segunda-feira, 29 de abril de 2024

Na capa da Carta Capital: a mais-valia não acabou 'seu' doutor


A Carta Capital mostra os efeitos do neoliberalismo e a tunga das reformas trabalhistas no bolso do trabalhador. Em 1960, Oduvaldo Vianna Filho escreveu a peça "A mais-valia vai acabar, 'seu' Edgar" . De lá pra cá só piorou. "Seu" Edgar ganhou a parada.

Na capa da IstoÉ é o que tem pra agora. E o futuro manda péssimas notícias

 


Roberto Carlos, 83 anos, na capa da Caras. A revista diz que ele se "renova". Vale uma aposta?


 por Ed Sá

A Caras apostou alto na chamada de capa. "Roberto Carlos se renova na música". Jura? Músicos que trabalharam com o RC dizem que em shows e regravações são mantidos os arranjos originais. Roberto nunca quis mexer no que deu certo. A introdução da canção Detalhes, por exemplo, qualquer brasileiro, mesmo zerado em ouvido musical, vai pressentir as notas que virão a seguir. É difícil acreditar que Roberto Carlos, assim como seu público, anseie por novas emoções ou qualquer "renovação". A marca indelével é a mensagem que a plateia que segue o cantor esperar reencontrar em um eterno "stimming".

terça-feira, 23 de abril de 2024

O que o filme "Zona de Interesse" (*) tem a ver com a nossa própria zona de conforto

 

A fúria e o som de Auschwitz não perturbam
o dia de piscina da família Höss. Foto: Divulgação

Casa com varanda e vista para campo de concentração:
o
home office do CEO de Auschwitz. Foto: Divulgação 

por José Esmeraldo Gonçalves

Como um tranquilo reality, a câmera dirigida pelo cineasta Jonathan Glazer acompanha a rotina de Rudolf Höss (Christian Friedel) e Hedwig (Sandra Hüller) e filhos. Uma família comum vivendo em uma casa acolhedora, cercada de jardins e de um rio de águas calmas que corre tão monótono quando parece a vida dos Höss. Poderiam estar em um anúncio de banco digital se não tivessem o horror como vizinho. Rudolf Höss, o comandante de Auschwitz, é tido por seus superiores como eficiente na função. Uma espécie de empregado de todos os meses durante os piores anos da Segunda Guerra Mundial. Poderia perfeitamente ser hoje um desses palestrantes e coachs que vendem motivação e sucesso.

O muro alto que separa a casa dos Höss das instalações do campo de concentração não esconde as chaminés dos crematórios e nem impede que a família ouça uma trilha constante de gritos de desespero e tiros. Ouvir, no caso, não é sinônimo de prestar atenção ou se importar com o barulho no condomínio. Höss age como um CEO da firma, um Elon Musk do X. É fanático por foco no trabalho. Faz reuniões com os subordinados, traça estatégia para "otimizar" o número de trens que levam prisioneiros judeus à morte e como expandir a linha de montagem do Holocausto. Não aparecem cenas de brutalidade. Ele se apresenta como um gestor que tem metas e business plans. 

A extrema frieza está presente tanto na mesa de reuniões quanto nas conversas conjugais, quando o militar compartilha com a mulher os rumos da sua carreira e seu prestígio ascendente na cúpula executiva da "Solução Final".  

Em todas as situações, a indiferença é o elemento perturbador e a naturalidade o fio que conduz a trama. 

No seu discurso, ao receber o Oscar de Melhor Filme Internacional, Glazer enfatizou sua determinação em confrontar "Zona de Interesse" com o presente. 

"Não para dizer 'veja o que eles fizeram então', mas 'veja o que fazemos agora'. Nosso filme mostra aonde a desumanização nos leva”. Agora estamos aqui como homens que recusam que o seu judaísmo e o Holocausto sejam sequestrados por uma ocupação que levou tantas pessoas inocentes ao conflito, sejam elas as vítimas do 7 de outubro em Israel, seja o ataque em curso em Gaza”, concluiu.  

