No dia 1° de setembro de 1992, há 25 anos, os presidentes da Associação Brasileira de Imprensa, Barbosa Lima Sobrinho, e da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcello Laveniére, apresentaram à Câmara o pedido de impeachment de Collor.
Outras datas virão redondas para revalidar a pauta "comemorativa": no dia 29 setembro do mesmo ano, a Câmara dos Deputados votou a favor da instauração do processo de impeachment de Collor; no dia 1° outubro começou a tramitar no Senado; no dia seguinte "elle" foi afastado da Presidência. Para evitar o impeachment, Collor renunciou no dia 29 de dezembro. E no dia 30, perdeu o mandato. fechando a ação política.
Quanto à ação penal, bom lembrar que em 1994, apesar de todo aquele barulho, os PC Farias da vida, Fiat Elba. contas fantasmas etc, o STF, isso aí, o Supremo, ele mesmo, absolveu Collor. Naquela época, não se invocou o "domínio do fato". O STF considerou que algumas provas foram obtidas "ilegalmente" e anulou todas. A figura jurídica que permitiu isso? A doutrina dos "frutos da árvore envenenada".
De qualquer forma, o processo de impeachment e a renúncia encerraram a Era Collor até então muito reverenciada pela grande mídia.
Ficou uma foto histórica dos "bons tempos" de "amizade collorida" e parceria desde a campanha eleitoral entre grandes corporações jornalísticas e o morador da Casa da Dinda. A intimidade era tão intensa que apenas um ano antes da queda de Collor, uma foto repercutiu na mídia. A imagem era a de Collor boiando no mar de Angra dos Reis. Com um detalhe interessante: o então presidente foi fotografado pelo seu próprio anfitrião, Roberto Marinho, que assinou a foto. O Globo chamou de "crédito prosaico".
Um texto no Globo contava o feito do patrão e romanceava, em modo quase épico, os bastidores da foto:
"O azul opulento do Atlântico que banha Angra dos Reis dava cor de verão àquele sábado em pleno inverno, 20 de julho de 1991. No fim da manhã, um helicóptero pousou no jardim de uma casa à beira-mar, com um visitante ilustre: ninguém menos do que o então presidente da República, Fernando Collor. A visita, ao jornalista Roberto Marinho, teve cobertura da imprensa, e representantes de vários jornais, rádios e TVs foram até a propriedade de barco. Justamente a equipe do GLOBO não estava - por um equívoco logístico, repórter e fotógrafo ficaram para trás.
Por coincidência, dias antes, Roberto Marinho havia recebido, por empréstimo, uma máquina fotográfica de última geração, e decidiu usá-la para registrar o evento. Dedicou um filme inteiro (lembre-se: no ínicio da última década do século XX, a tecnologia digital aparecia, no máximo, em inverossímeis obras de ficção científica) às muitas cenas protagonizadas pelo visitante.
— Estou assumindo a reportagem — brincou com os jornalistas.
Na principal imagem, Collor posa boiando no mar de sonho do litoral sul fluminense, sorrindo para a câmera. Numa outra, aparece sem camisa, colar pendurado no pescoço, durante um passeio de barco, bem no tom despojado da visita de cortesia, sem qualquer caráter oficial. Com ele e o anfitrião, estavam dona Lily de Carvalho Marinho e dona Rosane Collor (então primeira-dama). O presidente deu vários mergulhos na praia em frente à casa de Roberto Marinho, onde o jornalista mantinha uma criação de mexilhões."
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2 comentários:
Esses coroneis da mídia sempre estiveram ao lado dos maiores desastres do Brasil, de golpes a pressões no congresso sempre em nome do atraso
Tá ele na foto, feliz da vida sorridente, com os bolsos cheios do dinheiro que roubou do povo brasileiro. Vamos desconfiar de presidentes que sorriem felizes da vida. Alguma coisa tá errada e tá muito boa para ele. Vamos desconfiar da felicidade desses presidentes do Brasil. Ora, ser presidente do Brasil não é alguma coisa que cause tanta felicidade. Os milhões de problemas que cercam um presidente do Brasil só podem deixar esses presidentes de mau humor o resto da vida.
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