por Eli Halfoun
Assim como de técnicos de
futebol, o país está cheio de “psiquiatras e psicólogos de botequim”, todos com
uma solução na ponta da língua, como se fosse assim tão fácil entender a mente
e o comportamento humano. Estamos (e ainda bem) cada vez menos normais até do
ponto de vista médico que exagera. O psiquiatra americano Dale Archer que acaba
de lançar o livro “Quem disse que é bom ser normal?” declarou para a Folha
de São Paulo que existe um excesso de diagnóstico de doenças mentais e que
estão “patologizando”, ou seja, transformando em doenças comportamentos
normais. Portanto, não está “todo mundo louco” como diz a música de Silvio Britto
e como pelo visto querem os psiquiatras. Na área médica as opiniões se dividem:
a psicanalista Regina Elisabeth, da Sociedade de Psicanálise de São Paulo, diz que “as
pessoas estão menos tolerantes às emoções". Ela acredita que “há menos lugar
para a tristeza e por isso mesmo a “exaltação e excitação são confundidas com
felicidade.” Para a psiquiatra e psicanalista “vivemos de uma forma mais
estimulante na qual as emoções mais depressivas, reflexivas, não têm espaço".
Ninguém é tão normal ou anormal
quanto pensa e nem todo diagnóstico psiquiátrico é verdadeiro e definitivo. Importante
é não confundir tristeza com depressão e encarar a vida de frente, com
entusiasmo e sem medo. Afinal somos todos sempre um pouquinho loucos Isso é
convenhamos muito saudável. (Eli Halfoun)
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