segunda-feira, 30 de março de 2015

" Não dá para dizer que um recebe "propina" e o outro " verba de campanha," certo?"

por Paulo Moreira Leite (Conexão Jornalismo)
A descoberta de que o conjunto das empreiteiras investigadas na Lava Jato responde por 40% das doações eleitorais aos principais partidos políticos do país - PT, PMDB, PSDB - entre 2007 e 2013 é uma dessas novidades imensas à espera de providências a altura.
Permite uma nova visão sobre as denúncias envolvendo a Petrobrás, confirma uma distorção absurda nas investigações e exige uma reorientação no trabalho da Justiça e do Ministério Público.
É o caso de perguntar: e agora, Sérgio Moro? O que vamos fazer, Teori Zavaski?
Explico.
Conforme o Estado de S. Paulo, entre 2007 e 2013 as 21 maiores empresas da Lava Jato repassaram R$ 571 milhões a petistas, tucanos, peemedebistas. Desse total, 77% saíram dos cofres das cinco maiores, que estão no centro das investigações: Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Grupo Odebrecht e OAS.
Segundo o levantamento, o Partido dos Trabalhadores ficou com a maior parte, o que não é surpresa. As doações ocorreram depois da reeleição de Lula. Cobrem aquele período do calendário político no qual Dilma Rousseff conquistou o primeiro mandato e Fernando Haddad venceu as eleições municipais de São Paulo. Mas o PSDB não ficou muito atrás. Embolsou 42% do total. Repetindo para não haver dúvidas: conforme análise do Estado Dados, de cada 100 reais enviados aos partidos, 42 chegaram aos cofres tucanos.
Gozado, não?
Agora dê uma olhada na relação de beneficiários denunciados na Lava Jato e pergunte pelos tucanos. O personagem mais ilustre, senador Sérgio Guerra, já morreu. É acusado de ter embolsado dinheiro para inviabilizar uma CPI. Infelizmente, não está aqui para defender-se - o que permite imaginar até onde pode chegar a largura de suas costas.
O outro implicado é o senador Antônio Anastasia, aliado número 1 de Aécio Neves, forte candidato a um carimbo de "falta de provas" amigo nas próximas etapas do percurso.
Como chegaremos aos 42%? Alguém vai investigar, vai explicar? Ninguém sabe. Nem uma pista.
Onde estão as delações premiadas, as prisões preventivas?
Apoiado na delação premiada de Paulo Roberto Costa, que chegou à diretoria da Petrobras com proteção do lendário Severino Cavalcanti, do PP pernambucano, a investigação concentrou-se no condomínio Dilma-Lula e legendas aliadas. Esbarrou no PSDB, de vez em quando, quase sem querer, por acaso. E só.
A descoberta da fatia de 42% do PSDB na Lava Jato pode ser mais útil do que se imagina.
Deixando de lado, por um momento, a demagogia moralista que tenta convencer o país que todo político é ladrão cabe reconhecer um aspecto real e relevante.
Estamos falando de um sistema no qual todos os partidos se envolvem na busca de recursos financeiros para tocar as campanhas. Todos. São as mesmas empresas, com os mesmos clientes, com os mesmos doadores que se ligam às mesmas fontes.
Isso quer dizer o seguinte: ou todos são tratados da mesma forma, conforme regra elementar da Justiça, ou teremos, na Lava Jato de 2015, o mesmo tratamento preferencial dispensado aos tucanos do mensalão PSDB-MG. Não dá para dizer que um recebe "propina" e o outro " verba de campanha," certo?
Acho errado por princípio criminalizar as campanhas financeiras dos partidos políticos. Por mais graves que sejam suas distorções - e nós sabemos que podem ser imensas - elas envolvem recursos indispensáveis ao funcionamento do regime democrático. Mesmo a Nova República, que substituiu o regime militar, nasceu com auxílio de um caixa clandestino formado pelos maiores empresários e banqueiros do país, na época. Não conheço ninguém que, mesmo informado dessa situação, sentisse nostalgia da suposta - sim, suposta e apenas suposta - moralidade do regime dos generais.
Se queremos uma democracia emancipada do poder econômico, precisamos de novas regras - como financiamento público, como proibição de contribuições de empresas - para isso. E temos de ter regras transitórias para caminhar nessa direção, que não joguem fora a criança junto com a água do banho, certo?
Mas não é isso o que tem ocorrido. Pelo contrário. A tradição é criminalizar os indesejáveis, submetidos a penas rigorosas, e poupar amigos e aliados, através de uma prática conhecida.
Comparece-se a AP 470 com o mensalão PSDB-MG.Julgados pelo mesmo crime que conduziu importantes dirigentes do Partido dos Trabalhadores a prisão, os acusados da versão tucana sequer foram julgados - até hoje. Muitos já tiveram a pena prescrita. Não faltam acusados que dormem o sono dos justos com a certeza de que jamais correrão o risco de qualquer condenação. Os acusados tucanos que forem condenados - se é que isso vai acontecer um dia - terão direito a um julgamento com segundo grau de jurisdição, que foi negado aos principais réus do PT. A última notícia do caso é que a juíza que presidiu o julgamento em primeira instancia aposentou-se antes de terminar o serviço e ninguém foi nomeado para seu lugar. Se esse filme parece velho, lembre das denúncias que envolvem as obras do metrô paulista.
Muito instrutivo, não?
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Memórias da redação: dólar furado...

(do livro Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou - Desiderata)
Era uma brincadeira bem-humorada, mas houve quem a levasse a sério. Durante um jantar de comemoração do seu aniversário, Adolpho Bloch distribuiu entre os amigos e funcionários uma nota de 1 dólar. Só que no lugar da efígie de George Washington estava lá, sorridente, a foto do velho Adolpho. Fora isso, a nota era quase perfeita, obviamente sem os detalhes de segurança da cédula americana.
Para Adolpho, era um enfeite inocente de aniversário, como língua-de-sogra e chapéu de cone. No amplo salão do terceiro andar do prédio da Manchete, na Rua do Russell, todos se divertiram com a brincadeira. Até que alguém ainda lúcido mesmo diante do uísque e champanhe da festa alertou para o fato de que a piada poderia ser mal interpretada. Afinal, a Casa era uma gráfica. Caiu a ficha: rapidamente, a nota foi recolhida antes que Washington reclamasse.

Formou! A Vogue juntou estrelas para comemorar os 50 anos da TV Globo... Ficou legal. Inspiração da Vanity Fair que faz isso uma vez por ano...


