quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Romero Jucá, envolvido na Lava Jato, é escrachado por passageira: "Safou seus amigos canalhas?"




Romero Jucá, de mão fechada, pouco antes de tentar agredir a passageira que o interpelou. 
Rúbia: a voz do povo.
O senador Romero Jucá (PMDB-RN), presidente do PMDB nacional, tem na sua ficha nada higiênica pelo menos cinco pedidos de investigação policiais a partir de denúncias da Lava Jato. Mas está livre, leve e solto por aí. Mas não imune à tática de esculacho acionada pela voz do povo. O controvertido Jucá foi hostilizado por uma passageira  Rúbia Sagaz durante um voo São Paulo-Brasília. A cidadã brasileira indignada com muita razão questiona o dito elemento sobre áudio vazado em que ele fala em pacto para barrar a Lava Jato. Dois vídeos, um feito por Rúbia (que o divulgou na sua página no Facebook e já recebeu mais de 500 mil visualizações) e outro por um passageiro mostram que Romero tenta derrubar o celular da jovem com um tapa, usa argumentos de palanque, mas não escapa de uma vaia nas alturas.
"E aí, senador, conseguiu estancar a sangria?"; "Vai acabar o seu sossego. Quer viajar? Vai ter que viajar de jatinho particular"; "O senhor deveria ter vergonha, o senhor protege corruptos. Safou seus amigos canalhas. O senhor não tem vergonha", disse a jovem em nome de milhões de brasileiros.
VEJA O VÍDEO FEITO POR RÚBIA SAGAZ, QUE MOSTRA A TENTATIVA DE AGRESSÃO, CLIQUE AQUI 
VEJA O VÍDEO DE OUTRO ÂNGULO FEITO POR UM PASSAGEIRO, CLIQUE AQUI

Jornal Última Hora é tema de romance premiado...


por Ed Sá 

Redações são panelas de pressão de notícias. Mas não apenas de notícias. A vida também ferve naquelas salas e corredores.

O escritor e advogado potiguar José Almeida Júnior viu no jornal Última Hora uma fonte de inspiração para mixar ficção e realidade. O romance que resultou da incursão ao passado de um dos mais importantes diários dos anos 1950/1960 foi lançado pela Record e acaba de ganhar o Prêmio Sesc de Literatura 2017. O personagem central de "Última Hora" é Marcos, um jornalista mal pago que troca um subemprego em um jornal comunista para trabalhar no Última hora de Samuel Wainer. Carlos Lacerda, Getúlio Vargas, Nelson Rodrigues e o próprio Wainer, em meio a crises políticas, tortura, delações e assassinatos cruzam os caminho do protagonista.

O escritor contou em entrevista publicada no Blog da Editora Record que escreveu as cenas da tensa batalha institucional vivida por Getúlio Vargas no mesmo momento em que tramitava o processo de impeachment de Dilma Rousseff.

- "Alguns comparam o que aconteceu no Brasil em 2016 ao golpe de 1964. Mas acho que 2016 se assemelha mais a 1954. Em 1964, o principal discurso foi o do combate ao comunismo, embora também se falasse em corrupção. Em 1954, o discurso anticorrupção foi o eixo principal para a derrubada de Getúlio Vargas. Após o atentado contra Carlos Lacerda na rua Tonelero, a crise se aprofundou e um sistema de justiça foi montado pela Aeronáutica para apurar os crimes. Com o apoio da grande imprensa, a investigação começou a atropelar procedimentos legais, o que ficou conhecido como República do Galeão. Não à toa, em 2016, falou-se em República de Curitiba", conclui o autor.

Jornalismo e direitos: um debate em pauta...


Na próxima terça-feira, 5, acontecerá no Parque das Ruínas, das 10h às 17h, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, o evento “Diálogos Gênero e Número – dados, jornalismo e arte para falar sobre direitos”. Participam dos debates Cecília Oliveira, do The Intercept Brasil, Flávia Oliveira, do jornal O Globo,
Andrea Dip, da Agência Pública e Ana Paula Pellegrino, especialista em política antidrogas.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lançará na ocasião as conclusões da pesquisa “Mulheres na mídia”, feita em parceria com a Gênero e Número (GN).
A participação é gratuita.

Diálogos Gênero e Número
Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas
Rua Murtinho Nobre, 169, Santa Teresa – Rio de Janeiro, RJ
5 de dezembro, das 10h às 17h
PARA MAIS INFORMAÇÕES ACESSE FACEBOOK, AQUI

Jornal faz perfil "leve" de neonazista e leitores protestam...

Um neonazista "normal".
Reprodução Facebook
por Flávio Sépia
Nas redes sociais, pau no The New York Times.
O jornal publicou um artigo fofo sobre um nazista. Ao perfilar um ativista da direita radical e mostrar como vive um mentecapto que pode até ser seu vizinho de porta, o repórter Richard Fausset listou facetas "positivas" do elemento, de suavidade a simpatia, de hábitos "normais" à romântica vida amorosa, à educação, à discrição.

O problema é que isso tudo junto transformou o neonazista Tony Hovater no genro que mamãe queria ter. A matéria é tão "leve" que, ao falar de Hitler tem frases como essa: "a maioria dos americanos ficaria desgostosa e desconcertada por suas declarações de aprovação casual sobre Hitler". Leitores lembraram que os Aliados foram à guerra por motivos bem mais profundos do que sensações "desgostosas" ou "desconcertadas".

O jornal pediu desculpas a quem se sentiu ofendido, mas defendeu a pauta. Explicou que a intenção era desvendar um personagem que havia participado da manifestação de supremacista brancos em Charlottesville. "Estou chocado enojado com esse artigo", disse um internauta; "Tentando " normalizar "os grupos supremacistas brancos - nunca deveria ter sido impresso!", tuitou outro.

Houve quem criticasse a matéria por incluir um link para uma página da internet que vende braceletes de suástica. O NYT removeu o link e argumentou que "é necessário lançar mais luz, e não menos, nos cantos mais extremos da vida americana e nas pessoas que as habitam. Foi o que a história, por mais imperfeita que fosse, tentou fazer".

Involutariamente ou não, a matéria de Richard Fausset serve à chamada atl-right, movimento da direita alternativa em voga nos Estados Unidos. O termo surgiu na Suécia e na França para denominar grupos direitistas que rejeitam o conservadorismo radical. Bolsões neonazistas americanos se apropriaram do rótulo para passar uma imagem "mais leve" das suas milicias e torná-las mais "digeríveis" pela opinião pública.

De resto, algo parecido com o que acontece atualmente no Brasil com grupos neonazistas gourmetizados pela mídia e por políticos conservadores.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Eu quero o meu tempo de volta! - Por Roberto Muggiati

Obra "Persistência da Memória", também conhecida como "Relógios moles", de Salvador Dali
Reprodução Pinterest

Por Roberto Muggiati

Nos meus 64 bem vividos anos de jornalismo, volta e meia surgia alguém e me perguntava qual a qualidade maior de um bom jornalista. Eu sempre respondia: a curiosidade. Se o sujeito não for curioso (a), então que vá trabalhar num escritório ou num banco – ou simplesmente plantar batatas.

Foi a curiosidade que me empurrou para as redações e para a mesa de edição. Pouquíssimos temas, ou áreas do conhecimento, deixaram de exercer sobre mim uma viva fascinação. Eu pensava – embora tenha conseguido chegar até o quarto ano da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal do Paraná – que jamais me interessaria por física quântica, buracos negros e quasares.

Um dia, almoçando com o amigo Enrique Rentería, no centro de treinamento da IBM, na bucólica Estrada das Canoas, ouvi falar pela primeira vez na Teoria dos Fractais, do matemático francês de origem judaico-polonesa Benoît Mandelbrot (1924, Varsóvia-2010, Cambridge/Massachusetts). Mandelbrot e seus fractais nos livraram da camisa-de-força da geometria euclidiana e ensinaram uma visão do mundo mais conforme ao caos em que vivemos. O escritor de ficção científica Arthur C. Clarke definiu o trabalho de Mandelbrot como "uma das descobertas mais surpreendentes de toda a história da matemática".

O próprio Rentería era um fractal ambulante, que conciliava matemática, sociologia, história, literatura, cinema e o-que-mais com sua grande paixão, a gastronomia. Uma das séries de fascículos que mais me orgulho de ter publicado na revista Manchete, valendo-me da sua prodigiosa cultura (e apetite), focalizou as grandes cozinhas do mundo, não se restringindo às conhecidas tradições da mesa na França, Itália, Inglaterra, Espanha, Estados Unidos, mas também às exóticas culinárias da Escandinávia, do Japão/Coréia, da Rússia/Polônia, da China, da Arábia e da Turquia.

