.

Em pouco tempo, a maioria se exilou.

O país era a Alemanha. O ano: 1933.

O que o vencedores enterraram em meio a queima de livros, invasão de universidades, depredação de exposições de arte eram os despojos do "grande vilão": a cultura que floresceu na República de Weimar, a fase política que chegava ao fim. Os proscritos eram Albert Einstein, Thomas Mann, Bertold Brecht, Walter Gropius, Wassili Kandinski, "A ópera dos três vintens", "A montanha mágica", "O gabinete do dr. Caligari", o modernismo, o expressionismo, a psicanálise, a arquitetura, o design etc. A arte "degenerada", na definição dos vitoriosos, virava caso de polícia.

Entre 1918 e 1933, período de graves crises econômicas e institucionais, a República de Weimar revolucionou a cultura e influenciou o comportamento. Mas o inimigo morava ao lado e não estava dormindo. Na definição do escritor Peter Gay, aquela maravilhosa geração de escritores, artistas plásticos, cineastas, dramaturgos, compositores, poetas e filósofos não sabia que dançava à beira do abismo enquanto produzia uma era brilhante de arte e imaginação.

No dia das eleições presidenciais, no Brasil, no último domingo, ganhou força nas redes sociais o movimento "Livro sim, arma não". Muitos eleitores levaram livros para a cabine de votação como uma forma de demonstrar apoio a um símbolo de vida e não a um instrumento de morte.

Rumo à urna, uma eleitora exibia o livro "A Cultura de Weimar".

Nada mais simbólico.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Dãaaa... Vídeo que viraliza na web mostra que Trump não sabe fechar guarda-chuva. E ele é o homem que carrega a "maleta do Apocalipse"...

Reprodução You Tube

por Jean-Paul Lagarride 

Congressistas americanos se preocupam com a instabilidade emocional de Donald Trump. Isso já foi noticiado. Alguns deputados fizeram até uma consulta oficial a uma psiquiatra de Yale e 57 deles assinaram um pedido de instalação de uma comissão parlamentar para escanear a cuca do presidente e averiguar o que esconde sua caixola presidencial.

E olha que essa suspeita sobre o cérebro do inquilino da Casa Branca surgiu bem antes da divulgação de um vídeo que viralizou nas redes sociais nos últimos dias.

O presidente americano, o mesmo que carrega a "maleta do Apocalipse", que contém o dispositivo que aciona as armas nucleares, não sabe fechar um guarda-chuva, ou mesmo incliná-lo para ultrapassar uma porta. Ele até tenta, mas se embanana com a trava, perde a paciência e desiste.

Trump carregar seu próprio guarda-chuva é dica politicamente correta do marqueteiro. Só que o especialista que cuida da imagem não contava com a falta de astúcia do indivíduo.

Depois que o guarda-chuva é abandonado, passa um assessor que tem mais o que fazer e deixa pra lá o objeto. Em seguida, vem um mais subserviente e recolhe o guarda-chuva abandonado antes que seja sugado pelas turbinas do avião, quando ligadas.

Em comentário no twitter uma leitora recomenda: "Quando o seu líder mostra que não sabe fechar um guarda-chuva, troque de líder".

VEJA O VÍDEO AQUI  

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Revista Manchete: reportagem exclusiva de 1988 vai parar no Fantástico

A capa da Manchete com a reportagem exclusiva ("O cartel de Medellín já atua no Brasil"),
de 1988, que o Fantástico reviveu ontem.

As repórteres Maria Alice e Cristiana Isidoro em campo. Arquivo Pessoal 

E no acampamento da força-tarefa da Polícia Federal. Arquivo Pessoal

A dupla testemunha a operação que desbaratou laboratório... 

... de cocaína ligado  ao cartel de Medellín. Arquivo Pessoal

Ontem, o Fantástico virou Manchete.

Uma das pautas do programa recordou uma matéria exclusiva que a repórter Maria Alice Mariano e a fotógrafa Cristiana Isidoro fizeram há 30 anos.

