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terça-feira, 30 de agosto de 2022

Votar é preciso: 67 anos de urnas • Por Roberto Muggiati

“Dá teu voto inteiro, não uma simples tira de papel, mas toda tua influência. “ 

HENRY DAVID THOREAU (1817-1862)


No protetor plástico do título guardo 31comprovantes das últimas eleições:
de 1986, quando Moreira Franco foi eleito governador, até 2020, quando
Eduardo Paes venceu para prefeito do Rio de Janeiro. Foto Arquico Pessoal


A cédula única (1955) foi o protótipo analógico da urna eletrônica,
que entraria em ação 41 anos depois.


Na foto da campanha de JK, aparecem em primeiro plano o líder do PSD
almirante Amaral Peixoto e o deputado estadual gaúcho Leonel Brizola.
Foto: CPDOC

A primeira vez que votei foi na segunda-feira 3 de outubro de 1955. Votei em JK. Ganhou com 35,68% dos votos, seguido do general Juarez Távora (30,27%), de Adhemar de Barros (25,77%) e Plínio Salgado (8,28%). Foi a primeira vez que se usou a cédula única eleitoral. Uma tentativa de golpe em novembro contra a posse de JK, orquestrada por Carlos Lacerda, foi rechaçada pelo Ministro da Guerra, general Lott, que garantiu a posse do presidente eleito em 31 de janeiro de 1956.

Em 1962, trabalhando na BBC de Londres, fui prestar justificativa eleitoral no Consulado do Brasil. Excetuando o pessoal diplomático, apenas 60 brasileiros moravam então em Londres, uma diferença brutal para as hordas que invadiriam na década seguinte a London, London de Caetano e Gil.

De volta ao Brasil em 1965, transferi meu título do Paraná para o Rio de Janeiro. Fiz isso num posto eleitoral instalado num galpão da PM na Avenida Presidente Wilson, que logo seria derrubado para a construção do majestoso prédio anexo à Academia Brasileira de Letras. A eleição de Negrão de Lima – político vinculado a Getúlio Vargas e JK – para governador do estado da Guanabara desagradou a ditadura. Novamente Lacerda tentou instigar um golpe contra a posse de Negrão. Foram suspensas as eleições diretas para cargos mais importantes, como presidente, governador, prefeito e senador. Mesmo assim, todo cidadão continuou obrigado a votar nas eleições menores, manipuladas pela ditadura militar, de deputados federais, estaduais e vereadores, para não incorrer nas rigorosas penas aplicadas aos faltosos. Uma das sanções era a proibição de viajar para o exterior, um risco que – como jornalista profissional – eu não poderia correr.

Em 1982, depois da anistia, o país voltou a votar para governador e o Rio de Janeiro elegeu, no turno único de 15 de novembro, Leonel Brizola. Em segundo ficou Moreira Franco, o preferido dos militares. A vitória de Brizola, cunhado de Jango Goulart, que tinha como vice Darcy Ribeiro, foi um recado inequívoco de protesto contra a ditadura.

Mesmo com a volta dos militares para as casernas 21 anos depois do Golpe de 64, o primeiro presidente civil da Nova República, Tancredo Neves, foi escolhido por um Colégio Eleitoral em 1985. O Brasil só voltaria a ter votações diretas para Presidente em 1989, 29 anos depois da infeliz eleição de Jânio Quadros em 1960. Fernando Collor de Mello foi eleito na disputa com Lula no segundo turno. Outra escolha malograda: Collor sofreu impeachment e renunciou sem completar três anos de um governo amaldiçoado, que começou por confiscar a poupança do povo brasileiro. 

A era do "confirma". 
Foto : TSE
Nas eleições municipais de 1996 foram introduzidas as urnas eletrônicas. No Rio, no segundo turno, Luiz Paulo Conde elegeu-se prefeito derrotando Sérgio Cabral Filho. 

Nasci sob o signo das eleições. Em 6 de outubro de 2007 completei 70 anos de idade. Liberado do dever do voto, jamais abdiquei do direito ao voto. Segui comparecendo às urnas em cada eleição, como pretendo fazer no próximo 2 de outubro, às vésperas dos meus 85 anos. Mesmo descrente da política e dos políticos – neste país que ainda tem muito a amadurecer em matéria de democracia – podemos, através do voto consciente, buscar sempre o melhor caminho. Parafraseando a letra (“Aux armes, citoyens!”) da Marselhesa, “Às urnas, cidadãos!”

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Próxima parada: a história...

Eles implodiram o ambiente cultural de um país.

Pouco falaram sobre o setor enquanto caminhavam para o poder.

Bastaram poucos dias no comando da nação para mostrar seus instintos. A cultura e a educação foram transformadas em ferramentas para a propagação dos seus valores. Artistas, intelectuais e professores figuravam em listas de boicote, perseguição e de estímulo à delação.

Em pouco tempo, a maioria se exilou.

O país era a Alemanha. O ano: 1933.

O que o vencedores enterraram em meio a queima de livros, invasão de universidades, depredação de exposições de arte eram os despojos do "grande vilão": a cultura que floresceu na República de Weimar, a fase política que chegava ao fim. Os proscritos eram Albert Einstein, Thomas Mann, Bertold Brecht, Walter Gropius, Wassili Kandinski, "A ópera dos três vintens", "A montanha mágica", "O gabinete do dr. Caligari", o modernismo, o expressionismo, a psicanálise, a arquitetura, o design etc. A arte "degenerada", na definição dos vitoriosos, virava caso de polícia.

Entre 1918 e 1933, período de graves crises econômicas e institucionais, a República de Weimar revolucionou a cultura e influenciou o comportamento. Mas o inimigo morava ao lado e não estava dormindo. Na definição do escritor Peter Gay, aquela maravilhosa geração de escritores, artistas plásticos, cineastas, dramaturgos, compositores, poetas e filósofos não sabia que dançava à beira do abismo enquanto produzia uma era brilhante de arte e imaginação.

No dia das eleições presidenciais, no Brasil, no último domingo, ganhou força nas redes sociais o movimento "Livro sim, arma não". Muitos eleitores levaram livros para a cabine de votação como uma forma de demonstrar apoio a um símbolo de vida e não a um instrumento de morte.

Rumo à urna, uma eleitora exibia o livro "A Cultura de Weimar".

