domingo, 3 de novembro de 2013

Livro não autorizado sobre Messi mostra que não é preciso impor censura prévia

por Eli Halfoun
Está ficando chato, mas é fundamental continuar falando da polêmica criada pelo grupo “Procure saber” em relação as biografias. O assunto é muito mais grave do que se pensa: se for realmente necessária autorização para escrever e publicar uma biografia esse tipo de censura prévia terá alcance muito maior e autoritário atingindo não tenham dúvidas espetáculos musicais, filmes, o que quer que seja envolvendo o nome de um artista, político, jogador de futebol e por aí vai. Pelo que se tem notícia ultimamente o grupo ”Procure saber” rachou, ou seja, não se manifesta e nem se posiciona mais com a mesma veemência que fez no início do movimento. Há quem diga que o racha começou depois que Roberto Carlos escolheu seu próprio advogado e praticamente desligou-se do grupo ao qual, aliás, não deu a menor satisfação, embora tenha colocado seu empresário em ação para colher e financiar um filme publicitário com depoimentos de Gil e Caetano entre outros. Além do mais a turma do “Procure saber” percebeu a tempo que sua posição ditatorial poderia interferir muito na carreira musical de seus integrantes e afastar os fãs.

É melhor deixar que a Constituição cuide desse assunto ou apenas interferir na publicação de uma biografia quando o biografado sentir-se ofendido e  buscar na Justiça o ressarcimento financeiro ou a proibição do livro.  Ou simplesmente deixar que o público-leitor decida se quer ou não comprar uma obra que supostamente devasta a intimidade de seu ídolo. Aliás, nesse aspecto é da Espanha que vem um bom exemplo: o recente lançamento do livro “Mistério Messi” não autorizado pelo jogador Lionel Messi criou uma esperada reação de sua família e seu irmão usou o Twitter para dizer que o  livro é “uma mentira imensa” e aconselhar os admiradores do jogador a não comprarem o livro.  A família de Messi pretende acionar a Justiça, mas em nenhum momento falou em proibir a obra. Não houve, ao contrário do que costuma acontecer por aqui, nenhum disse-me-disse e a vida seguiu normalmente. Tanto a de Messi quanto a dos autores do livro. Importante é que em nenhum momento a cesura foi imposta. Nem antes e nem depois como alguns artistas querem que aconteça por aqui. Não vai acontecer simplesmente porque censura nada mais tem a ver com no país. (Eli Halfoun)

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