por Nelio
Barbosa Horta
Ao
contrário do que diz a lei, menor deveria ser autorizado a trabalhar.
Considera-se criança, para os efeitos dessa Lei, a pessoa até doze anos de
idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Por quê
trabalhar? Para se manter, para ajudar no sustento de suas famílias, para estar
sempre ocupado durante o dia , e, também à noite, quando poderia estudar. De acordo com recente pesquisa, dos 12
milhões de moradores das favelas, 65% já pertencem à classe média e com o
aumento do poder de compra dessas
pessoas, é rara uma família que não tenha, pelo menos, um computador em casa,
onde os jovens, passam a maior parte do seu tempo, “ligados” à Internet, ou às chamadas “Redes Sociais”
consumindo todo tipo de informação e ensinamentos, na maioria das vezes
prejudiciais à sua formação.
Acho que o
Governo poderia alterar a lei, dando
maiores oportunidades aos “menores”, que trabalhariam com horário menor
, o chamado “meio expediente”. Os mercados, as farmácias e o comércio em geral
deveriam reservar espaço para o trabalho
do menor, em turnos, à tarde ou de manhã, dependendo do horário que o jovem
estivesse estudando. Eles poderiam usar uniforme especial, exclusivo para
aprendiz. Claro que não estou falando de trabalho “pesado”, onde seriam
resguardadas suas capacidades físicas e naturais para sua idade. Com a
aproximação do Natal, centenas de lojas deveriam admitir, com pagamento pré-estabelecido, um grande número de menores, que tenho certeza, ficariam felizes
com o seu “pró-labore” semanal (ou mensal).
Também fui
jovem, e não me arrependo de ter começado muito cedo a trabalhar. Morava em São
Cristóvão e as chances de trabalho, nos anos 50, eram raríssimas, principalmente para os jovens que não tinham nenhuma experiência. Tive sorte de conseguir,
através de um professor de matemática, que era engenheiro, um trabalho no seu
escritório de arquitetura à tarde, como projetista (eu tinha 13 anos). Depois, com 15 anos fui jogar no juvenil do
Vasco que ajudava meu pai no pagamento do ginásio Treinava de manhã, e á tarde
consegui um outro emprego como Revisor de provas tipográficas no Diário da Noite. Nesta época eu estudava à noite no saudoso
Instituto Cylleno, de São Cristóvão onde tinha colegas que ficaram famosos: o
Baden Powell, violonista e compositor, o
Miguel Nobre, maestro e o Dr. Edson Teixeira, todos muito jovens (e com poucos
recursos), como eu. Quando deixei o Vasco , fui trabalhar na cenografia da TV
Tupi. Tinha 16 anos.
Penso que a
ociosidade e a falta de oportunidade de trabalho para os jovens podem levá-los
à busca de alternativas pouco
recomendáveis. Os pais de hoje, que
também precisam trabalhar, na maioria
das vezes, não dão a assistência
necessária aos seus filhos.
Por isso, é
preciso que se construam mais creches populares, com toda infra-estrutura, mais
colégios para educação, se possível em tempo integral, mais hospitais,
saneamento básico nas áreas carentes, e, oportunidades para aqueles que optarem
por trabalhar, ainda que muito jovens. ( Nelio Barbosa Horta, de
Saquarema)
Um comentário:
Acredito que é isso mesmo. Ajudaria a dirigir melhor o futuro da juventude.É só haver fiscalização para imoedir exploração e mão de obra escrava. E tambem evitar trabalhos de risco.
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