Nada mais simbólico.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Eleições: quando a desinformação rende votos


por Carolina Assis (do Knight Center for Journalism in The Americas)

O WhatsApp tem 120 milhões de usuários ativos no Brasil, segundo divulgou a empresa em julho deste ano. Este número equivale a mais da metade da população brasileira, estimada em 208,5 milhões de pessoas. Nesta temporada eleitoral no país, cujo primeiro turno aconteceu no dia 7 de outubro, com segundo turno marcado para o dia 28, o aplicativo de mensagens se tornou o principal espaço de informação para os usuários e de campanha eleitoral - e também, lamentavelmente, de compartilhamento de boatos e mentiras voltadas a favorecer ou prejudicar determinados candidatos.


Depois de surgir na Colômbia em maio e passar pelo México, o projeto de checagem O Poder de Eleger estreou no Brasil em agosto mirando justamente o WhatsApp como fonte do problema e possível solução para a desinformação generalizada durante as eleições. A iniciativa é parte da rede internacional Chicas Poderosas, que busca fomentar a presença de mulheres na liderança de mídias digitais.

PARA LER A MATÉRIA COMPLETA, CLIQUE AQUI

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Ciro na capa da Época: próximas pesquisas mostrarão se a terceira via chega ao segundo turno




Com Bolsonaro consolidado, segundo os analistas de pesquisas, e Haddad em ascensão, Ciro Gomes se apresenta como a terceira via.

É a estratégia que lhe resta. 

Capa da Época e tema dos principais colunistas do Globo, hoje, Ciro espera que as próximas pesquisas reflitam fuga de votos de Marina, Alkmin, Meirelles, Amoedo e Álvaro em direção ao seu projeto. 

No momento em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso divulga uma “carta aos eleitores e eleitoras” pedindo que não apostem em "soluções extremas” e apoiem o presidenciável que “melhores condições de êxito eleitoral tiver”, Ciro deve achar que é o "cara". 

Para ele, a 17 dias das eleições, é crucial que as sondagens passem a refletir, e provar, se a tendência existe ou não e se alguém ainda ouve os mantras oscilantes de FHC. 

Aparentemente, a grande mídia, quem diria, já vê Ciro, famoso por sofrer pane no botão de autocontrole, como a última e mais "serena" opção entre o que chama de extremos. A conferir nos Ibope, Data Folha, Vox Populi e mesas de botecos dos próximos dias.

sábado, 25 de agosto de 2018

Checagem de fake news... Advogado de porta de cadeia, Alckmin faz figuração de "pobre", Globo não "curte" mais o Face de Maluf, candidato promete "cerveja digna" para todos, Branca de Neve morreu e a Disney escondeu o fato...

por O.V.Pochê 

* Estadão revela que ao deixar o governo, Temer pretende voltar à advocacia. Será especialista em "pareceres". Ao contrário do que notícias falsas definem, especialista em parecer não é o que "parece" inocente, "parece" presidente, "parece" legítimo, "parece" constitucionalista, "parece" que tem que manter isso, viu? Também não é verdade de que ele será advogado de porta de cadeia nem que atuará pelo lado de dentro.


* Alckmin em momento Geraldo. Circula no twitter a figuração instante exato em que o candidato tucano veste a fantasia do que o programa do PSDB define como "pobre cenográfico segurando sua marmita". Não é verdade que dentro da marmita Alckmin em tour nordestino carregava como entrada Tartare de Salmão e como prato principal, le plat du jour aliás, um rolê de vitela com cogumelo e acelga. A sobremesa era frugal, um simples Ile Flottante para não parecer esnobe no sertão.

* Alckmin acreditou nos colunistas e comentaristas e se mandou pro sertão. A mídia costuma enfatizar o apoio a Lula só como "coisa do Nordeste". Pesquisa do Ibope (de 16 a 22 de agosto) mostra que a análise tem falso fundamento. Entre 20 estados pesquisados, Lula lidera em 18. Só perde para Bolsonaro em Santa Catarina e Roraima. Em grandes colégios como Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, o capitão inativo leva goleada. Essa é a real news. Se Lula vai transferir votos para Fernando Haddad é outra história que só poderá ser pesquisada com precisão no curso da campanha.

* Se existisse Facebook nos tempos da ditadura e até muitos anos depois, a página de Paulo Maluf teria muitas "curtidas" do Globo. Ambos também seriam do mesmo grupo no Whatsapp e compartilhariam stories no Instagram. Por motivo de força maior, só recentemente Maluf teve que deixar a comunidade. O jornal publica hoje pequeno editorial em que festeja"enfim" a cassação pela Câmara do mandato de deputado por crime de lavagem de dinheiro. Mas não é verdade que O Globo, na seção "Desculpa Aí" pede perdão oficial pelos longos anos em que apoiou com entusiasmo o ex-prefeito e governador de São Paulo.

* A direita brasileira caminha rápido para voltar à Alemanha dos anos 1930. Depois de defender que a escravidão foi um programa sócioeconômico inventado pelos próprios negros, prega, agora, que os judeus se entregavam aos carrascos dos campos de concentração "por falta de motivação".  Mas, não estão confirmadas, por enquanto, outras afirmativas do tipo como dizer que os índios se suicidavam ao verem os bandeirantes.

*  É comum e compreensível a glorificação de personalidades falecidas, mas não é verdade o boato de que Otávio Frias Filho vai ser canonizado.

* Não é fakenews - João Pescocinho (foto), candidato a deputado distrital de Brasília promete, se eleito, "cerveja digna" para os cidadãos. E cervejinha na sombra. A notícia é do Conexão Jornalismo. Ouça o áudio AQUI

* Era uma vez uma fake news. Branca de Neve morre no fim do filme clássico de Walt Disney. O beijo do príncipe é, na verdade, o beijo da morte dado pelo Ceifador. As nuvens que envolvem o castelo, no final, representam o paraíso e a vida após a morte. O desfecho fatal foi amenizado para não chocar o público e por não ser comercialmente favorável. "Foi para evitar que crianças surtassem", argumenta o pesquisador Matt Morgan.
A personagem Branca de Neve foi inspirada em uma aristocrata alemã do século 19 e embora em 1937, quando o filme foi lançado, não existisse o "politicamente correto",  teve outros trechos adaptados.  A nobre marquesa, que morreu envenenada aos 21 anos, por uma madrasta não aprovava seu casamento com Felipe II, da Espanha, era dona de minas de carvão onde explorava trabalho escravo infantil. Na ficção da Disney, os garotos viraram os Sete Anões. Se essa teoria destrói lembranças e atrapalha um tema muito usado em festas de aniversário, reclame com o Daily Mail, que publica a matéria que rasga de vez a fantasia.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Não dê mole: em ano de eleição, alguns staffs de políticos podem tentar roubar seus dados e agenda de celular. Eles são bons nisso...

por Pedro Juan Bettencourt 

Ao mesmo tempo em que amplia a circulação de informações muito além dos compromissos e interesses da mídia conservadora, as redes sociais carregam fake news.

