sábado, 27 de maio de 2023

Mídia: Mexericos da Candinha na política

Recorte reproduzido do Globo
27-09-2023

por José Esmeraldo Gonçalves

Houve uma época que a Revista do Rádio publicava uma coluna de fofocas chamada Mexericos da Candinha. A maioria das "notícias" saía da imaginação dos colunistas costurada com algum falatório quase sempre de origem também não comprovada. As "fontes" nunca eram identificadas. Os mexeriqueiros davam "exclusivas" sobre celebridades traídas atribuindo os flagras a "um porteiro de uma 'boite' em Copacabana", "o chauffer do Oldsmobile do cantor", "um famoso prod seutor do teatro- revista nos segredou que viu um ator de radionovelas cortejando uma menina de 13 anos na Rua Duvivier". Na época, tais colunistas também frequentavam os corredores da Rádio Nacional onde "ouviam" camareiras, técnicos do estúdio e contra-regras para saber dos mexericos.

Atualmente, o tema dos fofoqueiros é a política, o território é Brasília e as "fontes" jamais identificadas são "o entorno de Lula", "assessores" etc. Às vezes, Candinha manda lá um "ouvido no Planalto". Dizem que quem inaugurou esse estilo na política e em Brasília foi o falecido colunista Jorge Bastos Moreno que cultivava a intimidade com os poderes e recheava seus textos com "clima" leve e "informal". 

Jornalistas foram muitas vezes cruéis com Dilma Rousseff. A maioria, engajada na campanha do golpe, pegava pesado. Os vestidos de Dilma, o jeito de andar e falar, a alegada "grosseria", tudo era motivo de pesadas críticas. 

Já que não houve crime, vai ver que Dilma foi derrubada por usar um vestido supostamente "deselegante". 

Agora, as e os Candinhas atacam Janja. Segundo Malu Gaspar "apurou", ela é a grande responsavel pela falta de uma base governista no Congresso. E por que? As "fontes" confidenciaram que Janja quer que na hora do almoço Lula...almoce. Aparentemente, a julgar pela nota, Lula deveria usar esse horário para se reunir com politicos e construir a base entre um bife a milanesa e uma goiabada com queijo. 

Geralmente nesses almoços reservados são servidas armadilhas ao ponto. O sujeito convidado sai da mesa e liga pra Candinha e passa a sua versão do encontro.  É assim que funciona. Claro que Candinha iria adorar. A "fonte" garçom poderia fantasiar que Lula bebeu o uísque mais caro, pediu caviar, arroz com açafrão iraniano e, durante o almoço, fez uma chamada de grupo para Putin, Maduro, Ortega e Kim Jong-un. Isso segundo o garçom. E a Candinha ainda avisaria que havia outra testemunha confiável: o cumim do restaurante. 

Na capa da Carta Capital: Lava tenta impedir apuração da operação mãos sujas de propina


Lava Jato quer silenciar investigação de denúncia sobre propinas e calar juiz que apura o caso. Mas tem atualização: Toffoli barrou a tentativa e levou o caso para o STF. Sintomas de epidemia de tremedeira afligem a gang do Power Point. 


sexta-feira, 26 de maio de 2023

Do Jornalistas & Cia: ex-funcionários da Rede Manchete contam suas histórias

 

Zélia Guerra, da editora Planeta Azul:
 incentivadora do projeto.Foto Divulgação

Reprodução/Jornalistas&Cia


Culto de celebridades a Bretas virou mico




Em 2017, celebridades homenagearam a Lava Jato fluminense e prestaram reverência quase religiosa ao então juiz Marcelo Bretas, então uma espécie de beato Zé Lourenço da "Justiça" e agora afastado e investigado.
 

terça-feira, 23 de maio de 2023

E La Liga não faz nada: essa é a torcida que chamou Vini Jr de "macaco"

 

Reprodução Twitter 

La Liga: Racismo Futebol Clube

 

No twitter, o prefeito do Rio Eduardo Paes reagiu à altura contra o presidenta da La Liga que tenta culpar Vini Jr, a vítima, pelas agressões racistas que sofreu em campo.