Nos últimos anos, tenho me defrontado com uma desconfiança crescente de estar sendo roubado. Não apenas por todos os políticos e todos os governos deste país, mas por uma força bem maior e bem mais misteriosa. Meu sentimento de culpa me levava a achar que o dia se tornava mais curto por minha simples incompetência em administrar o tempo. Parecia que o dia tinha bem menos do que as suas 24 horas indisputáveis. Na verdade, quem me privava destas horas era o próprio tempo, tão admiravelmente descrito por Ogden Nash na letra de Speak Low (música de Kurt Weill, parceiro do Bertoldo Brecha – sorry, Lazaroni, logo da Cultura foste ser Secretário!?):

Time is so old and love so brief
Love is pure gold and time a thief/


O tempo é tão velho e o amor tão breve
O amor é puro ouro e o tempo um ladrão.


Tudo se esclareceu quando fiquei sabendo que realmente o dia já há muito não valia as suas tradicionais 24 horas, mas que teria minguado para apenas 16... e tende a diminuir mais ainda. Não se trata de uma lamuria subjetiva, mas sim de uma constatação científica: o fenômeno identificado em 1952 pelo físico alemão Winfried Otto Schumann (1888-1974), que recebeu o nome de Ressonância Schumann.

Um parêntese: só bem recentemente me reconciliei com a matemática, da qual estava afastado desde a segunda metade dos anos 1950, quando, aluno de engenharia, amarguei uma aversão visceral a tudo que tivesse a ver com números, cifras, equações, algoritmos, etc. Essa reconciliação se deveu à protagonista da série Millenium, Lisbeth Salander, a primeira e única heroína do século 21. Bissexual, tatuada, cravejada por piercings, motoqueira, mestre em artes marciais e hacker imbatível, Lisbeth ainda flerta com a matemática e soluciona o Último Teorema de Fermat (Pierre de Fermat, 1637), tido pelo Livro de Recordes Guinness como um dos problemas matemáticos mais difíceis, só resolvido em 1994 por Andrew Wiles com uma prova terrivelmente complexa. Já Lisbeth Salander sugere que a solução, para um brilhante pensador matemático como ela, não passava de uma mera elaboração do óbvio.

Voltando ao roubo das horas. Claro que todos conhecem aquele chavão Time is money/ Tempo é dinheiro. Mas, do ponto de vista existencial, a perda do tempo não é apenas monetária, objetiva, mas abrange uma imensa gama subjetiva de possibilidades de vida, uma perda desastrosa e irreparável. Estou pensando em recorrer ao Procon para me ressarcir de minhas perdas e danos, materiais e morais.

Vamos, portanto, às últimas notícias da Ressonância Schumann – este El Niño cronológico que rege nossas vidas – leiam o apanhado recente da internet que vem a seguir. Mas não desanimem, existe pior a caminho… Já ouviram falar da maquinação diabólica do físico austríaco Erwin Rudolf Josef Alexander Schrödinger (1887-1961) – o Paradoxo do Gato de Schrödinger? Aguardem: brevemente nas telas do Panis.

A Ressonância Schuman
disparou nos últimos dois meses – 19.04.2017

(Artigo publicado originalmente em 21 de abril de 2017, no site Sementes das Estrelas)

A Ressonância Schumann disparou nos últimos dois meses e os pesquisadores não conseguem encontrar uma razão sólida para explicar por que isso está acontecendo. Estaria a mudança da Nova Terra acontecendo mais rápido do que o previsto?
Há muita coisa acontecendo neste século e as pessoas em todo o mundo estão começando a sentir essas mudanças. Uma grande transição está em andamento e envolve não só nós, seres humanos, mas toda nossa casa planetária.
A própria Terra tem um batimento cardíaco. Ele é chamado de “Ressonância Schumann” e envolveu todos os seres vivos numa frequência natural e constante, pulsando exatamente a 7,83 Hz por milhares de anos.
Para os antigos Rishis indianos esse número tinha um significado especial, pois se identificava com a frequência do OM – o som sagrado e cósmico na religião hindu. Como estão prestes a ver, agora tem um significado especial para todos aqueles que estão se conscientizando desta mudança num grande processo.
No mundo ocidental, a Ressonância Schumann representa a frequência do campo eletromagnético da Terra. Ele tem vibrado a 7,83 Hz com muito poucas variações conforme havia sido previsto em 1952. Tudo mudou em Junho de 2014, quando o Russian Space Observatory System exibiu um aumento repentino na atividade, com um pico, esticando para 8,5 Hz, e até mesmo atingindo 16,5 Hz, em alguns outros dias.
Os pesquisadores ficaram confusos com essa anormalidade que nunca antes havia sido registrada e não sabiam como interpretá-la. Ampliando este dilema, outros picos incomuns foram recentemente detectados, surpreendentemente, aumentando para mais de 30 Hz, muito acima do marco estabelecido em 2014. Então, o que pensar acerca deste salto considerável nas ressonâncias Schumann?
Os picos foram além de 30 este mês
O que os pesquisadores mutuamente concordam é que essas mudanças significam, claramente, uma mudança de algum tipo. Acredita-se que os seres humanos, que têm num estado latente por milhares de anos, agora estão acordando para uma realidade maior, onde, brevemente, os pensamentos se materializarão num instante.
A ressonância Schumann e a mudança que vem acontecendo nos últimos anos estão entre maior prova desta mudança. Há muito tempo suspeita-se que os seres humanos agindo num nível de “consciência coletiva”, podem afetar a estrutura do campo magnético e criar distúrbios nele, como os picos recentemente detectados. Isso geralmente é amplificado durante momentos de alta ansiedade, paixão ou tensão.
Esta especulação é baseada no fato de que a frequência de Schumann está “em sintonia” com os estados, alfa e beta do cérebro humano. Essas ressonâncias crescentes, naturalmente, correspondem à atividade das ondas cerebrais humanas, significando que, se a Mãe Terra está ajustando sua frequência de vibração, também poderemos estar fazendo isso devido à nossa ligação terrena.
Outra coisa a ser considerada é a aceleração do tempo que, ultimamente, tem sido sentida por um número crescente de pessoas. Uma vez que o planeta esteja pulsando num ritmo mais rápido, pode significar que isso tenha repercussões sobre o tempo em si, acelerando-o. Então, por que sentimos como se o tempo estivesse passando mais rapidamente do que o normal?
A razão para isso, aparentemente, está ligada à aceleração da Ressonância Schumann, que está nos fazendo perceber um período de 24 horas, como tendo cerca de 16 horas. Sabemos que a “batida do coração da Terra” está se acelerando e que, depois de milhares de anos com uma noção rígida de tempo, com a duração de um dia, de 24 horas, a acelerada taxa de batimento da Terra está fazendo com que venhamos a perceber apenas dois terços desse período, devido ao nosso próprio ajuste inconsciente para esta frequência da Nova Era.
 O tempo não é a única noção que temos de aceleração. Agora que temos acesso à livre informação, um dos nossos ativos mais importantes, há um grande aumento na conscientização mundial por causa disso. Os seres humanos estão se tornando, espiritual e mentalmente, mais conscientes do que nunca e, agora, alcançar esse status só leva anos ou mesmo meses, pelo fato de a informação livre ser encontrada em abundância.
Por outro lado, pesquisadores relataram que o campo magnético da Terra, um componente interrelacionado com a Ressonância Schumann, lentamente foi se esgotando nos últimos 2.000 anos e, ultimamente, num ritmo ainda mais acelerado. Ninguém é capaz de fornecer uma explicação precisa para isso, mas um artigo descrevendo a percepção de um velho sábio da Índia alude a uma possível causa.
“… o campo magnético da Terra foi instalado pelos Antigos para bloquear nossas memórias primordiais de nossa verdadeira herança. Isso foi para que as almas pudessem aprender com a experiência do livre-arbítrio, desimpedidas pelas memórias do passado. (O sábio) afirmou que as mudanças no campo magnético estão afrouxando os blocos de memória e estamos elevando nossa consciência a uma verdade maior. O véu está se levantando. As cortinas estão se abrindo.”
Com isso em mente, realmente, talvez sejamos uma espécie com amnésia que, lentamente, está passando por um renascimento espiritual e cognitivo que deve nos entregar a herança de nossos antepassados. É verdade que acordar com esta realidade coexistente colocaria toda nossa cultura de cabeça para baixo, dando lugar a novos e aperfeiçoados conceitos da história e da vida em geral.
A experiência dessa mudança será realmente desafiadora para a maioria de nós. Todavia, a estrada já está pavimentada e os benefícios que encontraremos no final desta jornada parecem ser (pelo menos em teoria), extremamente, gratificantes. Então, o melhor a fazer é elevarem suas frequências para ficarem mais “em sintonia” com a Nova Terra. Melhor não perder essa chance, pois pode ser a única oportunidade para abraçar a próxima fase da evolução, antes que outro ciclo na história da Terra comece.