Há várias iniciativas institucionais ou de aplicativos para tentar controlar esse fenômeno. A verdade é que nenhuma país chegou a consolidar regras que evitem as notícias falsas sem interferir na liberdade de expressão que é essencial à internet. É um debate em movimento.

As fake news são apenas parte do problema. A medida em que a campanha eleitoral começa a esquentar no Brasil, núcleos de mídia social de alguns presidenciáveis ensaiam suas estratégias digitais.

E, acredite, o jogo nem sempre será limpo e o seu smartphone, que carrega agendas ou dá acesso a grupos, poderá ser um alvo preferencial para multiplicar mensagens. Informe-se. Bons sites de tecnologia ensinam aos usuários como se proteger.

Leia 5 dicas: 

1 - Cuidado com os apps gratuitos baixados fora de serviços confiáveis como o Google Play e AppStores. Durante a polêmica e recente campanha presidencial nos Estados Unidos, eles abriram a porta para roubo de dados, agendas, localização, levantamento de perfis, gostos, posições políticas etc. Links falsos também podem dar acesso aos seus dados. De posse dos contatos do seu círculo social, robôs, algoritmos e hackers eleitorais entram em ação e passam a enviar informações, notícias e avaliações positivas dos candidato. É possível também que você passe a ser convidado a participar de pesquisas de opinião. Não duvide: os "cabos eleitorais" digitais vão encher o seu saco. É melhor você se manter informado, checar notícias e analisar os movimentos dos candidatos através da mídia tradicional - se concorda com as posições dela  - ou dos portais profissionais alternativos de esquerda. De qualquer forma, use o máximo de fontes, procure saber o "outro lado" , evite o "pensamento único". Fuja das "correntes", das contas de Facebook, do email, do Twitter e dos invasores de WhatsApp que espalham boatos sem citar fontes confiáveis ou atribuindo origem falsa a falsas notícias. Se você compartilha notícia falsa, passa a ser também responsável pela disseminação de mentiras.

2 - Vale a pena ter um programa de proteção contra mensagens indesejadas. O SMS Filter, por exemplo, bloqueia spams em mensagem de texto. E o SMS será muito usado na próxima campanha.
O sistema Android tem um app, o Blacklist, onde você escolhe o que é spam e bloqueia o mau elemento. As companhias telefônicas são obrigadas a cancelar recebimento de propagandas via SMS. De acordo com sua operadora, envie Sair para 888 (Claro), 55555 (Oi), 4112 (TIM) e 457 (Vivo). Se você não for atendido em 24h reclame com a Anatel no telefone 13331. No caso do WhatsApp, há recursos para bloquear os indesejados. E, para se manter informado, você tem a opção de solicitar convite para fazer parte dos grupos dos seus candidatos.

3 - Use o modo de navegação segura. Assim você acessará sites sem deixar pistas e sem armazenar cookies, senhas, histórico e dados de navegação. Antes de fechar o navegador do seu smartphone habitue-se a fazer logoff dos sites que foram abertos por meio de senhas.

4 - Não deixe de instalar e atualizar o antivírus no seu smarphone.

5 - Alguns políticos vão importunar você através de telemarketing, sem pedir licença. Um bom bloqueador de números suspeitos de telefone vai manter esses picaretas digitais em silêncio.

domingo, 9 de julho de 2017

Futebol: facções, e não torcidas, tocam o terror nos estádios

O Vasco vai comemorar em 2018, 120 anos.

O mínimo que o torcedor pode esperar é que o clube festeje a data na primeira divisão do futebol brasileiro.

Em um século de existência, talvez os anos mais difíceis do Vasco sejam esses últimos 20. Embora nesse período tenha sido campeão brasileiro e do Mercosul, em 2000, da Copa do Brasil de 2011 e Carioca de 2015 e 2016, além da Série B de 2009, o clube e o time nunca foram tão instáveis.

O maior adversário do Vasco na luta pela permanência na elite do futebol brasileiro não está no campo, mas nos corredores, nas salas e nas arquibancadas de São Januário. Com o fim da era do presidentes realmente beneméritos como Manuel Joaquim Lopes, João Silva, Agathyrno da Silva Gomes e Antônio Soares Calçada, a política interna do clube tornou-se predatória.

As eleições vascaínas acontecerão em novembro desse ano, mas a campanha já incendeia São Januário. Ontem, o briga de torcidas, que pode custar ao Vasco a interdição do estádio, com enorme prejuízo para a equipe que luta em campo, tem por trás essa disputa eleitoral. Um fato que se evidencia nos últimos conflitos. E é difícil encontrar puros nessa guerra suja. Situação e oposição vão lutar corpo a corpo até jogar o Vasco de volta à Série B.

A consequência será acelerar a corrida do Vasco rumo ao triste destino de outro querido clube carioca, o America?  Possivelmente. Nos últimos anos, sucessivas diretorias e a ação da oposição estão arrastando o Gigante da Colina ladeira abaixo, tal qual aconteceu com o tijucano America.

São vários os problemas que afetam os clubes, hoje. Dos financeiros aos morais e éticos. Sem administradores competentes, que deixem de lado interesses e vaidades pessoais, fica difícil. E, digamos, o mundo corporativo do futebol atual não ajuda.

Quando se fragilizam, os times ficam ainda mais expostos às pressões e interesses do empresários. Muitos jogadores já nem pertencem aos clubes, estão ali na vitrine enquanto aguardam uma "janela" para pular fora, com intermediários e atravessadores pegando carona nos valores.