por José Esmeraldo Gonçalves 

De certa forma, a Espanha fascista venceu a Segunda Guerra Mundial apoiada primeiro pela Alemanha e depois pelos Estados Unidos. A ditadura nazi-fascista de Franco sobreviveu incólume por décadas. Claro que a história deixou raízes profundas no país. Grupos fascistas e nazistas atuam lá até hoje. O racismo exacerbado em muitos setores na Espanha é uma dessas heranças malditas. O futebol não escapa da militância de ultra direita. Há torcidas organizadas que se fantasiam com símbolos nazistas e frequentam estádios livremente. O craque Vini tornou-se alvo preferencial dos marginais pela coragem de opor-se  à turba e reagir a cada ofensa. É preciso mais: que patrocinadores democráticos cancelem seus contratos com La Liga, que nada faz para coibir agressões racistas; que os jogadores se unam e parem os jogos ou  façam greves até que racistas sejam presos; que sejam instituídas multas altas e suspensões para clubes que toleram e não combatem o racismo no futebol. E que as instituições e os cidadãos espanhóis que respeitam todas as raças se pronunciem e partam para a ação. Notas de repúdio não são suficientes.

Não será fácil. Nove entre os onze patrocinadores da La Liga contaminada pelo fascismo ficaram em silêncio diante das ofensas e agressões ofridas por Vini Jr. São essas marcas: EA Sports, Microsoft, Cervezas San Miguel, Sorare, BKT, Socios.com, Gol-Ball, Golazos e Panini. Apenas duas divulgaram notas condenando o triste episódio no jogo Valência e Real Madrid. São elas: Santander e Puma. 

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Eu podia ser hoje um aposentado do Brexit, sabiam? • Por Roberto Muggiati


O casal real perdeu um súdito.
Foto: Reprodução 

Foto Cláudia Alves

Já fui súdito do Ray Charles, mas poucos sabem que eu poderia estar vibrando entre as hordas que festejaram a coroação do Rei Charles. Explico: em 1965 eu havia prorrogado por dois anos meu contrato de trabalho com o Serviço Brasileiro da BBC em Londres. Eis que entra intempestivamente em cena Lina, que seria não só minha primeira mulher, mas aquela que mandaria na minha vida nos doze anos seguintes: 

– Nada de ficar por aqui mofando como funcionariozinho da BBC.... Vamos voltar para o Brasil, você vai entrar para o Itamaraty!

Até hoje não sei explicar por que embarquei tão passivamente na onda da Lina. O Itamaraty não aconteceu, não me tornei lacaio da ditadura. Caí nos braços da Manchete e o resto é história... Mas houve ainda uma mãozinha da Lina na minha contratação para a Veja como um dos quatro supereditores do Mino Carta. Ela insistiu em participar das conversações durante um cozido no restaurante Ca´d’Oro. Feminista de carteirinha, aonde o marido ia, ia atrás. Ajudou-me a obter o segundo cargo em importância na revista. Mas, ano e meio depois,  nunca lhe perdoei o vexame de convocar a mim e ao Mino, no meio de uma tarde de trabalho, para uma reunião em nossa casa no Pacaembu. Queria voltar para o “balneário” e exigia que eu fosse nomeado diretor da Veja no Rio. Surpreendentemente, Mino topou largar tudo na redação da Marginal do Tietê para conversar chez Lina. Até hoje devo a ele desculpas, vou mandar uma “Carta ao Mino”. 

Sujei minha biografia na BBC ao desonrar meu compromisso de continuar mais dois anos. Muitas vezes ainda penso como teria sido a vida que perdi em Londres por causa da Lina? Não consigo imaginar, vivi várias outras vidas nestas sete décadas. O trauma da escolha errada entre isso ou aquilo – que chamei de Síndrome do Remorso da Escolha Binária, é tão ocioso e deletério  como a Teoria do Complô. Os franceses já se descartaram dela nessa deliciosa frase de efeito: “Avec des ‘si’, on mettrai Paris dans une bouteille...”/“Com ‘suposições vãs’ a gente colocaria Paris dentro de uma garrafa...”

Mas enfrentei ainda na vida encruzilhadas marcantes que merecem citação.