O exemplo citado por Glazer é um entre os muitos muros que atualmente escondem o que se passa ao lado. Não é o único. As chaminés da ascensão da extrema direita nos Estados Unidos, na França, itália, Polônia, Brasil, Argentina, Espanha, Israel, Portugal, Alemanha, Hungria, Finlândia, entre outros países, são evidências de um fenômeno político amparado pela mesma indiferença e comodidade que impulsionaram o nazismo e o fascismo. 

 (*) "Zona de Interesse" estreou no Brasil, nos cinemas, em fevereiro. Agora chega ao streaming (Prime) e certamente convidará milhões de pessoas a escalarem a múltipla escolha dos nossos muros. Por exemplo, o muro de um Congresso com maioria de extrema direita; o muro do ativismo político das igrejas neopentecostais rumo à teocracia; o paredão das redes sociais manipuladas por algorítmos; o poder das big techs; o grande muro da destruição ambiental, o muro do crime organizado em associação com autoridades e a muralha dos ataques ao STF, só para citar alguns.   


Viagem à terra de São Jorge

 



Balões sobrevoam a Capadócia, Foto. J.Esmeraldo Gonçalves

Montanhas e horizonte da Capadócia, terra de São Jorge Guerreiro. Foto: J.Esmeraldo Gonçalves
por José Esmeraldo Gonçalves
Uma aventura na terra de São Jorge. Em outubro do ano passado, o Santo Guerreiro entrou no meu roteiro de viagem. Percorri a região onde nasceu e viveu o capitão do exército romano que se converteu ao cristianismo e desafiou o império. Não vi o santo. Havia muitos cavalos, ainda usados no deserto. Pelo menos um cavalo branco (seria descendente desse aí na ilustração à esquerda?) pastava em um pequeno curral, mas o dragão não estava lá, não na rota dos viajantes e das câmeras fotográficas, que devem incomodá-lo bastante. Infelizmente, a imagem mais próxima de figura passeriforme com traços de icterídea com que me deparei foi a de uma turista brasileira que criava caso por onde passava. Mas até aquela "mala" detestável era insignificante na imensidão da Capadócia, na Anatólia Central, República da Turquia, onde o pensamento voa. Se, por terra, a região impressiona, com suas casas e igrejas escavadas nas rochas, verdadeiras cidades subterrrâneas (na era romana a Capadócia foi abrigo dos cristãos), de cima, a paisagem lunar é deslumbrante. Nas cúpulas das pequenas capelas, sob a rocha vulcânica, há afrescos milenares que mostram a imagem do Guerreiro em traços e cores que o tempo e o vandalismo quase apagaram, bem semelhante ao retrato que chegou aos dias de hoje e, como é de lei, decora paredes em botequins cariocas. Impossível deixar de pensar que naquelas terras nasceu um mito que é venerado por católicos, que é o protetor Ogum ou Oxossi das religiões afro, que é padroeiro em Portugal, Inglaterra, Lituânia, da cidade de Moscou e guerreiro adorado nessa São Sebastião do Rio de Janeiro. Já repararam que é o único santo que o carioca, com intimidade de irmão, chama de Jorge? Pois é, Jorge estará até na Globo! É mole ou quer mais? É fonte de inspiração para a novela "Salve Jorge", de Glória Perez, que terá cenas filmadas na Capadócia e em Istambul. Salve!.  
(MATÉRIA PUBLICADA NESTE BLOG EM ABRIL DE 2012)

Salve ele! O maior São Jorge que o Rio já viu

 

Págiana reproduzida da edição especial de carnaval da Manchete, em 1991 

Quem viu, viu. Em 1991,  a União da Ilha não empolgou os jurados (ficou em nono lugar) mas levantou o povão e deixou um samba que até hoje é um dos mais tocados nos blocos cariocas. A simpática escola da Ilha do Governador também fez o sambódromo com uma alegoria impressionte de São Jorge, padroeiro da União da Ilha. O maior Santo Guerreiro que o Rio de Janeiro já viu. Hoje, dia de Jorge da Capadócia, o blog relembra esse carnaval. E sobre o samba daquele ano, se você já saiu em algum bloco, ouviu e cantou: "Hoje eu vou tomar um porre, não me socorre que eu tô feliz...", o samba "De Bar em Bar", do compositor Franco, que homenageava outro compositor histórico, Baeta Nunes, o Didi, falecido em 1987. Didi, procurador, boêmio e poeta, emplacou mais de dez sambas na União da Ilha e mais quatro no Salgueiro. (José Esmeraldo Gonçalves)