Em setembro de 1988, a dupla da Manchete se incorporou a uma força-tarefa da Polícia Federal que desbaratou no Jalapão, extremo leste do Estado do Tocantins, um laboratório de cocaína que o cartel de Medellín, então sob o comando de Pablo Escobar, instalara na região.

Na época, a operação tornou-se possível porque a PF infiltrou um agente entre os traficantes. Por motivos óbvios, a identidade do policial que cumpriu a arriscada missão de levantar informações sobre o laboratório jamais foi revelada. Até ontem, quando o Fantástico localizou o agente, hoje aposentado.

A reportagem nas páginas da Manchete. Reprodução TV Globo

Maria Alice folheia a edição que publicou a matéria exclusiva e...

é entrevistada pelo Fantástico. Reprodução TV Globo. 

O programa exibiu a edição da Manchete que publicou a reportagem e entrevistou Maria Alice sobre os bastidores da operação. Além de exclusiva, a reportagem chamou a atenção pelas suas circunstâncias singulares, nada fáceis de serem repetidas hoje.

As duas repórteres acompanharam de perto uma operação real, passaram cerca de 30 dias incorporadas à equipe da PF - eram cerca de 40 agentes e delegados-, enquanto era feito o reconhecimento da região, acamparam e percorreram trilhas na mata e testemunharam o momento em que o laboratório foi atacado pela força-tarefa, a prisão e o interrogatório dos traficantes. 

PARA VER A REPORTAGEM DO FANTÁSTICO, CLIQUE AQUI

Memórias da redação: Justino Martins quis reformar a Manchete. Mas seu projeto virou poeira...





Reprodução. Arquivo pessoal


por José Esmeraldo Gonçalves 

A cadeira de diretor da Fatos & Fotos era elétrica.

Descargas recorrentes costumavam fritar jornalistas que, por alguma culpa ancestral, eram condenados ao posto. Em abril de 1975, por conta de um contrato com a People americana -  sucesso editorial no segmento de celebridades - , a revista transformou-se em Fatos & Fotos Gente. Logo nos primeiros meses, dois diretores foram vítimas da alta voltagem, e da volatilidade, do cargo de diretor.

Em meados de 1975, a redação da Manchete, embora mais estável, também passava por mudanças. Justino Martins havia viajado para Cannes, como fazia anualmente desde o fim dos anos 1950 (de tanto participar do famoso festival de cinema, até ganhou o apelido de "Cidadão Cannes"). Mas naquele ano, o gaúcho resolveu esticar a temporada na França por mais um mês.  Adolpho Bloch não gostou nem um pouco das tais férias suplementares. Ao voltar, Justino recebeu outras tarefas - entre as quais a criação e edição de um caderno de moda - e Roberto Muggiati assumiu a direção da Manchete.

No vácuo de uma das defenestrações de diretores da Fatos & Fotos Gente, Justino esteve cumprindo pena na direção da semanal da segunda divisão da Bloch. Com olfato, tato e instinto de revisteiro, ele revitalizou a revista e motivou os repórteres. Ficou menos de três anos no sétimo andar, antes de voltar para a Manchete, no oitavo, mas deixou sua marca na revista e na jovem equipe que valorizou e ajudar a formar.

Carro-chefe da editora, Manchete, a principal semanal da casa, precisava se reinventar. Era o que os executivos das grandes agências de publicidade diziam a Pedro Jack Kapeller, o Jaquito. A economia ia mal, a Bloch não tinha ainda televisão e, internamente, existia uma máxima sempre repetida em momento de crise: "se a Manchete vai bem, a editora vai bem".

Com esse apelo, a direção da casa promoveu uma grande reunião no restaurante do terceiro andar do Russell. Em pleno sábado, diretores, editores, redatores e fotógrafos de todas as demais revistas, os staffs da publicidade e da gráfica em Parada de Lucas, se reuniram para discutir os rumos da Manchete. Não sei se a grande pajelança de teve efeitos práticos. Logo a prioridade do Grupo Bloch passou a ser montar e operar a Rede Manchete, inaugurada em junho de 1983. No mesmo ano, em agosto, morreu Justino Martins. De alguma forma a revista sobreviveu até o ano 2000 e até viveu um período talvez menos crítico entre o fim dos anos 1980 e os primeiros anos da década de 1990, antes da grave crise que levou à falência da Bloch.