• No dia dos meus 24 anos – 6 de outubro de 1961 – eu encerrava um giro de um mês pela Sicília em Taormina, um dos lugares mais bonitos do planeta, duzentos metros acima do Mar Iônio, com o Etna mais ao sul eternamente cuspindo lava. Num dos acolhedores cafés de calçada da via principal, à beira do penhasco, um simpático sessentão puxou conversa e embarquei assim num longo papo com “Il Colonnello”, um ex-oficial do exército americano, de perfil hemingwayano, que, cativado pela beleza do local, se deixou ficar por ali. “Você não é como os garotos italianos, fala um inglês perfeito e tem muita cultura, ” comentou a certa altura. Convidou-me para jantar em sua casa aquela noite. Tomei uma ducha e troquei de roupa no Albergo della Gioventù de Giardini-Naxos, à beira-mar abaixo de Taormina. “Il Colonello” morava num belo palacete no centro de um amplo terreno bem arborizado.  Uma governanta rigorosamente paramentada nos encaminhou para uma sala de estar à meia-luz onde havia uma seleção de drinques ao nosso dispor. Lá pela segunda dose, o anfitrião já se mostrava mais afoito e foi então que caí na real. No fundo, sabia o que me esperava, mas a curiosidade de escritor me impeliu a ver até onde chegaria nosso bravo guerreiro. Quando aproximou o rosto do meu e senti o Bafo da Morte, saí porta afora e desci correndo os degraus que levavam a Naxos. A sorte me havia dado (com cacófato) a chance de me tornar um castelão num dos locais mais belos do mundo – o  velho não devia durar mais do que uns dez anos, talvez até cinco ou menos. Mas literalmente não tive culhões para encarar a situação. O preço não valia o prêmio.

• Entre a bolsa de estudos em Paris e a temporada na BBC de Londres, passei em Curitiba o que chamei de “seis meses num DKW”. Numa crise aguda de vazio existencial, enfronhei-me no zen-budismo. Estimulado por amigos de São Paulo, participei de um concurso de monografias da Associação Cultural Brasil-Japão. Escrevi um ensaio maravilhoso sobre a influência da cultura japonesa no Ocidente, mas fiquei só com o segundo prêmio, uma viagem marítima pelas linhas OSK de Santos a Buenos Aires. Dei a passagem a meu pai, que fez com minha mãe sua primeira viagem internacional e se tornou assíduo no eixo Curitiba-Buenos Aires, naqueles tempos de moeda argentina desvalorizada.

Ganhasse o primeiro prêmio – passagem e estadia de um ano no Japão – eu me empenharia na minha busca zen, talvez até me tornasse mestre, feito só alcançado por um ocidental. Jornalista, redator de publicidade e colecionador de arte, John Toller serviu no exército americano em 1954 no Japão e ficou por lá fazendo traduções. Em 1973, aos 42 anos, raspou a cabeça e entrou para um mosteiro em Kyoto. Alternava meditação e diálogos com tarefas como cortar lenha, cultivar legumes e limpar o chão do templo. Com outros discípulos, embarcou em viagens de mendicância, caminhando no rigor do inverno pela neve com sandálias de palha, esfregando os pés com óleo para prevenir rachaduras e sangramento. Vejam só as delícias de que o destino meu poupou.

• Uma última vez sofri a Síndrome do Remorso do Dilema Binário. Eu fazia traduções para o serviço de divulgação A Voz da Rússia e, crítico de jazz com vários livros publicados, me convidaram para o Odessa JazzFest, mas, por obra e graça da dupla diabólica Putin-Medevdev, a viagem foi abortada. Lamentei amargamente perder a oportunidade de visitar a monumental e lendária Escadaria de Odessa, onde foi filmada a mais importante cena do cinema: o fuzilamento pelos cossacos do Tzar de populares que iam acolher os marujos do Encouraçado Potemkim. Aquele turbilhão de imagens na fantástica montagem de Serguei Eisenstein, inspirada – como assinalei em meu trabalho sobre a cultura japonesa – no ideograma chinês e na estrutura do haicai.

