As mulheres que participavam das festas de Berlusconi passavam a receber uma "ajuda mensal". |
Não dá para negar que o ex-primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, é hilário. Rico, bon vivant, às voltas com processos e acusações, ele alternava os chatíssimos expedientes no governo com homéricas festas chamadas Bunga-Bunga onde ninguém era de ninguém. Recentemente, ele foi absolvido de um desses processos em que era acusado de incitação à prostituição de menores. Entre outras coisas, os promotores italianos descobriram que Berlusconi mantinha uma espécie de fundo, no bom sentido, que beneficiava com um "mensalão" maneiro um timaço de 20 mulheres. Desde 2010, ele pagou 1,7 milhão de euros às meninas, além de doar casas e um apartamento. Ele entrava com casa e roupa lavada e elas com a comida. O que se revela agora é que uma das peças de defesa do ex-primeiro-ministro é uma carta que enviou a cada uma das "bolsistas", em 2013, reiterando que o "mensalão" era uma "iniciativa generosa e altruísta" mas que seus advogado aconselhavam a interromper as remessas para evitar interpretações incorretas. "Meus advogados, bem que compreendendo a generosidade e o altruísmo da minha iniciativa, convidam-me com absoluta determinação a não continuar com o apoio econômico mensal, porque minha ajuda poderia ser atribuída à aceitação com uma finalidade diferente da autêntica. Por estas razões me vejo obrigado a suspender desde janeiro qualquer contribuição", escreveu sem errar de tecla. Na carta, ele ainda faz considerações políticas e cita "ataques de uma magistratura militante que faz um uso político da Justiça para eliminar o único obstáculo que resistiu e resiste à definitiva tomada do poder por parte da esquerda. Esta é a Itália de hoje.
"Bunga-Bunga" romana: inspiração para as festas de Berlusconi. Reprodução |
Um comentário:
Acho justo que elas recebessem uma ajuda mensal. Afinal estavam dando alguma coisa de si para ele. Trabalhando na verdade.
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