Daquele sábado da reinvenção nada restou, a não ser as laudas amarrotadas reproduzidas acima.

Justino, que dirigia a Manchete e participou daquela reunião, talvez tenha sido o único que fez o dever de casa. Dias antes, ele datilografou pacientemente o seu diagnóstico editorial da principal revista da casa. Em quatro laudas da Fatos & Fotos e, sabe-se lá porque, uma com o logo da Manchete, o editor responsável pela verdadeira reinvenção da revista, em 1959, ofereceu suas ideias para o futuro que não veio.

Se foram aproveitadas ?

Não há registro.

As laudas abandonadas ressurgiram anos depois, já em meu tempo de "cadeira elétrica", quando as recolhi da empoeirada mesa "L" da Fatos & Fotos em um dia de mudança de sala.

No título escrito a mão, a mensagem que Justino tentou passar.

"Rigor Editorial".

domingo, 28 de outubro de 2018

Lisboa: primeira página do Expresso - #ÓdioNão


Na revista Time: fala com fala, bala com bala


Esta é a edição da Time prevista para o dia 5 de novembro. Não é uma simples capa. A imagem faz parte de um projeto da revista em parceria com o artista plástico e fotógrafo JR (@jr)

Time convidou 245 pessoas de três cidades profundamente afetadas por armas de fogo, Dallas, St. Louis e Washington DC, para contarem suas experiências. São professores, policiais, caçadores, ativistas, pais e filhos.

A edição nem estava pronta e mais uma cidade já faz falta no painel. Um ataque a uma sinagoga de St. Petersburg Pensilvânia, deixou 11 mortos. A atirador, que foi preso, é o morador local Robert Bowers, antissemita atuante em redes sociais.

Entre outras postagens, ele destacava uma em especial: "diversidade  significa o fim do último branco". Frase semelhante - "diversidade é uma senha para genocídio dos brancos" - foi dita pelo supremacista branco Frazier Miller, que matou três judeus no Kansas, em 2004.

A sinagoga The Tree of Life,  escolhida pelo atirador, é uma das mais antigas do Estados Unidos, é conhecida por suas posições progressistas e igualitárias e foi acusada por ele de "proteger imigrantes".

Bowers não  tinha ficha na polícia e guardava em casa pelos menos seis armas compradas legalmente.  No atentado, ele usou um fuzil AR-15.

VEJA no AdAge UM TEASER DO PROJETO DA TIME AQUI

Roger Waters em Curitiba...



#viravoto


Vai um jornalista malpassado?

Reprodução

De Paris: o risco Brasil



quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Fotografia - Dos arquivos do fotojornalista Guina Araújo Ramos - Figueiredo, o último ditador?

Figueiredo dando pulinho. Gávea Pequena, Rio, 1983. Foto de Guina Araújo Ramos

Figueiredo ao sair do governo - Rio, 1985 - Foto Guina Araújo Ramos

por Guina Araújo Ramos (do blog Bonecos da História)

Em plena campanha presidencial de 2018, a discussão sobre os candidatos (não “entre”, que Jair Bolsonaro se recusa a participar de debates) tem mudado dos tradicionais “programas de governo” para conflitos mais radicais: Barbárie x Civilização e/ou Democracia x Ditadura.

Barbárie x Civilização, quanto ao Brasil, pode até parecer retórico, “apenas” um reflexo do terrorismo, das guerras, das ondas de refugiados, dramas que dilaceram a África, a Europa e o Oriente Médio.

