terça-feira, 10 de março de 2015

Revista feminina francesa faz sucesso. É distribuída gratuitamente até no metrô. Mas "gente diferenciada" não recebe...


Na área de revistas, a rotina dos editores é pensar em como não perder público e manter a capacidade de sobreviver e auferir algum lucro. No grande mercado, a situação é crítica. Mas em iniciativas com foco mais fechado - do tipo dirigidas ou customizadas - há projetos que estão dando certo. Na França, a Stylist (que tem como um dos parceiros a Marie Claire) firma-se como uma publicação distribuída gratuitamente, já tem anúncio de peso e roda 400 mil exemplares, bem acima dos atuais número de revistas tradicionais. Há versões recém-lançadas na Inglaterra e Emirados Árabes. Na pauta da Stylist, moda, design, estilo, luxo, personalidades vencedoras. A revista assume que inova também na distribuição. Além do mailing exclusivo e refinado, os editores promovem distribuição no metrô de Paris e em eventos de alto nível. Só que na distribuição de mão em mão, os promotores são treinados para fazer uma rápida seleção visual do (a) leitor (a) observando algumas características. Só entregam a revista a quem estiver bem vestido, sapatos apurados, de preferência de grife, relógios de marca, bolsa que traduza bom gosto, elegância de gestos e atitudes, Ou seja, "gente diferenciada", para usar a classificação da elite paulista, fica de fora. Embora a revista se defina como inovadora, transcultural, e prometa uma ruptura com as revistas conservadoras, esse modo de operação é nitidamente preconceituoso. Há reações que criticam esse tipo de marketing sob o argumento de que os editores não podem usar um espaço público, seja a rua ou o metrô, já que nem todo público é, na visão deles, merecedor da revista.  Stylist alega que, por ser gratuita, precisa de grandes anunciantes, de marcas relevantes e sofisticadas. E estes só virão, ou permanecerão, se visualizarem um público igualmente seletivo. Portanto, não é o leitor quem escolhe a Stylist é a Stylist quem escolhe seu público.
Como se fosse um Country Club; se você receber bola preta, não lerá apublicação. Se vai dar certo e ter vida longa, quem sabe? Mas é mais uma tentativa de desatolar o meio revista.

5 comentários:

Alexandre Raposo disse...

É uma prática comum, especialmente quando se trata de promoções ou divulgação de material publicitário, orientar os distribuidores do material a focarem no público alvo pretendido. Por exemplo: não é lógico e nem produtivo entregar material promocional de venda de apartamentos de luxo na Barra ou nos Jardins para pedestres, passageiros de ônibus ou vans. Da mesma forma, não adianta entregar panfletos de restaurante com pratos simples a preços populares para gente a bordo de carros importados. Não vejo nada demais.

MShinkai disse...

É apenas tecnica de marketing. Não cabe o politicamente correto aí.

Corrêa disse...

Em Paris o metrô é público. Se recebem autorização pra distribuir a revista não pode discriminar.

Ludmila disse...

Bobeira, a revista pode ser distribuida a quem ele quiser

J.A.Barros disse...

Aqui no Brasil pode dis atribuir revistas a vontade porzque o povo na sua maioria é analfabeto que nunca leram um livro como o nosso es-presidente e que não lê jornal porque dorme no meio da leitura. E com 12 anos no poder o PT conseguiu aumenta ro analfabetismo neste país. Mas é claro, os eus militantes são analfabetos.
Seguem os seus líderes.