Alice Cooper no Rock in Rio. Foto de Gabriel Monteiro/Riotur |
Foto de Gabriel Monteiro/Riotur |
por Roberto Muggiati
Queria lembrar aqui o que escrevi num livrinho chamado Rock: Da utopia à incerteza (1968-1984), que a Brasiliense publicou em 1985, ano do primeiro Rock in Rio:
“Embora catalogado às vezes como heavy metal, Alice Cooper ajudou a desencadear o rock andrógino, conhecido como glitter rock nos EUA e glam rock na Grã-Bretanha; respectivamente brilho (glitter) e glamour (glam).
Em outras palavras, algo como um rock de plumas e paetês em que os músicos apareciam fortemente maquiados ou até travestidos. Em Alice Cooper, o apelo sexual era mais um recurso para agredir o público, pois Alice (nascido Vincent Damon Furnier, filho de pastor) era uma ‘cria’ de Frank Zappa, o pai espiritual dos freaks de todo o mundo e um discípulo direto do Teatro do Absurdo, aperfeiçoando um rock grand guignol com cadafalsos, guilhotinas e cadeiras-elétricas no palco, decapitando bonecas como um samurai maluco ou se enrolando numa jiboia de estimação.”
Em boa forma, exibindo os trejeitos de sempre e brandindo um bastão do poder, Alice Cooper, com 54 anos de carreira, mostrou que ainda tem alguns anos de estrada pela frente. Depois do espetáculo, comentou satisfeito no camarim: “Muitos desses meninos nunca viram um show de rock ‘n’ roll.”
Um comentário:
Alice Cooper e Arthur Brown, que também se apresentou, são da história do rock. Não entendo porque o Rock in Rio agora traz tão pouco rock. Periga no próximo ter sertanejo e gospel. Aí vai pro saco de vez.
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