A idade me ensinou a não chorar pelo leite derramado. Quanto à ideia de reescrever o meu destino, cheguei à conclusão de que a vida de uma pessoa é a combinação daquilo que cai ao acaso no seu caminho com aquilo por que ela mesma corre trás. Como diz o Bardo, “Bem está o que bem acaba.”



domingo, 14 de maio de 2023

Ô vida dura! O salto triplo carpado dos jornalistas para evitar dizer que a inflação caiu

A inflação caiu, mas o Metrópoles preferiu destacar que não caiu tanto quanto Tebet esperava

O Globo ser recusou a digitar que a inflação caiu. E não deixou de usar o verbo subir. Caiu, mas subiu mais do que o previsto.

Merece uma cadeira nas faculdades de jornalismo. Poderia se chamar "Manipulação Comparada da Informação". A mídia dos matizes que vão do conservador à extrema direita ou costeando o alambrado do fascismo se incomoda com possíveis mudanças que afetem os privilégios do topo da pirâmide e se engajou em forte oposição ao novo governo.  Proliferam as "notícias" sem fontes, que equivalem a fofocas. Mas a ginástica da campanha vai mais longe na "arte" de transformar um informação positiva em negativa. O Metrópoles, por exemplo, noticiou a queda da inflação de uma forma que exigiu do redator da vez um salto triplo carpado. A inflação caiu, ele admite, mas em um índice inferior ao que o mercado previa. Ah, bom. Caiu, mas que pena, os addicted boys da Faria Limer esperavam mais. Além disso, o escriba prevê dias terríveis de inflação alta no segundo semestre.

Já o Globo evitou o verbo cair. A inflação caiu segundo os números que o próprio jornal publica, mas o funcionário dos Marinho não deu mole e escreveu que "subiu mais do que o previsto". 

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Mídia: os amigos dos amigos...


Os analistas da mídia ignoram o caminho percorrido até o Brasil alcançar a atual situação de risco à democracia. Fingem surpresa. O editorialista que escreveu o texto que a Folha de São Paulo publica hoje acabou de chegar de Marte. Vamos ajudá-lo a encontrar uma certa lucidez. Quando o estamento elitista derrubou a presidente Dilma Rousseff, atropelando a Constituição sob a euforia da mídia neoliberal e direitista, a Folha dos Frias teve orgasmos gráficos. A ação antidemocrática dos políticos, dos militares na sombra, do mercado, do agro, das igrejas evangélicas, da Justiça e até de setores criminosos foi aplaudida. Veio o Temer que, sempre com a ajuda da milícia jornalística, preparou o terreno para Jair Bolsonaro. Temer, como bom serviçal, começou a fazer a primeira etapa do trabalho sujo: reforma da Previdência, precarização da segurança trabalhista, fragilização da fiscalização ambiental e jogadas privatistas milionárias. A República registra tudo isso. Veio a campanha e eleição de Bolsonaro. A mídia conservadora, em nome dos setores que ela representa bem disfarçou, cravou Bolsonaro e usou Paulo Guedes como o "amigo" que a convenceu. Para ficar dentro de um campo que é terreno deste blog,  a mídia fez o meio de campo para o Brasil de hoje, o das emendas, do orçamento secreto, do preconceito, dos CACS, da corrupção de rachadinhas, jóias, falsificações, da destruição da Amazônia, lavagem de dinheiro,  do narcogarimpo, do agronegócio invasor de terras indígenas e ligado a organizações criminosas, da execução de Marielle, de Dom e Bruno, do genocídio provocado pela indiferença ideológica à covid e da matança de indígenas para favorecer o garimpo e o narcotráfico. A mídia tem digitais bem impressas nesse processo. Os Andersons e Cids da vida são crushs dos editorialistas. E, se você acha que a campanha acabou, engana-se. Leia con atenção os editoriais disparados desde que Lula tomou posse. Confira o ódio e a manipulação da mídia das famílias Mesquita, Frias, Marinho etc. Inteligentes perceberão: o golpe ainda respira.


