quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Televisão brasileira não precisa copiar nada de ninguém

por Eli Halfoun
Afinal, qual é a da televisão brasileira? Sabemos todos que a maioria dos programas aqui exibidos é de licenciamentos ou simplesmente cópias piratas de atrações de emissoras americanas e inglesas principalmente. A impressão que fica é a de que nossa televisão parece não ter a menor capacidade para criar programas, de preferência atrações que falem mais a linguagem do brasileiro. É só preguiça: profissionais brasileiros são perfeitamente capazes de ocupar o vídeo com novidades, ou seja, não é preciso copiar ninguém. Copiamos simplesmente porque é aparentemente mais fácil e mais barato e também porque o público tem aceitado bem qualquer cópia, por mais barata que seja. Ao vencer duas categorias do recente prêmio Emmy (o Oscar da televisão) mostra uma vez mais que quando deixam sabemos sim, criar e vender bons produtos e não só televisivos. A premiação de Fernanda Montenegro como atriz por sua atuação em “Doce de Mãe” não chegou a ser surpresa. Fernanda é uma atriz maravilhosa, ainda a melhor do país e tem o talento conhecido e reconhecido até por quem vive no interior do país com bolsa família, que lhe permite até ter um aparelho de televisão e, portanto, acesso aos talentos artísticos brasileiros e a informação sobre tudo o que acontece no mundo. A também premiada novela “Lado a Lado” só o que o mundo já sabe: é no Brasil que se criam e produzem e as melhores novelas do mundo. O prêmio de “Lado a Lado” só surpreendeu porque a “novela “Avenida Brasil” de tanto sucesso era considerada uma barbada. “Lado a Lado” foi o reconhecimento maior de dois estreantes autores (João Ximemes Braga e Claudia Lage) e do brasileiro e competente trabalho de reconstrução de época que nos ensinou a história do país da forma mais adequada de ensinamento, ou seja, divertida e através de imagens (o que a memória cerebral não guarda a memória visual nunca esquece). Prêmios como os agora e novamente conquistados são motivos de orgulho, mas nem por isso a televisão deixará de continuar copiando o que é de fora. Copiar não é nenhum crime desde que seja uma cópia assumida e produzida com qualidade. Em tempo: só vale copiar o que é bom. (Eli Halfoun)

Um comentário:

J.A.Barros disse...

"Criar é copiar", dizia o velho Chacrinha. Mas, será que é preciso copiar todos os programas das TVs estrangeiras? Será que não temos ninguém capaz de criar um programa de TV? Acredito que o Falabela é capaz dessa façanha ou dessa ousadia se preferir assim. O programa Sai de Baixo não era uma criação dele?