E há questões ainda mais críticas. Tradicionalmente, entre os grandes clubes, dirigentes, de oposição e situação, não importa, apoiam e são apoiadas por algumas torcidas organizadas. Facilidades como ingressos, passagens etc entram no pacote de bondades. Acontece que, atualmente, o quadro de violência e de criminalidade urbanas se reflete em certas facções (a maioria nem merece mais o nome de torcidas). Grupos oriundos de comunidades dominadas pelo tráfico brigam não pelo futebol mas pela rivalidade entre as quadrilhas organizadas, veem no "inimigo" uniformizado o "alemão" vinculado a um sigla criminosa adversária. Caso ainda fossem controladas, em tese, pelos dirigentes que as apadrinham, até mesmo essa mínima porção "ordem" foi pro brejo. As facções estão desembestadas. O torcedor autêntico, aquele que leva o filho ao estádio, cada vez mais, e com razão, foge das arquibancadas transformadas em arenas de conflitos. Em dia de jogos, até vestir a camisa para ir ao botequim da esquina, mesmo longe dos estádios, é ato de coragem, e se "uz alemão" passarem em um ônibus lotado e descerem pro pau? Já aconteceram vários casos assim, recentes, envolvendo torcedores dos grandes clubes do Rio, de São Paulo, de Coritiba, de Porto Alegre etc. Por  isso, facções de um mesmo clube brigam entre si.

O poder publico geralmente se omite e atua apenas em momentos críticos. Investigar, identificar, prevenir e punir os integrantes das facções que aterrorizam estádios e ruas seria pedir demais?

O conflito de ontem, que começou nas arquibancadas de São Januário entre supostos vascaínos e continuou nas ruas próximas, fez mais uma vítima fatal.

Para encerrar esse post deprê, um pequeno detalhe histórico: ironicamente, as torcidas organizadas surgiram nos anos 1950, sob a inspiração do jornalista Mário Filho, como um instrumento de paz nos estádios. Com instalações maiores construídas, ampliadas ou reformadas para a Copa do Mundo de 1950, como Maracanã, Pacaembu, Durival de Brito, em Curitiba, Ilha do Retiro, em Recife, o Eucaliptos, em Porto Alegre, o Independência, em Belo Horizonte, este, como o Maracanã, erguido especialmente para o Mundial, imaginou-se que torcidas organizadas, com líderes carismáticos, ajudariam a conter os excessos dos demais torcedores, além de ilustrar a festa com charangas e bandeiras. Afinal, estádios como o Maracanã e o Pacaembu, podiam receber, respectivamente, 200 mil e 50 mil espectadores. Eram torcidas únicas, só nos anos 70 começaram a se desmembrar e surgiram as organizadas de bairros, cidades etc.

Dulce Rosalinda, a torcedora-símbolo do Vasco

Jaime de Carvalho, o chefe da Charanga do Flamengo
No Rio, havia uma exigência para um torcedor liderar uma torcida: ter ficha limpa na chefia de polícia do então Distrito Federal.

Dois dos mais famosos foram Jaime de Carvalho, da organizada do Flamengo, e  Dulce Rosalinda, do Vasco.

Pode ser lenda urbana, mas contavam antigos cronistas que foram as organizadas, especialmente as do Vasco e do Flamengo, que evitaram um quebra-quebra no Maracanã e contiveram torcedores revoltados em um certo e trágico domingo, 16 de julho de 1950.

Aquele mesmo, o dia em que o Brasil perdeu a Copa para o Uruguai.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

"Kim Kardashian do Bolsa Família" doa R$ 75 milhões para campanha eleitoral". Ooopps! Desculpe aí. São 75 reais... Ou 750 reais... E o nome dela é Geni

ONTEM
HOJE

AGORA


Se a notícia interessar, embrulha e manda? Então, tá.

Ontem, o Globo divulgou na primeira página uma espantosa informação do TSE. Uma beneficiária do Bolsa Família, uma só, doou R$ 75 milhões para campanha eleitoral.

O povo diz que acredita em qualquer coisa quem está louco de vontade de ver como verdade o boato.

O Bolsa Família, como, de resto, a maioria das políticas sociais, é desde o minuto zero detestado pelo neoliberalismo.

A "notícia" viria a calhar para desmoralizar de vez o instrumento de renda auxiliar.

Tome primeira página.

No mínimo, tenha a suposta  beneficiária (agora ela passou a ser chama da suposta) originado o erro ou não, uma doação tão monumental mereceria uma investigação própria por parte da mídia.

Hoje, em página interna, o jornal publica um "foi mal". Os 75 milhões de reais das contas de uma candidata a vereadora que não se elegeu eram, na verdade 75 reais.

Pra confundir mais um pouco, ou esclarecer, sabe-se lá, o G1 diz agora que a doação foi de 750 reais...

Parece até música do Gonzagão: "Eu lhe dei vinte mil réis/Prá pagar três e trezentos/Você tem que me voltar/Dezesseis e setecentos!/Dezessete e setecentos!/ Dezesseis e setecentos!..."

Fazer o que? Nesses momentos o "jornalismo" não se diferencia das fantasiosas e às vezes até hilárias, de tão absurdas, correntes de email.

Se o TSE errou ao divulgar, o jornal também vacilou ao publicar a "notícia" sem sequer tentar descobrir quem seria essa bilionária "Kim Kardashian do Bolsa Família" e para quem ou quais candidatos ela teria doado toda essa bufunfa.

Ontem, alegava-se "sigilo da investigação", hoje, rapidinho, isso foi esquecido e candidata e contador já são até entrevistados.

Em tempo: a doadora chama-se, na verdade, Geni. Pois é, jogaram merda na Geni e ela é inocente.

Sem falar que o Bolsa Família é uma espécie de Geni para a direita brasileira.

O TSE está investigando irregularidades em doações para campanhas eleitorais, o que é sua obrigação. Diz-se que os valores ultrapassam o bilhão de reais. O ideal é que seja transparente e divulgue nomes de doadores (o que é público e obrigatoriamente deve constar das contas dos candidatos) e destinatários das doações.

Depois de conferir os números, naturalmente

sexta-feira, 22 de julho de 2016

‘Chapa 4 – Plural: Em Defesa do Jornalista Profissional’ é eleita para diretoria do Sindicato

(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)

A Chapa 4 ”Plural – Em Defesa do Jornalista Profissional” foi eleita com 239 votos para comandar a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro no triênio 2016-2019. A chapa 3 “Nenhum Direito a Menos” obteve 123 votos.

Foram eleitas para o Conselho Fiscal do Sindicato as jornalistas Beth Costa (227 votos), Malu Fernandes (212 votos) e Iara Cruz (201 votos). Para a Comissão de Ética, os jornalistas eleitos foram Ana Costabile (236 votos), Angelica Bashti (228 votos), Gilberto Severo (216 votos), Celso de Castro Barbosa (213 votos) e Marco Antonio Narvaez (213 votos). Todos os candidatos vencedores são da Chapa 4.