BBC BRASIL desvenda o Narcopentecostalismo

 



Leia a matéria completa no BBC Brasil.

quinta-feira, 11 de maio de 2023

Mídia - agora é assim: o jornalismo político sempre "tem um babado pra contar"

 

O jornalismo político atual é essencialmente de fofoca. Ontem, na Globo News, a comentarista Eliana Cantanhede falou que havia um zum zum em Brasília sobre o fracasso da visita de Celso Amorim à Ucrânia: Zelensnski não o receberia e nem mesmo o chanceler daria as caras. Apesar de usar a fofoca como "fonte" a própria Cantanhede logo desmentiu o zum zum: naquele momento Celso Amorim estava cumprindo a agenda como era esperado. Já o Metrópoles ousou "revelar" praticamente um segredo de alcova: quando o país se abalou com a tentativa de golpe de 8 de janeiro, Janja teria pedido a Lula que fechasse o GSI. A nota não diz como o colunista soube da confidencia e nem quem vazou. Se ele esteve na suite do casal, se o Lula lhe contou enquanto escovava os dentes, se Janja lhe mandou um ZAP, se o general Heleno estava escondido no armário e ouviu tudo. A nota é desprovida de fonte parece mentira, tem jeitão de fofoca do compadre  foi "revelada" quatro meses depois, mas esse é o manual de redação em voga na cobertura política em Brasília. Não é "babado" que fala? 

terça-feira, 9 de maio de 2023

Folha de São Paulo: o manual do ódio

 

A jornalista que escreveu isso tem problemas. Precisa de ajuda especializada para conter família o ódio que parece como norma. Pode ser perigoso conviver com ela. Nunca se sabe para onde vai apontar sua bazuka de frustração e ressentimento. No caso, Rita Lee foi o alvo. Mas pode ser qualquer um. A jornalista é uma  "CAC" que treina "tiro" aos outros no teclado do computador.

Alguém já disse que em um regime autoritário o guarda da esquina é problema: ele incorpora o rancor do chefe. A Folha nunca foi santa. Emprestou viaturas à repressão e ajudou a financiar a tortura nos anos 1970. Mas conseguiu piorar, avançou várias casas rumo à ultra direita. Se o clã namora a intolerância típica do fascismo, a escriba sobe na ponta sobe nas tamancas, estufa o peito, ensaia o passo dos bersaglieri  e mira em Rita Lee. Deve ter desfilado na redação após disparar o título acima reproduzido imaginando-se a "cara",  uma "frias" entre os mortais.

Para o Banco Central sob administração bolsonarista o 8 de Janeiro não acabou

 

O 8 de Janeiro acabou? Não. A tentativa de golpe está em curso no Banco Central, e não apenas nesse reduto do governo passado. A ameaça persiste em setores militares e policiais, na mídia da direita, em bolsões fascistas do Senado e da Câmara, em alguns governos estaduais de aliados de Bolsonaro,  em porões de radicais evangélicos, no mercado e no agronegócio. Muita gente, não? Pois é, a democracia continua sob ataque.


segunda-feira, 8 de maio de 2023

Mídia - jornalismo é catarse do povo?

 


A mídia apela muita vezes para uma espécie de fantasia que faz o povo pensar que a justiça e o país funcionam. Por exemplo, você lê, ouve e vê muitas vezes que as autoridades aplicaram multas milionárias a empresas e pessoas físicas que desmataram áreas preservadas. Ou condenaram a Supervia, do Rio,  empresa privada que presta um péssimo serviço, a pagar milhões em multas por ser o desastre que é. A condenação a multas não devia ser notícia. Sabe-se que os multados não pagam. A população fica de alma lavada quando lê que uma determinada dondoca foi presa por racismo. Não é notícia. Notícia seria se o flagrante da multa sendo paga. Ou a madame condenada a cumprir pena e, de fato, engaiolada. 

Nunca acontece. 