Já o dilema Democracia x Ditadura, que tem raízes profundas no solo brasileiro, tornou-se tema recorrente. O motivo é mais do que sabido: o candidato Jair Bolsonaro, do PSL, os seus filhos também parlamentares, o candidato a vice-presidente, Gal. Mourão, e vários de seus correligionários, todos eles se referiram recentemente à intenção explícita de interferir no Judiciário, de desrespeitar direitos de minorias, de ameaçar os opositores de prisão ou exílio.

A defesa da tortura e a proposta de uma nova ditadura militar no Brasil, supostamente sem corrupção, aparecem em diversas falas do presidenciável. Jair Bolsonaro, sustenta seu adversário, Fernando Haddad, do PT, é uma ameaça à democracia, que também está sendo ameaçada por fake news.

Tudo isto me trouxe à mente um sisudo e autoritário Presidente da República que fotografei muito, um dito ditador, apontado até como mandante de torturas, e a pergunta: terá sido (ou será) João Figueiredo o último ditador do Brasil?...

Ao menos, sabe-se que João Figueiredo foi o último militar presidente do Brasil de uma série de presidentes militares instalados no Palácio do Planalto com o evento auto-batizado de Revolução de 1964.

O mesmo que mais tarde foi renomeado (por historiadores) para Golpe Civil-militar de 1964 (com sua consequente Ditadura, exacerbada pelo AI-5, de Dezembro de 1968) e, há pouco, “reinventado” pelo ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, através do singelo epíteto de Movimento de 1964.

Desde o início de seu mandato (Março de 1979), acompanhei algumas visitas de Figueiredo ao Rio, especialmente para a Fatos & Fotos, da Bloch Editores.

A partir de Junho de 1980, ao passar para o Jornal do Brasil, Figueiredo virou figurinha repetida nas minhas pautas... Como exemplo, os vários registros do seu desembarque, e comitiva, no setor militar do aeroporto do Galeão.

Numa solenidade tradicional, todo ano realizada na Praia Vermelha, na Urca, no Rio, registrei Figueiredo entre vários dos seus mais ministros, mais o governador Chagas Freitas e o cardeal Eugênio Câmara, no palanque das comemorações militares da assim chamada Intentona Comunista de 1935. 

A foto é sugestiva pelo detalhe de que peguei um gesto seu que pode ser remetido a uma das suas mais sugestivas frases: “Prefiro cheiro de cavalo do que cheiro de povo.”.
Sinceridade, aliás, não lhe faltava. Tanto é que deixou muitas outras frases marcantes, em entre elas um autoelogio, bem ao estilo ditatorial: “Me envaideço de ser grosso!”...

LEIA A MATÉRIA COMPLETA E VEJA MAIS FOTOS AQUI


Memória da redação: em 1982, os computadores fizeram sua estréia em tentativa de fraude eleitoral no Brasil. Na época, o objetivo era impedir a eleição de Brizola para governador do Rio.


Reprodução Fatos & Fotos

por José Esmeraldo Gonçalves

Quando a Folha de São Paulo denunciou esquema de apoiadores de Jair Bolsonaro nas redes sociais, com acusações de Caixa 2 para impulsionamento de mensagens eleitorais (o caso está sob investigação do TSE, MP e PF), o passado disse alô.

Mais precisamente, o complô flagrado pela repórter da Folha, Patrícia Campos Mello, remeteu aos idos de 1982. Naquele ano, as eleições para governador do Rio de Janeiro ficaram marcadas por uma tentativa de fraude para impedir a vitória de Leonel Brizola.

A manobra ficou conhecida como Caso Proconsult.

O mundo estava longe da era das redes sociais, usava-se cédula de votação (a urna eletrônica só começaria a equipar algumas seções em 1996), mas os computadores já rondavam a totalização de apurações.

O conceito da fraude eletrônica era relativamente simples. Como as eleições de 82 eram quase gerais - seriam apontados governadores, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores, e a legislação obrigava que todos os votos fossem para um mesmo partido -, estava previsto um alto índice de votos nulos. Os fraudadores ligados ao regime militar montaram um programa que transferia votos nulos e brancos para Moreira Franco, adversário de Brizola e o nome preferido pela ditadura. A maracutaia foi denunciada pela Rádio Jornal do Brasil, que montou esquema de apuração próprio. Na época, houve a suspeita de que O Globo estivesse conivente com o mecanismo, daí ter recorrido à contagem da Proconsult, que colocava Moreira Franco sempre à frente e levantava dúvidas quanto ao favoritismo de Brizola. Criava-se na opinião pública um clima propício à concretização da fraude.