A Vogue, edição de abril, celebra os 50 anos da TV Globo. Para isso, fez uma capa que deve ter dado um trabalhão para produzir. Juntou Grazi Massafera, Renata Vasconcellos, Paolla Oliveira, Malu Mader, Glória Maria, Angélica, Gloria Pires, Camila Pitanga, Fernanda Montenegro, Fernanda Lima  e, no meio, um modelo não-identificado segura o guarda-sol. A foto é de Elle von Unverth. A ideia dessas capas duplas não é original, mas funciona. A Vanity Fair, por exemplo, usa o recurso no mínimo uma vez por ano. Já juntou os grande vilões do cinema, os maiores cowboys, galãs e estrelas, caras novas e os indicados ao Oscar etc. As globais d'aprés Vanity Fair foram fotografadas no bairro carioca de Santa Teresa. As revistas Quem e Contigo também já recorreram à fórmula.










A imagem da semana...

Foto de Osmar Sagirli/Reprodução Imgur 
por Flávio Sépia
A divulgação da foto ao lado (pelo twitter da jornalista Nadia Shaban), na semana passada, provocou choque nas redes sociais. A imagem teria sido feita em Atmeh, na fronteira da Síria com a Turquia.  Não há confirmação absoluta do nome do autor da foto, mas uma agência de imagens revelou as circunstâncias em que foi feita: a criança, uma das centenas abrigadas em campos de refugiados, entre muitas que perderam perderam até os pais, confundiu a câmera do fotógrafo com uma arma e sua reação imediata foi erguer os braços e se "render".  O gesto não é novidade para elas e costuma anteceder os massacre comuns nos atuais conflitos na região. A foto foi publicada agora mas teria sido feita em 2012.
ATUALIZAÇÃO EM 31/3/2015 - A BBC Brasil localizou e conversou com o autor da foto. É o fotógrafo turco Osmar Sagirli que fez o flagrante em dezembro do ano passado. Ele explicou que estava usando uma teleobjetiva e a menina (Hudea, 4 anos) achou que fosse uma arma. Só após fotografar ele percebeu que a crianças estava assustada. Em janeiro, a imagem foi publicada no jornal Türkiye mas só na semana passada viralizou na rede.

Argentina, Brasil, Venezuela, Bolívia, Equador: a bola da vez é o "golpe constitucional"


por Flávio Sépia
Até a última manifestação, a do dia 15 de março, alguns movimentos surgidos nos protestos d de jnho de 2013 evitavam o "fora Dilma". Essa fase, peolo vitso, passou. O "Vem pra rua", que convoca para a manifestação de 12 de abril, já assume sua verdadeira bandeira. O grupo faz a real "dentro da lei". Por enquanto, não há nas investigações qualquer indício da participação da presidente em qualquer esquema. A campanha, contudo, dispensa tal envolvimento. é lamentável constatar que o Brasil e a América Latina  não são donos das suas histórias e são guiados por "modismos". Senão, vejamos: as ditaduras, nos anos 1930, interessavam aos grandes 'trusts", era a época das "plantations" e de corporações que estabeleciam monopólios internacionais de café, bananas e frutas em geral, fumo, madeira, borracha etc. A América Latina e a América Central obedeciam ao figurino. Algumas dessas ditaduras sobreviveram até os anos 1960/1970. Com a Guerra Fria, a "ameaça" comunista passou a ser o coral na região e governos com alguma identificação com reivindicações sociais foram derrubados. O continente foi, como em uma triste coreografia,  dominado por nova onda de sangrentas ditaduras. Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Uruguai, Peru etc. Líderes e militantes esquerdistas foram assassinados, a tortura tornou-se "política de Estado". Veio a redemocratização e, com ela, um casuísmo: as eleições em dois turnos. Novamente, a diretriz emanada de Washington se espalhou pela América Latina. Avaliou-se que, em vários países da América do Sul, especialmente, a esquerda tem um percentual de votos, mis ou menos fixo, que gira em torno de 30%. O que, em uma eleição em turno único com vários candidatos, com eventual divisão da direita, pode facilitar a vitória de um postulante socialista. A eleição em dois turnos surgiu com o objetivo estratégico de dar à direita a chance de juntar forças para um segundo turno. E levar o candidato apoiado pela esquerda a fazer coligações com forças centristas, amenizar suas propostas, em alguns casos até neutralizar, para alcançar a vitória. Um exemplo: o Lula que quase derrotou Collor não foi o mesmo Lula que derrotou Fernando Henrique. No Brasil, a reeleição, outro casuísmo, surgiu para dar um segundo mandato a um político alinhado com o neoliberalismo. O último "modismo" ditado à região é o "golpe constitucional". Casos de Honduras e Paraguai (fora da região, a Ucrânia também se encaixou no modelito). É é o que se tenta fazer agora em países que estão sob pressão, casos da Argentina, Bolívia,Venezuela, Equador e Brasil. A "orquestra", mais uma vez, está tocando a mesma marcha. Só falta todo mundo dançar no mesmo ritmo. Ou resistir à coreografia..

domingo, 29 de março de 2015

Recortes da memória: 'sabe de nada, inocente'. No dia 30 de março de 1964, a crise estava nas ruas e o bloco dos desligados também...

No dia 30 de março, às vésperas das tropas do general Mourão Filho botarem o bloco na estrada Juiz de Fora-Rio, João Goulart agradecia a "colaboração" das Forças Armadas. Era assunto no JB daquele dia.

Já o experiente Carlos Castello Branco escrevia no JB que o esquema militar anti-Goulart desabara. Mal sabia o colunista que um xará seu de triste memória estava a caminho para inaugurar a ditadura. Goulart deve ter sido enganado pelos seus assessores e o jornalista pelas suas fontes.

A imprensa francesa admitia não entender nada do que estava acontecendo mas desconfiava que alguma coisa ia acontecer. A noticia estava na edição do JB de 30 de março de 1964. 
No Globo de hoje, 29 de março de 2015, Fernando Gabeira também diz, na sua coluna, que "algo vai acontecer". 

E Gabeira acrescenta que os protagonistas não são conhecidos, mas já se sabe "quem será atropelado". Melhor torcer para que o colunista esteja errado. Como nos dois primeiros exemplos no alto da página, há 51 anos.

sábado, 28 de março de 2015

A marcha da insensatez...