Esse é o caso do Bolsonaro pilantra  investigado por vários crimes. A IstoÉ acredita que ele pode ir para a cadeia. Não vai. Nem se sair pelado na Praça dos Três Poderes abraçado ao general Heleno, também patrioticamete nu, com uma pistola .45 ostentada nas decrépitas bochechas da bunda ameaçando o STF. A mídia induz ao logro. Acalma almas, mas não é real. É a catarse através do jornalismo  

sábado, 6 de maio de 2023

Atenéia Feijó (1943-2023) é recebida na "terra de cima" dos ianomâmis

Atenéia Feijó na Amazônia em 1971. A foto é de Walter Firmo, então fotógrafo da Manchete. Reprodução
Revista Manchete 

por José Esmeraldo Gonçalves 

Da repórter e escritora Atenéia Feijó ficam a incansável defesa dos povos originários - a missão jornalística a que se dedicou e cumpriu com brilhantismo desde o começo dos anos 1970 - e o texto impecável. 

Atenéia trabalhou na revista Manchete, nos jornais Estado de São Paulo, O Dia e no lendário JB. Na Manchete, em dezenas de reportagens, ela denunciou o genocídio dos ianomâmis muito antes do Brasil despertar para uma das suas maiores tragédias iniciada durante a ditadura militar de 1964 e que prossegue até hoje. O extermínio  se acentuou com crueldade no governo racista e desumano de Jair Bolsonaro. 

Atenéia Feijó partiu na madrugada de ontem, 5 de maio, aos 80 anos, após lutar contra a Creutzfeldt-Jakob, uma doença degenerativa. 

Os ianomâmis crêem que são o povo que "segura o céu". Agora, acolherão na "terra de cima", como chamam, a repórter que mais os defendeu.

quinta-feira, 4 de maio de 2023

O pega-rapaz do Cidinho despachante

 

Reprodução Twitter 

Paulistanos barrados no Viaduto do Chá privatizado

 

Reprodução Folha de São Paulo 04/5/2023

O ex-prefeito Bruno Covas mandou reformar o Viaduto do Chá a um custo de mais de 90 milhões de reais bancados pela prefeitura. Depois disso entregou tudo em licitação para empresa privada que nada investiu, assumiu o Viaduto do Chá, que vai explorar por 30 anos. Estão previstos investimentos ao longo da concessão assim como a exploração comercial do local. Segundo a Folha de São Paulo a população está reclamando porque acessos são bloqueados em determinada ocasiões e área pública em mãos privadas deixa de ser pública. Em São Paulo, tanto a capital quanto o estado, privatização é dogma.  Pedágio na Avenida Paulista e na Ponte Estaiada não seria surpreendentes na ofensiva das concessões. 


Mídia: jornalista adora chavão bolsonarista

 


quarta-feira, 3 de maio de 2023

Mídia: o verme do bolsonarismo não poupou jornalistas

 

A adesão de muitos jornalistas à direita radical comecou bem antes de Bolsonaro chegar à Presidência. Mensalão e Lava Jato arregimentaram muitos profissionais. A conspiracão e golpe contra Dilma Rousseff  recrutaram outros. Tudo isso junto mostrou que a tropa do golpe reunia profissionais de imprensa fascistas mas, também, cineastas, compositor e produtor musical, músicos, cantores, economistas, juristas, alguns desses com colunas no Globo, Folha, Veja, IstoÉ e Estadão e espaços generosos na Globo e Globo News onde exercitarem os primórdios do jornalismo de guerra e ódio. Houve quem adicionasse uma dose de sentimentalismo à opção ideológica em relação a personagens da ascensão da ultradireita brasileira. Dois jornalistas da Globo se destacaram na "emoção": Vladimir Neto, autor de livro-exaltação ao ex-juiz nada isento Sérgio Moro e que emplacava pautas de interesse da Lava Jato no mídia, segundo conversas no Whatsapp dos procuradores da força tarefa, e a repórter Delis Ortiz, que em um café da manhã com Bolsonaro viveu minutos de comoção ao dar de presente ao ignóbil uma bíblia. 
 Pois o tempo passou e a lombriga bolsonarista continua no intestino de certos profissionais. Um exemplo foi a atitude da repórter Katiuscia Sotomayor, da Jovem Pan, que chorou no ar ao divulgar a investigação de Bolsonaro e organizacão criminosa que falsificou comprimento de facina. O objetivo da gangue da fraude era entrar nos Estados Unidos sem o risco de impedimento por não terem a carteira de vacinação. A repórter da Jovem Pan se emocionou com a falsidade ideológica da quadrilha.