sábado, 28 de fevereiro de 2015

Capas que contam uma história... ou a história que se repete como farsa às vésperas da nova "marcha da família" do dia 15 ...

Se ainda existisse video-cassete, eu diria que rebobinaram a fita. Confira as capas de março de 1964. E se surpreenda com as coincidências. Havia CPI...
... escândalo da Petrobrás, então com acento no A...
...militantes da direita "democrata", como aqueles que nessa semana tumultuaram manifestação na porta da ABI, no Rio...



..."vai pra Cuba", a ilha estava em foco e jornalismo fantasioso "denunciava" que os barbudos iam invadir o Nordeste, como diz o samba da Mangueira. O Rio lançava o logotipo da comemoração dos 400 anos...




Mais jornalismo fantasioso: "esquema para intervir na Guanabara"...
... João Goulart às voltas com o "monstro da inflação" e a crise econômica...
... "marchas da família" como a que está marcada para o próximo dia 15 de março...
...e a capa que festejou o capítulo que abriu duas décadas de ditadura. 

Pelado no palácio...

Vídeo que está bombando na rede. Um sujeito pelado desce por uma corda de lençóis de uma janela do Palácio Buckingham, em Londres. E o cara tá com tanta pressa que despenca da corda. Há dúvidas se o vídeo é autêntico, embora não se perceba cortes e aparentemente tenha sido gravado por um turista. A realeza não se pronunciou. E as especulações correm soltas. Seria algum amante flagrado por um marido enfurecido? Ou por uma mulher enfurecida? O peguete da camareira da rainha? As netas da realeza promoveram um surubão? Seria um paparazzo que a família real odeia mantido sob cativeiro? Ou terá sido um gerente do HSBC fugindo dos clientes em meio ao escândalo da lavagem de dinheiro? A rainha foi assediada? A guarda real levou ao pé da letra a troca de guarda? É o primeiro-ministro saindo de fininho depois de despachar com a Corte? O príncipe Charles perdeu uma aposta? Tudo é possível na casa real onde um charuto já foi transformado em objeto sexual, uma princesa dava suas saidinhas, outra pegou um capitão, um herdeiro carimbou uma faxineira com o selo real...
VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI
Atualização em 03/3/2015
Fim do mistério: o vídeo do homem pelado no Palácio de Buckingham é promocional. Trata-se de uma peça do lançamento do seriado The Royals. 


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Design: garrafa tradicional da Coca-Cola completa 100 anos...


Coca-Cola segundo Andy Warhol

Antes de Earl Dean, assim era
a garrafa de Coca-Cola. 
O desenhista Earl R. Dean criou a garrafa de Coca-Cola para a Root Glass Company, em 1915. Não imaginava que o objeto se tornaria um ícone pop. Dean morreu em 1972 e, em entrevistas, confessava-se ainda surpreso com a longevidade do seu desenho. Ao receber a tarefa, ele recorreu a uma biblioteca para buscar formas do que acreditava ser os ingredientes principais do refrigerante: folha de coca e noz. Acabou atraído pela ilustração de um fruto que encontrou na Enciclopédia britânica. Era um cacau, que não tinha nada a ver com a Coca-Cola, mas o formato de bulbo e a nervura exterior seduziram o designer. A garrafinha é o tema de um grande exposição no High Museum of Art, de Atlanta, Estados Unidos. São objetos, fotos, artefatos históricos e pelo menos 15 obras referentes de Andy Warhol.








Coca-Cola na Manchete, anos 50.
Coca-Cola em Seleções

Washington DC libera maconha para uso recreativo. Obama pode dar um tapa na pantera. Mas não na Casa Branca...

Memes que circulam na rede sobre
a liberação da maconha em Washington
Desde a meia-noite de ontem, a maconha se tornou legal em Washington, DC. A capital é a primeira região na Costa Leste a legalizar o uso recreativo de cannabis. A decisão vem após eleitores aprovarem a liberação. A lei garante o cultivo próprio de até seis plantas em casa, no apê, na cobertura, no sítio, onde quiser. Mas a posse da erva processada, em casa, é limitada até 2 gramas. Comprar maconha ou vender ou o uso em público continuam proibidos. A lei vale para o território municipal e não alcança áreas federais como a Casa Branca, Pentágono, Congresso etc. Ou seja, não é ainda dessa vez que o pessoal do Salão Oval vai dar um tapa na pantera. Só se for no quintal do vizinho. Na internet, adeptos da legalização comemoram. Ao lado do Alasca e do Colorado, Washington DC é a terceira unidade federativa a aprovar o uso recreativo da maconha. Outros 22 estados já permitem o uso medical e os demais discutem a medida. Em Nova York, como alerta ao brasileiros que viajam para a Big Apple, dá cadeia. A legislação também avança em vários países.  A nova lei do Uruguai prevê o registro dos consumidores, limite de compra mensal 940 gramas) e permite que a maconha  seja vendida em farmácias.
O próprio Washington aderiu
ao "cachimbo da paz"
O mercado e  plantio é controlado pelo Estado. Na Espanha, é permitido o consumo desde que em uma espécie de "clube". Holanda libera em coffee shops próprios. Canadá tem lei que permite o cultivo para consumo próprio. Em Portugal, ninguém pode ser preso por uso de drogas, embora a posse seja limitada para descaracterizar venda a terceiros. O tema está em debate em outros países da Europa. No Brasil, há projetos apresentado no Congresso para legalização da maconha. Como México, Argentina, Colômbia e outros, o Brasil sofre com a violência do tráfico, responsável por 56% dos assassinatos no país, além de ter comunidades inteiras submetidas às armas dos bandidos. A proibição, além disso, não impede que o consumo seja crescente e alimente fonte de renda milionária para o crime e esquemas corruptos.  Recentemente, após muitas campanhas e apelos, foi permitida a importação de remédios feitos com canabidiol, o princípio ativo da maconha indicado para várias doenças.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

...e o paniscumovum foi parar no Jornalistas&Cia

LEIA NO JORNALISTAS & CIA, CLIQUE AQUI

Olimpíada 2016: metrô avança... poluição da Baía da Guanabara também...