Reprodução do portal IG

É quase o número de eleitores que não votaram em Dilma Rousseff nas últimas eleições. O que obviamente não quer dizer que todos eles sejam a favor da intervenção militar. Aliás, é bom que esse pessoal saiba que para haver uma intervenção militar é preciso mais do que a tropa do pijama. Crítica e reação a medidas de Dilma, seja por parte do MST ou da FIESP, são legítimas e acho que ninguém está dizendo que não. Mas a mídia e lideranças da oposição, além do FHC, que aliás já se manifestou, deveriam tomar uma posição mais clara contra a campanha para derrubar Dilma a qualquer preço. A não ser que concordem com o deputado Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara.

Reprodução da coluna de Ilmar Franco (O Globo)

VEJA  NO IG MATÉRIA SOBRE A PESQUISA. CLIQUE AQUI

Campanha pela mulher-dólar...

Reprodução National  Journal/Internet
Efígie em dólar é território masculino. Só em 1979, uma mulher - Susan B. Anthony (líder feminista no começo do século 20) - teve o privilégio de ilustrar um moeda. Era de 1 dólar. Os usuários achavam a moeda pequena, difícil de pegar no fundo dos bolsos, acabou encalhando nos bancos. Agora, uma organização, a Women on $20, quer que o ex-presidente Andrew Jackson seja defenestrado da cédula e ceda seu lugar a uma dama.  Foi elaborada uma lista inicial de 100 mulheres e, dentre estas, 15 selecionadas são finalistas de um concurso na internet. Entre as concorrentes, Wilma Mankiller (com esse sobrenome sugestivo, ele foi a primeira mulher a chefiar os Cherokees), Alice Paul (líder sufragista), Shirley Chisholm (a primeira afro-americana a ser eleita para o Congresso), Sojourner Truth (ativista pela libertação dos escravos) e Rosa Parks ( símbolo do movimento pelos direitos civis. Ao se recusar a ceder seu lugar em um ônibus a um branco provocou manifestações que vieram a deflagrar a luta antissegregacionista). A feminista Betty Friedan também é candidata. O National Journal noticia que o nome da eleita será levado à Casa Branca, onde Obama já demonstrou receptividade à ideia. Algumas atrizes, como Susan Sarandon (foto abaixo) estão engajadas no movimento que ganha força nas redes sociais.
Susan Sarandon/Reprodução Rede Social
No Brasil, a mulher de verdade ainda não caiu no Real
Quando o Real foi lançado pelo ex-presidente Itamar Franco, a opção foi por uma representação feminina não-personalizada, simbolizando a República. Há que diga que foi uma imitação da Marienne, símbolo da República Francesa.
A Marianne da alegoria francesa é, por sua vez, inspirada no quadro de Delacroix "A liberdade guiando o povo". Itamar e seu ministro da Fazenda, FHC. queriam, segundo se diz, mandar o mesmo recado e mostrar a ruptura com o antigo regime. Lenda ou fato, vá lá que seja.  De qualquer forma, temos a cara da nossa Maria Ana nos trocados de cada dia.


Sem legendas

sexta-feira, 27 de março de 2015

O pássaro voando...

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Humor: Câmara dos Deputados, segundo Eduardo Cunha, vai construir um shopping em parceria público-privada. Como é que ninguém pensou nisso? Finalmente vai começar a reforma política

por Omelete
A Câmara dos Deputados pretende construir um shopping em parceria público-privada. Tudo a ver. Com tantas bancadas de setores corporativos, a instituição já parece mesmo mais privada do que pública. A iniciativa está sendo vista como o primeiro passo da reforma política. E não deixa de ser uma inovação: o Brasil passará a ter o único Parlamento do mundo que arrumou um sócio privado. Claro que se diz que certos deputados já foram privatizados por doações de empresas em campanhas eleitorais, mas a ideia do shopping é revolucionária e abrirá muitas possibilidades. Se a reforma política não for feita, pelo menos a reforma do prédio estará garantida. O shopping poderá abrigar academias, uma pizzaria de verdade não a simbólica, centros de cirurgia plástica e botóx, outro para tratamento de queda de cabelo, de cura da impotência, bancos para facilitar a vida dos usuários, agências de viagens e escolas para redação de projetos de lei. E qual será o nome do empreendimento? Parlashopping? Deputashopping? Câmarashoping? Isso ainda vai ser votado em uma PEC (Projeto de Emenda à Constituição).
Tendo em vista o alto poder aquisitivo do público-alvo, o shopping tem tudo para ser um sucesso. Poderá até virar uma instituição da República e se transformar em um quarto poder ao lado do Executivo, Judiciário e Legislativo. Está previsto que cada partido terá direito a uma 'cota shopping", isto é, poderá indicar um funcionário para cada loja.
Não entendo de urbanismo ou de plano diretor de Brasilia, mas me parece que aquela região não admite comércio. Ou já admite? Se realmente estabelecimentos comerciais forem permitidos na área, o pioneiro shopping dos deputados abrirá caminho para lojas no Planalto, no Itamaraty, nos Ministérios. Aqueles arcos e vãos livres do Niemeyer são perfeitos para abrigar um feirão, um sacolão, uma loja de automóveis. Um puxadinho em cada prédio desses poderá receber centenas de lojas, casas lotéricas e lanchonetes, criando emprego, atraindo investimentos.
Claro que o regimento da Câmara deverá ser modificado para que a Casa possa conviver harmoniosamente com um empreendimento comercial.  Caso um deputado tenha que se ausentar de uma sessão para fazer compras, basta trazer um ticket da loja que sua falta será justificada. Cada deputado terá direito a um carrinho de compras, que poderá levar para o Plenário, se quiser, antes de levar as compras para casa. Poderão também contratar um "personal shopper" para agilizar suas compras e liberá-los mais rapidamente para suas funções republicanas.
O shopping é da Cãmara mas os senadores poderão frequentar, terão desconto e vão poder pagar na parcela em dez vezes. Um grupo de deputados prefere, em vez de desconto, que as compras sejam subsidiadas com o Fundo Partidário. Como medida educativa e para mostrar a importância do Legislativo, as lojas deverão, de preferência, ter nomes sugestivos: CPI, Constituinte Exclusiva, Projeto de Lei, Comissão, Plenário, Veto, Bancada, Base Aliada, Oposição, Cassado, Indiciado, Renúncia, Verba de Representação etc.
Uma ideia ainda em estudos é que o título eleitoral passe a ser cartão de crédito e débito, facilitando a vida do cidadão que queira ir ao shopping da Câmara e, como a ideia é muito boa, às futuras lojas das Assembleias e Câmaras de Vereadores de todo o país que certamente terão seus próprios empreendimentos comerciais.
E mais: o shopping será democraticamente aberto ao público. Mas só os líderes dos partidos e os titulares de Mesa Diretora e presidentes de Comissões poderão fazer rolézinho.
Afinal, democracia não é sinônimo de bagunça.

