por Eli Halfoun
Está ficando chato, mas é
fundamental continuar falando da polêmica criada pelo grupo “Procure saber” em
relação as biografias. O assunto é muito mais grave do que se pensa: se for
realmente necessária autorização para escrever e publicar uma biografia esse
tipo de censura prévia terá alcance muito maior e autoritário atingindo não tenham
dúvidas espetáculos musicais, filmes, o que quer que seja envolvendo o nome de
um artista, político, jogador de futebol e por aí vai. Pelo que se tem notícia ultimamente
o grupo ”Procure saber” rachou, ou seja, não se manifesta e nem se posiciona mais
com a mesma veemência que fez no início do movimento. Há quem diga que o racha
começou depois que Roberto Carlos escolheu seu próprio advogado e praticamente
desligou-se do grupo ao qual, aliás, não deu a menor satisfação, embora tenha
colocado seu empresário em ação para colher e financiar um filme publicitário
com depoimentos de Gil e Caetano entre outros. Além do mais a turma do “Procure
saber” percebeu a tempo que sua posição ditatorial poderia interferir muito na
carreira musical de seus integrantes e afastar os fãs.
É melhor deixar que a
Constituição cuide desse assunto ou apenas interferir na publicação de uma
biografia quando o biografado sentir-se ofendido e buscar na Justiça o ressarcimento financeiro
ou a proibição do livro. Ou simplesmente
deixar que o público-leitor decida se quer ou não comprar uma obra que
supostamente devasta a intimidade de seu ídolo. Aliás, nesse aspecto é da
Espanha que vem um bom exemplo: o recente lançamento do livro “Mistério Messi”
não autorizado pelo jogador Lionel Messi criou uma esperada reação de sua
família e seu irmão usou o Twitter para dizer que o livro é “uma mentira imensa” e aconselhar os
admiradores do jogador a não comprarem o livro.
A família de Messi pretende acionar a Justiça, mas em nenhum momento
falou em proibir a obra. Não houve, ao contrário do que costuma acontecer por
aqui, nenhum disse-me-disse e a vida seguiu normalmente. Tanto a de Messi quanto
a dos autores do livro. Importante é que em nenhum momento a cesura foi
imposta. Nem antes e nem depois como alguns artistas querem que aconteça por
aqui. Não vai acontecer simplesmente porque censura nada mais tem a ver com no país.
(Eli Halfoun)
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