O Globo de fato apoiava Moreira, mas negou participação, alegou que tinha seu  próprio método de contagem de votos e desmentiu que houvesse contratado a Proconsult como sua fornecedora de dados eleitorais. Se não teve culpa, digamos então que o jornal foi ingênuo e se deixou usar pelos criminosos.

Alertado pela Rádio JB, Brizola, que tinha motivos para desconfiar do principal grupo de mídia do Brasil, preferiu denunciar o complô em uma coletiva a imprensa estrangeira. Foi uma jogada de mestre. No Hotel Glória, diante de dezenas de correspondentes, ele denunciou a trama e assim abortou a roubalheira de votos.

Brizola foi eleito e aquela primavera carioca consagrou o político mais combativo do Brasil, que faz falta nessas eleições conturbadas.

Mas além de Brizola, outro "personagem" ocupava o noticiário: uma figura que atendia pela alcunha de Diferencial Delta. Esse era o nome em código da variável montada para contabilizar fraudulentamente os votos pró-Moreira. De tanto ser falado, esse nome se popularizou nos becos, botecos e praias do Rio de Janeiro. E passou a explicar tudo que à época parecia inexplicável.

Comparando-se com as manipulações do novo milênio e o uso ilegal do Facebook, do WhatsApp e dos robôs em ação nas redes sociais, o Caso Procosult foi até rudimentar e ficou a anos-luz de distância do esquema atual denunciado pela Folha.

A motivação e o ponto em comum, ontem como hoje, foi a conspiração antidemocrática.


A CAPA PROIBIDA 

Aqui, uma informação nada fake dos bastidores da redação da Fatos & Fotos durante o fechamento da edição com a cobertura daquelas eleições. A F&F pretendia dar o Brizola na capa,sozinho. Era a maior notícia da semana. Um ex-exilado eleito para o governo do Rio de Janeiro. O Caso Proconsult já havia sido desmoralizado e, na madrugada do fechamento, não restavam mais dúvidas de que o gaúcho era o vencedor, embora não oficializado pelo TRE. Até mesmo um adversário, Miro Teixeira, candidato do PMDB, que ficou em terceiro lugar, atrás de Moreira Franco, já reconhecia a vitória de Brizola. Com a foto já escolhida, a direção da Bloch vetou a capa sob o argumento de que Moreira ainda tinha chance "com os votos do interior". Ninguém acreditava naquilo, mas a capa foi trocada. Ficou essa aí, a dos "grandes vencedores" e dos "grandes prováveis". Sendo Brizola o "provável" que até o Diferencial Delta já sabia que era o futuro governador.

Restou à Fatos & Fotos registrar com ironia a movimentação do DD, o protagonista da primeira tentativa de fraude de eleições brasileira com base nos bits, bytes e mistérios dos computadores.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Algumas considerações sobre a sex tape: É fake news ou fuck news?

por O. V. Pochê

* O mais estranho na sex tape política que vazou na rede é que o único protagonista em meio às belas apoiadoras parece meio desinteressado. Diria até entediado. Fica longe do coeficiente partidário exigido para ocasiões como aquela. Provavelmente mais preocupado com a eleição do que com a ereção.

* Como diz o Sensacionalista, o "político" focalizado pertence visivelmente a um partido nanico.

* Não é verdade que as participantes da suruba receberão cargos comissionados em troca de não revelar a sublegenda por baixo dos lençóis.

* Também não é verdade que a sex tape foi um golpe de marqueteiros para acentuar semelhanças eleitorais com o ídolo deles, Donald Trump, que incluiu um sex report na sua campanha.