Já nas eleições para a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a vencedora no município do Rio foi a Chapa 1 “Sou Fenaj – Em Defesa da Democracia, do Jornalismo e dos Jornalistas”, que alcançou 175 votos. A Chapa 2 “Hora de Reagir: Renovar a Fenaj em Defesa dos Jornalistas” teve 110 votos.

Para a Comissão Nacional de Ética, os jornalistas que obtiveram mais votos na cidade do Rio foram Carmen Lúcia Ribeiro Pereira (173 votos), Audálio Ferreira Dantas (158 votos), Vera Daisy Barcellos Costa (148 votos), Aloísio Morais Martins (141 votos) e Antônio Pinheiro Sales (119 votos).

O prazo de votação nas eleições para o Sindicato e para a Fenaj terminou às 20h desta quinta-feira (21/07). Durante três dias, os jornalistas associados – ativos e aposentados – puderam escolher seus candidatos em urnas fixas e itinerantes nos principais locais de trabalho da nossa categoria na cidade do Rio.

Fonte: SJPMRJ



QUEM É QUEM NA CHAPA QUE GANHOU AS ELEIÇÕES

Foto SJPMRJ


DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS

 Márcio Leal, formado pela Facha, trabalhou na TV Tupi (cinegrafista/repórter cinematográfico), SBT, Manchete e TV Globo (diretor de imagens). Foi presidente do Sindicato dos Radialistas e responsável pelo jornal da entidade (1997/2003); secretário-geral da FITERT (Federação dos Radialistas); e integrou a Coordenação Executiva do FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação).

 Jorge Antonio Barros é jornalista desde 1981. Atualmente, dirige a Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Pelo Jornal do Brasil, ganhou três prêmios Esso de Jornalismo e um Carlos Castelo Branco. Pelo jornal O Globo, coordenou matérias especiais por 15 anos. Fundou e chefiou a sucursal de O Dia em São Paulo. Participou da fundação da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). Especializado em segurança pública e criminalidade, é autor do blog/twitter@reporterdecrime.

 Washington Santos tem 30 anos de experiência como assessor de comunicação em entidades representativas dos funcionários do BNDES. Nos anos 1980, trabalhou para as revistas Mar, Vela e Motor, Náutica e Offshore. Mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais pela FGV/CPDOC, especialista em Políticas Públicas e Governo e em Docência do Ensino Superior pela UFRJ, foi professor de Comunicação e Jornalismo na Universidade Estácio de Sá (graduação e pós-graduação), Facha e Unisuam. Integra há dez anos a Comissão Julgadora do Prêmio Aberje de Comunicação Empresarial. É um dos autores do livro “1973: O Ano que Reinventou a MPB”, publicado pela editora Sonora.

DIRETORIA JURÍDICA

 Bruno Quintella, jornalista da TV Globo desde 2004, onde trabalhou como produtor de reportagem dos telejornais RJTV 1ª Edição (2004-2008) e no RJTV 2ª Edição (2009-2011). Em 2013, pela GloboNews, integrou o núcleo de reportagens especiais.

 Sônia Fassini, formada em Jornalismo pela UFF, tem Especialização em Administração e Políticas Públicas. Trabalhou no Jornal do Brasil, TV Globo, TV Manchete e Rádios Tupi e Nacional. Na Rádio Roquette Pinto criou, produziu e apresentou, por cinco anos, o programa Conversa de Mulher, sobre direitos sociais, quando assessorou por 16 anos o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher/RJ. Desde 2001 está no Conselho Regional de Odontologia/ RJ, onde também produz conteúdo para o site sobre Odontologia e Saúde Bucal. Foi professora de Radialismo e Telejornalismo nas faculdades Unisuam, Castelo Branco e Centro Universitário de Barra Mansa /UBM.

Vanessa Andrade formou-se em 2005 pela UniverCidade e tem pós-graduação em Comunicação Integrada pela ESPM. Desde 2011 integra a equipe de Comunicação da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e atualmente coordena a Assessoria de Imprensa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Filha do cinegrafista Santiago Andrade, morto em fevereiro de 2014 vítima de um rojão durante manifestação na Central do Brasil, passou pelas redações das TVs Bandeirantes e RedeTV, e pela Rádio CBN.

 DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO

 Tania de Athayde é formada em Jornalismo pela Unisuam (1979). Atuou como assessora de imprensa executiva na TV Studios (atual SBT), Cruz Vermelha Brasileira, Micheline Christophe Comunicação, Rede Manchete, Kinderdorf Brasil, Bloch Editores, Rede Record, Conselho Regional de Enfermagem do Estado do Rio de Janeiro e Prefeitura de São João de Meriti. É roteirista e produtora da TV PM, emissora online da Policia Militar do Estado do Rio, além de dar plantão na assessoria da entidade. Como freelancer, fez reportagens para revistas (Bloch Editores), vídeos institucionais, produção de notícias no SBT, além de trabalhos em assessoria.

 Lúcia Guerra formou-se em Jornalismo na Faculdade Hélio Alonso e também tem formação em História. Começou no Jornalismo em 1985, na função de revisora do extinto Jornal do Brasil. Em seguida trabalhou em pesquisa no O Dia (1990 a 1996). De 1996 a 2002 exerceu a função de coordenadora de Comunicação Social do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Rio de Janeiro (Sind-Justiça). Em 2003 assumiu o cargo de chefe de reportagem do GNT/Gobosat. Em 2005 retornou ao O DIA como repórter de Polícia. Desde 2007 trabalha na Assessoria de Imprensa da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Cristina Miguez é graduada em Jornalismo pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Estratégias e Administração de Marketing. Com rápida passagem por redações (Última Hora, Rádio Alvorada, EPTV/TV Globo, agência de notícias BR Press), firmou sua carreira em assessoria de imprensa, onde atua há mais de 25 anos. Atualmente, é professora titular do Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam) e assessora de imprensa da SB Comunicação.

DIRETORIA DE FORMAÇÃO

Carmen Pereira é professora de Jornalismo desde o final dos anos 1980. Começou a atuar nos anos 1970 nos principais veículos de comunicação do Rio de Janeiro. Na década de 1980 trabalhou em diversas assessorias de comunicação. Desde os anos 1990 trabalha no Governo do Estado do Rio. Foi assessora do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM) e do Conselho Estadual de Cultura. No SJPMRJ já integrou a Comissão de Ética e na FENAJ foi presidente da Comissão Nacional de Ética e diretora do Departamento de Educação e Formação Profissional.