Viu isso? Fotos raras de bastidores de filmes famosos...

"Janela Indiscreta": James Stewart e Grace Kelly recebem instruções do diretor Alfred Hitchcock. Reproduçõa Imgur

"Juventude Transviada"; Natalie Wood e James Dean. Reprodução Imgur

"Um Corpo que Cai": Kim Novak lê o roteiro a caminho do set. Reprodução Imgur.

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A Fortune divulgou uma lista do 50 maiores líderes do mundo. Taylor Swift ficou em 6° lugar. Obama não aparece

VEJA A LISTA COMPLETA, CLIQUE AQUI

Fecha a cortina do passado...

Oscar. Fotos de Rafael Ribeiro/CBF

Neymar no Stade de France, em Paris.. Foto de Rafael ribeiro/CBF

Luís Gustavo. Foto de Rafael Ribeiro/CBF

Os jornais dizem hoje que, aos poucos, a Seleção vem recuperando a autoestima. Melhor assim. Os 7 x 1 devem ser lembrados apenas para que o Brasil nunca mais cometa aquele vexame que, como a suposta convulsão de Ronaldo na Copa de 1998, jamais será devidamente explicado. Mas está na hora de parar de contar as vitórias da Seleção a partir do desastre, como se isso fosse a coisa mais importante da história do futebol brasileiro. "A quinta vitória depois dos 7 x 1,  "a sexta vitória depois dos 7 x 1",  "a sétima vitória depois dos 7 x 1". Saco. Os jogadores, nas entrevistas, já não aguentam mais alguém perguntar se os 7 x 1 ficaram mesmo para trás. Na vitória por 3 x 1 (gols de Oscar, Luís Gustavo e Neymar. com Varane marcando para os franceses) contra a França, a Seleção jogou um segundo tempo animador, movimentando-se como os grandes times fazem atualmente, sem nada que lembrasse a fórmula superada de trincheiras cheias de cabeças-de-área ou de atacante plantado na frente esperando que a bola o procure. E olha que a França tem uma defesa forte, como mostrou no primeiro tempo. É a sétima vitória do Dunga, mas a primeira em que algo novo foi mostrado. Nada taticamente excepcional ainda, mas um bom indicador para a Copa América, em junho, no Chile.  

Cerco à Petrobras: o anúncio censurado

A Petrobras é vítima duas vezes. De um lado, contabiliza o prejuízo de um esquema de corrupção montado por grandes empresas há mais de uma década, segundo depoimentos de delatores, em parceria com funcionários e políticos desonestos. De outro, tornou-se alvo político. Para quem investe nessa estratégia, parece não ser suficiente a punição dos culpados pela Justiça. Diz-se que o objetivo é ir além e abater a própria empresas, abrindo caminho para a privatização a preço mamão-com-açúcar como o da Vale do Rio Doce ou, no mínimo, mudando as regras do pré-sal, interesse já demonstrado por várias multinacionais. É briga de cachorro grande. Com todo o bombardeio, a empresa vem comprovadamente batendo recordes de extração de petróleo e gás. Nada mais natural de, em uma campanha normalíssima de proteção da imagem (a companhia não pertence apenas ao Brasil - que é o controlador - mas a milhares de acionistas em vários países), esse trabalho seja divulgado e ressaltado. Por isso, surpreende a decisão do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) ao exigir mudanças em um comercial a partir de uma gestão de um deputado do DEM (ex-Arena, ex-PDS, ex-PFL), ligado ao notório e falecido Antonio Carlos Magalhães. O tal deputado conseguiu convencer o Conar de que a Petrobras feria um artigo daquela instituição privada, segundo o qual um anúncio não deve "abusar da confiança do consumidor, explorar sua falta de experiência ou de conhecimento ou se beneficiar de sua credulidade”. Com uma redação dessas, convenhamos que esse artigo pode ser interpretado ao gosto do freguês. Primeiro, trata o consumidor como um idiota. Segundo, a depender de como é lido, até Jesus seria proibido de pregar nas estradas de Nazaré.
Veja e viralize o anúncio proibido Clique AQUI

quinta-feira, 26 de março de 2015

Sem compadrio...

Tem alguém aí a favor da corrupção? Não. Só quem dela se beneficia, claro. O Brasil tem tido oportunidades de punir os ladrões de alto rendimento. Mas é preciso ter o foco nos corruptos e nos corruptores. A Polícia Federal acaba de deflagrar um operação contra sonegadores. Supostamente, servidores da Receita participavam de um esquema para livrar empresários das garra do leão. Detalhe: o rombo pode passar de 19 bilhões de reais, superando os números da Lava-Jato. Está claro que políticos passam e as corporações desonestas permanecem ativas para subornar substitutos. Em relação ao esquema que, segundo a PF, atuava na Receita, a mídia já começa a divulgar nomes de funcionários e conselheiros. Ok, devem ser divulgados mesmo. Mas e os beneficiários? Os empresários que alimentavam a quadrilha em troca de deixar de pagar bilhões ao Fisco? Combater apenas um lado da corrupção é como contar a ponta do rabo de uma cobra e deixar a cabeça. Ela vai sobreviver, como mostra a "tradição" brasileira, para atuar novamente. 
Veríssimo publica hoje, no Globo, um crônica onde começa falando de Rock Hudson e termina acertando a cabeça da cobra: "No Brasil, há mitos ruindo por todos os lados, incluindo alguns que o  PT criou sobre si mesmo. O mito neoliberal da competição como tônico de um mercado livre e autorregulável só sobrevive porque seus pregadores desdenham do óbvio. O que estamos vendo nessa meleca toda, empreiteiras formando carteis para participar de licitações combinadas e comprando favores e contratos de corruptos com propinas milionárias, se não uma espécie de apoteose feérica do capitalismo de compadres em ação. O compadrio odeia a competição. Talvez na próxima passeata, uma das faixas possa aludir a isso".   

Celso Athayde: lorde da rua...



por José Esmeraldo Gonçalves (para a Contigo!) (*)

Para muitos cariocas, o Viaduto Prefeito Negrão de Lima, em Madureira, no Rio de Janeiro, é apenas mais um entre tantos que se espalham pela cidade. Mas para Celso Athayde, 52, fundador da Cufa (Central Única das Favelas), é a ponte que liga literalmente dois tempos da sua vida. Aquela laje de concreto foi o seu teto. Ali ele morou durante parte da infância com a mãe, Marina Soares, e o irmão mais velho, Paulo Athayde, ambos já falecidos. 

