por Eli Halfoun
Bom mesmo é reclamar. É
assim que caminha a humanidade sempre insatisfeita por conta de um olhar
pessimista do qual não consegue ficar livre. Durante anos os cariocas reclamaram
que a Perimetral construída como solução para o trânsito, o que nunca chegou a
ser, escondia algumas das belezas históricas da cidade. Agora a reclamação se
volta para a demolição dessa mesma Perimetral que já na primeira implosão
deixou novamente aparentes os prédios históricos e culturais da sempre Cidade
Maravilhosa. É evidente que a demolição da Perimetral está incomodando e
atrapalhando muito quem é obrigado a circular de carro e mesmo a pé pelo centro
histórico do Rio. Não temos paciência para esperar pelas belezas e benefícios
prometidos com o novo espaço que se abrirá na cidade. Quando tudo estiver pronto
e funcionando aí sim ficaremos entusiasmados e agradecidos pelo novo. Acontece
o novo (e não em relação a obras) sempre tem um custo alto além do material:
incomoda e assusta muito, mesmo que não seja uma obra tão gigante como a
demolição da Perimetral e a criação de um novo e fundamental espaço para o Rio.
Obras são uma espécie de tortura lenta e barulhenta com a qual não conseguimos
conviver nem mesmo em casa. Se você precisa fazer um pequeno reparo na cozinha
ou no banheiro a casa inteira sofrerá com a sujeira, o entulho e a lentidão de
iniciar uma nova fase na casa.L. É impossível fazer qualquer obra sem fazer barulho
e bagunça. O preço do novo é sempre grande e é sempre também um preço que não
queremos pagar, embora seja necessário. O novo espaço no centro do Rio terá de
enfrentar ainda muitas reclamações, insatisfações (foi assim com as obras do
hoje elogiado Metrô), mas no final concluiremos que valeu a pena. Agora já se
fala também na possibilidade de no futuro demolir o viaduto Paulo de Frontin outra
obra faraônica que nunca foi bem explicada, também escondeu parte da cidade e
nem serviu ao contrário do que anunciou e se esperava para muito em matéria de
mobilização urbana. Não adianta reclamar: temos mesmo de conviver por um grande
período com todos os incômodos que qualquer obra impõe. Então, só reta manter o
otimismo da esperança de que no futuro tudo estará bem melhor. (Eli Halfoun)
2 comentários:
Neste país nada ficará melhor agora e muito menos no futuro. Enquanto não educar o brasileiro a viver, educadamente, respeitando os direitos do seu próximo tudo continuará nesse caos em que insistimos em viver.
Tem é que mudar o nome de viadutos, pontes, ruas. Viaduto 31 de março, ponte Costa e Silva e outras merdas. Vão pro caralho e parem de homenaGear torturador
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