Vítimas sem rosto: a foto vencedora do World Press 2024 registra uma cena da guerra Israel-Hamas, na Palestina, o terrível massacre que os líderes ocidentais se limitam a assistir

 

Veja mais fotos no link https://www.worldpressphoto.org/contest/2024

domingo, 21 de abril de 2024

Mídia: o arrastão dos oligarcas

 


Mídia: vai uma miçanga aí?

 

Reproduzido de O Globo

por Flávio Sépia 

Economista neoliberal é o seguinte. Se dependesse dele, o Brasil exportaria apenas coco e banana e mesmo assim trocaria esses produtos por miçangas e espelhos. Esse aí sugere no Globo que o país importe carros usados. A indústria automobilística e de autopeças gera empregos. Mas esse é um detalhe que não interessa aos neoliberais de mercado. 

Agora, sério, nada é gratuito. Existe de fato um lobby para que o Brasil importe carros usados (atualmente só é permitida a importação de automóveis colecionáveis). E o economista ainda quer que o país subsidie a compra com isenção de impostos. Se o carro em questão não segue normas de segurança, regras ambientais e direitos do consumidor, dane-se. 

Há países que aceitam até receber lixo industrial e doméstico e rejeitos hospitalares de nações desenvolvidas. O Brasil, por enquanto, não. Embora cargas clandestinas já tenho sido flagradas por aqui. Vai ver neoliberais já estão discutindo em fóruns acadêmicos como legalizar a importação de fraldas usadas, remédios vencidos e supositórios reciclados. Duvida?

Na capa da IstoÉ: o olho cego vagueia

 

O X do neofascismo digital


sábado, 20 de abril de 2024

Mídia: conflito na bancada do Conexão Globo News. Gabeira e Leilane investem contra Daniela Lima. Motivo: uma referência ao juiz Thompson Flores, da Lava Jato. Sabe-se que a operação, mesmo contaminada por suspeitas de corrupção e ilegalidades processuais, ainda é um dogma para O Globo, TV Globo e Globo News

Barraco político na telinha. Os protagonistas foram Gabeira e Leilane, que investiram contra Daniele Lima. Valdo Cruz e Camila Bonfim só assistiram ao conflito.
Imagem reproduzida da Globo News 

por José Esmeraldo Gonçalves

A jornalista Daniela Lima foi censurada ao vivo por Fernando Gabeira e Leilane Neubarth. O episódio inusitado aconteceu no programa Conexão Globo News, na última quarta-feira (17). O tema Lava-Jato é questão sensível para os veículos do grupo. E jornalistas portadores do vírus da submissão costumam seguir as ordens do patrão.Além disso, a maioria dos comentaristas é tão naturalmente lavajateira que beira o fanatismo. Nada abalou a devoção da Globo à notória facção jurídica curitibana. Nem a Vaza Jato (que revelou espantosas trocas de mensagens entre os integrantes da "força tarefa"), nem mesmo as denúncias levadas à Justiça sobre as ilegalidades dos togados envolvidos na operação, incluindo uma nebulosa soma de dinheiro público a ser alocada em uma mais misteriosa ainda "fundação".   

Durante o Conexão Gabeira e Leilane ficaram nervosos com uma fala de Daniela Lima que apenas citou o juiz Thompson Flores como o magistrado que reverteu uma liminar de soltura de Lula, o que permitiu o encarceramento, em 2018, do atual presidente, e que efetivou mais uma interferência da Lava-Jato nas eleições presidenciais em favorecimento a Jair Bolsonaro. Daniela citou tão somente um fato verdadeiro. Thompson, aliás, integra a lista de magistrados afastados pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) devido a irregularidades na Lava-Jato. Acometido de uma espécie de "apoplexia", mas ao seus estilo  zen", reconheça-se, com a calma de um sacerdote da Inquisição:

"Eu só queria dizer para a Daniela o seguinte, cada vez que você menciona Thompson Flores, você diz que é o juiz que negou a libertação do Lula, e dá a impressão de que ele está sendo julgado por isso. Eu não acredito que esse seja o ponto central, entende? Se você enfatiza sempre isso, você está querendo julgá-lo por isso, e não é por aí". 