Hoje, o viaduto, um dos maiores do Rio, com mais de 500 metros de extensão, abriga quadra de basquete, pista de skate, espaço para oficinas de informática, técnicas audiovisuais, palestras, shows, festas, além de parte da estrutura administrativa da Cufa, que tem outra sede na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, e representações em comunidades de vários estados.

Foi nesse local, com mais de dois mil metros quadrados de área, reformado e reinaugurado no mês passado – agora com o nome de Espaço Cultural Marina Soares Athayde - que o empreendedor social recebeu a Contigo!. 

Celso acabava de voltar de uma visita aos Estados Unidos e Inglaterra, onde mantivera encontros com Chaim Litevski, 60, diretor do documentário Cidadão Boilesen, hoje chefe do departamento de TV da Organização das Nações Unidas, e com o embaixador Antonio Patriota, 60, atual representante do Brasil na ONU. A viagem fez parte de um projeto para a abertura de representações da Cufa em Nova York e Londres, ampliando o diálogo que a instituição já mantém com organizações populares de vários países.

Celso é autodidata. Autor dos livros “Falcão - Mulheres do Tráfico”, “Falcão - Meninos do Tráfico”, em parceria com o rapper MV Bill (Alex Pereira Barbosa), 41, e “Cabeça de Porco”, em coautoria com o sociólogo Luiz Eduardo Soares, 61, ele lançou, no ano passado, com Renato Meireles, “Um país chamado favela”, resultado da pesquisa Radiografia das Favelas Brasileiras feita pelo Instituto Data Favela, criado por Athayde e Meirelles. A obra é apresentada pelo amigo Luciano Huck, 44. Celso também dirigiu o documentário “Falcão, meninos do tráfico”, em dupla com MV Bill. 

Casado com a Marilza Pereira Athayde, 48, - que foi uma das produtoras do documentário sobre os meninos do tráfico, pai de Celso, 21, estudante de engenharia, e Thales, 19, aluno da London School of Economics (and Political Science), o ex-menino de rua fala com entusiasmo ao mostrar as instalações onde grupos de adolescentes jogam basquete e têm aulas de capoeira nos vãos sob o viaduto. Ele recorda com naturalidade os tempos difíceis que passou no mesmo lugar onde lidera iniciativas sociais que procuram abrir melhores perspectivas de aprendizado e de trabalho para milhares de moradores das mil e duzentas favelas que existem no Rio de Janeiro. Uma daquelas pilastras foi a “parede” da sua “casa”. “Não dá para esquecer”, diz ele, enquanto percorre as instalações. Quase não se ouve o barulho do trânsito pesado que passa sobre o viaduto. Em todos os espaços há isolamento acústico e impermeabilização. Na quadra de basquete de rua – que é o local para shows e festas – há aparelhos de ar condicionado. Quando ligados, cortinas fecham as laterais dos vãos do viaduto, onde a temperatura costuma ser alta. Não deixa de ser irônico, como lembra Celso. “Eu, minha mãe e meu irmão dormíamos em um canto que ventava. Aqui, a gente podia acordar com uma facada no peito porque era um espaço disputado, um corredor onde tinha um ventinho. E aí? O cara morre por causa daquele vento. O meu sonho aqui era ver o dia amanhecer”, conta.

O “corredor com ventinho” que a  criança daquela época, fim da década de 1960 via como “privilégio” foi apenas um dos capítulos na vida itinerante da família. Celso nasceu na comunidade do Cabral, em Nilópolis, na Baixada Fluminense. O pai, Altamiro Athayde, já falecido, era manobrista e lavador de carros. A mãe era doméstica e lavava roupas para fora. Ambos alcoólatras. “Ele era muito agressivo e minha mãe não aguentou mais. Eu com seis e meu irmão com sete anos saímos junto com ela. Meu pai batia muito na gente. Fomos inicialmente para a casa de uma tia. Mas era só estresse, não deu certo”, conta.  Sem opção, a família foi morar na rua, sob uma marquise no bairro de Marechal Hermes. “A gente roubava muito lá. Minha mãe chorava, chorava. Passou a chorar menos, passou a não chorar mais, passou a aceitar. A miséria é f.... A miséria vai corroendo tua dignidade, cara. Meu irmão era um ano mais velho, era mais forte.  A gente via a polícia passar correndo atrás dele, pegava, batia, levava pra delegacia e soltava novamente. Ele foi assassinado, mais tarde, ainda adolescente, em uma favela aqui perto”. Talvez essa dura vivência tenha dado a Celso Athayde um jogo de cintura para circular entre a favela e o asfalto. “Quando você integra as pessoas, consegue fazer com que as duas partes aprendam. Quando eu morava na rua, conheci um dia um comerciante que me ensinou uma coisa muito importante: comer com garfo e faca. Era um cara que falava com dificuldade, tinha um buraco no pescoço, mas dizia a mim e aos outros meninos que ia fazer da gente “lordes da rua”, ensinar a falar, se comportar. Ele contava histórias e aquilo ia me mostrando que o mundo ia além do que eu conhecia”. Athayde diz que, de certa forma, levava o que ele chama de vantagem sobre a maioria dos moradores de rua. “Apesar de viver ali, eu não tinha nascido na rua. Meu sonho era voltar para um barraco. Pior do que você morar na rua é nascer na rua. Tua referência passa a ser a própria rua e só”.

É por conhecer essa dramática realidade que ele questiona, por exemplo, o apelo de algumas campanhas dirigidas a moradores de rua que consomem crack e cola. “O cara cheira crack porque, se ele tiver dor de dente, não vai ao dentista, se tiver depressão não vai ao psicólogo, se sentir frio não vai pra casa. Se ele tem uma infeção urinária, vai fazer o que? Vai ao médico? Se tiver medo, o crack resolve. Tudo a cola resolvia. Na verdade, o crack e a cola são o pai e a mãe de quem mora na rua”, argumenta. Após o assassinato do irmão nas proximidades do viaduto, Athayde foi com a mãe para um abrigo público, então instalado no Pavilhão de São Cristóvão. 

