por Eli Halfoun
A dificuldade que é obrigado
a enfrentar diariamente para conseguir chegar ao trabalho traça um real e cruel
retrato do quanto o trabalhador brasileiro é punido até na hora de produzir com
suor e esforço e provavelmente lágrimas, bens para o país. Os mais recentes
problemas com os trens da Supervia (não é nem super e nem via) no Rio e que
também estão presentes na vida de trabalhadores de todo o país deixou um alerta
muito importante: ou o Brasil começa a cuidar melhor de seus trabalhadores ou não
demora muito não terá trabalhadores e aí não terá progresso e, portanto, ficará
sem alternativas de futuro. Sabíamos que a situação dos usuários de transportes
públicos, trens principalmente é absurda, mas foi dolorido confirmar que sem o
trem a maioria dos trabalhadores não tinha um único centavo no bolso que lhe
permitisse utilizar outra condução. Resultado ficou algemado também a um pedaço
de papel distribuído como vale que na verdade de nada vale.
Essa falta de condições e
liberdade de ir e vir também não é novidade: são centenas os trabalhadores que
passam as noites debaixo de marquises no centro das cidades, como se mendigos fossem,
simplesmente porque se voltarem para casa não terão dinheiro para vir trabalhar
no dia seguinte. A situação me fez lembrar da infância pobre quando com
sacrifício minha mãe nos dava (eu e meu irmão) o dinheiro da passagem e um
extra para usar somente caso acontecesse algum problema com a condução. Esse tipo
de prevenção é impossível hoje ao trabalhador que já não tem o que comer e está
com cada vez menos condições de locomover-se até para trabalhar. Pelo menos
essa liberdade de ir e vir para produzir riqueza para os patrões e o país o trabalhador
deveria ter garantida pelos patrões e pelo país, mas não tem: nosso heroico
trabalhador brasileiro está condenado a morrer apertado dentro de uma condução.
Isso quando ainda consegue embarcar em uma. (Eli Halfoun)
6 comentários:
Aí tem duas coisas, a empresa que é dona do transporte, é uma zona mesmo, e a situação do trabalhador. O Brasil tem pouco desemprego, quem trabalha mesmo tá indo, tiro pela galera que conheço, já foi pior. Vale-transporte é uma boa, pode perguntar a qualquer trabalhador. Agora, o preço das passagens é alto, pesa, e falta transporte por que empresas de onibus preferem lotar a botar mais onibus na rua. Tem que reconhecer que o governo já fez muita coisa. E queremos mais
Se o governo já fez muita coisa pelo menos na área de "mobilidade urbana "ainda não fez – desculpe a palavra – porra nenhuma. Não interessa se a empresa é privada ou não, o governo tem que estar presente na fiscalização, cobrando modernidade e otimização delas. O governo não tem de ficar sentado de braços cruzados deixando o barco correr à deriva. TVem que se mexer. Se a empresa não está cumprindo o contrato de servir ao público com competência, que puna a empresa encampando-a se necessário for.
O governo é o poder delegado pelo povo.
Engraçado, pensava que o governo petista tivesse acabado com todos esses problemas, principalmente pelo do trabalhador estar passando fome, porque uma das bandeiras do PT era que o trabalhador passaria a comer 3 vezes ao dia. Não está comendo 3 vezes ao dia e não tem dinheiro para pagar a passagem do ônibus? Então que governo é esse?
Na comunidade aqui tem mais gente empregada e melhorou de vida. Meu pessoal em volta agradece a Lula. Nunca ninguém fez nada pra nos. Tamo comendo e trabalhando, filho na escola. Sei que quem é rico não gosta, quem já tinha tudo antes reclama mas olharam pra nós pela primeira vez.
A picaretagem da privataria não pregou nem um prego numa barra de sabão. E tem em todo o pais obra em andamento que levam tempo mesmo. O tal de FHC parou o pais, metrô, hidrelétricas, portos. Governou pro mercado financeiro.Todo mundo pra escola pra aprender Brasil, politica, história e não ficar feito gravador repetindo babacas da da TV.
O cego não é só aquele que perdeu a visão dos objetos em sua volta é aquele – apesar de ter visão normal – que não consegue ver um palmo do seu nariz do que acontece nos rumos polítcos e sociais à sua volta. É um cego para a vida social obliterado por um fanatismo político, que não entendeu ainda que muitos muros políticos foram derrubados e só consegue ver o que a voz rouca de semi-alfabetizados se levantam nos palanques políticos prometendo o que nunca poderão dar ao povo porque são incompetentes por sua própria natureza e desvios cerebrais.
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