Foto Shania Reis/GERJ

Foto Tania Rego/Ag.Brasil
Enquanto o "tatuzão" rompe a rocha e a parede de concreto na Estação Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, e os primeiros trens da Linha 4 do Metrô chegam ao Rio, em um sinal de que os prazos serão cumpridos até a Rio 2016, a poluição da Baía da Guanabara preocupa o Comitê Olìmpico Internacional. A presidente da Comissão de Coordenação do COI, Nawal El Moutawakel, recebida ontem pelo presidente do Comitê Olìmpico do Brasil, ainda acredita que o Brasil cumprirá o prometido e entregará a baía - onde acontecerá as competições náuticas - 80% despoluída. O governo do estado diz que o percentual não será alcançado. Segurança e hospedagem são outras preocupações. Por enquanto, ninguém fala na preparação do Brasil sob o ponto de vista esportivo, razão do evento. Várias confederações estão em crise, comprometendo o treinamento dos atletas. Para a construção do Maracanã, irresponsavelmente, as autoridades promoveram a destruição de um estádio de atletismo e outro de natação. Desvio de verbas no vôlei, esgrima sob suspeita, suposta pressão de patrocinadores para inclusão do time olímpico de atletas com rendimento já comprometido pela idade. A luta por medalhas não vai ser fácil.
Foto Fernando Frazão/Ag.Brasil
Só para lembrar e dar um ideia do desafio: no ano passado, alunos da Escola Naval e de universidades cariocas participaram de uma regata ecológica que incluiu uma gincana cujo objetivo era retirar lixo da Baía da Guanabara. Foto Tomaz Silva/Ag.Brasil

Nova repórter: curvas investigativas...

Mari Gonzalez, repórter do programa Pânico, da Band, posou para um ensaio da marca Kast Fitness. O cenário foi um campo de futebol americano em Santa Catarina. Mari é baiana e tem 21 anos.
     

Foto Thais Aline/Ag.Fio Condutor/Divulgação
   

Editora de revistas e agência de publicidade: trabalhando juntas para não morrerem abraçadas...

Para as revistas, é tempo de buscar novas estratégias. Ou dá ou desce. A American Media, que edita publicações de entretenimento e saúde (Star, OK, Flex, Muscle & Fitness), acaba de fazer com a Zimmerman Publicidade, uma parceria inovadora, que não tem relação direta e imediata com a venda de anúncios, segundo o Adweek. A agência fará pesquisa, análise de dados e consultoria estratégica alinhada com a pauta das revistas, temas e eventos. O objetivo é criar parcerias com grande eventos ou até eventos próprios. A prática não é inédita. No Brasil, revistas como a Contigo!, a Caras e a
Quem, para citar alguns exemplos, criam ou se associam a eventos, como prêmios, camarotes, ilhas, castelos etc e buscam patrocinadores, transformando fatos ou criando assunto que normalmente são do interesse do seu público leitor em oportunidades comerciais ou de difusão da marca. A novidade, no caso da AM, é um novo formato nesse campo: uma agência de publicidade, e não o seu próprio departamento de marketing, trabalhando e prospectando permanentemente oportunidades para os anunciantes. Ou seja; a Zimmerman será o radar da editora ligado dia e noite, em parceria com o faro jornalístico da redação. Se vai dar certo, só o tempo dirá. A expectativa da AM é expandir o público do impresso e do online e ganhar valor junto a anunciantes. Cabe à agência estudar os parceiros da revista e propor a criação de eventos ligados à marca. Por exemplo: um jogo de basquete em uma geleira da Antártica; um vôo em nave suborbital com celebridades; um torneio de aeróbica na Amazônia...
Haja imaginação. Não está fácil a vida das revistas.

Contas secretas dão indigestão na mídia...




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Direto de Paris: o Brasil bebeu?

por Jean-Paul Lagarride (ex-correspondente da Manchete, especial para o blog)
Amigos que adoram o Brasil estão preocupados. Nos últimos meses, a terra que deu a Bossa Nova ao mundo dá sinais de que o samba desafinou. Não fosse a idade (e a aposentadoria que derreteu nessa crise europeia que começou aguda e virou crônica), eu deixaria Vernon, onde nada acontece, para tentar desvendar o turbilhão brasileiro. Anotei no velho PC de pouca memória e tela curva, alguns dos sintomas nada animadores da atual conjuntura da antiga França Antártica. Tenho apenas perguntas e nenhuma resposta.
- Tenho lido na internet alguns dos principais veículos brasileiros. Acho que alguém precisa investigar porque quase sumiram as teclas HSBC dos computadores dos jornalistas. Pelo menos, quando trata de listar os figurões sonegadores e lavadores de dinheiro. Um jornalão já defende a tese de que os tais ricaços não poderão ser processados porque o vazamento da relação de fraudadores é ilegal. Defesa prévia? Aviso que aqui na Europa já corria um inquérito antes do vazamento. Seria demais suspeitar que o vazamento internacional veio depois para beneficiar os acusados? De qualquer forma, em Paris e Londres as teclas HSBC estão já gastas pelo uso nas últimas semanas.
- Quem é Eduardo Cunha? Um jihadista? Li que ele oferece a vida em sacrifício para impedir que seja votado um projeto que libera o aborto. É isso? Espera se imolar e ganhar vinte mil virgens no paraíso?
- É verdade que os brasileiros querem a volta da ditadura? Soube que em março acontecerão nas grandes cidades passeatas que pretendem derrubar a presidente Dilma Rousseff. Seria uma reedição das "marchas da família" que anunciaram as trevas em 1964.
- Conhecendo minhas ligações com o Brasil - se bem que a maioria dos jornalistas que eu conheci, já está no paraíso e sem direito a virgens - um tabloide parisiense me ligou para saber se eu conhecia o monsieur Bolsonarô. Há rumores de que ele assumirá o governo no próximo dia 31 de março.
- É verdade que o juiz que cuida do processo que envolve um milionário mandou aprender o Porsche e um piano do acusado, levou o carro e o instrumento musical para casa e foi visto dirigindo o bólido? Já foi fotografado teclando o piano?
- Um ex-presidente do Banco do Brasil, acusado de favorecer uma suposta milionária com empréstimos, voos em jatinhos oficiais, pagamento de anúncios no programa de televisão da referida socialite em uma rede que ninguém vê foi mesmo nomeado para "moralizar" a Petrobras?
- Leio nos jornais todos os dias detalhes do escândalo da Petrobras. Ao mesmo tempo, me informam que o processo corre em sigilo. Meus amigos dizem que o sigilo é relativo tanto que até hoje não vazou a lista dos políticos envolvidos com o esquema de pagamento de propinas. Dizem que está em andamento uma investigação sigilosa para apurar a quebra de sigilo. É isso mesmo?
- O Brasil vai tentar sair da crise cortando seguro-desemprego e pensões? Isso será mesmo suficiente? Não seria o caso de taxar grandes fortunas, combater a sonegação, os desvios de verbas públicas, cortar subsídios que beneficiam inclusive as corporações midiáticas, rever incentivos fiscais, cobrar as dívidas de empresas que recebem empréstimos públicos, taxar lucros de especulação? Não sei se é piada, mas dizem aqui que o ministro pretende tirar da informalidade os mendigos que atual nas grandes cidades brasileiras. Um estudo indicaria que taxar esmolas ajudaria no ajuste fiscal.
- É verdade que leis brasileiras de incentivo cultural e esportivo permitem que o governo financie desde shows da Beyoncé e Rihanna até torneios de tênis? Isso significa que o governo brasileiro pode transferir dinheiro dos impostos para ajudar no combustível dos jatinhos de tenistas milionários, golfistas idem e astros pop?
- É verdade que ao ser preso, menores que matam não são chamados de "presos" mas de "apreendidos". E a semântica ajudando a combater a violência?
- Soube que em São Paulo se faz protesto contra ciclovias? E há políticos que defendem a criminalização das ciclovias para evitar que se espalhem pela cidade. Isso é fato?
- Existe um aeroporto público no Brasil cuja chave do terminal é guardada por um fazendeiro bem relacionado?
- A polícia flagrou um helicóptero com 500 quilos de cocaína. Li sobre isso. A investigação teria identificado e prendido os transportadores da droga, o nome do proprietário do aparelho, o dono da fazenda onde pousou, o local onde foi reabastecido no trajeto desde a fronteira e não sabe até hoje a quem pertencia a droga?
- E verdade que os planos de saúde brasileiros cobram caro dos usuários e costumam encaminhá-los com frequência para a  rede pública sem que paguem nada por isso?
- No Brasil existe um "cassino" que especula com energia elétrica? Soube que quando o preço sobe nessa bolsa de especulação os investidores abocanham milhões de dólares e o consumidor para a conta?
- Vi um vídeo na internet que mostram um ex-ministro que levou a mulher para tratamento de câncer sendo hostilizado e sofrendo ameaças de agressão. Essa espécie de tropa SS seria formada por gente da equipe técnica do hospital mais caro do país e paciente milionários que estavam na sala de espera?  Então, a direita raivosa já chegou a esse ponto no Brasil?