Daniela, que parece ter atingido um personagem cultuado por Gabeira, rebateu: 

"Não é isso. Deixa eu só me justificar senão fica parecendo que de fato é. Não, Gabeirinha, é só para poder colocar o personagem na monta que ele teve na história". 

Leilane Neubarth se empolgou e pegou carona em um banquinho da charrete inquisitorial do Gabeira: 

"O que ele quer dizer, Dani, é que este aposto não tem a ver com o que está acontecendo. Você tem toda a razão, esse juiz é responsável por esse momento, mas esse aposto não se traduz e não cabe nessa questão agora".

Daniela Lima não ficou calada: 

"Não, como a gente explicou ontem, tem a ver com o fato dele ter atropelado a decisão do Supremo Tribunal Federal, é outra coisa. É só para a gente ter a monta do personagem para quem está em casa entender o tamanho do cidadão".

Leilane, incomodada e nada zen, prosseguiu, ampliando a crítica à parceira de bancada: 

"Vamos entender um pouco do tamanho do que está acontecendo porque o Gabeira me traz duas questões que parecem fundamentais, que são prudência e isenção. Prudência e a coisa de não se envolver, de ter uma isenção, que é a palavra que ele usou. Então acho que tudo o que a gente está vendo, e tudo o que a gente precisa ver daqui para frente, sejam nas notícias, sejam nas decisões, sejam nas análises, é justamente prudência e isenção, sem paixões políticas". 

O caso repercute nas redes sociais impulsionado pelo fato de Daniela Lima ter se ausentado do programa na quinta (18) e sexta (19) seguintes, o que motivou especulações sobre seu afastamento do Conexão e até demissão da Globo News.

Leilane, em tom autoritário e superior pontuou "a coisa de não se envolver, de ter uma isenção". As redes sociais, por sua vez, logo ilustraram a hipocrisia da jornalista com a simples reprodução de um dos seus posts em 2018. Veja a mensagem que mostra o que Leilane entende por isenção:



Atualização em 22/4/2024 - Daniela Lima volta à bancada do Conexão, edição de hoje. 

Ela divide a apresentação com Camila Bonfim. Leilane Neubarth não completa a bancada, pelo menos até esse momento. Fernando Gabeira ainda não foi acionado como comentarista. Além  de Camila, Valdo Cruz está no programa. Lembrando que os dois não participaram do  barraco provocado por Gabeira e Leilane. 
Embora o desentendimento tenha sido público, Daniela não comenta o que aconteceu na última quarta-feira. A jornalista publicou mensagem no X informando que teve um problema de saúde. Veja abaixo o post sobre o assunto. 

Reproduzido do X


Postmemória do meio impresso: visite a página Revistas Brasileiras Antigas

 



Veja mais em: 

https://www.facebook.com/groups/revistasbr/permalink/7419500631504906/?mibextid=xfxF2i&rdid=i379ieYoILVl8plz

Postmemória de 1969: Jonathan Harris, o Dr. Zachary Smith da série de televisão Perdidos no Espaço no programa do Capitão Aza (TV Tupi).

 



Veja mais no link 



quinta-feira, 18 de abril de 2024

Ziraldo: por Sérgio Augusto.

 

Reproduzido do Estadão 
Um belo perfil. Que só poderia ser feito por um amigo. E aqui fica o registro de que Ziraldo teve uma passagem pela Manchete, como colaborador.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

O novo mecanismo dos "cardeais" da congregação Lava Jato

L


O Mecanismo, da Netflix, série dirigida por José Padilha, exaltou a Lava Jato e virou um doc que deixou a direita excitada. Para os porões neoliberais e bolsonaristas foi algo como uma atração porno-neoliberal para ser vista nas madrugadas. Teria sido bancada pela empresa estadunidense Netflix. O Mecanismo foi um alvoroço no momento em que parte da mídia do oligarcas brasileiros era pautada por Sérgio Moro e seus parças procuradores. 

