Mark Zuckerberg anuncia que a partir dessa semana o Facebook privilegiará gradualmente posts de amigos, familiares e grupos.
Na prática, é como reservar uma autoestrada para o tráfego de pessoas e mandar as páginas de empresas de mídia, de celebridades que usam a rede como business e as demais postagens de marcas para uma estradinha vicinal.
Em suma: os computadores determinarão que no fluxo de informações conteúdos pessoais entrarão antes das notícias.
A nova política do preocupa jornais e revistas que, nos últimos anos, abriram páginas no Face e investiram em equipes especializadas em redes sociais em busca de seguidores, cliques e likes. Empresas de entretenimento que se instalaram na rede social ,que ostenta mais de 2 bilhões de usuários, também sairão perdendo.
Zuckerberg argumenta que pretende levar o Facebook de volta às origens como a página de relacionamento que aproxima pessoas. E diz que uma ampla pesquisa lhe dá razão. Claro que, além disso, as novas regras trazem uma alta dose de pragmatismo. O Face, assim como o Google, tem sido pressionado a adotar medidas que contenham a circulação de notícias falsas que geralmente não são aleatórias e embutem um propósito, seja político ou comercial. Reduzir a exposição da rede social às fake news, ao uso de vetores de manipulação política, de comprometimento de reputações e ao impulsionamento de postagens mentirosas de fundo político-eleitoral pode ser o verdadeiro motivo da mudança radical de regras.
Provavelmente, Zuckerberg tenta se antecipar a problemas maiores: vários países, inclusive o Brasil, estudam legislação restritiva específica para "enquadrar" o Facebook. E aí são muitos e poderosos os interesses em jogo. Se a nova fórmula vai dar resultados financeiros para a empresa, uma das mais valiosas do planeta, só os acionistas dirão ou reclamarão.
Quanto à mídia, provavelmente não poderá dispensar a visibilidade que a rede social lhe dá e terá que se adaptar ao novo manual. O Face já foi responsabilizado por impor seu próprio sistema de publicidade a preços de ocasião, eficiente, direcionado, focado no comprador em potencial, o que demoliu o modelo de negócios de corporações que antes eram sólidas e não ameaçadas nos seus feudos. Talvez por isso, Zuckerberg tenha, há alguns anos, incentivando a mídia tradicional a participar do jogo. O que ele faz agora quase equivale a levar a bola pra casa e dizer que a brincadeira acabou.
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2 comentários:
É a ação de um monopolio capitalista. Mas os grandes da mídia brasileira não podem reclamar, são donos de meios cruzados em uma mesma região, tv, tv a cabo, jornal, revista, rádio e sites, o que em muitos casos é monopolio, e usam poder político para deixar como está
O Face vai ficar mais bobo?
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