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Fotógrafo "rouba" foto e ainda leva a mulher do plagiado. Trinta anos depois, a verdadeira história da famosa imagem da "Tennis Girl"

Foto icônica virou poster que fez sucesso nos anos 80. Reprodução
Muitos vão lembrar dessa foto. É dos anos 70, mas ficou famosa no começo do 80, quando uma marca de tênis a usou em um anúncio. Virou poster, ganhou um título, como se fosse um quadro: era simplesmente a "Tennis Girl". Com a repercussão, a midia foi descobrir quem era a menina do doce balanço espontâneo e sensual. Foi identificada como a modelo Fiona Walker, então com 18 anos, e a foto, de autoria de Martin Elliot.  Só que outro fotógrafo - Peter Atkinson, 72 anos - alegava há muito tempo que a foto era sua, e que não se tratava de uma modelo profissional, mas de sua própria mulher, e foi feita em 1974. Ele não tinha como provar até a semana passada quando descobriu no eBay um cartão-postal com a famosa foto carimbada pelo correio com data de 1974, além de a imagem ter sido usada em um calendário do mesmo ano.  Elliot e a marca de tênis afirmavam que a foto havia sido feita em 1976. Mas a trama ganha ares ainda mais novelescos, segundo o jornal The Telegraph. Um ano depois de ter sido fotografada pelo marido, que além de fotógrafo era instrutor de tênis, Fiona passou a namorar Elliot, que teria oferecido a famosa foto para uma campanha. Mas a marca pediu-lhe que fizesse nova sessão de foto com Fiona. Ele recriou a imagem. Um plágio, de leve. O que Atkinson diz é que a foto escolhida para os anúncios acabou sendo a original feita dois anos antes. Elliot morreu há alguns anos. Os royalties da foto icônica são pagos à sua viúva. Fiona vive, mas segundo o ex-marido, não quer se envolver na história.

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A polícia até prende, mas a justiça parece achar que alguns crimes são de "brincadeirinha"...

Foto: Reprodução do Globo
Foto: Reprodução do site Conexão jornalismo

Junto com racismo, depredação de igrejas, homofobia e as quadrilhas de torcidas organizadas, como já foi dito aqui, setores da justiça parecem achar que desmatar florestas e agredir animais também são besterinhas penais, de menor importância, embora estejam gravadas como crime no Código. O elemento que maltrata cachorros e foi filmado praticando sua tara, vai receber um pena hilária; limpar privadas. Das duas uma: ou ele não vai ser fiscalizado e vai debochar da pena ou o estado terá que gastar dinheiro para vigiar o cumprimento. Preso não vai porque é réu primário, lei do tempo da ditadura criada para beneficiar o torturador Sergio Fleury. Podia, ao menos, ser condenado a pagar uma multa, danos morais, que seja, de 1 milhão de reais para cima. Algo que machuque o bolso do anormal. E que o dinheiro reverta em benefício de instituições que cuidam de cães e gatos abandonados.
O segundo caso, que também costuma não deixar ninguém atrás das grades, são os dos crimes contra o meio-ambiete. Foi preso o maior desmatador da Amazônia. Um elemento que destruiu cerca de 20% da floresta. Provavelmente não será condenado a lhufas. Logo, logo, estará de volta à motosserra. Se for julgado, a pena provavelmente será algo do tipo plantar alguns arbustos, colher uns cocos, levar umas bananas para um abrigo de idosos, colher umas alfaces pro sopão dos sem-teto. Além de cadeia, ele deveria é pagar imediatamente o prejuízo de 540 milhões de reais que causou a um patrimônio do povo brasileiro. Está na hora de fazer menos humor e mais justiça.

Rihanna em 25 capas...





O site VH1 publicou uma relação das 25 capas mais sexies já feitas com a cantora Rihanna. A Vogue Brasil entrou na relação, embora tenha encoberto com a chamada exagerada cerca de um terço da foto. Veja as demais capas, bem mais reveladoras, no VH1, clique AQUI

Charlie Hebdo: segundo número após o atentado...