Fotógrafo mostra a Hollywood que você não vê. Fica a menos de 5km da sofisticada Rodeo Drive


Byod-Bouldin, especialista em tecnologia da educação, morador de Hollywood há mais de trinta anos, tem o hábito de fotografar as ruas do distrito de Los Angeles desde os tempos da Olympus Pen. Ele cresceu em casas humildes a poucos quilômetros da famosa e sofisticada Rodeo Drive, em Beverly Hills. Algumas imagens foram feitas no Santa Monica Boulevard, tão perto que dá pra ir em linha reta à Rodeo Drive, a menos de 5km. Em mais 5km atravessa-se Beverly Hills e chega-se à Calçada da Fama na Hollywood Boulevard.

Foto Byod-Bouldin/Instagram

Foto Byod-Bouldin/Instagram

Foto Byod-Bouldin/Instagam

Byod-Bouldin tem uma conta no Instagram e por isso chamou a atenção do The New York Times, que lhe dedicou uma matéria nessa semana.

Há dois anos, ele transformou o hobby em um projeto para registrar as mudanças físicas de uma Hollywood que nada tem a ver com a versão luminosa que o cinema e suas estrelas embalam. Ele quer documentar em fotos ruas e bairros em contraste com a imagem que o mundo faz de Hollywood e mostrar um processo urbano de acelerada mudança que afeta gerações de moradores de baixa classe média.

VOCÊ PODE VER MAIS FOTOS NO INSTAGRAM kwasi_b DE BYOD-BOULDIN, 
CLIQUE AQUI

Depois do factoide, o Crivelloide...

Muito antes da onda de fake news, Cesar Maia era prefeito do Rio e popularizou os factoides. Fez isso para dar um tratamento de suposta e inexistente eficiência à própria imagem.

Lançava pseudo-iniciativas e ganhava espaço na mídia e ajudava a preencher as editorias de cidade dos jornais.

Factoide de Cesar Maia e de Conde: trem japonês Lagoa-Barra.
Foto. Divulgação
Barcas para a Barra, saneamento para a Barra, linha 4 do metrô, trem japonês em via elevada, foram factoides de Maia. O prefeito Luis Paulo Conde queria aterrar a Enseada de Botafogo e também embarcou no projeto de um "trem voador" para a Barra. De Eduardo Paes, sob o ponto de vista de realizações micadas, até que não se pode falar muito. Segundo levantamento do Globo, o ex-prefeito cumpriu 53, 24% das promessas de campanha, realizou 15,6% parcialmente e deixou de cumprir 27,27% dos projetos anunciados.

Marcelo Crivella, o bispo-prefeito, está deixando Cesar Maia no chinelo apostólico em matéria de factoide. O atual prefeito do Rio, que tem como principal aliado o no momento detento Antony Garotinho, já prometeu "banho de loja" na Rocinha, quis "verticalizar" a favela Rio das Pedras, algo como transformar a comunidade em uma Dubai tupiniquim, e mesmo não conseguindo administrar postos de saúde pede a municipalização dos hospitais federais. Até agora, Crivella só desfez. Desfez o Carnaval, evento que mais atrai turistas do Rio, desfez a ordem urbana e permitiu a invasão de camelôs nas ruas, está desfazendo sistema de transporte coletivo e incentivando as vans (muitas controladas por milícias da Zona Oeste, segundo amplas investigações), desfez a saúde (doentes do Hospital Municipal Rocha Faria não têm nem café da manhã) e tenta desfazer a tradicional procissão de Iemanjá.

High Line Park em Nova York: um Crivelloide
anuncia projeto ainda maior para o Rio.
Foto:Facebook
Mas a cada dia anuncia uma mirabolância: a de hoje, segundo O Globo, é construir uma "high line" sobre a Central do Brasil. Um cidade suspensa sobre a linha férrea com jardins, lojas e prédios comerciais. Custo da obra: R$ 8 bilhões. Por enquanto está em fase, segundo o jargão oficial, de "pré-proposta de projeto". Ou não se sabe o que diabo isso significa ou é mais um Crivelloide.

De qualquer forma, conseguiu espaço na mídia e deu a impressão fugaz de estar trabalhando. 

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Brasileiros estão no top 10 entre os torcedores que mais adquirem ingressos para a Copa da Rússia

A Fifa concluiu hoje a Fase 1 de venda de ingressos para a Copa da Rússia. Até agora, foram vendidos e já pagos 742.760 ingressos. Desse total, 53% estão nas mãos de russos e 47% com torcedores estrangeiros. Estados Unidos, Brasil, Alemanha, China, México, Israel, Argentina, Austrália e Inglaterra estão no Top 10 dos países que mais comparam ingressos até agora.

A próxima fase de venda de entradas começa no dia 5 de dezembro de 2017 às 12:00 hora de Moscou. Como medida extra de segurança, todo torcedor deve se inscrever para retirar um ID FAN. Trata-se de um documento de identidade oficial gratuito que deverá ser apresentado nos estádios junto com o ingresso.

ID FAN dá aos torcedores alguns benefícios como a entrada sem visto para a Federação Russa, determinadas viagens gratuitas entre cidades e uso gratuito de transportes públicos em dias úteis. Para mais detalhes, visite www.fan-id.ru.

Huck desiste de ser presidente e partidos usam o controle remoto para buscar um substituto...

Mais rápido do que Jânio Quadros, Luciano Huck renunciou à presidência que já era sem nunca ter sido.

Copiou o estilo de outro apresentador que desistiu antes da eleição: Silvio Santos, em 1989.

Partidos que estavam interessados em bancar a candidatura do apresentador da Globo estão agora com o controle remoto nas mãos buscando um substituto.

Amaury Jr., Ratinho, Gugu, Danilo Gentili, Faustão, Rodrigo Faro, Fátima Bernardes, Sabrina Sato, Luciana Gimenez, Ana Maria Braga e Roberto Justus são alvos.

Justus, aliás, já cogitou a hipótese. Afinal, se os Estados Unidos colocaram na Casa Branca um apresentador de O Aprendiz, porque ele que foi o âncora da versão brasileira do mesmo programa não pode subir a rampa do Planalto?  (O.V.Pochê)

Fifa apresenta o poster oficial da Rússia 2018. O goleirão Lev Yashin é o símbolo da Copa


Pela primeira vez, um poster oficial da Copa celebra um jogador não apenas como ilustração anônima. O cartaz oficial da Copa da Rússia tem nome, sobrenome e lenda: o goleiro Lev Yashin.
O designer Igor Gurovich escolheu o maior mito do futebol russo na era soviética, apontado até hoje como o maior goleiro de todos os tempos, como símbolo da mais importante evento esportivo do mundo. Yashin usava sempre um uniforme preto, daí o apelido de Aranha Negra. Jogou quatro Copas - 1958, 1962, 1966 e 1970 e foi o único goleiro da história a ganhar a Bola de Ouro. 

A FIFA descreve Igor Gurovich como um designer inspirado pelo movimento russo do Construtivismo do final da década de 1920, em particular os cartazes desenhados por Dziga Vertov e os irmãos Stenberg. Os raios de luz que emanam da bola, uma característica comum do trabalho construtivista, simbolizam a energia do torneio. Não deixa de ser curioso que em plena Era Putin o poster remeta ao estilo dos cartazes soviéticos de 1920 e 1930.

Enquanto Vavá, à direita, comemora seu primeiro gol contra a Rússia na Copa de 1958, Pelé, que vinha na corrida, festeja na frente de Yashin. Foto de Jáder Neves/Reprodução Manchete Esportiva


Vavá solta a bomba, Yashin voa mas não evita o segundo gol do artilheiro brasileiro.
Foto de Jáder Neves/Reprodução Manchete Esportiva

Na Copa de 1958, na Suécia, o Brasil enfrentou a União Soviética de Yashin. O jornalista Ney Bianchi, que cobriu aquele Mundial para Manchete e Manchete Esportiva, escreveu: "Não fosse a extraordinária categoria de Yashin, o Brasil teria conseguido uma contagem mais elevada nessa peleja disputada no estádio de Nya Ullevi". Apesar de Yashin, o Brasil venceu por 2 X 0, com gols de Vavá.


segunda-feira, 27 de novembro de 2017

O fotojornalista que prefere levantar a câmera depois que a notícia passa...

