Calça rasgada no furacão. Reprodução You Tube |
Selfie na ventania. Reprodução/Rede Social |
por Ed Sá
Não basta cobrir furacões e inundações, tem que participar. A tendência não surgiu na Globo, é fenômeno mundial. Faz parte da espetacularização da notícia, um toque de show, de reality-show.
Se, ao entrar no ar ao vivo, não há uma cena instigante a mostrar para ilustrar o conteúdo, o jeito é botar o pé na lama e introduzir uma dinâmica ao fato.
Às vezes, repórteres caem no exagero.
Não faz muito tempo, em São Paulo, uma jornalista entrou em um rua inundada de uma mistura de água e esgoto para dramatizar a cena. Foi meio ridículo porque só ela encarava a cloaca; os moradores que apareciam na mesma imagem haviam improvisado uma sábia passarela de madeira para não ir literalmente à merda.
Não há notícia de repórter que tenha faturado um prêmio Pulitzer de dramaturgia jornalística. Mas as redes gostam da fórmula.
A atual temporada de furacões no Caribe e na Flórida ofereceu muitas dessas cenas.
Duas se destacaram:
- a das repórteres Carolina Cimenti e Sandra Coutinho, da Globo News, com as calças da primeira se rasgando ao vento e, a partir daí, tornando-se o assunto principal da entrada (do estúdio, a âncora achou melhor interromper a divagação sobre a peça de vestuário que se desfazia, sem falar que o vento ia continuar fazendo seu trabalho e a calça ia acabar decolando);
- e a selfie da mesma Sandra Coutinho rindo pouco antes da chegada do tufão que, para a maioria das pessoas, não tinha graça nenhuma.
As redes sociais não perdoaram.
Em um post, Sandra Coutinho foi comparada à modelo Nana Gouvêa que, anos atrás, em Nova York, também achou que tempestades são ótimas situações para selfies inesquecíveis.
VEJA O VÍDEO "DRAMÁTICO" DA CALÇA RASGADA, CLIQUE AQUI
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