por Eli Halfoun
A responsabilidade dos
jogadores de futebol diante da torcida vai muito além do que mostram em campo.
Como figuras públicas, eles devem ser exemplos de conduta, de caráter, enfim de
um comportamento que possa ser admirado e copiado. Ficou bem para trás o tempo
em que os jogadores de futebol eram considerados desinformados (e eram mesmo) e
sem cultura, o que também não era exagero. O nível dos atletas melhorou muito
nos últimos tempos desde que o futebol deixou de ser apenas esporte e
diversão das periferias e ganhou gigantescas movimentações comerciais, aumentando
muito a responsabilidade dos jogadores como exemplos para a torcida, especialmente
as crianças, que um dia sonham ser iguais a eles. Quem chama atenção para a
nova conduta dos jogadores de futebol (podem ser incluídos aí todos os
esportes) é o ex-jogador, ex-comentarista e hoje técnico Falcão em excelente
entrevista para a ”Folha de São Paulo”. Diz aí Falcão:
“Futebol é um trabalho de
exposição pública – e isso devia fazer com que os profissionais do esporte
tivessem mais cuidado com o que vestem e o modo com que se comportam. Mais importante
do que a vestimenta é ser atencioso, aprender a falar (aprender a calar também),
conviver com pessoas de outras áreas, conhecer outras culturas, outros
costumes, desenvolver o bom gosto, a educação e o respeito pelos outros. Isso é
ser elegante no futebol ou em qualquer outra atividade”. Difícil é exigir isso
nas peladas das periferias onde surgem os craques que geralmente nem tem o que
comer e são alimentados por sonhos. (Eli Halfoun)
Um comentário:
Falcão deve estar se referindo ao jogador de futebol europeu. Mas o futebol brasileiro pode hoje estar dividido em duas épocas. A primeira, sem nenhuma dúvida é a é[oca em que surgiram jogadores como Zizinho, Jair da Rosa Pinto e tantos outros da mesma categoria de comportamento, que se destacaram não pelo futebol que jogavam como pela conduta na sociedade em que viviam e uma segunda época que é a de hoje, cujos jogadores vem de favelas e periferias sem nenhuma educação, semi-alfabvetizados e ao primeiro salário a sua providência é comprar o carro do ano.
Despreparados até para ganhar dinheiro se perdem nas noites da boemia, das farras e noitadas, mulheres e por fim acabam nas drogas.
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