O repórter fotográfico Todd Heislernov descreveu recentemente no Times Insider, um canal que revela os bastidores das coberturas jornalísticas em The New York Times, seu modo de operar diante das tragédias e atos de terrorismo que cobre cada vez com maior frequência.

Heislernov é, muitas vezes, obrigado a trabalhar sobre o fato ainda quente, mas ele prefere o dia seguinte.

- "Criar imagens íntimas e atenciosas é mais importante para mim. Isso me permite entrar na vida das pessoas de uma forma mais lenta e mais suave".

Heislernov não nega que é grande a pressão pela notícia, pelo imediatismo, mas defende que as histórias detalhadas depois são mais reflexivas e isso se deve ao tempo que o jornalista gasta ganhando a confiança das vítimas, com respeito pelos seus dramas. O repórter fotográfico dá como exemplo a imagem acima:

- "Um momento calmo em Sutherland Springs dois dias após o tiroteio. Eu cheguei logo antes do por-do-sol quando os membros da comunidade se reuniram para uma vigília em homenagem aos 26 membros da igreja que o atirador Devin P. Kelley matou metodicamente", diz Heislernov.

O fotojornalista admite que apesar da delicadeza e respeito à dor com que trabalhou naquela ocasião, a mera presença de um jornalista não deixou de ser um incômodo diante da magnitude da perda das pessoas que retratou.

Vendido! (na Black Friday): Grupo Meredith, que edita a Sports Illustrated e a Fortune, compra a revista Time

Com os milhões de dólares dos Irmãos Koch, David and Bill Koch - dupla de republicanos bilionários que demonstrou forte resistência a apoiar a candidatura de Donald Trump -, o grupo Meredith, dono da Sports Illustrated e da Fortune, entre outras publicações, adquiriu o controle da revista Time por 2,8 bi de dólares. A compra foi anunciada ainda no clima da Black Friday.

A Meredith afirma que os Koch não terão influência editorial na Toime. O que é difícil de acreditar. Nos últimos meses, amigos de Trump tentaram promover uma aproximação entre o presidente e os Koch.

De qualquer forma, com base no perfil do Meredith e na inevitável influência dos financiadores, a guinada da time deve acentuar uma tendência de avanço do conservadorismo na mídia americana.

Capa da Veja revolta advogados da Lava Jato

por Flávio Sépia
A capa da Veja antecipada aqui na última sexta-feira, sobre advogados que estão ficando milionários no embalo das causas da Lava Jato provocou reações dos criminalistas.

O site especializado Conjur publica notas de Adriano Bretas, que aparece na capa fumando um charuto, e de Antonio Carlos Kakey, citado na matéria como sendo da "realeza" que cobra 10 milhões de reais por causa.

LEIA NO CONJUR, AQUI

Aeroportos: passageiro sofre...

(Foto Ranker) Nem ponte telescópica nem ônibus: passageiros aguardam o avião já na escada. Prático. 

(Foto Ranker) A freira revistada...

...mostrou menos do que a passageira laica. 

por Jean Paul Lagarride
Viajar é ótimo, concorda? Mas os aeroportos em todo o mundo se transformaram em um tipo de centro de torturas. Dois fatores atuam em conjunto para atormentar os passageiros: as numerosas medidas de segurança adotadas desde o 11 de setembro e mais restritivas ainda desde o aparecimento do Estado Islâmico e a eliminação progressiva de serviços promovida pelas grandes companhias no embalo da filosofia do low cust ou no-frill.

O site My Daily Magazine reuniu uma galeria de fotos de situações estranhas em aeroportos, a maioria cômicas se não fossem trágicas. Tédio, detetores de metal, longas esperas, terminais congestionados, tudo isso rende boas e inusitadas imagens.

E a diversão que resta aos portadores de smartphones é registar a vida como ela é antes do voo partir...
VEJA MAIS FOTOS EM MY DAILY MAGAZINE, CLIQUE AQUI 

Mundo em Manchete: o calendário que vem a cavalo

Foto David Simpson/Divulgação
Foto David Simpson/Divulgação
Na Inglaterra, jóqueis amadoras posam nuas para um calendário beneficente. A renda da venda da folhinha vai para um fundo que auxilia profissionais do esporte acidentados em ação. O ensaio foi feito pelo fotógrafo David Simpson em uma fazenda em Gloucestershire,

Os supervilões do Brasileirão

Ao fim da temporada, a CBF faz a festa de premiação dos melhores do ano.
Os deste ano ainda não foram escolhidos. Mas os vilões, sim.
 •Na Ilha do Urubu, o goleiro do Flamengo Alex Roberto, vulgo Muralha,
deu dois gols de bandeja (e a vitória) ao Santos.
 •Também em casa, no Moysés Lucarelli, a Ponte Preta, que ganhava de 2x0
do Vitória, teve Rodrigo (ex-Vasco, já foi tarde!) expulso por uma besteira
(uma dedada no jogador adversário), perdeu o jogo de virada, teve o estádio
depredado pela torcida e foi rebaixada para a segundona.

A crônica "imerecida"...

Jogadores do Vasco comemoram vitória "imerecida", na opinião do cronista do Globo.
Foto Carlos Gregório Jr./Vasco 

Carta a um cronista

Caxias, 27 de novembro de 2017
Prezado Dr. Jornalista Fernando Calazans
Com todo o sufoco e com o time possível, o Vasco fez uma campanha melhor do que a torcida esperava para o Brasileirão 2017. No começo do ano, a coisa tava feia. Ontem, o time ganhou do Cruzeiro, por 1X0, no poleiro do adversário. E o doutor escreve hoje que a vitória foi "imerecida"?  Se não fosse o goleiro Martin, o Vasco, falou o patrão cronista, tinha deixado BH com uma derrota "merecida". O raciocínio é torto, é ruinzinho. Os peladeiros dizem aqui que no futebol não tem vitória "imerecida". Jogou, ganhou dentro das regras do futebol? Mereceu, claro.
Martin jogou muito bem e pegou bolas difíceis. Mas, e daí? Martin é jogador do Vasco, mandou bem. Se no lugar dele um gandula tivesse entrado em campo e fechado o gol, aí sim, o doutor cronista tinha razão. Vitória "imerecida".
Os caras treinam, ralam, o professor Zé Ricardo estuda o adversário (e arma a defesa muito bem), o goleiro pega todas, Paulão faz um gol (ele é jogador do Vasco, por acaso, e não um sujeito que foi entregar uma pizza a um torcedor e aproveitou para fazer um gol), o Cruzeiro tentou mas não foi capaz de mexer no placar e o cronista escreve que tudo isso foi "imerecido". O Vasco jogou bem? Não. Mas foi maior do que os defeitos, fez o gol, se defendeu bem e até teve duas boas chances para fazer o segundo gol.
Talvez o doutor cronista queira que a Fifa crie nova regra: se a vitória for "imerecida", o vencedor leva só dois pontos em vez dos três regulamentares.
Imerecida foi a crônica que o doutor Calazans escreveu hoje.
Casaca, casaca, casaca. 
Do seu leitor, Lourival de Caxias

domingo, 26 de novembro de 2017

Faça humor, não faça ódio...

De Jô Soares, que está lançando o "O Livro de Jô (Companhia das Letras), em entrevista a Bruno Meier, da Veja:

- É mais difícil fazer humor hoje, então? 

- Tenho 58 anos de profissão, com carteira assinada, e nunca vi uma coisa tão raivosa e medíocre de certas pessoas. Você viu o o ódio que as pessoas colocam nos comentários sobre o João Gilberto? E com a Fernanda Montenegro? Ou sobre a Daniela Thomas? Disseram: “ah, mas ela é ligada a toda-poderosa Globo” ou “Claro, uma pessoa que fez o show de abertura das Olimpíadas”. Ah, pera lá, ligar a Daniela Thomas ao Nuzman (Carlos Arthur Nuzman, do Comitê Olímpico Brasileiro)? Mas há de se fazer humor mesmo assim. A grande arma do humor é a anarquia. Falo para os humoristas: façam, mesmo sob risco de serem apedrejados.