Fabio Tubino, jornalista e professor, é mestre em História, Memória e Documento pela UniRio e pós-graduado em Gestão de Eventos e Administração e Marketing Esportivo. No mercado do Jornalismo desde 1985, trabalhou em diversos veículos, cobrindo três Copas do Mundo de Futebol, um Pan-Americano, uma edição dos Jogos Mundiais Militares e mais de 18 eventos esportivos pelo mundo. É autor do “Dicionário Enciclopédico Tubino do Esporte”. Na carreira acadêmica atua há 17 anos. Leciona as disciplinas História do Esporte e Jornalismo Esportivo na Pós de Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte da Facha/Igec.

Cláudia Freitas é formada pela Unisuam e pós-graduada em Jornalismo Cultural pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Tem se dedicado de forma integral, nos últimos 23 anos, ao Jornalismo, com reportagens publicadas no Brasil e no exterior. Foi repórter em veículos de comunicação na Baixada Fluminense, São Paulo e atuou em projetos especiais de Comunicação em Angola. Trabalhou na TV Band Rio e no Jornal do Brasil, nas editorias Cidade, Segurança Pública e Política. Assina, atualmente, matérias especiais para portais e atende a uma assessoria de imprensa na esfera política, com criação e edição de conteúdo online. Nos anos de 2015 e 2016 teve três reportagens finalistas no Prêmio República de Valorização do Ministério Público Federal.

 DIRETORIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E COMBATE ÀS OPRESSÕES

 Marcos Pereira é atuante no movimento sindical. Trabalhou como jornalista no Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro, entre outros. Foi também assessor de imprensa da Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro). Atualmente é assessor do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio.

 Douglas Pereira é profissional da área de Comunicação desde 1984. Já trabalhou no Jornal dos Sports e por alguns períodos no O Dia e no Lance. Também foi assessor de comunicação nos sindicatos dos trabalhadores dos Correios e dos Metalúrgicos. Recentemente trabalhou como programador visual no Sindicato dos Professores da UFRJ, além de outras empresas e gráficas.

 Françoise Vernot é jornalista, roteirista, redatora, produtora de vídeos e assessora de imprensa. Múltipla, trabalhou em Bloch Editores (Sétimo Céu e Desfile), O Globo, Cia Vale do Rio Doce (Vídeos e Jornal da Vale), O Globo, TV Globo, TVE, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Câmara Federal, Canal Saúde (Fiocruz), dentre muitos outros locais. Recebeu prêmios por trabalhos realizados na Bélgica, Espanha e Argentina.

CONSELHO FISCAL

Beth Costa, jornalista profissional da área de televisão, começou a carreira na TV Cultura de São Paulo. No Rio, trabalhou na TV Band, SBT, TV Manchete e TV Globo. Com vasta experiência sindical, foi a primeira mulher presidente do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio e da FENAJ. Foi membro do Comitê Executivo da Federação Internacional dos Jornalistas, tendo sido, até novembro passado, a Secretária Geral da FIJ. A primeira mulher nessa posição em 90 anos daquela entidade.

Iara Cruz tem mais de 40 anos de experiência no jornalismo. Trabalhou no Jornal do Brasil, O Globo, Última Hora, Luta Democrática e fez house organs. Foi redatora responsável pelas revistas masculinas da Editora Vecchi, fez rádio e televisão, atuando na Educativa (hoje TV Brasil), Manchete e TV Globo (editora-chefe da pauta; produção da Editoria Rio; e criação do Bom Dia Rio e Globo Comunidade). Hoje atua na TV Alerj. Na área de assessoria de comunicação, trabalhou para a Embratel, para a Sociedade Brasileira de Anestesiologia e para o Instituto de Segurança Pública.

Malu Fernandes trabalhou na TV Globo, Rádio Globo, O Estado de São Paulo e Jornal do Brasil, onde ganhou um Prêmio Esso. É assessora de imprensa. Entre as empresas atendidas está a Petrobras, onde gerenciou a crise da CPI em 2009, pela CDN. Como resultado, foram conquistados dois prêmios internacionais: o Gold Quill Awards 2010 (International Association of Business Communicators) e o Golden World Awards 2010 (International Public Relations Association) pelo Blog Fatos e Dados, com o qual contribuiu com textos e auditoria. Formada em Jornalismo e Direito, fez Pós-Graduação em Marketing, MBA em Management e Especialização em Comunicação Empresarial. É embaixadora do Reinventar Jornalistas RJ, realizado na ABI. 

COMISSÃO DE ÉTICA

Ana Maria Costabile, diretora financeira da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), foi diretora de redação na GNT/Globosat, editora de Internacional do Jornal Nacional, editora-chefe da TV Manchete, chefe de reportagem da TV Bandeirantes-Rio, editora-chefe do Programa Sem Censura, redatora do Caderno B do JB, redatora da Rádio Globo e professora de Telejornalismo da UniverCidade e da Gama Filho.

Angélica Basthi é jornalista há mais de 20 anos e mestre em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da UFRJ. Trabalhou em veículos como Rádio MEC, no Grupo Manchete/Bloch Editores, Tribuna da Imprensa, Gazeta Mercantil e outros. É co-fundadora da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Rio de Janeiro (Cojira-Rio/SJPMRJ). Autora do livro “Pelé, estrela negra em campos verdes”, Editora Garamond (2008), e do “Guia para Jornalistas sobre Gênero, Raça e Etnia” (2011), da ONU Mulheres e Fenaj. Foi também coordenadora geral do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento. Hoje é coordenadora de comunicação da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA).

Celso de Castro Barbosa é jornalista por vocação. Começou como datilógrafo da Assessoria de Imprensa da TV Globo, em 1976, onde publicou seus primeiros releases. Depois de formado atuou como editor de texto da TV Globo, Abril Vídeo, Manchete, redator de publicidade da Globo, repórter da Tribuna da Imprensa, do Jornal do Brasil, da Folha de São Paulo, do Globo. Foi subeditor de Cidade do JB, onde também foi repórter, redator do Globo, editor do G-1, redator da rádio JB e editor de texto de campanhas políticas. Atualmente é freelancer.

Marco Antônio Narvaez, repórter cinematográfico há 40 anos, começou na antiga TV Educativa, depois foi para a TV Bandeirantes. Trabalhou por 15 anos na TV Globo, onde participou de importantes coberturas nacionais e internacionais. Em seguida, teve passagens pelo SBT, TV Manchete, Rede TV e Rede Record. Foi correspondente de emissoras estrangeiras. Hoje é freelancer na Globosat.