Como O Mecanismo ficalizava a "corrupção endêmica" é muito justo que a Netflix financie agora mais um vibrante episódio sobre um novo mecanismo: o da "fundação" malandra que Moro e seu arrastão jurídico montaram para drenar recursos amealhados pela Lava Jato em processos, a maioria, hoje anulados por uma engrenagem de supeitas e ilegalidades flagrantes. 

O doc de Padilha misturava ficção com opiniões e recriava fatos de acordo com a visão difundida pela Lava Jato, organização muito poderosa junto à Folha, ao Estadão, O Globo, TV Globo, Veja, sites da direita etc. O Mecanismo bebeu nessa fonte. É de se esperar que a Netflix e os produtores da série estejam ansiosos para fazer um último episódio que aprofunde as cavernas da Lava Jato, as investigações sobre os juízes e procuradores e, especialmente, siga o dinheiro. As pistas estão aí para o Brasil maratonar. O Conselho Nacional de Justiça está escrevendo o roteiro. É para viralizar, Padilha.

Veja a matéria completa no link (GGN) abaixo.


https://jornalggn.com.br/noticia/moro-dallagnol-hardt-e-outros-tentaram-desviar-bilhoes-via-lava-jato-aponta-correicao/?utm_term=Autofeed&utm_medium=Social&utm_source=Twitter#Echobox=1713286390

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Cartão vermelho para os parças de Sérgio Moro

 

Reprodução X

O algorítmo do extermínio

 



Reproduzido de O Globo

Dino dá recado a quem quer passar pano no 8 de janeiro

 

No X, o recado de Flávio Dino. E este blog complementa: imagine a mídia de oligarcas brasileiros que pública seguidos editoriais criticando o STF por levar a sério os ataques à democracia e seguir investigando e sentenciando os golpistas bolsonaristas e terroristas que prepararam atentados, bloquearam rodovias para impedir o povo de votar e ameaçaram assassinar autoridades.

sábado, 13 de abril de 2024

Na capa da IstoÉ - Musk e a conspiração da extrema direita: conexão realizada com sucesso

 




Comentário do blog - No momento em que Musk é notícia por atacar o STF como parte da ofensiva da extrema direita contra a democracia, a Polícia Federal apreendeu nos últimos dias em garimpos ilegais na área dos Yanonami 24 antenas Starkink pertencentes à empresa de Elon Musk.

No ano passado, reportagem publicada no Globo usou a expressão narcogarimpo ao apurar ligações entre garimpeiros e traficantes de cocaína. Embora ainda receba muitas críticas de usuários e especialistas por instabilidade da conexão, a rede Starlink é muito procurada por quem necessita de acesso à internet em regiões remotas e é, logicamente, instrumento de muita utilidade na logística ilegal.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

De Ruy Castro para a Folha: a Internacional da extrema direita

 



Clique na imagem para ampliar. Reprodução Folha de São Paulo. 
Comentário do blog - Musk usa o X para multiplicar fake news no mundo com objetivo ideológico. Suas ligações  com líderes da extrema direita, como Bolsonaro são públicas. O artigo de Ruy Castro a atenção para o avanço da "Internacional" da ultra direita e o cerco às democracias.

Musk quer ser o führer da Internet

 

Capa da edição dessa semana da Carta Capital

Comentário do blog. Elon Musk é investigado na Europa como o maior propagador de notícias falsas nos meios digitais. É uma espécie de Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Adolf Hitler, redivivo. No Brasil, contudo, seu lobby poderoso funciona, é até homenageado pela oposição no Congresso Nacional. Com repetidas ameaças ao STF, ele foi capaz de adiar a regulação das big techs no Brasil. Impressionante a rapidez com que políticos bolsonaristas cederam às pressões neofascistas e golpistras de Elon Musk.Ou talves não seja surpresa: Musk está coordenando ataques às democracias e se articula com governos da extrema direita em vários continentes.   