* Depois da sex tape, está confirmado: sai a Nova Republica entra a República da Suruba.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Da revista Fatos: Nova República na máquina do tempo

As urnas de 2018 fecham um ciclo político e, para alguns analistas, marcam o fim da Nova República.

O jornal Libération publicou agora, em 12 de outubro, o artigo "Brésil: la fin de la nouvelle République (1985-2018)" reforçando essa tese.

Para as novas gerações, Nova República deve ser algo tão ficcional quanto o foi na época. Ao discursar durante sua campanha para o colégio eleitoral, Tancredo Neves usou a expressão criada por seus marqueteiros para para dar uma griffe à era pós-ditadura. Tancredo se foi, Sarney pegou a cadeira e bastaram alguns meses para ficar claro que a "nova" política não era nova nem republicana.

Em dezembro de 1985, nove meses depois de instalado, o governo paria a censura. Assim como o governo militar havia proibido a exibição do filme "O Último Tango em Paris", de Bernardo Bertolucci, aquela república que se pretendia nova fechou o ano vetando "Je Vous Salue, Marie", de Jean-Luc Goddard.  O slogan de Tancredo era "Muda Brasil". Não vingou. A proibição ditada por Sarney ficou como uma espécie de símbolo do que não mudou. Outro foi a política de "esquecimento" efetivada com a destruição de documentos dos órgãos de segurança da ditadura. A economia também reeditava figurinos anteriores, adulterava a inflação, falsificava os índices de remuneração da caderneta de poupança e fantasiava a economia (como mostrava o artigo abaixo, o ministro Dilson Funaro alterou, na época, o sistema de indexação da economia, evitando que a correção monetária fosse calculada pela média ponderada dos três meses anteriores, passando a refletir a inflação, sempre mais baixa, "prevista" para o mês seguinte). Tal qual o regime anterior, praticava-se a manipulação de índices.

A Nova República não morre agora. A Nova República não existiu.

O que está de vela na mão e rabecão na porta, de novo, é a Democracia.

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Jornalistas demitidos da Abril fazem protesto digital na noite do Prêmio Cláudia



(do Jornalistas Livres)

No Facebook e no Instagram, o Comitê de Jornalistas Demitidos do Grupo Abril publicou um manifesto revelando, entre outras dificuldades, a situação de ex-funcionários que, em tratamento contra o câncer, perderam o plano de saúde antes mesmo do término do aviso prévio.

LEIA MAIS NO JORNALISTAS LIVRES, AQUI



Veja a íntegra do manifesto:

“A festa de entrega do Prêmio CLAUDIA acontece nesta noite. As guerreiras que estarão no palco merecem nosso aplauso e reconhecimento. O Grupo Abril, que promove o Prêmio, é que não está à altura das brasileiras que lutam para mudar o país. Depois de dar o calote em 1500 profissionais demitidos, de não pagar a eles as verbas rescisórias, perdeu a condição moral e ética de outorgar qualquer prêmio.

Ao se tornar um predador – provocando um desarranjo no mercado editorial do Brasil – e abandonar milhares de leitores com o fechamento recente de onze publicações, a Abril não pode pegar carona na biografia das mulheres do Prêmio Claudia. Elas ensinam a reagir ao opressor. Mostram como lutar por direitos. Combatem todo tipo de violência. Dão exemplo de resistência, tenacidade, perseverança. Nós, demitidos, lutamos hoje como uma vencedora do Prêmio Claudia.

Toda hipocrisia deve ser denunciada. É falsa a intenção do Grupo Abril de destacar mulheres de coragem. Quer, na verdade, usar a imagem delas para tentar lavar sua honra. As candidatas dedicam a vida à defesa dos direitos humanos, a combater o opressor. Resistem e dizem não. Aprendemos com elas a enfrentar o Grupo Abril. E inspirados nelas, revelamos mais uma triste verdade: entre os funcionários jogados na rua já tem gente com fome e doentes com câncer que tiveram o plano de saúde cortado antes mesmo do término do aviso prévio.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Em apoio a atleta negro, Rihanna se nega a fazer show de intervalo do Super Bowl:

Rihanna recusa convite para fazer o show do Super Bowl em solidariedade a atleta negroa banido da NFL.
Foto Twitter

O camisa 7, Kaepernick, foi banido do futebol americano por protestar em campo contra assassinatos
de jovens negros pela polícias americana. Foto NFL

por Niko Bolontrin 

Rihanna recusou o convite para fazer o show de intervalo no Super Bowl, em fevereiro em 2019.