Na época, as famílias levadas para o abrigo foram inscritas em um programa de habitação popular. Assim conseguiram uma casa na Favela do Sapo, em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio. “Eu já adolescente, fui parar na favela onde estava se firmando a Falange Vermelha, que viria a ser o Comando Vermelho. O chefe era o falecido Rogério Lemgruber, um dos fundadores da organização. Fui trabalhar na boca-de-fumo. Eu queria me enturmar, ter aquela relação. Ser amigo do traficante, significava um certo poder. Hoje eu acho isso uma grande bobagem, mas quando moleque era até um forma de me proteger dos adultos”. Segundo Athayde, Lemgruber dizia que era comunista. “Depois, descobri que ele não era comunista, era botafoguense e admirador do João Saldanha. “Acho que apenas reproduzia aquele pensamento”, acrescenta, lembrando que o chefão era temido e reverenciado. “Um dia, me deu um livro. Eu nunca fui à escola, hoje consigo ler, mas ainda tenho dificuldade de acompanhar legendas de filmes muito rápidas. Lemgruber apareceu com “Guerra e Paz”, do Tolstoi, e disse que se eu e mais dois moleques não conseguíssemos ler o livro todinho, tomaríamos tiro na mão. Deu um prazo de três meses e marcou uma arguição. Tentava ler o livro, que tenho guardado até hoje, e não conseguia. Passei a apelar para revistinha do Batman e Robin para ver se aprendia. Era uma correria. Acabou que não houve a arguição e aquilo passou. Ele também obrigava a gente a ouvir Caetano Veloso, Geraldo Vandré e Chico Buarque, para ele, os grandes revolucionários. Hoje, Caetano é meu amigo, eu conto pra ele essa história”, revela.

Celso concluiu que não tinha vocação para ser bandido e decidiu se afastar do tráfico. “Eu não queria mais trabalhar em boca-de-fumo, tinha medo de tomar tiro”, diz ele, que conseguiu deixar o tráfico sem sofrer represálias, o que é comum, e virou camelô. “Rodei por Senador Camará, Maracanã e vim parar em Madureira. Um dia, o pessoal queria fazer uma festa de Cosme e Damião, não tinha lugar, e me lembrei do viaduto. Foi meu reencontro com o lugar onde eu tinha morado parte da minha vida. Era 1994. A festa foi um sucesso. Depois, passamos a fazer aqui um baile de Charme, vertente do soul e funk em voga no Rio. Ganhava um dinheiro ali. Deixei aquilo e fui fazer rap, que tinha um discurso mais antenado com o que eu queria fazer. Passei a me engajar”.  Largou um emprego de vigilante e ligou-se à música, passou a vender CDs e chegou a montar uma loja de discos, que faliu. Não desistiu e, nos anos seguintes, tornou-se promotor de eventos, produtor de shows, empresariou o grupo Racionais MC e lançou MV Bill e a rapper e apresentadora Gisele Gomes de Souza , a Nega Gizza, 30. 

Mas a inquietação o levou a repensar a rota. Athayde queria, como diz sempre, fazer com que a favela fosse protagonista cultural e econômica e não mera coadjuvante. “Eu montei na época um fórum, que não tinha esse nome, mas era um fórum. Arrumei uma sala de um curso e começamos  a fazer reuniões para falar sobre qualquer coisa. Enchia de gente. Caetano foi lá falar sobre tropicalismo, discutia-se de homossexualismo a energia nuclear. As pessoas faziam perguntas. Eu comecei a perceber que era o ignorante da turma, e que a favela tinha algum conteúdo”, conta. O passo seguinte foi promover um curso de audiovisual na Cidade de Deus, com a participação do diretor Cacá Diegues, 74. “Até então, a gente achava que só existia diretor e ator. Com a aula, aprendemos que cinema tem produção, pesquisa, montagem, trilha sonora, roteiro etc”, descreve ele que, após o curso, começou a filmar os shows do MV Bill no país inteiro. “A gente visitava muitas comunidades e comecei a falar com os moleques de cada lugar. Daí, surgiu o filme “Falcão, os meninos do tráfico”, que fez sucesso em mais de 30 países, embora, no Brasil, eu ainda responda a um processo por  “apologia ao tráfico” e tenha recebido ameaças de morte”, completa.

Embora permaneça ligado à Cufa, Athayde não mais dirige o dia a dia da instituição que atualmente é presidida pelo ativista social Francisco José Pereira, o Preto Zezé, 37. Há um ano, ele resolveu dar um passo maior e fundou a FHolding (Favela Holding), que, além de mantenedora da Cufa, coordena empresas com atuação comunitária. “É a primeira holding social do mundo. Pode ver no google. Existem empresas sociais, mas não uma holding”, diz. Segundo Athayde, já foram formadas 21 SPE (Sociedades de Propósito Específico) em parcerias com grandes grupos brasileiros e multinacionais, sempre com o objetivo de desenvolver setores da favela e qualificar seus moradores. Com a Conspiração Filmes, por exemplo, foi criada a Confusão, que atua na área de conteúdo para cinema, televisão e novas mídias; com a P&G e a Tendência, surgiu a Favela Distribuições, que implanta pontos de venda e distribuição de produtos; a Cadeia Produtiva é uma sociedade com a empresa italiana fabricantes de móveis, Doimo, para implantação de fábricas em comunidades e presídios; outra subsidiária é a Favela Vai Voando, que vende passagens aéreas a preços acessíveis. Já são mais de 100 pontos de venda em favelas. “Há vários outros parceiros, mas todas as empresas obedecem  à mesma lógica: a maioria dos funcionários é da favela. Sou um executivo social e quero ganhar dinheiro desenvolvendo riquezas nesses territórios. Meu trabalho é tornar protagonistas as pessoas desses territórios. A Cufa, por exemplo, não tem voluntários. Todo mundo aqui tem carteira assinada. Se não, eu teria só o discurso e estaria reproduzindo aquilo que estou criticando”, explica. O projeto que ele mais acalenta, no momento, é um shopping popular que uma das empresas da holding vai lançar em parceria com a rede mineira Uai. “Ficará no Complexo do Alemão. Os lojistas serão sócios do empreendimento e obrigatoriamente moradores da favela. E só vamos empregar morador da favela. O objetivo é que a grande parte da riqueza gerada circule na própria comunidade. Se não fosse assim, eu estaria vendendo a favela”, avalia.

O executivo social, como se define, é também um workaholic social. Embora tanto a mulher, Marilza, quanto os filhos participem das atividades da Cufa e das empresas, ele confessa que a família cobra sua presença. “Gosto do que faço. Mas realmente me sobra pouco tempo para o lazer. Tenho que apagar muito incêndio, pagar as minhas contas, os funcionários, um correria permanente. Fui agora no carnaval para a Bahia, e acabei trabalhando, de certa forma. Como criei recentemente a Liga dos Blocos Afros do Rio de Janeiro, fui ver como é feito para aplicar aqui. Às vezes vou para Angra dos Reis, onde temos um apartamento alugado. Em Nova York, tive um reunião e almocei no MoMa. Não dá para dizer que não me diverti trabalhando”.

