domingo, 26 de janeiro de 2014

São Paulo: 460 anos de sonhos brasileiros

por Eli Halfoun
É uma festa brasileira. São Paulo ainda comemora seus 460 anos e nem os cariocas que costumam fazer apenas de brincadeira muitas restrições ao pelo menos financeiramente principal estado brasileiro deixam de reconhecer a importância do estado para o país como fonte geradora de emprego, de produtos, de sonhos e de esperanças. São Paulo é sempre a ambição maior dos nordestinos (sulistas e nortistas) que querem melhorar de vida e acham que conseguirão isso na gigante São Paulo que geralmente só conhecem de ouvir falar. Para eles não importa: fazem sacrificadas viagens para chegar até São Paulo em busca de melhor qualidade de vida, o que nem sempre acontece. De qualquer maneira São Paulo é que abriga o maior e mais variado número de brasileiros de todos os estados e do mundo - pessoas que em nome da esperanças e do sonho deixam para trás mulheres, mães e filhos com a promessa de buscá-los quando as coisas melhorarem. Nem sempre funciona assim, mas durante muito tempo é essa a esperança que mantém de pé quem migra para São Paulo como um quase miserável faminto. Muitas vezes a vida realmente melhora e muitos trocam São Paulo pelo Rio e até deixam para trás os familiares que prometeram trazer quando as coisas melhorassem.  Ainda assim São Paulo é um porto seguro para muitos brasileiros esquecidos nos sertões miseráveis de um país que lhes promete muito e não faz quase nada. São Paulo faz muito pelo país economicamente.
Durante muito tempo o carioca principalmente brincava com os paulistanos porque em SP não tem praia, não tinha lazer e muito menos descontração. Exagero carioca: São Paulo está entre os mais versáteis lugares do mundo em termo de restaurantes de indiscutível qualidade (tem tudo para todos os paladares), bons teatros e belos espetáculos, além de bares cheios de charme (só não tem os botequins que essa é uma especialidade genuinamente carioca e qualquer cópia é mal feita. Viver em São Paulo é uma correria diária, mas quem não quiser ou precisar correr tanto tem muitas opções e a certeza de que com o tempo será mais um “paulistano” bem sucedido profissional e economicamente. Tenho um filho jornalista que trocou o Rio por São Paulo e embora faça questão de viver cariocamente não tem intenção de voltar a morar no Rio, mesmo achando que o Rio é muito melhor e por isso insistiu tanto que seu filho (meu neto, hoje rapaz)) paulistano nascesse no Rio. Não faria a menor diferença: ser carioca não é só nascer no Rio, mas sim ter a alma carioca.

O Brasil sem dúvida é grato a São Paulo por tudo que faz pelo, mas São Paulo também deve gratidão ao Brasil que lhe permite ter muitos paulistanos que nascem de brasileiros e brasileiras de tidos os estados e que sem dúvida ajudaram e continuam ajudando São Paulo a ficar cada vez mais forte. (Eli Halfoun)

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