"Aqui vamos nós outra vez" É o que diz, em tradução livre, a chamada de capa. Uma espécie do "ói nóis aqui traveis" daquela famosa canção - " voceis pensa que nóis fumo embora, nóis enganemo voceis..." - de Adoniram Barbosa. Charlie Hebdo lança o segundo número após o atentado. O primeiro teve uma circulação de mais de 7 milhões de exemplares. Este, que mostra um cachorro com o exemplar do jornal perseguido por uma matilha formada pelo Papa Francisco, Sarkozy, Marine Le Pen e um jihadista, rodou cerca de 2 milhões de cópias.
O CH estava há algumas semanas ausente das bancas. Gérard Biard, novo editor-chefe, justificou ao "France 24": "Nós precisávamos de uma pausa, um descanso ... Havia quem precisava trabalhar de novo imediatamente, como eu, e aqueles que queriam levar mais tempo. "Então, nós chegamos a um acordo e concordaram em 25 de fevereiro ... para começar de novo em uma frequência semanal."

domingo, 22 de fevereiro de 2015

O dia em que a ditadura matou a Panair

Reprodução
por Pedro Porfírio (do Blog do Porfírio)
No dia 10 de fevereiro de 1965, a ditadura militar cassou arbitrariamente a concessão da Panair, então a maior companhia aérea do Brasil, abrindo o caminho para a decretação da sua falência e sua dilapidação. Para quem se empenhou de corpo e alma contra a destruição da VARIG, como eu, muito mais por sua corporação altamente preparada, lembrar a ignomínia que a ditadura militar perpetrou contra a Panair do Brasil, há exatos 50 anos, é mais do que um dever perante a história – é uma chamada à reflexão de todos os brasileiros, particularmente os profissionais da nossa aviação comercial sucateada. Há que se registrar, a bem da verdade histórica, que são bem distintas as razões que levaram ao fim da concessão da Panair, em 1965,  então líder da aviação brasileira. Nesse gravíssimo crime de tantos outros daqueles idos abomináveis, foi o governo ditatorial que paralisou suas atividades por deliberada e ostensiva perseguição política. Isso por abuso típico de um regime que ainda tem imprudentes nostálgicos entre nós.
Seus principais acionistas e executivos faziam parte de um grupo de empresários progressistas, que atuavam em várias áreas, como a exportação de café, e à frente da mais charmosa estação de tv do país, a Excelsior, igualmente retirada do ar pela ditadura militar com as mesmas motivações. A Panair era muito querida dos brasileiros pela qualidade dos serviços e uma identificação íntima com a nossa alma, mas a ditadura queria atingir seus executivos Celso da Rocha Miranda, Mario Wallace Simonsen e Paulo Sampaio. Por que entre todas que operavam em 1965, quando foi fechada "manu militari", era a que tinha melhor condição econômica e um grande prestígio internacional.
No seu auge, na era dos modernos Constellation, dos Caravelle e dos jatos DC-8, ficou famoso o chamado “Padrão Panair”, visto como excelência em aviação, incluindo o atendimento a passageiros com talheres de prata e copos de cristais, no que foi seguida também pela VARIG, aliás, a grande beneficiária de sua desativação, juntamente com a Cruzeiro do Sul, esta sob a direção de Bento Ribeiro Dantas, um aliado incondicional da ditadura. A companhia aérea foi ainda celebrada em canções, como a interpretada por Elis Regina em "Conversando no Bar" (Saudade dos Aviões da Panair), sucesso de Milton Nascimento e Fernando Brant (“A primeira Coca-Cola, foi, me lembro bem agora, nas asas da Panair...”). Ela também serviu de inspiração para o poema “Leilão do ar”, de Carlos Drummond de Andrade.
A Panair foi cassada pela ditadura e a aviação brasileira só não foi a pique então pelo elevado padrão de profissionalismo dos aeronautas e aeroviários, aos quais coube dar continuidade às suas linhas através da VARIG e da Cruzeiro do Sul, enquanto muitos dos seus colegas eram literalmente exilados em busca de outros ares. Mas estas também tiveram destinos trágicos, por motivos diferentes: no caso da VARIG, devido à incúria da Fundação Rubem Berta, formada por um grupo de funcionários, que a administrava de forma perdulária, e a própria crise mundial das aéreas desde o 11 de setembro de 2001.
Mas nem por isso, embora não tivesse responsabilidade direta na sua falência, o governo Lula podia ter se omitido, até por que as associações de seus empregados tinham elaborado um plano que a manteria no ar com o mesmo padrão de segurança e conforto. Mas essa é outra história.

COMISSÃO DA VERDADE CONFIRMA QUE AÉREA PANAIR FOI FECHADA POR MOTIVOS POLÍTICOS. ATÉ ENTÃO, ESTADO ALEGAVA PROBLEMAS ECONÔMICOS

(por Daniel Leb Sasaki, transcrito do Blog do Porfírio) (*)