(*) Com extras especiais para o blog

"Funcionária federal" pra lá de Bagdá tenta dar carteirada na polícia. O vídeo está no site do jornal O Dia

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Apertem o cinto, o controle sumiu. Gafes da RedeTV divertem as redes sociais...


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Correspondente que não fala, áudio que vaza com ensaio de pronúncia do sobrenome da repórter, entrevistado que pensa que está na Band, uma série de gafes na Rede TV bombou nas redes sociais.

Tragédia: o vôo que acabou nos Alpes

Ontem, na Globo News, um entrevistado (Moacyr Duarte, especialista em gerenciamento de risco) abordou uma questão interessante ao falar do acidente do Airbus, na França. Os últimos meses registraram quedas de jatos comerciais, com número expressivo de vítimas fatais. Duarte analisou que os investimentos em segurança, em função das políticas antiterrorismo, teriam avançado muito mais no aeroporto (detectores de metais, vigilância, checagem mais rigorosa de bagagens, filtragem dos dados pessoais dos passageiros etc), do que no vôo em si e nos sistemas de monitoramento de aviões. O debate é para especialistas, mas parece relevante. Como é possível, por exemplo, o mundo ainda ter zonas de sombra nas comunicações em certas rotas de vôo, como no caso do jato da Malásia que desapareceu no Indico e não foi localizado? Por que nos aviões inteiramente controlados por computador os pilotos continuam com dificuldade em assumir o controle manual em caso de emergência, segundo relatos de comandantes experientes. Hoje mesmo, na sequência no noticiário sobre o acidente na França, um piloto comentou que o computador é programado para evitar o erro humano mas com isso tende a considerar o piloto com um fator de risco. Daí a dificuldade em neutralizar os controles em determinadas situações. Recentemente, na França, um comandante experiente conseguiu evitar um acidente. Com um sensor congelado, o computador fez uma leitura errada e levou o avião perder altitude rapidamente. Nesse caso, depois de alguma dificuldade, como relatou, o piloto conseguiu desligar os sistemas e pousou manualmente em segurança. Esse mesmo comandante afirmou que muitos pilotos não têm o treinamento necessário para impor essa alternativa e retomar o controle em uma emergência.
A se confirmar a versão de que, no caso do Airbus da companhia alemã, o copiloto, ao trancar a cabine e impedir que o piloto, que havia saido, voltasse ao seu posto, fez com que a porta antiterror (que só pode ser acionada por dentro, para evitar invasões) se tornasse um obstáculo que possibilitou a suposta manobra suicida. Vale dizer que essa versão não está comprovada e depende de investigações.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Jornalista faz ensaio sensual para a revista na qual trabalha. Foi uma aposta...

Alejandra Omaña. Reprodução Instagram

A repórter cumpriu a aposta. Reprodução Instagram. 
por Omelete
A jornalista Alejandra Omaña apostou que se o seu time, o Cucuta Deportivo, da Colômbia, passasse para a primeira divisão, ela faria um ensaio sensual para a revista na qual trabalha, a Soho. Na revista, ela é "gestora cultural". O Cucuta subiu e a repórter cumpriu o prometido.

Conheças as leis bizarras. E saiba que o Brasil está dentro...

por Omelete
O site Distractify listou leis absurdas em alguns países. Dê uma olhada. Por minha conta, acrescento algumas bizarrices brasileiras.
- Em Iowa é proibido piscar para mulher que você não conhece.
- Em Oklahoma é ilegal provocar cachorros fazendo cara feia ou gesto ameaçador.
- Na Austrália, homem não pode usar vestido sem alça.
- No Tennessee é crime compartilhar senha do Netflix.
- Em Delaware, mulher não pode tomar a iniciativa de propor casamento.
- No Alabama é proibido cutucar nariz em público.
- Em New Jersey é ilegal tomar sopa em restaurante fazendo barulho.
- Em Barbados é proibido usar roupa camuflada.
- Em Alberta gritar em público e passível de punição.
- Na Arábia Saudita é proibido ouvir música em público mesmo com headphones
- Na Alemanha, é ilegal ficar sem gasolina na estrada.
- Na China, ninguém pode reencarnar sem autorização do governo.
- Na Romênia é ilegal jogar palavras cruzadas.
- No Burundi é proibido fazer jogging acompanhado.
- A Coréia do Norte proibe blue jeans
No Brasil...
- Bocaiuva do Sul, no Paraná, proibiu a camisinha (segundo o prefeito, a baixa natalidade estava reduzindo as verbas federais do município)
- Em Barra das Garças foi criada, por lei, uma reserva para pouso de ovnis.
- Em Florianópolis, escolas públicas e privadas são obrigadas a manter um bíblia em local de destaque.
- No Rio, menores não podem fazer tatuagem nem com autorização dos pais.
E há propostas em andamento em muitos municípios...  
- Proibir noivas de se casarem sem calcinha e regular tamanho do decote das mulheres..
- Obrigar alunos e professores a rezar o "pai nosso" antes das aulas.
- Proibir a existência de bares a menos de 300 metros de uma igreja.
- Obrigar todas as pessoas a falar "aleluia" ao fim de cada frase.
- Criação de bolsa-prostituta desde que ela abandone a profissão e frequente igrejas.
- Adolescente só pode namorar em público com autorização por escrito dos pais.
- Proibição de falar palavrão em público.
- Proibição do uso de roupa branca, que deverá ser restrito a médicos e enfermeiros.
- Junto com o IPTU, moradores pagarão um "dízimo" que será destinado às igrejas do bairro.
- Proibição de concurso de misses.
- Mulheres deverão usar blusas compridas que cubram a bunda.
- Animais que permanecerem nas ruas por mais de 48 horas serão sacrificados.
- Cachorro que latir depois de 22h fará o dono pagar multa.
- Proibição de minissaia
- Obrigar toda vítima de acidente a fazer exame de teor alcoólico.
- Obrigar clientes de motéis a fornecer dados completos, telefone e endereço.
- Proíbe que animais recebam nomes de pessoas.
- Proíbe pornografia na internet.
- Proíbe músicas de conteúdo malicioso.
- Biquini e sunga em ruas próximas de praias passam a ser punidos como atentado ao pudor.