Passaralho de Natal...

Ainda como consequência da unificação da produção jornalística Globo/Globosat nuvens pesadas pairam sobre equipes da líder. Rumores apontam para desfechos antes do Natal. Preocupações botaram água em chopes do fim de semana carioca. 

Trump diz que recusou título de Pessoa do Ano de 2017. Revista Time desmente



O site da Time publicou ontem um esclarecimento. É que Donald Trump postou no Twitter, há poucos dias, um comentário que envolve a escolha do Homem do Ano de 2017.

"A Time Magazine ligou para dizer que eu provavelmente seria eleito 'Homem (Pessoa) do Ano', como no ano passado. Mas eu teria que concordar com uma entrevista e uma grande sessão de fotos. Eu disse que provavelmente isso não é bom e dispensei. Obrigado mesmo! ", escreveu Trump

A Time respondeu:

"O presidente está incorreto sobre como escolhemos a Pessoa do Ano. A Time não faz comentários sobre nossa escolha até a publicação, que é 6 de dezembro".

Fome zero em Benfica...

Goumetizaram a bóia...
por O.V. Pochê 

* Cardápio Cordon Bleu em Benfica, que merece mudança de grafia: BEM FICA.

* O apetite para roubar foi incomensurável, mas é preciso ser muito cara-de-pau, ou, na definição forense, "psicopata social", para querer degustar comes-e-bebes gourmets numa situação destas.

* O que mais surpreende é o apetite pantagruélico que
têm estes monstros.

* Não sei se repararam nos iogurtes Activia, aqueles que ajudam a liberar
os intestinos... Depois da merda toda que já fizeram?!

Cine Benfica: Cena do
filme A Festa de Babette. 
* Hora do lanche na residência de verão das ex-autoridades. A cena ao lado é da Festa de Babette, mas sabe-se lá do que são capazes os hóspedes vips do Benfica Plaza Plaza Athénée.

* Precisamos também saber o nome dos restaurantes colaboracionistas da Zona Sul do Rio que mandaram estes mimos para a quadrilha de Cabral...

* A pergunta que não quer calar: como as iguarias entraram no presídio? A hipótese de uma "'mula" ter levado o prato do dia em cueca extra large não foi descartada.

Rue Mouffetard.
Foto Office de  Tourisme/Paris
* Chefs pessoais dos internos em Benfica estariam planejando fazer compras para a ceia de Natal na xepá da Rue Mouffetard.

* A realeza da Arábia Saudita prendeu príncipes corruptos no
hotel cinco estrelas Ritz-Carlton, em Riad. Presos de Benfica se queixam de que o Brasil é mesmo um país pobre e brega.

* Que país, que estado!





Um amigo do blog observa que a farra de Benfica está mais para La Grande Bouffe do que para A Festa de Babette.
No filme, Marcello Mastroianni, Michel Piccoli, Ugo Tognazi, Philippe Noiret e Andréa Ferreol se confinam numa casa para comer até morrer.

La grande bouffle (em italiano: La grande abbuffata; no Brasil, A Comilança; em Portugal, A Grande Farra) é um filme franco-italiano de 1973, um drama dirigido por Marco Ferreri.

sábado, 25 de novembro de 2017

Caso Globo/Fifa chega ao MPF-RJ

Segundo o Blog do Perrone, Raquel Dodge, procuradora-geral da República, encaminhou para o MPF-RJ (Ministério Público Federal do Rio de Janeiro) denúncia de três partidos contra a Globo. A acusação é de pagamento de propina na compra de direitos de transmissão das Copas do Mundo de 20026 e 2030, além de jogos da Libertadores e da Copa Sul-Americana. No Rio, a procuradoria vai decidir se abre investigação sobre o caso. A emissora nega irregularidades e disse que não pode comentar o assunto por não ter sido notificada ou informada oficialmente.
LEIA NO BLOG DO PERRONE/UOL, CLIQUE AQUI

Garotinho: o Sir Laurence Olivier dos Goytacazes

por O.V.Pochê 

Sem entrar no mérito do que aconteceu ou não.

Está na hora do Brasil reconhecer o talento dramático de Anthony Garotinho. O infante de Campos dos Goytacazes acumula interpretações magistrais na sua tortuosa trajetória política dublada de uma House of Cards campista. É o Sir Laurence Olivier da política.

Charge de Latuff publicada em 2006.
Reprodução CMI Brasil
Em 2006, Garotinho fez uma greve de fome de 11 dias que, se não fosse um ato político, deveria ser uma recomendação médica. O protesto era contra a mídia que desconstruía sua imagem e perseguição política. Ele se queixava de matéria publicadas em revistas e jornais sobre acusações de irregularidades nas doações eleitorais e suposta ligação com contratos de prestação de serviços para o governo do Rio, então sob o comando da  patroa  Rosinha Matheus. Nada muito diferente do que é alvo agora. Ao fim da greve de fome, Garotinho conseguiu ser internado em hospital de cinco estrelas, foi examinado, tudo OK, estava bem, com saúde de vaca premiada. Estava tão bem que despertou suspeitas de que alguma muamba calórica havia entrado na sua cela do grevista famélico.

Em 2016, em uma das mais dramáticas sequências do telejornalismo, Garotinho foi visto gritando e esperneando em uma maca por recusar transferência de um hospital para o presídio em Bangu. A cena foi de terrir. Ele é transportado e uma maca, aparentemente calmo, talvez sob efeito de medicamentos, mas acesos os refletores subitamente se ergue e se debate até ser contido, com dificuldade, diga-se, tamanha sua energia de convalescente, por policiais e enfermeiros.

Em outra das suas prisões, já neste 2017, a PF foi buscá-lo em pleno estúdio de rádio onde o infante fazia seu programa. Garotinho foi levado aos costumes, mas a preocupação com a imagem não foi deixada de lado. Sua equipe informou no ar que o chefe parou de falar por "recomendação médica". "Nosso Garotinho até tentou, você viu, ele até tentou fazer o programa hoje, mas a voz foi embora. Orientação médica é que ele pare de falar" — disse no ar o locutor substituto. Garotinho realmente sofria de um problema de voz: "voz de prisão", foi o que a cidade inteira comentou.

Preso mais uma vez, nessa semana, Garotinho protagoniza um episódio supostamente teatral. Em plena madrugada, como em um filme de terror em Alcatraz, um sujeito invade a cela do ex-governador e dá-lhe um corretivo à base de um cacete. Garotinho diz que adormeceu e foi acordado por "um homem de 1,70m, branco, alourado, de calça jeans, sapato e blusa azul claro, com um bastão parecido com um taco de beisebol. Garotinho afirma que pode fornecer dados para um retrato falado. Não precisa. Qualquer filme americano que mostre um jogo de beisebol tem um cara com esse perfil.

Apesar de estar com um porrete esportivo, o algoz não o usou muito. Segundo a própria vítima, o invasor deu-lhe uma pisão no pé e uma pancada que teria ferido mas não avariado o joelho. As câmeras do presídio não registraram a chegada do suposto jagunço no corredor de acesso à cela de Garotinho. A polícia está apurando o caso, há suspeitas de falsa comunicação de crime, e uma autoridade levanta a hipótese de que Garotinho teve um pesadelo ou um surto de delírio.

Talvez seja necessário apurar se o ex-governador assistiu recentemente ao filme "Campo dos Sonhos". É a história, lembra?, de um fazendeiro do Iowa que ouve, em sonho, uma voz que manda construir um campo de beisebol. Ele atende à intimação do Além e constrói o campo onde recebe para jogar antigos ídolos já mortos. Alguns deles alourados, de jeans, blusa azul e taco de beisebol.

Ou, vai ver, alguma comida fez mal e Garotinho teve pesadelos. Coincidentemente, o Ministério Público do Estado do Rio encontrou no presídio de Benfica uma remessa de alimentos proibidos. E que menu: queijo francês, presunto importado. bolinhos de bacalhau, iogurte, castanhas, camarão e bebidas. Segundo o MP-RJ, iguarias desse bufê irregular foram encontradas nas celas de Sérgio Cabral, Garotinho, Rosinha Garotinho, Adriana Ancelmo e Jacob Barata.

A turnê vai ganhar novo palco, quero dizer, nova cela: Depois do episódio do taco de beisebol, a Justiça transferiu Garotinho de Benfica, onde ele se sentia ameaçado, para o complexo penitenciário de Bangu.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Na capa da Veja: o PIB da Lava Jato vai pro bolso dos advogados premiados


por Flávio Sépia

A Lava Jato, além de encurralar corruptos, gerou, digamos, um braço comercial.