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) entregou e tornou público, ontem, o relatório final sobre as violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988, que vinha apurando desde sua instalação, em maio de 2012. Os textos, divididos em três volumes que somam 4,4 mil páginas, são diretos e concisos. O caso único do fechamento da companhia aérea Panair do Brasil, em fevereiro de 1965 — objeto de audiência pública realizada em 23 de março de 2013 —, foi contemplado no Volume II do documento, que trata da relação da sociedade civil com o regime militar.
Sem rodeios, a CNV confirma que a empresa — líder em seu setor entre as décadas de 1940 e 1960 — foi liquidada por motivos políticos e não financeiros, e que esse processo contou com a participação de agentes da União e instituições como o SNI (Serviço Nacional de Informações), beneficiando concorrentes. “Alguns empresários não compactuaram com a conspiração e o golpe, defenderam a Constituição e foram perseguidos e punidos pelo regime ditatorial”, destaca o texto do relatório. “Um caso exemplar foi o de Mario Wallace Simonsen e Celso da Rocha Miranda, que juntos detinham o controle acionário da Panair do Brasil, a segunda maior empresa privada do país”. Mais adiante, a CNV aponta: “O estrangulamento econômico sofrido por Mario Wallace Simonsen e Celso da Rocha Miranda, mediante bem-urdidos Atos de Estado, é comprovado”.
Como a comissão tem a prerrogativa de se pronunciar em nome do Estado brasileiro, é a primeira vez que país admite, indireta porém oficialmente, responsabilidade sobre a derrocada da companhia, pioneira nos voos transcontinentais e responsável pela construção da maior parte da infraestrutura de telecomunicações aeronáuticas, além de alguns aeroportos, do Brasil.
“Meu pai e o Seu Mario eram identificados com os governos anteriores”, afirma Rodolfo da Rocha Miranda, filho de Celso da Rocha Miranda, um dos acionistas majoritários da Panair à época do fechamento, e atual presidente da empresa, que sobrevive no papel. “Com a divulgação da verdade dos fatos, a Família Panair [como os ex-funcionários se auto-denominam] pode, finalmente, descansar em paz. O relatório da Comissão da Verdade apresenta a nossa 'causa mortis'.”
“Nós não temos ódio nem amargura no coração. O importante é que a verdade apareceu. Os nomes dos nossos pais e da Panair, atacados durante muito tempo, foram reabilitados”, diz Marylou Simonsen, filha de Mario Wallace Simonsen, que faleceu um mês após o episódio, vítima de um colapso cardíaco. Ele era sócio de Celso Rocha Miranda na Panair.
A Panair do Brasil foi fundada em 1929 por um grupo norte-americano e inteiramente nacionalizada em 1961, pelas mãos da dupla Rocha Miranda-Simonsen, cujos grupos econômicos somavam mais de 40 empresas que se destacavam em diversos setores, como o de comercialização de café (base da economia da época), seguros e telecomunicações. A aérea operava a maior malha internacional entre as brasileiras, com voos regulares para países da América do Sul, Europa, África e Oriente Médio. Além disso, prestava serviço único em 43 localidades na Amazônia e possuía o mais avançado parque de manutenção do continente, que incluía a oficina Celma (em Petrópolis, hoje da GE).
Violência jurídica
Em 10 de fevereiro de 1965, o governo Castello Branco cassou as concessões de linhas da Panair sem aviso prévio, repassando-as às rivais Varig e Cruzeiro, que assumiram os voos no mesmo dia. Em seguida, o regime pressionou para que fosse decretada a falência, embora os balanços da aérea de Rocha Miranda e Simonsen apresentassem ativo muito superior ao passivo e a empresa não possuísse títulos protestados, ações de fornecedores ou funcionários, ou dívidas com a União maiores que as concorrentes.
Com parte do patrimônio desapropriado por dois decretos em 1966 e 1967, e pagos todos os débitos em apenas quatro anos, a Panair tentou ressurgir impetrando pedido de concordata suspensiva. Foi impedida pela promulgação em tempo recorde e com efeito retroativo de outros dois decretos-leis, baseados no Ato Institucional n°5: 469 e 669, de 1969, que retiraram das aéreas o direito de retomar as atividades após processos de falência e de pedir concordata (a legislação foi aplicada uma única vez na história, no caso da Panair).
Documento das próprias Forças Armadas obtido pela CNV comprova que as acusações levantadas contra a empresa e sua administração tinham se baseado em um laudo pericial que a Justiça, em plena ditadura, comprovou ser falso. “De fato a prova acusatória se resumia em cópias de informações do mandado de segurança impetrado pela Panair, veiculando graves acusações, mas só palavras, um laudo pericial, que a Justiça comprovou ser falso do Síndico da falência, o Banco do Brasil”, revela o dossiê. Em 1978, parecer da assessoria jurídica da Aeronáutica recomendou o arquivamento do processo criminal contra os acionistas. Assim foi feito. A falência só pode ser suspensa, sem interferência da União, em 1995. Apesar de parada por 30 anos e da dilapidação do patrimônio, a Panair ainda dispunha de cerca de US$ 10 milhões em caixa ao encerrar o processo. Porém, perdura até hoje a proibição de operar.
“Só lamento que eles não estejam mais vivos para presenciar este momento”, desabafa Luiz Paulo Sampaio, filho de Paulo de Oliveira Sampaio, que presidiu a Panair durante 16 anos, sendo o responsável pelos maiores avanços na empresa, como o estabelecimento dos primeiros voos noturnos no Brasil, em 1943, e de linhas intercontinentais, três anos mais tarde. “Até morrer, em 1992, meu pai sofreu com a destruição da obra de sua vida. Ele realmente vivia e respirava a Panair”.
Confira abaixo os principais trechos do relatório final da CNV sobre o caso:
“Alguns empresários não compactuaram com a conspiração e o golpe, defenderam a Constituição e foram perseguidos e punidos pelo regime ditatorial, o que deve ser assinalado sob pena de incorrermos em uma generalização equivocada. Um caso exemplar foi o de Mario Wallace Simonsen e Celso da Rocha Miranda, que juntos detinham o controle acionário da Panair do Brasil, a segunda maior empresa privada do país."
(...)
"O estrangulamento econômico sofrido por Mario Wallace Simonsen e Celso da Rocha Miranda, mediante bem-urdidos Atos de Estado, é comprovado pelo(a):
— Fechamento e confisco dos armazéns de café (entrepostos aduaneiros), em Trieste, das empresas Wasim e Comal. Essas empresas figuravam entre as maiores exportadoras de café à época de seu confisco, abalando inclusive o conceito do Brasil como exportador.
— Suspensão, sem prazo determinado, das licenças de voo das linhas aéreas da Panair do Brasil S/A., o que levou à decretação de sua falência.
— Desmantelamento do patrimônio da Panair, coordenado por síndicos militares da falência, com a ativa participação do Serviço Nacional de Informações (SNI) e de procuradores especialmente nomeados com esse objetivo.
— Fechamento da TV Excelsior, pioneira no país na implantação da televisão a cores e que contava com técnicos e elenco de primeira grandeza no mercado nacional. Seu fechamento foi decorrente de pressões políticas por parte do governador do estado da Guanabara, Carlos Lacerda, um dos patrocinadores do golpe civil-militar, que buscava, sem êxito, o apoio da rede à sua futura candidatura.
— Cancelamento de todos os seguros de órgãos do governo realizados pela AJAX Corretora de Seguros. Na oportunidade, a AJAX era a maior corretora de seguros da América Latina, contando em seus quadros com mais de 600 funcionários altamente qualificados. As mudanças abruptas das regras vigentes emanadas por decretos que visavam perseguir Celso da Rocha Miranda, como a criação de comissões de inquérito na Companhia Siderúrgica Nacional e em outros clientes da AJAX, com o intuito de identificar ligações políticas, eliminaram qualquer possibilidade de readequação da Companhia às novas regras da ditadura, levando-a ao fechamento, dois anos depois.
— Instauração da Comissão de Investigação Sumária da Aeronáutica (Cisar) – Centro de Informação de Segurança da Aeronáutica – PIS n°194/CISAR, cujo parecer secreto afirma:
'Celso da Rocha Miranda pode ser considerado o principal responsável pela maquinação criminosa e irresponsável que conduziu a Panair do Brasil S/A à situação de falência financeira e administrativa, em 1965...
Assim, Senhor Ministro, Vossa Excelência, atendendo sugestão do Cisar, expediu aviso ao Exmo. Sr. Ministro da Fazenda para que fossem postos à disposição desta Comissão, vários Fiscais do Imposto de Renda, indicados pelo Serviço Nacional de Informações, (SNI), a fim de examinarem os Livros de Contabilidade das diversas empresas pertencentes ao Sr. Celso da Rocha Miranda, sob orientação dessa Comissão.
Outrossim, uma cópia dessa Parte Conclusiva deve ser remetida ao Cenimar, CIE, SNI, DPS, Contel, e aos Setores de Segurança da Aeronáutica, tudo por intermédio do Centro de Informação da Aeronáutica (Cisa), que por sua vez deverá tomar as necessárias providências junto ao Gabinete de Vossa Excelência para que o Sr. Celso da Rocha Miranda seja processado por Crime de Sonegação Fiscal [...] Presidente do Cisar e Membros...'
— Instauração da Comissão Geral de Investigações – Estado da Guanabara – tentativa de enquadramento ao Ato Complementar n°42, que autorizava o confisco de bens de pessoas naturais ou jurídicas, sob a alegação de enriquecimento ilícito dos sócios e diretores. Proc. 218/69, encerrado em 1978, com base no seguinte parecer conclusivo de sua assessoria jurídica:
'Em síntese, de toda documentação carreada ao bojo dos autos, não emerge nenhum fato relevante, caracterizador da prática do locupletamento sem causa. (...) De fato a prova acusatória se resumia em cópias de informações do mandado de segurança impetrado pela Panair, veiculando graves acusações, mas só palavras, um laudo pericial, que a Justiça comprovou ser falso do Síndico da falência, o Banco do Brasil, o qual também é autor da duvidosa exposição de fís 62 e segs., l Vol, [...] acolhendo o parecer do Relator, concorda com o Parecer da Consultoria Jurídica e por unanimidade de votos, resolve arquivar o processo sob referência.'
(...)
"A própria liquidação do patrimônio de alguns favoreceu, direta ou indiretamente, grupos que tiveram crescimento significativo no período. No caso da Panair, por exemplo, é importante lembrar que a Varig, do empresário Ruben Berta, assumiu todas as linhas internacionais do país no exato momento em que a concorrente foi fechada pelo governo.”