Justiça do DF censura a Agência Pública

 

Matéria reproduzida do Jorlaistas & Cia. Edição 1455

Comentário do blog -  O desembargador Alfeu Gonzaga, do Tribunal de Justiça do DF (leia acima) justificou sua decisão com três impropriedades: defende o "esquecimento" (a polêmica proposta que, na prática, pretende fazer sumir da internet a memória de ilícitos cometidos especialmente por poderosas autoridades); declara que "vivemos em um país cristão, de perdão", ignorando que Estado é laico e religião é coisa que não deve constar de despachos jurídicos;  Gonzaça também chama o golpe de 1964, que resultou em uma era de assasssinatos e torturas, de Revolução - assim com uma maíscula de formais admiração e repeito.

A Agência Pública "reitera a lisura da reportagem e repudia a censura e a violação da liberdade de imprensa, um preceito constitucional tão caro para as democracias".  

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Fotomemória: Em 2 de abril de 1964, a última imagem de Jango antes da longa e trágica noite que subjugou o Brasil


Foto Revista Manchete

A coletânea "Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou", organizada pelo jornalista José Esmeraldo Gonçalves com o saudoso designer J.A.Barros, lançada em 2008, recuperou essa foto que a Manchete publicou com exclusividade mas, infelizmeente, sem crédito. Foi feita no dia 2 de abril de 1964. Adolpho Bloch teria sido avisado que João Goulart deixara o Palácio Laranjeiras e se dirigia ao Santos Dumont, protegido por uns poucos aliados, rumo a Brasília, e enviou uma fotógrafo ao aeroporto carioca. Em Brasília, o golpe já se consolidava. Havia no Planalto quem defendesse uma resistência com apoio de militares legalistas. Jango observou que a situação era irreversível, quis evitar derramamento de sangue, e partiu para Porto Alegre, sua última escala no Brasil, antes do longo exílio no Uruguai.





O Diário de Notícias noticiou que um grupo de oficiais da Marinha
queria empreender uma caçada ao presidente João Goulart.

Jango permaneceu em Brasília durante menos de quatro horas. Naquele momento, circulou uma informação de que comandos da Marinha estariam organizando uma caça feroz ao ainda presidente.
Os capítulos seguintes, a história registra. Jango não voltaria mais ao seu país. Faleceu na Argentina no dia 6 de dezembro de 1976. Causa oficial da morte: infarto. Trinta e sete anos depois foi iniciada uma investigação para apurar a suspeita de que ele poderia ter sido assassinado pela Operação Condor, um esquadrão de execuções de líderes democratas da América Latina montado pelas ditaduras do Chile, Brasil, Argentina e Uruguai. Para a família, dado o longo tempo desde o falecimento do ex-presidente, a exumação não foi cientificamente conclusiva. Um perito contratado pelos Goulart continuou defendendo a continuação da investigação, mas o processo foi encerrado.

Pouco mais de doze anos após a foto histórica no Santos Dumont, Jango foi enterrado em São Borja, como era seu desejo, mas até isso exigiu uma negociação com o governo. O carro que trazia o caixão do ex-presidente foi barrado em Uruguaiana por tropas do 3º Exército. Temendo a repercussão internacional do episódio, o ditador Ernesto Geisel mandou liberar a entrada e o serviço fúnebre, desde que não houvesse público, manifestações de familiares, de políticos, do povo em geral e cerimônia religiosa. Cerca de 10 mil soldados ocuparam São Borja. Apesar disso, calcula-se que mais de 30 mil pessoas ocuparam as ruas da pequena cidade gaúcha. Desafiando as ordens dos militares, o povo exigiu que o caixão fosse levado antes à igreja. No cemitério, Pedro Simon e Tancredo Neves fizeram discursos de despedidas. Sobre o caixão havia uma bandeira com a palavra Anistia, mas esse processo político, decretado em agosto de 1979, não mais alcançou João Goulart.