Do lado da lei, algumas figuras envolvidas ganharam notoriedade e passaram a faturar algum, muito algum, em palestras promovidas por veículos jornalísticos, empresas e instituições. Produtores de filmes e editores de livros também tiraram uma casquinha nos escândalos. Jornalísticos da TV ganham em audiência sempre que as denúncias se elevam aos picos. Empresas que vendem tornozeleiras tiveram que acelerar as linhas de montagem.

Mas o que a Veja dessa semana destaca são os novos ricos turbinados pelos processos que envolvem políticos, ricos funcionários e poderosos empresários. Os advogados de acusados e delatores são os verdadeiros premiados.

Em declarações recentes, o novo chefe da Polícia Federal, Fernando Segóvia, disse que as investigações da Lava Jato acabam ano que vem, antes do início do processo eleitoral. Depois disso, levará mais algum tempo nos tribunais. De qualquer forma, quando acabar, vai deixar muita gente com saudade.

Se bem que, como diz um amigo, há suspeitas de que Brasília não descansa e de tanto atender a lobbies corporativos nacionais e internacionais já está plantando as sementes da Lava Jato do futuro.

Os filhos e netos dos atuais advogado, se seguirem as profissões dos pais, estarão com o boi na sombra...

ATUALIZAÇÃO - Veja "esquenta" capa da semana. Matéria dos advogados  vai para "janela" e versão com os residentes do presídio Benfica ganha destaque.


Deu na web: imagem de fotógrafo misterioso refletida em visor do capacete de astronauta reacende polêmica de falsa viagem à Lua...

A foto do pouso da Apollo 17: internautas identificam no...

...visor do capacete do astronauta o reflexo do autor da foto que não está usando o
escafandro indispensável no ambiente lunar. 

O homem não voltou à Lua, mas a internet não esquece a polêmica do fake flight. Nos últimos duas circula na web uma foto de um voo da Nasa, o da Apollo 17, lançada em 1972, onde os adeptos da teoria de que foi tudo encenação apontam uma imagem do autor da foto no reflexo do capacete do astronauta. O detalhe é que o fotógrafo tem cabelos compridos e não usa qualquer roupa ou escafandro especial.

No ano passado, os Estados Unidos revelaram a intenção de voltar à Lua em voos tripulados. Trump não falou mais no assunto. Os chineses também levantaram essa possibilidade mas ou deixaram o projeto de lado ou estão trabalhando em silêncio.

O homem foi à Lua na Apollo 11 há quase 50 anos, em julho de 1969. Mas até hoje há quem duvide.

Livros e filmes sobre o assunto já "provaram" que tudo foi uma farsa para cumprir a promessa de John Kennedy, feita em 1961, de que até o fim daquela década os Estados Unidos colocariam um homem no solo lunar.

As cenas que o mundo viu teriam sido feitas em um estúdio de Nevada e dirigidas por Stanley Kubrick.

Muitos indícios da suposta falsidade das imagens foram apontados: sombras irregulares, bandeira tremulando quando na lua não há vento, as fotos e vídeos não mostram estrelas no céu, pouso e  na decolagem o vídeo não mostra chamas saindo do motor do foguete e as marcas de botas parecem ter sido feitas em solo úmido e na Lua não tem água.


A foto no alto volta a esquentar uma polêmica que se non e vero, farti ridere..

VEJA VIDEO COM MAIS IMAGENS E DETALHES "SUSPEITOS" DA FOTO, CLIQUE AQUI


Há alguns anos também circulou na rede um vídeo que provaria que Stanley Kubrick fez a filmagem fake do pouso na Lua. Segundo o vídeo, Kubrick teria usado o filme O Iluminado para "confessar" que dirigiu a farsa. Em carta aberta divulgada no twitter, a filha do cineasta, Vivian Kubrick, denunciou o hoax. "Vocês não acham que ele seria a última pessoa a ajudar o governo dos Estados Unidos numa terrível traição de seu povo?!?", escreveu ela, indignada.

VEJA O VÍDEO QUE RELACIONA O FILME O ILUMINADO À POLÊMICA DO POUSO NA LUA, CLIQUE AQUI

Ator e escritor Pedro Cardoso abandona programa ao vivo da TV Brasil, apoia grevistas da EBC, critica governo Temer e agressões à atriz Taís Araújo

Convidado a falar sobre "O Livro dos Títulos", que acaba de lançar, o ator Pedro Cardoso foi ao “Sem Censura”, da TV Brasil, ontem. Mas acabou abandonando o programa ao vivo e ainda mandou um recado em apoio aos grevistas da EBC, além de criticar o presidente da estatal Laerte Rimoli.


VEJA O VIDEO, CLIQUE AQUI

Presidente da EBC de Temer e Secretário de Educação de Crivella atacam Taís Araújo. Sindicatos de Jornalistas, Radialistas e empregados da EBC divulgam nota de repúdio ao racismo

Um vídeo da atriz Taís Araújo durante palestra TEDXSão Paulo, gravado em agosto mas só divulgado agora, foi a polêmica da semana com ampla repercussão nas redes sociais. Naquela ocasião, Taís falou sobre o tema "Como criar crianças doces num país ácido” e abordou racismo e misoginia. Sobre o seu filho mais velho, de 6 anos, ela comentou:  "Quando ele se tornar adolescente, ele não vai ter a liberdade de ir para sua escola, pegar uma condução, um ônibus, com sua mochila, com seu boné, seu capuz, com seu andar adolescente, sem correr o risco de levar uma investida violenta da polícia. Ao ser confundido com um bandido. No Brasil, a cor do meu filho é a cor que faz com que as pessoas mudem de calçada, escondam suas bolsas e blindem seus carros".

Foi o que bastou para a brigada do ódio afiar suas armas.

Pelo menos duas pessoas com cargos públicos cerraram fileira ao lado dos raivosos.

O Secretário de Educação de Marcelo Crivella - um governo que dá sinais de intolerâncias variadas - rebateu com virulência a opinião da atriz.

"Nossa maior conquista — o conceito de povo brasileiro — desapareceu entre os bem-pensantes. Qualquer idiotice racial prospera. A última delas é uma linda e cheirosa atriz global dizer que as pessoas mudam de calçada quando enxergam o filho dela, que também deve ser lindo e cheiroso. Vocês replicam essa idiotice", escreveu o "secretário de Educação" de Crivella em post no Facebook.

Já o presidente da Empresa Brasil de Comunicação, Laerte Rimoli, nomeado por Michel Temer, partiu para o deboche e compartilhou em sua página publicações racistas.

Governos sérios, em qualquer país, já teriam demitido essas duas figuras.




Ontem, a Comissão de Empregados da EBC, os sindicatos dos Jornalistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal e os sindicatos dos Radialistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal divulgaram nota em que pedem a demissão do presidente do órgão, Laerte Rimoli
 cor negra de seu filho faz “com que as pessoas mudem de calçada”.

Leia a íntegra da nota:

“Rimoli não desrespeitou só a atriz Taís Araújo, mas toda sociedade brasileira e a própria EBC
Nós, trabalhadores e trabalhadoras em greve da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), repudiamos com veemência os ataques racistas do presidente da EBC, Laerte Rimoli, à atriz Taís Araújo, sua família, toda sociedade brasileira e os princípios fundadores da Empresa Brasil de Comunicação.
As publicações racistas foram compartilhadas no perfil do presidente no Facebook, em modo público. Esse comportamento deplorável vai contra o posicionamento dos empregados e empregadas, que sempre lutaram por uma comunicação pública diversa, inclusiva, livre de preconceitos. Laerte Rimoli descumpre a própria lei que regulamenta a EBC e vai de encontro ao papel social da comunicação pública ao publicar comentários preconceituosos, contra os códigos de ética do serviço público e dos jornalistas.
Com nossas produções no rádio, na televisão e na web, nós, empregados e empregadas da EBC, lutamos diariamente contra a discriminação e o preconceito racial tão presentes na nossa sociedade. Um exemplo disso é que a EBC foi pioneira em práticas de afirmação contra a discriminação racial. Fomos a primeira TV aberta a exibir telenovelas com elenco majoritariamente negro, tivemos o primeiro correspondente fixo no continente africano e fomos a primeira televisão a exibir um desenho infantil com personagens negros. Assim, não aceitamos tal postura e exigimos respostas institucionais a esse desrespeito, incluindo ação imediata do Ministério Público Federal.
A atual gestão da EBC chegou junto à Medida Provisória 744, que entre outras providências extinguiu o Conselho Curador, um importante órgão que garantia a participação da sociedade na construção editorial da Empresa, colocando em xeque o compromisso com a diversidade que é natural da comunicação pública. O racismo, escancarado pelas piadas compartilhadas pelo atual diretor-presidente, hoje se reflete também dentro da EBC: contam-se nos dedos os funcionários que, atualmente, lideram equipes, têm funções de confiança ou estão em posição de destaque, como a reportagem em vídeo e a apresentação de programas. Em uma empresa onde a diversidade de gênero, raça e orientação sexual deveria ser prioridade, repete-se o triste estigma social e estético, que coloca as mulheres negras ocupando posições desfavoráveis ao seu protagonismo, prejudicando a imagem de representatividade que deveria chegar a cada cidadão e cidadã – os primeiros e mais importantes focos da comunicação pública.
A EBC pertence à sociedade brasileira, composta em sua maioria por negros e negras. Assim, não nos calaremos frente a mais esse retrocesso na defesa da comunicação pública do país. Por esses motivos, exigimos a imediata exoneração de Laerte Rimoli e a substituição dele levando em conta nomes indicados em lista tríplice pelo conjunto de empregados da EBC.
Racistas não passarão!

Comissão de Empregados da EBC

Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal

Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal”

Crivella diz que Garotinho é "honesto". "Fez bobagem", perdoa o bispo-prefeito

Com o ex-governador Garotinho puxando cadeia mais uma vez, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) resolveu defender o irmão de fé. Disse ele que Garotinho é "honesto", "cometeu uma bobagem".  No mesmo dia,  o prefeito foi acusado por Edimar Moreira Dantas, um dos delatores do esquema criminoso Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), de receber propina de R$ 450 mil, em pacotinhos de grana viva. Mas não foi a primeira vez que Crivella teve seu nome envolvidos em "bobagens" pecuniárias. Em 2016, o religioso foi citado na delação premiada de Renato Duque como beneficiário de Caixa 2. Outra "bobagem": Em proposta de delação ao ministério Público, Eike Batista informou que deu R$ 1 milhão ao bispo em 2012 para que desistisse da candidatura a prefeito. Batista teria atendido, segundo o delator, a um pedido de Sergio Cabral para facilitar a reeleição de Eduardo Paes. Naquele eleição, Crivella desistiu e Paes foi o vencedor após disputar o segundo turno com Marcelo Freixo. Quanta "bobagem"!

Merenda na cueca do PMDB

 Condenado por falsificação de documentos e dispensa de licitação, o deputado Celso Jacob (PMDB-RJ) cumpre pena em regime semiaberto na Papuda, em Brasília. Há poucos dias, ao voltar para a cadeia, foi flagrado levando dois pacotes de biscoito e um de queijo provolone escondidos na cueca. O fato foi divulgado na mídia, mas faltou esclarecer:
1- A cueca do deputado estava com prazo de validade higiênico válido?
2- Se o deputado adquiriu a merenda em supermercado, botou a muama no cuecão antes ou depois de passar pelo caixa?

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Crise: revista Contigo deixa de ser semanal. Edição impressa passa a ser mensal

Uma das capas dos
anos 2000: polêmica
e recorde
de circulação
A crise avança. Segundo o site Portal da Imprensa acaba de anunciar, a revista Contigo deixa de ser semanal e passa a ter periodicidade mensal a partir desse mês, que marca o 54° aniversário da revista.

A Contigo acumulou recordes de circulação nos anos 2000 mas, com a crise econômica e os abalos sofridos pelo meio impresso, já dava sinais de esgotamento.

Em 2015, a Abril vendeu o título para a Editora Caras levando a Contigo a perder ainda mais relevância no mercado. 

Com o fim das edições impressas, entre outras, da Quem, Istoé Gente, agora, Contigo etc, a Caras resiste como a única revista de celebridades a manter edição impressa. 


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Sempre teremos Casablanca

Lançada há 75 anos, a love story de Bogart & Bergman
Persiste como um dos maiores sucessos cult do cinema 


A sequência final de Casablanca foi filmada em um galpão da Warner, em Burbank, Califórnia 
Por Roberto Muggiati


A história de amor do século entre Rick (Humphrey Bogart) e Ilsa (Ingrid Berman) pode ser resumida num tweet: “Paris: invasão alemã separa amantes. Ela casa com herói da Resistência. Casablanca: mocinho faz amada fugir com marido por um mundo melhor.”

O filme era para ser mais uma produção rotineira da Warner. Baseou-se numa peça de teatro não encenada, Everybody Meets at Rick’s. O texto passou por muitas mãos e modificações. Casablanca foi rodado em apenas 71 dias, de 25 de maio a 3 de agosto de 1942, num galpão de Hollywood, sem nenhum ar de Paris ou do Marrocos. As filmagens começaram com apenas metade do roteiro pronta. Logo depois, as falas e marcações eram escritas às pressas por Howard Koch e pelos irmãos gêmeos Jules e Philip Epstein na véspera da filmagem. Ingrid Bergman não sabia quem devia amar: Rick ou Laszlo? Há quem defenda que toda essa confusão foi uma das causas principais do sucesso de Casablanca.

O filme é o campeão das frases de efeito, de humor cortante, um tipo de cinismo gerado pelo pathos da guerra. Nas conversas entre o capitão Renault e Rick, por exemplo: “Que diabos o trouxeram a Casablanca?/Minha saúde. Vim por causa das águas./Águas, que águas? Estamos no deserto!/Fui mal informado.” Uma mulher pergunta a Renault que tipo de homem é Rick: “Rick é o tipo de homem que... se eu fosse uma mulher, e eu não estivesse disponível, eu me apaixonaria por Rick.” E o fecho do filme, quando os dois, acumpliciados na vitória do Bem, se afastam em meio à neblina: “Isto poderia ser o início de uma bela amizade.”

O choque de Rick ao reencontrar Ilsa no seu café: “De todas as biroscas em todas as cidades do mundo, ela tem de entrar logo na minha!” Evocando a invasão de Paris: “Lembro cada detalhe: os nazistas vestiam cinza, você azul.” Convencendo-a do acerto do seu sacrifício: “Ilsa, não sou bom em matéria de nobreza, mas não é muito difícil perceber que os problemas de três pessoinhas não valem coisa alguma neste mundo maluco.” E quando Ilsa, perplexa, pergunta: “E nós?” Rick consola: “Sempre teremos Paris.”

O piano de Sam, do Rick's Café, foi...

...leiloado em 2014. 

O toque musical é perfeito: As Time Goes By, composto em 1931 por Herman Hupfeld, pianista de uma taverna suburbana de New Jersey. A letra sublinha os sentimentos do filme: “É a mesma velha história/A luta por amor e glória/Um caso de vida e morte./O mundo acolherá os amantes/Enquanto o tempo passa...” As Time Goes By sublinha o amor de Rick e Ilsa em Paris e seu reencontro em Casablanca. O piano de Sam em Casablanca foi leiloado em 2014 por 3,4 milhões de dólares na Bonhams de Nova York.

O elenco era uma verdadeira “legião estrangeira”: a sueca Ingrid Bergman; os ingleses Claude Rains e Sidney Greenstreet; os austríacos Paul Henreid (nascido na Trieste do Império Austro-Húngaro) e Peter Lorre (celebrizou-se como O Vampiro de Düsseldorf); o alemão Conrad Veidt (atuou em O gabinete do Dr. Caligari), que fugiu dos nazistas, mas Hollywood engessou em papeis de oficiais nazistas, como em Casablanca. E tem, é claro, o diretor Michael Curtiz, húngaro que se mudou para Hollywood ainda no cinema mudo. Durão, foi temido e odiado por todo o elenco, exceto por Ingrid, que Curtiz tratava como uma duquesa.