Segundo a revista "US Weekly", a cantora se solidariza com jogador Colin Kaepernick, que está fora da NFL desde que protestou contra a onda de assassinatos de negros pela polícia americana em 2016.

Ao se ajoelhar durante a execução do hino nacional, o quarterback provocou a ira dos cartolas da liga. Em muitos jogos, vários outros atletas repetiram a manifestação de Kaepernick.

Há 50 anos, em outubro de 1968, um protesto durante uma entrega de medalhas na Olimpíada do México também fez história. Os atletas Tommie Smith (medalha de ouro) e John Carlos (bronze) fizeram a saudação do Black Panther, no pódio, durante a execução do hino americano. Na época, era intensa e violenta a repressão contra negros (Martin Luther King havia sido assassinado três meses antes). O atleta australiano Peter Norman (medalha de prata), também no pódio, usou um adesivo em defesa dos direitos humanos. Smith e Carlos foram ameaçados de morte ao retornar aos Estados Unidos. Afastados do atletismo, ambos passaram a jogar futebol americano. Em 2008, os dois receberam o Prêmio Arthur Ashe Courage em homenagem ao ato político no pódio. Norman também sofre represálias. Em 2012, seis anos após suas morte, o Parlamento australiano pediu desculpas oficiais à família do atleta e classificou seu gesto como um momento histórico de heroismo em defesa dos direitos humanos e contra a opressão racial.

Memória: quem disse que a propaganda não se adapta a todos os tempos?


Anúncio publicado na Manchete em 1968. O Brasil já estava sob o regime militar, mas a campanha tinha algo de premonitório. No fim daquele ano, viria o endurecimento do AI-5 abrindo o período mais repressivo e, em 1969, a Junta Militar. Foram os chamados golpes dentro do golpe. A griffe La Mazelle viu nos fatos o mote da sua campanha publicitária. Não foi a única marca a usar o cotidiano como marketing: a Philips lançou uma TV "que resistia a tudo na câmara de torturas; a Walita apregoava uma batedeira que era a "nova líder das massas"; o detergente Odd lutava conta "a subversão das panelas". O que não faltará no ano que é hard news ara inspirar a propaganda.

New York Times,hoje: escolha triste ...


Mais do que um alerta, é um lamento: editorial do New York Times, que pode ser lido AQUI, comenta desfecho do processo político brasileiro. 

A volta do parafuso II



O jornal parisiense Libération, fundado por Jean Paul Sartre, tem publicado sucessivas e pessimistas análises sobre as eleições brasileiras. Lá, como cá, apontam-se os sinais de retrocesso e riscos à democracia. O título reproduzido acima é de uma dessas matérias, publicada em 17 de outubro de 2018. 



Em 28 de junho de 1973, o Libération era recém-chegado às bancas - estava apenas na edição N° 43 - quando noticiou a troca de plantão na ditadura brasileira: Ernesto Geisel era ungido pelos militares, sob a farsa do "colégio eleitoral", para se instalar no Palácio do Planalto em março de 1974. Quarenta e cinco anos depois , o Libération retoma os tons de cinza que pairam sobre a antiga França Antártica.  

sábado, 20 de outubro de 2018

A volta do parafuso...



As pautas de Veja e Época dessa semana são sintomáticas. Boa parte do conteúdo das semanais vestiu farda. A Veja lista os militares que estão cotados para assumir altos postos no governo Bolsonaro; Época destaca o "general de Toffoli".

É o relógio do tempo voltando o ponteiro.

