sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Sua excelência o “lata velha”

Do meu primeiro carro, o Dauphine, que encarava a Avenida Brasil...
...ao atual, o valente Apollo, que chama atenção em Saquarema. 

O Apollo foi lançado em 1990.
por  Nelio Barbosa Horta
 Sempre tive “carro velho” como companheiro em quase todos os momentos de minha vida. O primeiro foi um Dauphine. Eu morava em Ramos e pegava a Avenida Brasil todos os dias. O carro era tão acelerado que eu vinha para o centro sem colocar o pé no acelerador, isto é, ele andava sozinho...Depois tive um Fusca 63, azul-claro, que comprei num posto de gasolina. O vendedor, que eu conhecia há algum tempo, dizia que era seguro e que eu ia gostar do carro. O sonho de todo suburbano daquela época era ter um Fusca. Soube depois, que era “clonado”. Larguei o carro no posto, que acabou desaparecendo...
Mais tarde tive um Fuscão 65, branco. Este me deu as maiores alegrias. Eu jogava uma “pelada” todos os domingos num clube, na Barra chamado Canaveral. Tinha que chegar cedo para ser escalado. Motor possante, ele subia a Edson Passos na maior tranquilidade, eu chegava no Clube sempre no horário.
 Depois tive uma Brasília, que eu gostava mas esquentava demais o motor, vivia dando problemas. Nesta época eu já era conhecido dos mecânicos da Ponte Rio-Niterói porque vivia enguiçado, geralmente no vão central. Quando os mecânicos chegavam para me socorrer diziam: “outra vez seu Nélio”... eu ria, eu ria, mas com vontade de chorar. Atualmente, e há 21 anos, tenho um Apol” 1992, modelo GL comprado, quase novo, de um tio, que tinha verdadeira adoração por este carro. Meu tio morreu, mas o carro continua  desfilando pelas ruas de Saquarema, onde moro, causando uma certa curiosidade aos mais jovens  e perplexidade aos mais velhos que olham para ele como se estivessem num museu.
A maioria dos carros daqui é de veículos novos, e quando eu passo pela pracinha de Santo Antônio, até os guardas que garantem a passagem dos pedestres, (em Saquarema não existem sinais de trânsito)  olham para ele e devem pensar:  “o que é que esta “lata velha” está fazendo pelas ruas de Saquarema. Mas o Apolo é um bom  carro, quase não dá problemas e já deixou dois motoqueiros na Niterói-Manilha, que pareciam que iam me dar uma  “fechada”, bem distantes de mim. O importante em um carro é que ele ande, sem dar problemas, quando tem gás, melhor ainda..

Não penso em carro mais novo, por enquanto. São caros e com salário de aposentadoria  não dá... (Nelio Barbosa Horta, de Saquarema)

2 comentários:

alberto carvalho disse...

O fusquinha e o dauphine eram dois carros legais. O Dauphine sumiu de vez. Nunca mais vi nenhum rodando por aí. Com certeza alguns colecionadores devem te-los. Era muito bonito. O fusca, ainda vejo alguns por aí. Tenho um vizinho que não vende o dele de maneira nenhuma. É um alemão do ano de 1958conservadíssimo. Uma beleza. Já oferecem para ele 80 mil e ele recusou. Eu lembro do fusca do Renato Sérgio que não havia mais lugar para ser abalroado. Só depois de dois anos, usando o carro todos os dias é que o Rento descobriu que ele precisava de óleo. E o fusquinha continuava rodando e levando-o para casa todos os dias após várias bebedeira sem perder o rumo.

Nelio Horta disse...

No texto sobre o "lata velha", esqueci de falar sobre o ESCORT, que também tive e que pegou fogo no jardim, em frente à Manchete, onde estacionávamos. A Brigada de Incêndio da Bloch apagou rapidinho o fogo evitando que passasse para os outros carros. Consegui recuperá-lo, mas por pouco tempo.