Bogart era cinco centímetros mais baixo do que Ingrid, o que o obrigou a pisar sobre blocos de madeira e sentar em almofadas altas para compensar a diferença. O filme todo foi rodado num galpão da Warner em Burbank. A cena final usou um avião de compensado em miniatura, imitando um Loockheed Electra Junior, preparado para o voo por extras anões, para manter a proporção. A produção exagerou no nevoeiro – criou um improvável fog londrino no Marrocos – a fim de disfarçar a bizarra montagem. E a capa de chuva emblemática de Bogie – façam-me um favor, em pleno deserto do Saara? Todos esses absurdos funcionaram às mil maravilhas, Havia finais alternativos A e B, até os atores principais só ficavam sabendo qual deles seria usado poucos dias antes da filmagem. Tentativas de corrigir as cenas finais se tornaram impossíveis depois que Ingrid Bergman cortou os cabelos bem curtos, para interpretar Maria em Por quem os sinos dobram? A filmagem de Casablanca foi uma comédia de erros em que tudo se encaixou à perfeição para criar uma obra-prima.

A estreia em Nova York em 26 de novembro de 1942 garantiu que o filme concorresse aos Oscars do ano. Com oito indicações, ganhou os prêmios de melhor filme, melhor direção e melhor roteiro.  Comunicólogos e semiólogos tentaram decifrar o Efeito Casablanca nas últimas décadas. Num livro de 402 páginas 1992, Round Up The Usual Suspects/The Making of Casablanca – Bogart, Bergman and World War Two II, Aljean Hametz revela todos os bastidores das filmagens. (O título evoca um dos chavões da hipócrita polícia francesa toda vez que havia uma agressão contra os alemães:

“Detenham os suspeitos de sempre.” Na verdade, nunca houve tropas nazistas uniformizadas em Casablanca em toda a Segunda Guerra, o que é talvez o maior disparate, dentre os inúmeros da história.) Até um livro de receitas de comes e bebes foi publicado, The Casablanca Cookbook.
Esta ano saiu o livro de Noah Isenberg, We’ll Always Have Casablanca, que analisa o impacto e a longevidade do filme. Umberto Eco sempre achou o Casablanca medíocre, uma história em quadrinhos, uma colcha de retalhos, com baixa credibilidade psicológica e descontínuo em seus efeitos dramáticos.” Mas Eco admite também: “Casablanca não é apenas um filme. É muitos filmes, uma antologia. Quando todos os arquétipos explodem desavergonhadamente, atingimos profundezas homéricas. Dois clichês nos fazem rir. Uma centena de clichês nos comove, pois sentimos que os clichês estão conversando entre si e celebrando uma reunião.”

Intelectualismos à parte, Casablanca é um filme que fala basicamente à emoção. Cultuado por sucessivas gerações ao longo de 75 anos, deverá continuar, por muito tempo, contando “a mesma velha história da luta por amor e glória.” Por tudo isso, depois de três quartos de séculos, se tornou também imune a remakes e continuações — um milagre impossível de se repetir.

  Remakes, sequels & prequels  

Rick e Ilsa deixam o heroico Victor Laszlo a ver aviões e têm o seu happy end. Casam, dão sua contribuição ao baby boom e se tornam mais uma família afluente na Subúrbia da Sociedade de Consumo. Ou então, numa virada de enredo digna do nosso tempo, Rick e o capitão Renault se aprofundam (literalmente) na sua “bela amizade” e saem pelo mundo afora em busca de destinos gay-friendly. Laszlo larga a política e se torna gerente de uma rede de hotéis, vivendo pra lá de Marrakech num harém de dançarinas do ventre. Dooley Wilson — que canta As Time Goes By no filme — faz sucesso com um clube de jazz na rive gauche de Paris, o Sam’s Café Américain.

São variantes de possíveis continuações de Casablanca que, felizmente nunca foram filmadas.

Existe ainda, só para um clube fechado de jornalistas cariocas, a bem humorada adulteração do final do filme feita por João Luiz de Albuquerque, com Rick e Ilsa juntos num beijo de happy end. Esta versão politicamente incorreta é precedida por um jornal do Canal 100 que mostra o Brasil campeão da Copa de 50 no Maracanã.

Não é de hoje que Hollywood tenta repetir o que deu certo — e nem sempre se dá bem. O romance O Grande Gatsby, de Scott Fitzgerald, publicado em 1925, já no ano seguinte ganhava uma versão no cinema ainda mudo, da qual só restaram poucos minutos – críticos pedantes dizem que é a melhor de todas. Refilmado em p&b em 1949 (com Alan Ladd), Gatsby conquistaria as plateias na versão com Robert Redford e Mia Farrow, roteirizada por Coppola – uma visão anos 70 dos anos 20. E tem ainda a versão de Baz Luhrmann em 2013 com Leonardo DiCaprio. Para mim, que traduzi a versão recuperada de O Grande Gatsby – apesar de incluir música eletrônica, hip-hop e rock numa trilha anacrônica – é de todas a mais fiel ao texto de Fitzgerald. No drama marítimo O grande motim, a versão de 1935 (com Clark Gable e Charles Laughton) ganha longe das de 1962 (Marlon Brando e Trevor Howard) e 1984 (Mel Gibson e Anthony Hopkins). Há remakes que jamais deveriam ter sido feitos: o de O fio da navalha (1946, com Tyrone Power), refilmado em 1984 com Bill Murray; e A carga da brigada ligeira (1936, dirigido por Michael Curtiz, de Casablanca, com Erroll Flynn), refeito em 1968 com David Hemmings. O personagem mais vezes levado à tela é Sherlock Holmes, interpretado por vários atores desde a primeira versão, em 1922, com John Barrymore. O detetive Charlie Chan, que também estreou no cinema mudo, aparece em dezenas de filmes. Ironicamente, seus maiores intérpretes foram falsos chineses: o sueco Warner Oland e o americano (de origem escocesa) Sidney Toler. O exemplo mais bem sucedido de sequels foi a saga O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola (1972, 74, 90). Detalhe precioso: o bebê de Al Pacino batizado no final do Chefão 1 é a filha recém-nascida de Francis Coppolla, Sofia, que atua como ninfeta no Chefão 3, já com 18 anos, e se tornaria expressiva cineasta depois. O charme macabro de Norman Bates gerou as sequências Psicose II e Psicose III e a prequel Psicose IV – O início, todas estreladas por Anthony Perkins, que dirigiu Psicose III. Desperdício total foi Gus Van Sant copiar em cores, em 1998, quadro por quadro, o Psicose original de Hitchcock, de 1960. Já Alfred Hitchcock e a filmagem de Psicose, com Scarlett Johansson fazendo a bela do chuveiro e Anthony Hopkins (não Perkins!) como o Mestre do Suspense, mostra a grande cartada do velho Hitch ao bancar sozinho, com dinheiro do bolso, a filmagem de um dos maiores sucessos de bilheteria, rejeitado por todas as grandes produtoras. Hopkins, a propósito, brilhou nas sequels de O silêncio dos inocentes — Hannibal e O Dragão Vermelho — mas não aparece na prequel, Hannibal – A Origem do Mal.

Existe coisa pior no cinema do que remakes, sequels e prequels? Existe, sim. Até um musical inexpressivo fizeram de Casablanca em 2002. Mas vamos torcer para que a história de amor de Rick e Ilsa continue fechada eternamente entre as quatro paredes do encantado café marroquino.                                                                                                             

A primeira Casablanca 
a gente nunca esquece!

Quem viu Casablanca, certamente viu o filme várias vezes. E lembra até hoje quando o viu pela primeira vez. Minha primeira sessão de Casablanca teve a ver, de certo modo, com a guerra.

Eu fazia o serviço militar no CPOR de Curitiba no verão de 1957. Numa sexta-feira programou-se uma marcha noturna de 30 quilômetros com mochila equipada de 36 quilos no lombo.

Uma verdadeira tortura.

Valendo-me de uma unha encravada, provocada por aqueles elegantes sapatos pretos de bico fino, consegui dispensa médica.

Cine Luz, Curitiba
Resolvi pegar a sessão das oito no Cine Luz, no centro da cidade. Quando ia saindo de casa às sete e meia, no alto da Alameda Carlos de Carvalho – o céu ainda claro no verão curitibano – ouço aquele tropel cadenciado subindo a rua. Era a marcha dos meus colegas da arma de Engenharia, a caminho das ladeiras do Bigorrilho e dos descampados da Campina do Siqueira e do Parque Barigui. Me escondi por trás da sebe de hortênsias que cercava o muro da casa dos meus pais. Passado o perigo, peguei o ônibus rumo ao centro.

Não devia ser a primeira vez que passava Casablanca em Curitiba; apenas 14 anos nos separavam do lançamento do filme – e da Segunda Guerra. O prazer estético de ver pela primeira vez Casablanca – a maior história de amor em tempo de guerra – foi intensificado mil vezes pelo senso do interdito e da transgressão de ter escapado ao castigo da marcha forçada.