* Daniel Leb Sasaki é jornalista e escritor, autor do livro "Pouso Forçado".



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sábado, 21 de fevereiro de 2015

Capas: foco nos extremos, a dama e a ninfeta...

Nas bancas na mesma semana, 61 anos separam as personagens de duas capas de revistas. A New You traz a ex-modelo Carmen Dell'Orefice, 83 anos. Ex-modelo? Talvez não. Algumas velhinhas estão bombando. Veja: nos últimos seis meses, Helen Mirren, 68, estrelou um comercial para a L'Oréal Paris; Joan Didion, 80, tornou-se o "rosto" da Celine; Twiggy, 65, promove a l'Oréal Professionnel; Chatlotter Rampling, 68, protagoniza a campanha da Nars; e Jessica Lange, 65, é o novo "rosto" da Marc Jacobs Beauty.  
Já a V Magazine, na reta oposta, estampou a cantora e atriz Selena Gomez, 22 anos, com cara e corpo de ninfeta. 

Loura radical em anúncio "reality" do Mustang seduz incautos...


A campanha do novo Mustang lançado nos Estados Unidos é um mix de publicidade e reality show.
O loura Prestin Persson publicou na rede social convite para um encontro às cegas. Vários candidatos toparam encontrá-la em um bar. De lá, ela os convidava a sair, falava que o carro dela estava estacionado ali perto. Beleza, quem não toparia? Só que a loura é uma tremenda stunt driver. Os caras estão certo de que vão se dar bem. Tiram onda, falam que praticam esportes radicais. Mas quando ela acelera... Veja as reações dos rapazes, clique AQUI

Temporada de caça aos "diferenciados"...

A barra está pesada nos Estados Unidos para negros e imigrantes. Polícia, nos últimos meses, tem feito tiro ao alvo com pessoas dessas duas categorias. São impressionantes as cenas desse vídeo. Policiais de Pasco (Washington) tentaram abordar um imigrante mexicano que tentou escapar porque não tinha documentos e era clandestino no país. Não portava arma. Ao ser encurralado por três policiais que facilmente o dominariam, não teria entendido a ordem de deitar no chão. Foi sumaria e friamente executado. Um dos policiais afirmou que ele tinha uma pedra. Mas nem isso está provado. Em um tempo não muito distante, nesta mesma galáxia, uma polícia chamada SS também agia assim. Na época, os alvos eram judeus, comunistas, ciganos, eslavos, cegos, aleijados, testemunhas de Jeová, negros ou qualquer um que fosse considerado "diferenciado" e não tivesse um pé na Saxônia, onde Hitler achava que estava o DNA zero-um da raça ariana.
LINK PARA O VIDEO, CLIQUE AQUI (CENAS FORTES) 

Roma: torcida holandesa depreda a fonte Barcaccia, da Piazza di Spagna

Danos na fonte. Foto: Prefeitura de Roma

Restauradores avaliam os estragos. Foto Prefeitura de Roma

Torcedores holandeses quebraram a fonte para reforçar o arsenal de pedras contra a polícia. Foto Prefeitura de Roma.

Torcida organizada de time de futebol tem o mesmo DNA em qualquer país. Frequentemente, a ação organizada de torcedores desses grupos resulta em destruição de patrimônio público e em assassinatos. Na Europa, especialmente Inglaterra, Suécia, Alemanha, Itália e França, as polícias montaram bancos de dados de quem costuma se envolver em conflitos - que, na verdade, para eles é a prioridade, mais do que ver o jogo -, trocam informações, fotos e vigiam a movimentação em dias de jogos em uma tentativa de conter os holligans. No Brasil, o governo de instituir, há algum tempo, uma carteira de identificação dos integrantes das organizadas mas a iniciativa não prosperou de tão criticada que foi pela mídia. O resultado é que nem saiu a carteira nem qualquer providência para monitorar as gangues. As torcidas de clubes brasileiros, de vários estados, hoje, marcam brigas pela internet, invadem vestiários, campos de treinamento e até agridem jogadores. Costumam ser recebidas com tapete vermelho pelos cartolas interessados em apoio eleitoral. Sim, porque uma das estratégias deles é entrar para sócio dos clubes e passar a ter peso político.
Nessa semana, o Feyenoord holandês foi jogar contra o Roma. O jogo acabou em 1x1. Antes de voltar para casa, os holandeses circularam pela cidade e acabaram entrando em conflito com a polícia, que tentou impedir que a gangue depredasse a fonte Barcaccia - que tem mais de 400 anos e é assinada por Bernini - , na Piazza di Spagna. A intervenção evitou a destruição total da fonte, mas não os danos. O prefeito de Roma, Ignazio Marino, quer que o Feyenoord ou o Estado holandês pague os prejuízos.
Aqui no Brasil isso é fichinha e  faz parte daquela lista de crimes "menores" - racismo, agressão contra mulheres, contra homossexuais, invasão de igrejas católicas e terreiros de religiões afro, homicídios em acidentes de trânsito, entre outros - aos quais ninguém dá muita bola.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Qual é o pó? Pergunte ao Oscar. Estatueta cheira cocaína, em Hollywood. Tem "papel de 50" no caminho das celebridades...