Durante a ditadura, as editorias de política dos jornais acompanhavam com atenção promoções de oficiais-generais das Forças Armadas, a composição do Alto Comando e chefias de exércitos, distritos navais e comandos aeronáuticos. Em muitos casos, ali seria possível identificar alguns indícios de poder ou ensaios de sucessão.

Em questões de governo e costumes, o Brasil calçava coturnos. Era ali que morava a notícia. Tanto que os principais veículos tinham nos seus quadro um tipo de jornalista que desapareceu após a redemocratização: o setorista dos quartéis e dos órgãos de segurança.

Em meio a tanta redução de quadros nas atuais redações, taí uma função que ameaça renascer...

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

"While my guitar gently weeps": The Guardian divulga versões inéditas de gravação dos Beatles


por Ed Sá 
Acabam de ser lançadas on line versões inéditas de While My Guitar Gently Weeps, consideradas por muitos como a maior contribuição de George Harrison para os Beatles.

A canção foi escrita por Harrison em 1968, depois de ter estudado a meditação transcendental com o Maharishi Mahesh Yogi na Índia. Uma das versões é de um demo gravado na caSa dele. Como no original, apresenta uma parte de guitarra de Eric Clapton.

O recém-remasterizado e lendário Álbum Branco será lançado em 9 de novembro e apresentará outras  gravações adicionais inéditas feitas durante as sessões de estúdio.

OUÇA UMA DAS FAIXAS AQUI

LEIA MAIS E OUÇA OUTRAS GRAVAÇÕES NO THE GUARDIAN. AQUI


Repórteres Sem Fronteiras: liberdade de imprensa no Brasil está sob ameaça


O Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa 2018 e uma análise sobre a eleições brasileiras denunciam ameaças ao jornalismo.

Para ler o Ranking, acesse AQUI

Sobre o clima de ódio contra jornalistas no Brasil, vá AQUI

Na capa da Time: movimento popular dá força aos Democratas para recuperar maioria no Congresso americano


Eleições - Escândalo do Whatsapp: deu ontem no New York Times, só não deu no Globo



O Globo já vinha dando sinais em alguns artigos, editoriais e na seleção do noticiário eleitoral que, como dizia Brizola, costeava o alambrado do Bolsonaro.

Primeiro, adotou a tendência de "igualar os extremos". Ontem, pulou de vez a cerca e escolheu sua ponta. Pode-se dizer que era movimento previsível, mas não que fosse tão escandaloso.

A reportagem da Folha de São Paulo com a denúncia do uso ilegal de impulsionamento de fake news no Whatsapp por parte do candidato do PSL foi ignorada em todos os veículos do grupo Globo por mais de 12 horas. Sites, TVs e rádios silenciaram sobre o maior fato político do dia. Não vale justificar que não quis suitar outro veículo, porque já fez isso inúmeras vezes.

Ou o Globo, desnutrido por tantas demissões, perdeu agilidade e senso ou Madame Valéria fez o grupo encontrar finalmente seu amor em um dia.

Hoje, na capa do impresso, minimiza o fato em chamada discreta.

A 6.516 km de distância, o site do New York Times informou muito melhor.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Viu isso? Melania Trump quer boicotar clipe onde sósia aparece nua no Salão Oval




por Ed Sá

Melania Trump pede ao seus seguidores para boicotarem o clipe do rapper T.I.
É que o filminho usa o casal presidencial como tema, simula cenário do Salão Oval, onde uma sósia da primeira-dama faz um strip tease.

A atriz está bem caracterizada como a Sra. Trump.

Até agora Donald Trump não reclamou. Talvez não esteja interessado. Vazamentos da Casa Branca indicam que o casal pouco se vê, a vida conjugal está em pause, eles dormem em quartos separados e o presidente tem três TVs, que assiste até tarde enquanto come cheeto, se entope de fast food e navega no twitter.
VEJA CENAS DO CLIPE POSTADO PELO T.I AQUI


Para o New York Times, eleições brasileiras decidem futuro da Amazônia

LEIA AQUI