quinta-feira, 26 de março de 2015

Tragédia: o vôo que acabou nos Alpes

Ontem, na Globo News, um entrevistado (Moacyr Duarte, especialista em gerenciamento de risco) abordou uma questão interessante ao falar do acidente do Airbus, na França. Os últimos meses registraram quedas de jatos comerciais, com número expressivo de vítimas fatais. Duarte analisou que os investimentos em segurança, em função das políticas antiterrorismo, teriam avançado muito mais no aeroporto (detectores de metais, vigilância, checagem mais rigorosa de bagagens, filtragem dos dados pessoais dos passageiros etc), do que no vôo em si e nos sistemas de monitoramento de aviões. O debate é para especialistas, mas parece relevante. Como é possível, por exemplo, o mundo ainda ter zonas de sombra nas comunicações em certas rotas de vôo, como no caso do jato da Malásia que desapareceu no Indico e não foi localizado? Por que nos aviões inteiramente controlados por computador os pilotos continuam com dificuldade em assumir o controle manual em caso de emergência, segundo relatos de comandantes experientes. Hoje mesmo, na sequência no noticiário sobre o acidente na França, um piloto comentou que o computador é programado para evitar o erro humano mas com isso tende a considerar o piloto com um fator de risco. Daí a dificuldade em neutralizar os controles em determinadas situações. Recentemente, na França, um comandante experiente conseguiu evitar um acidente. Com um sensor congelado, o computador fez uma leitura errada e levou o avião perder altitude rapidamente. Nesse caso, depois de alguma dificuldade, como relatou, o piloto conseguiu desligar os sistemas e pousou manualmente em segurança. Esse mesmo comandante afirmou que muitos pilotos não têm o treinamento necessário para impor essa alternativa e retomar o controle em uma emergência.
A se confirmar a versão de que, no caso do Airbus da companhia alemã, o copiloto, ao trancar a cabine e impedir que o piloto, que havia saido, voltasse ao seu posto, fez com que a porta antiterror (que só pode ser acionada por dentro, para evitar invasões) se tornasse um obstáculo que possibilitou a suposta manobra suicida. Vale dizer que essa versão não está comprovada e depende de investigações.

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