Reproduzida do site Mashable
Um artista de rua chamado Plastic Jesus montou uma provocativa instalação em Hollywood, hoje, a 48 horas da entrega do Oscar, a maior premiação do cinema. A notícia está no site Mashable. Uma estatueta do Oscar, no tamanho aproximado de uma pessoa de altura mediana, cafunga duas carreiras de cocaína em plena calçada da badalada Hollywood Boulevard. A instalação ocupa um trecho que será interrompido para a passagem das celebridades a caminho do tapete vermelho. A placa não deixa dúvidas; "a melhor festa de Hollywood".


Memórias da redação: o FORUM (da EleEla)...

POR ALEXANDRE RAPOSO

Há muitos e muitos anos, em uma galáxia muito longe daqui, em uma época em que ainda não havia celular, Internet, sites pornográficos e encontros virtuais, um tempo de trevas e ignorância, sem BBB, sem Facebook, sem Twitter, sem nem mesmo um modesto ICQ, havia uma seção em uma extinta revista erótica sediada no Rio de Janeiro que mobilizava as atenções, corações, mentes e fantasias sexuais de legiões brasileiros, o Forum. Visto com olhos contemporâneos, tratava-se de uma bobagem: a mera transcrição de cartas enviadas pelos leitores — datilografadas ou escritas a mão! — narrando suas aventuras e fantasias sexuais. Naquele tempo porém, com o país recém-saído de duas longas décadas de ditadura, censura e feroz repressão às liberdades individuais, a seção tinha um enorme apelo.
Quando ainda em meu segundo ano de faculdade, mas já como redator contratado da revista, fui encarregado de administrar a seção, cargo que exerci por mais de um ano, até chegar outro calouro desavisado para ocupar o meu lugar. O texto abaixo reúne algumas lembranças desses tempos gloriosos em que o sexo era sem culpa, ninguém transava com camisinha, e a DST mais braba era curada com uma simples injeção de Benzetacil.