A Reuters se abaixou demais e apareceu o furo. Literalmente

Estava lá o jornalista da Reuters digitando em texto em que FHC ataca Lula. Normal e, quase sempre, irrelevante. Acontece que o profissional chegou ao fim de um parágrafo onde um dos delatores do esquema da Petrobras dizia que a roubalheira havia começado em 1997, durante o governo tucano. Aí, bateu um medinho no rapaz e ele digitou um recado (se fosse escritao à mão seria em letras trêmulas como descreviam os romancistas) ao seu chefe imediato, entre parênteses: ("Podemos tirar, se achar melhor"). Quis dizer o escriba que o trecho talvez fosse impróprio por afirmar, imagina, que as propinas abasteceram felizes tucanos. O recado do jornalista era para ser um segredinho entre ele e seu chefinho. Por engano, não foi deletado do texto que foi ao ar. O vexame foi da Reuters. Um internauta atento captou a baixaria antes que a agência tirasse o recadinho, mantendo o trecho que, àquela altura, seria mais vexatório ainda retirar.. O Portal de Imprensa publicou a reprodução da "página da vergonha".

Revelações de Carlos Heitor na Globo News. Neste sábado, 28, às 21 horas



Reprodução coluna Gente Boa

No próximo sábado, vai ao ar na Globo News uma entrevista com Carlos Heitor Cony feita por Geneton Moraes Neto (no programa Dossiê, neste sábado, dia 28, 21h). Um dos seus comentários é sobre o famoso vidente Allan Richard Way. Cony revela que criou o bruxo e inventava previsões astrológicas que a Manchete publicada anualmente. É fato. Mas alguém leva previsões a sério? Nem as inventadas. Aquilo era uma tremenda gozação. E virou "pegadinha" até para outros veículos. Era, digamos, em plena ditadura, algo que sites como o "Sensacionalista" fazem hoje, onde cada notícia vira uma piada que tem fundo de verdade. Cony criou o vidente mas, no fundo, restou um mistério aí. Alan Richard Way já enviou previsões para este blog através de um email codificado, que não aceita replay. Se é o velho mago ou se alguém está usando seu nome, quem vai saber? Segundo a nota ao lado, publicada na coluna Gente Boa, do Globo, Cony conta na entrevista a repercussão da previsão sobre um falso desabamento da Ponte Rio-Niterói. Houve também o caso de uma equipe de TV que procurou a Manchete pedindo o endereço do bruxo, em Londres, para entrevistá-lo em seu programa de previsões de fim de ano. Jamais o encontrou, claro. Era exclusivo, só falava com o Cony.

Racismo no Paraná

A secretária de Saúde da cidade de Santa Helena, no Paraná, Terezinha Madalena Bottega, foi demitida sob acusação de racismo contra a médica brasileira, do programa Mais Médicos, a gaúcha Thatiane Santos Silva. A secretária foi afastada do cargo. Mas não basta. Se cometeu um crime deve responder criminalmente. A médica vítima de racismo deu queixa à polícia. Espera-se que processo não se transforme em simples "ofensa moral", já que é comum a desqualificação dos casos de racismo. Ofensa moral tem penas ainda mais leves.

Para f* os aposentados, Dilma, PMDB e mídia andam juntos...

Reprodução/O Globo
Às vezes, rola uma amizade colorida entre Dilma, PMDB e mídia. A presidente tem tomado goleadas do PMDB na Câmara e no Senado e, na mídia, é execrada 24h por dia. Mas, para prejudicar mais uma vez os aposentados, eles estão "ficando'.
Eduardo Cunha, que tem sido capa de revistas como paladino da moral e da ética, bate em Dima com vontade, entra de "carrinho" e dá rabo-de-arraia. Mas na hora de tirar uma grana dos aposentados, ele chega junto. Com o gradual aumento da média de vida, segundo o IBGE, aposentados são um força eleitoral razoável. E bom guardar o nome dos vilões no hd. Já a imprensa, refere-se aos ao caso dos aposentados com uma "bomba". Outra coisa: inativo é a pqp.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Iwo Jima, 70 anos...

Na foto de Hitoshi Maeshiro, da European Pressphot, reproduzida do USA Today, parentes de soldados mortos em Iwo Jima recolhem areia da praia onde aconteceu o desembarque. Ao fundo, o Monte Suribachi...

...que aparece na foto acima, em plena batalha, e que foi o...

...cenário da famosa foto de Joe Rosenthal.

A bandeira hasteada no Suribachi, em 1945, Atualmente,..
no mesmo local, há um memorial. Na foto, saudado por caças da Marinha dos Estados Unidos. Fotos Memorial Suribachi. 
O jornal USA Today publica uma matéria sobre os 70 anos da batalha de Iwo Jima, que se prolongou do dia 19 de fevereiro a 26 de março. Na semana passada, parentes de soldados norte-americanos e de japoneses mortos no conflito voltaram à ilha. Hoje, no cenário da famosa foto de Joe Rosenthal, que mostrou fuzileiros fincando no solo a bandeira dos Estados Unidos há um memorial. Curiosamente, a foto não marcou exatamente o fim da batalha. A imagem foi feita quando os marines conquistaram o Monte Suribachi, um importante posto da artilharia japonesa. A disputan sangrenta prossegui por mais após a Tanto que três dos soldados que aparecem na foto morreram em ação nos dias seguintes.
VEJA IWO JIMA HOJE NO USA TODAY. CLIQUE AQUI

Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores (CEEBE) informa: na próxima sexta-feira, dia 27 de março, haverá nova assembleia no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. Na pauta, atualização das reivindicações e importante comunicado sobre os próximos passos.



ASSEMBLÉIA DOS TRABALHADORES HABILITADOS À MASSA FALIDA DA BLOCH EDITORES, NESTA SEXTA-FEIRA,  27 DE MARÇO, 11 HORAS, NO SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, RUA EVARISTO DA VEIGA, 16/ 17º ANDAR, CENTRO, RIO DE JANEIRO, RJ.
EM PAUTA, ATUALIZAÇÃO SOBRE A GESTÃO DA MASSA FALIDA, AS PRÓXIMAS REIVINDICAÇÕES E O ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES DE INTERESSE DOS CREDORES. 
O COMPARECIMENTO DE TODOS É ESSENCIAL. SÓ A UNIÃO E A MOBILIZAÇÃO DOS EX-FUNCIONÁRIOS TORNARÃO POSSÍVEIS O ALCANCE DOS OBJETIVOS COMUNS E A PRESERVAÇÃO DOS DIREITOS ASSEGURADOS POR LEI. LUTE PELO QUE É SEU.