sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Menor deve trabalhar

 por Nelio Barbosa Horta
Ao contrário do que diz a lei, menor deveria ser autorizado a trabalhar. Considera-se criança, para os efeitos dessa Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Por quê trabalhar? Para se manter, para ajudar no sustento de suas famílias, para estar sempre ocupado durante o dia , e, também à noite, quando poderia estudar. De acordo com recente pesquisa, dos 12 milhões de moradores das favelas, 65% já pertencem à classe média e com o aumento do poder de compra  dessas pessoas, é rara uma família que não tenha, pelo menos, um computador em casa, onde os jovens, passam a maior parte do seu tempo, “ligados” à  Internet, ou às chamadas “Redes Sociais” consumindo todo tipo de informação e ensinamentos, na maioria das vezes prejudiciais à sua formação.
Acho que o Governo poderia alterar a lei, dando  maiores oportunidades aos “menores”, que trabalhariam com horário menor , o chamado “meio expediente”. Os mercados, as farmácias e o comércio em geral deveriam  reservar espaço para o trabalho do menor, em turnos, à tarde ou de manhã, dependendo do horário que o jovem estivesse estudando. Eles poderiam usar uniforme especial, exclusivo para aprendiz. Claro que não estou falando de trabalho “pesado”, onde seriam resguardadas suas capacidades físicas e naturais para sua idade. Com a aproximação do Natal, centenas de lojas deveriam admitir, com pagamento  pré-estabelecido, um grande número de  menores, que tenho certeza, ficariam felizes com o seu “pró-labore” semanal (ou mensal).
Também fui jovem, e não me arrependo de ter começado muito cedo a trabalhar. Morava em São Cristóvão e as chances de trabalho, nos anos 50, eram raríssimas,  principalmente para os  jovens que não tinham  nenhuma experiência. Tive sorte de conseguir, através de um professor de matemática, que era engenheiro, um trabalho no seu escritório de arquitetura à tarde, como projetista (eu tinha 13 anos).  Depois, com 15 anos fui jogar no juvenil do Vasco que ajudava meu pai no pagamento do ginásio Treinava de manhã, e á tarde consegui um outro emprego como Revisor de provas tipográficas no  Diário da Noite.  Nesta época eu estudava à noite no saudoso Instituto Cylleno, de São Cristóvão onde tinha colegas que ficaram famosos: o Baden  Powell, violonista e compositor, o Miguel Nobre, maestro e o Dr. Edson Teixeira, todos muito jovens (e com poucos recursos), como eu. Quando deixei o Vasco , fui trabalhar na cenografia da TV Tupi. Tinha 16 anos.
Penso que a ociosidade e a falta de oportunidade de trabalho para os jovens podem levá-los à busca de  alternativas pouco recomendáveis. Os pais de hoje,  que também precisam trabalhar,  na maioria das vezes, não dão a assistência  necessária aos seus filhos.

Por isso, é preciso que se construam mais creches populares, com toda infra-estrutura, mais colégios para educação, se possível em tempo integral, mais hospitais, saneamento básico nas áreas carentes, e, oportunidades para aqueles que optarem por trabalhar, ainda que muito jovens. ( Nelio Barbosa Horta, de Saquarema)

Um comentário:

Wedner disse...

Acredito que é isso mesmo. Ajudaria a dirigir melhor o futuro da juventude.É só haver fiscalização para imoedir exploração e mão de obra escrava. E tambem evitar trabalhos de risco.