por Eli Halfoun
São realmente novos tempos
de aceitação e compreensão, o que permite que pela primeira vez uma novela (no
caso “Amor à Vida”) discuta as relações homoafetivas com clareza e sem hipocrisia.
O foco dado para a união entre Nico
(Thiago Fragoso) e Eron (Marcelo Anthony) foi o mesmo que sempre se deu para um
casal normal. Por normal entenda-se o que a sociedade estabelece e aceita sem
questões ou discussões, ou seja, um casal formado por homem e mulher, o que
convenhamos não é mais a verdade absoluta das relações afetivas desses tempos
modernos. A relação entre Nico e Eron teve tudo o que envolve um até então
considerado casal normal, como se amor não fosse permitido para todos. O amor
entre Nico e Eron entrou em cena completo com sonhos, planos, desavenças e até
traições porque mesmo que um casal seja formado por pessoas do mesmo sexo não
deixa de ser uma união afetiva e que sempre envolve as mais variadas emoções.
As relações homoafetivas de “Amor à Vida” foram colocadas desde o início com
naturalidade, o que permitiu maior aceitação do público que, aliás, até pediu
que Nico e Felix (Mateus Solano) e Felix acabem juntos e felizes como prêmio ao
amor, como costuma acontecer em qualquer novela e com qualquer casal formado
por homem e mulher. O público também pediu que Eron encontre um novo amor: isso
acontecerá quando ele conhecer o novo cirurgião-chefe do Hospital San Magno e
que será interpretado por Eriberto Leão. Também pela primeira vez o público
torce pelo final feliz de um casal (no caso dois) formado por homens. É sem
dúvida um grande avanço da televisão e principalmente da sociedade. Desde o
início
Desde o início “Amor à
Vida” coloca a discussão do amor em primeiro plano: outra relação considerada
normalmente e preconceituosamente complicada é a que envolve um casal formado
por um não autista e uma autista. A relação entre o advogado Rafael (Rainer
Cadete) e Linda (Bruna Linzmeyer) mostra que o amor é normal, inteiro e
intenso para qualquer casal não importa a condição social, física ou
comportamental. O importante é que seja acima de tudo (e de preferência de
tidos) amor. Nesse aspecto O autor Walcyr Carrasco está fazendo de “Amor à Vida”
uma novela que ficará na história não só pelo sucesso, mas sim e principalmente
pelos temas que colocou em discussão sem hipocrisia e com clareza. Como devem
ser todas as discussões. (Eli Halfoun)
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