EM CERTA SEXTA-FEIRA após o expediente, a pretexto de comemorar o aniversário de um colega, a redação de Ele Ela se reuniu em um famoso bar da Glória para tomar o inevitável suco de laranja das 20h. É claro que o papo não podia girar a respeito de outra coisa a não ser a revista e, por extensão, mulher. Lá pelas tantas, já empolgados por uns três ou quatro refrescos, ouvimos uma voz feminina vinda do fundo do bar: “Aí, marmanjos! Vocês é que são os tais da ‘grutinha’?” Silêncio sepulcral. Todos os olhares convergiram na direção de onde vinha a voz e encontraram não uma, mas um grupo de quatro mulheres muito bem apanhadas, em uma congregação que mais lembrava um comitê popular do movimento feminista. E, a julgar pelos olhares que nos lançavam, evidentemente eram membros da ala radical.
Meio sem graça, alguém respondeu com a voz trêmula:
“É, mais ou menos, né...”
A pergunta veio direta, na bucha:
“Vem cá, esse Forum de vocês é verdade ou mentira?”
Não pudemos deixar de rir. Sempre a mesma pergunta! E claro que daí para frente as mesas se juntaram, as dúvidas foram esclarecidas e pelo menos dois redatores da revista tiveram pretextos de sobra para escreverem um Forum na manhã seguinte. Mas não o fizeram. Não era preciso. Nunca foi preciso.
Outro dia, conduzido pelo RP da empresa, um grupo de publicitários de diversas agências visitou a redação. Bastante inibido, um deles se adiantou ao grupo e explicou:
“Nós viemos aqui para...”
Não foi preciso terminar. Macaco velho, o chefe de redação emendou:
“Para saber se o Forum é verdade ou mentira, certo?” E, sem esperar a resposta, pousou sobre a mesa um caixote de madeira contendo aproximadamente 900 cartas de experiências íntimas dos leitores. “São as do mês...”, completou falsamente modesto.
E claro que, apesar dos insistentes apelos, não deixamos que vasculhassem a caixa. Afinal, entre outras virtudes, sempre nos gabamos do sigilo escrupuloso que oferecíamos aos nossos leitores. Mas até hoje fico a imaginar as loucuras que aquela junta publicitária não faria caso colocasse as mãos no material. Pois não havia gente que chamava o Forum de “termômetro informal da sexualidade brasileira”?
De uma vez por todas e daqui para frente: o Forum era verdadeiro e todas as cartas publicadas eram escritas por leitores ávidos por verem publicada sua peça erótica em nossas páginas amarelas. As centenas de cartas que chegavam por mês eram lidas por uma equipe de redatores e selecionadas a partir de critérios como qualidade do texto, erotismo e originalidade. Uma vez escolhidas as titulares, as cartas iam para o estaleiro onde — respeitando-se ao máximo o texto original — eram corrigidos erros de ortografia eventuais e substituídos os termos chulos por correspondentes publicáveis. Mas, igualmente de uma vez por todas, não fomos nós que inventamos esse papo de “grutinha do amor”.
Foi em novembro de 1973, na edição n. 55, que pela primeira vez se viu uma seção com o nome Forum. Entretanto, naqueles tempos bicudos, o Forum era completamente diferente da pícara seção que se tornou posteriormente e se apresentava assim: “Esta é a sua opinião. Escreva para a redação”. Ou seja, cumpria a função de uma seção de cartas e crítica dos leitores. Mas mudou devagarzinho.
Em meados da década de 70, o Forum já publicava cartas (ousadíssimas para a época) com ofertas de trocas de casais, e, por volta de março de 1977, abordava temas como sexo grupal, insatisfação, frigidez e esterilidade, fazendo as vezes de consultório sexual. Mas foi apenas na edição n. 98, de junho de 1977, que o Forum publicou pela primeira vez alguma coisa parecida com uma experiência (ou fantasia) de um leitor. A carta se chamava “Um Sabor Muito Feminino Para o Seu Chiclete” e dizia: “Admito francamente minha preferência pelo chamado sexo oral — mais precisamente, o delicioso cunnilingus. Só tenho outro xodó na vida: mascar chiclete. E a novidade, que certamente interessará aos leitores, é que consegui conciliar minhas duas paixões. Toda manhã, antes de sair para o trabalho, coloco um tablete desse chiclete tipo americano dentro das chamadas partes íntimas da minha mulher, enquanto ela faz a sua ginástica matinal. Quando ela termina, retiro o chiclete, refaço a embalagem e vou para o escritório. Passo umas três horas feito louco, antecipando aquele gostinho divino na minha boca, mas aguento firme até quase a hora do almoço, quando tiro do bolso o meu chiclete (que eu apelidei de chiclêta) e começo a mascar... Ah! Vocês não imaginam!”
Gradativamente, entremeadas por cartas curiosas, mas ainda do tipo “doutor, o que eu faço com o meu pinto?’’, as experiências dos leitores foram ganhando espaço na seção. No número 107 apareceu, enfim, o primeiro relato (com começo, meio e fim) de uma relação sexual, intitulado “Amor em Mar de Espanha”, onde a leitora inaugurou um dos maiores chavões da seção, o termo “cavalgar”: “... sentindo-o intensamente vivo sob mim, cavalguei-o, a princípio em trote lento, passando em seguida à marcha rápida, para chegar, com imenso prazer, ao galope largo, desatinado.”
Um dos principais argumentos de quem afirma que o Forum não era verídico — ou seja, que suas histórias eram forjadas na própria redação da revista — é o que costumam chamar de “linguagem pasteurizada”. Entre muitas cartas de leitores indignados com “a desfaçatez com que são impostas essas ‘cartas de leitor’; evidentemente criadas por imaginativos escritores”, a maior parte argumenta que “obviamente são escritas pela mesma pessoa, uma vez que se valem dos mesmos artifícios semânticos”. Ou seja, o que o indignado leitor queria dizer ao certo é que o Forum não era autêntico porque usava sempre os mesmos termos, como se fossem recursos estilísticos de um único autor. Ledo engano, para responder no mesmo estilo.
A verdade é que, uma vez que a seção se ampliou e se tornou a única desse tipo na grande imprensa brasileira, o Forum criou, por si mesmo, uma linguagem própria, democrática, pública, um estilo geral, gradualmente aperfeiçoado por seus muitos leitores-colaboradores.
Na edição n. 114, a seção Forum finalmente chegou à maturidade, ostentando em sua epígrafe: “Esta seção destina-se à publicação de cartas dos leitores sobre suas experiências sexuais e fantasias eróticas.” A essa altura, o Forum já era assunto de salão, mesa e alcova, e mais de uma faculdade de comunicação e psicologia premiara teses baseadas em seus relatos.
De fato, era uma experiência curiosa manusear aquelas cartas. Confirmando sua inteira confiança em nossa discrição, os leitores não só enviavam nome e endereço completos, como também cópias xerografadas de suas carteiras de identidade, embora isso fosse absolutamente desnecessário. Já os relatos eram entregas totais, e acreditamos que muitos de nossos correspondente não fossem tão sinceros nem mesmo com suas caras metades.
Muitas das cartas recebidas continham algum recado implícito para alguém. E isso ficava evidente quando, uma vez recusada, a mesma carta insistia em chegar, mês a mês, até a nossa capitulação (ou a desistência do leitor). Forum também serviu para aproximar tendências afins (a fim de tudo) e mais de uma vez , encantados com algum relato, os leitores escreviam pedindo o endereço deste ou daquele autor anônimo. Nossa atitude foi sempre a mesma: publicávamos a carta, tal qual era enviada, em nossa seção Cartas, na base do “se colar, colou”. O resultado disso foi que as cartas de Forum duplicaram em volume, pois, não bastando o relato original, nossos leitores não se privavam do prazer de contar as experiências sexuais resultantes de encontros travados por nosso intermédio. E Forum partiu para a metalinguagem — o que não tem nada a ver com sexo oral.
Podemos traçar toda a trajetória de Forum através dos tempos apenas através das mudanças estilísticas e de linguagem pelas quais passaram os depoimentos ao longo dos tempos. A princípio, os relatos apenas sugeriam o ato sexual, fixando-se mais na situação ou na descrição de ambiente e personagens. Termos como “partes pudendas” eram comuns nessa época.
Gradativamente, no entanto, a linguagem foi se sofisticando, tornando-se mais ousada e começando a procurar soluções mais originais. E chegou a época das “inhas”. Tudo era “inha”: era grutinha, xoxotinha, bundinha... os leitores caprichavam nos diminutivos, certamente procurando amenizar a crueza de seus relatos. Por isso, muita gente começou a achar que o Forum era escrito pela mesma pessoa.
É bom lembrar que escrever a respeito de experiências íntimas é tarefa complicada. Descrever sensações, tatos, cheiros... enfim, narrar o sexo de forma literária é um desafio instigante. Por isso, toda vez que algum leitor conseguia uma fórmula nova, imediatamente esta fórmula era adotada pelos outros correspondentes. Daí a “linguagem pasteurizada” de que se queixavam nossos críticos incrédulos.
Em certa época, fomos bombardeados por dezenas de cartas escritas pela mesma mulher, narrando as suas aventuras na África, e que invariavelmente citavam as dimensões avantajadas dos membros dos homens daquele continente. Publicamos uma, duas, três cartas, mas a empolgada leitora parecia ter um repertório inesgotável de trepadas africanas. Black is beautiful, sim, mas chegou um momento em que começou a encher o saco. Após a sétima carta publicada e a duodécima recebida, encerramos o safári. Continuou mandando suas aventuras africanas e tornou-se colaboradora exclusiva; mas nunca mais foi publicada. Mesmo porque, lá pela septuagésima aventura ela começou a se repetir, misturando aventuras já narradas com um ou outro elemento original, mas que não justificava a reprise.
Ao longo desses anos recebemos de tudo. Desde pelos pubianos caprichosamente aparados e enviados junto com as cartas (“para provar que não estou mentindo”), até relatos eróticos que poderiam ser classificados como boa literatura. E, quando não insistiam em falar no tamanho descomunal de seus membros avantajados, nossos leitores conseguiam criar peças cheias de humor e picardia, como a premiada “Adão, o Bananeiro”, uma das cartas mais sacanas e mais engraçadas que recebemos.
Ao longo dos tempos, Forum serviu como tribuna livre de nossos leitores, único espaço para a publicação de suas fantasias sexuais. Serviu também como intermediário para aventuras e como afrodisíaco para casais entediados. Na pior das hipóteses, Forum serviu, ao menos, para iniciar ótimas cantadas.
Como disse, todas as cartas publicadas eram verdadeiras, escritas pelos leitores, e nunca precisamos inventar nada. Nunca precisamos, o que não impediu que, uma vez na vida e outra na morte, algum de nós se sentasse à máquina para contar (por mero capricho) uma de suas aventuras. Era justo, era honesto. Afinal, também éramos humanos e alimentávamos nossas próprias fantasias...