Gilberto Severo trabalhou 10 anos como repórter e editor de Saúde, Cultura, Economia e Agronegócio nos jornais ABC e NH (Grupo Editorial Sinos) e Editora Centauro. Desde 1997 atua na implementação de Planos de Comunicação Empresarial. Tem experiência nas áreas de Tecnologia, Economia, Cultura, Serviços, Esportes e Terceiro Setor. Foi gerente de atendimento à Imprensa da Globalstar, Repsol, Grupo Bradesco Seguros, AFS Intercultura Brasil, SESC Rio, CesceBrasil, TIM, Brookfield Shopping Centers e Shopping Iguatemi.

Fonte: SJPMRJ

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Marcela Temer: reapareceu a vice-primeira-dama...

Marcela Temer em detalhe
da foto de Cadu Gomes/Dilma 13, ontem, em Brasília.

Foto Cadu Gomes/Dilma 13
Marcela Temer, em janeiro de 2011, na posse de Dilma. Ela liderou os trends topics durante e depois da cerimônia. Reprodução Internet
Na capa da TPM, em fevereiro de  2011, uma das suas raras entrevistas.

por Omelete
Ela é discreta, evita aparecer e dar entrevistas. Ontem, no primeiro pronunciamento de Dilma, em Brasília, após a confirmação da vitória, Marcela Temer, a vice-primeira-dama, mulher de Michel Temer, reapareceu. Ao seu estilo, posicionou-se na segunda linha do palanque. Mas tem data para voltar à cena; em 2 de janeiro, na posse dos reeleitos, vai subir a rampa ao lado do vice-presidente.


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A hora da onça beber água...

Falta pouco para o Brasil levar à urna o voto mais disputado desde as eleições de 1989, quando Collor e Lula era os candidatos da redemocratização, nas primeiras diretas após a ditadura. Claro que não vale aqui qualquer menção a Sarney e Tancredo, irrelevantes pela circunstância de terem chegado lá de maneira não democrática, sem a participação do povo, alçados pelo famigerado colégio eleitoral dos militares. Redemocratização é outra história. Em 1985, o país vinha de uma derrota, perdeu a Emenda Dante de Oliveira e ganhou o circo da "Nova República", com direito a fantasia, picadeiro e palhaços e comandado por um fiel servidor da ditadura, o notório Sarney, Mas essa é outro capítulo. Seja lá quem vencer no domingo, há lições a tirar da campanha, pro bem e pro mal. De saída, vamos esquecer essa besteira de que o país está dividido. Eleição é para isso, para contar votos e há vastos de exemplos de presidentes em vários países que venceram até com pouco mais de 40% dos votos descontados os nulos e brancos. Aqui, o buraco em mais embaixo e esse suposto "equilíbrio" pode até ser creditado, em parte, ao nosso confuso sistema político travado pela reforma que não vem, que permite coligações sem sentido em um vale-tudo que leva um candidato a subir em três palanques regionais sendo que, não raro, em um deles, ou dois deles, apoia o oponente na eleição nacional. 
O país está dividido, sim, entre duas propostas de governo diferentes. Ou não é grande diferença o governo atual e todos anteriores terem a Caixa Econômica, só para dar um exemplo, como banco de fomento da casa própria, aspiração de milhões de brasileiros, e o futuro ministro de um eventual governo da oposição, operador de mercado financeiro, onde circula com o conforto extra de ter cidadania americana e ligado a bancos e corretoras intencionais ameaçar torpedeá-la, falando em "mudar o modelo"? Modelito, aliás, por demais manjado.
A mídia tem falado também na 'baixaria" dos debates, e que o PT "dividiu o país". Outra besteira, sem falar na mentira. Contra Lula, em 1989, Collor, o candidato dos grandes grupos, uma espécie de Aécio da vez, mídia e marqueteiros colocaram nas primeiras páginas dos jornais uma enfermeira que "denunciava" que a filha de Lula tinha feito um aborto. Se isso não foi o marco zero da baixaria... O "país unido" que a elite quer é unido em torno dela, com o povo subserviente e disposto a lamber botas em troco de migalhas. Daí, a baixaria crônica contra qualquer candidato que represente ideias opostas à "Casa Grande". Colunistas chamam ex-presidente de "moleque", publicam acusações sem qualquer prova, detonam reputações, mentem, inventam, negam direito de resposta. Uma revista chega a antecipar a chegada nas bancas para melhor funcionar como panfleto eleitoral. Isso aí está mais para um tipo de "milícia jornalistica" do que exatamente liberdade de expressão. Posturas como essa e mais a crescente influência das mídias sociais acirraram os debates e as posições. Eleição nunca mais vai ser como antes. Descontadas as muitas inverdades que a rede absorve, é muito bom que mais pessoas manifestem suas opiniões, diretamente, sem a intermediação da mídia comercial. A justiça está aí mesmo como instância legal para que as mentiras e acusações sem provas sejam punidas.
O que preocupa é a radicalização do bloco de colunistas da direita nos últimos dois dias. Especialmente depois que as pesquisas mostraram um pequeno avanço da Dilma. Nem chega a ser um onda capaz de decidir uma eleição - Aécio continua com grandes chances de vencer -, mas deixar o "empate técnico" foi o suficiente para fazer cair algumas máscaras. Um defende perigosamente que Dilma, se eleita, não terá legitimidade; outros já pedem impeachment, em côro, cassação, tapetão, após o depoimento de um doleiro que não oferece provas. O mesmo doleiro, aliás, que operou valores monumentais no chamado escândalo do Banestado, um dos itens no grande armário do PSDB no final dos anos 90. Reportagens que não se sustentam por não oferecer documentos e nem mesmo a credibilidade do verbo, tudo é "seria", "teria", junto com uma técnica de levantar "fontes" que lembra uma brincadeira de criança, a do "telefone sem fio", com a "informação" sendo maltratada até virar a ficção mais conveniente. 
Esse tipo de campanha não chega a ser novidade na história do Brasil. Lacerda nos anos 50, Ibad, Ipes, com milhões de dólares à disposição no começo dos anos 60, e a grande imprensa, praticaram com desenvoltura esse jogo da vergonha. Deu no que deu. 
Mas agora, já "protocolando" pedido de impeachment em um eventual futuro mandato, partiram para o deboche. Talvez por isso, como se constata hoje em comentários nas redes sociais, Dilma esteja ganhando alguns indecisos. Gente que não acredita nem em um nem em outro mas que tem a convicção de que não estará com a "milicia" anti-democrática. 
´São os brasileiros que pensam como José Régio, o autor de "Poemas de Deus e do Diabo", que diz:  
Não sei por onde vou, 
Não sei para onde vou 
- Sei que não vou por aí! 



quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Para censura, intolerância e mídia partidária, a resposta é vergonha na cara

por Emerson Damasceno
Meu conterrâneo, o jornalista Xico Sá, recentemente pediu demissão da Folha de São Paulo porque foi impedido de publicar um texto no qual justificava e informava o seu voto na Presidenta Dilma. A Folha não admitiu o que seria o "partidarismo" de Xico, que guardou o texto e altivamente, pediu demissão do Jornal.
Ao contrário de outros profissionais e meios de comunicação, Xico preferiu não induzir o leitor, mas escancarou a sua vontade eleitoral. Se analisarmos a quantidade de outros colegas de profissão que, embora não declarando voto, induzem o leitor a cada postagem ou manifestação, o textículo (desculpando desde já pelo termo) de Xico, seria uma onda a mais, no oceano da chamada grande mídia.
Por isso, quando ele resolveu tornar público o seu texto, decidi publicá-lo aqui em meu blog. Não apenas em desagravo ao Xico Sá, mas também a outros Chicos que apoiam e declaram seu voto em Dilma. O Buarque, o César e tantos outros Brasil afora e que acabam sendo julgados por uma manifestação cívica e pacífica, que é a escolha de um candidato. Decisão esta, mormente em função de um período onde uma perigosa e minoritária parcela social tupiniquim, tenta desconstruir o que temos conquistado a duras penas, seja econômica, social e politicamente. Ao terem que emudecer, Xico e tantos outros parecem personagens kafkianas caladas por uma eclosão de uma perigosa modinha tropical que parece mais um neomacartismo contra tudo e todos que ousam remar contra aquela maré controlada. Antes fosse a volta do tropicalismo.

Leia abaixo o texto recusado pela Folha de São Paulo e que provocou a saída do jornalista cratense Xico Sá do jornal onde trabalhava há quase 20 anos.

"Fla-Flu eleitoral"
por Xico Sá
"Se no primeiro turno foi Brasileirão de pontos corridos, agora, camarada, é Copa do Brasil, mata-mata. Amigo torcedor, amigo secador, mesmo com a obviedade ululante de PT x PSDB, eleição não é Fla-Flu, eleição não é sequer Atlético x Cruzeiro, Galo x Raposa, para levar a contenda para as Minas Gerais onde nasceram os dois candidatos do segundo turno.
Eleição não é um dérbi clássico como Guarani x Ponte Preta, eleição é tão mais rico que cabe, lindamente contra o voto, meus colegas anarquistas na parada, votar simplesmente no nada, nonada, como nos sertões de Guimarães Rosa, sempre na área.
Fla-Flu, embora exista antes do infinito e da ideia de Gênesis, nego esquece em uma semana. Futebol nego esquece no 25º casco debaixo da mesa, afinal de contas, como dizia meu irmão Sócrates Brasileiro, futebol não é uma caixinha de nada, futebol é um engradado de surpresas sempre dividido com amigos de todos os clubes.
Doutor Sócrates Brasileiro que foi mais pedagógico, um Paulo Freire da bola, com a Democracia Corintiana, do que muitas escolas. Doutor Sócrates, Casagrande e Vladimir nos ensinaram mais sobre a ideia grega do "poder do povo e pelo povo" do que toda aquela imposição de Educação Moral e Cívica dos generais das trevas.
Foi-se o tempo que viver era Arena x MDB, era Brahma x Antarctica. Até porque eles hoje são a mesma coisa, a mesma fábrica, a mesma Ambev que botou dinheiro de monte até na Marina evangélica –la não queria, mas o tesoureiro, talvez neopentecostal, pegou do mesmo jeito de todo mundo, vai saber, já era.
Eleição é coisa de quatro anos, no mínimo, pois até quem diz que não quer mais compra um aninho de luxúria e sossego iluminista em Paris, como já vimos no caso do FHC, comprovado em um dos maiores furos desta Folha, reportagem do grande Fernando Rodrigues, parlamentar comprado a preço de mensalão superfaturado.
Cadê a memória, a mínima morália, como diria Adorno, jornalismo safado?
Quem dera eleição fosse apenas o Fla-Flu que dizem. Quem dera fosse apenas um cordel que poderia ser resumido na peleja do playboy danadinho contra a mulher durona. É tudo mais complexo, ainda bem, e se no primeiro turno foi Brasileirão de pontos corridos, agora, camarada, é Copa do Brasil, mata-mata.
Como sou favorável à linha dos jornais americanos que declaram voto, coisa que meu jornal aqui teimosamente não encampa, queria deixar claro da minha parte: voto Dilma, apesar do meu pendor anarquista. Perdão, Bakunin, mas meu voto é contra a imprensa burguesa.
Digo que o jornal que me emprega não encampa e justiça seja feita: nunca me proibiu de dizer nada. Nem no impresso nem no blog. "Bota pra quebrar, meu filho", lembro do velho sr. Frias nessa hora, que cabra! Seria legal que todos os jornalistas, que têm lado sim, se declarassem. Quem se apresenta para tornar as coisas mais iluminadas?"

Leia comentários ao texto de Emerson Damasceno. Clique AQUI

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Da Carta Capital - Marcos Coimbra: "Conhecimento e voto"

por Marcos Coimbra (Análise especial para a Carta Capital)
"A tomar pelas pesquisas, a eleição presidencial de 2014 é peculiar em um aspecto importante. Nela, o nível de conhecimento dos candidatos cresce lentamente e parece ter pouca relação com a evolução das intenções de voto.
Não estamos, é claro, falando de Dilma Rousseff. Há três anos e meio no cargo, todo mundo sabe quem ela é. A novidade é o que acontece com Aécio Neves e Eduardo Campos. O conhecimento a respeito de ambos avança de forma diferente do que vimos em eleições passadas.
Desde o fim de 2012, a parcela do eleitorado que diz conhecer o candidato do PSDB passou de 36% para 49%, de acordo com a pesquisa CartaCapital/Vox Populi de abril. No mesmo período, os que conhecem Eduardo Campos foram de 14% para 31%.
Duas considerações. Em primeiro lugar, ainda que obviamente tenha crescido o conhecimento dos dois, o ganho em mais de 18 meses é modesto. Especialmente no caso de Campos, de quem, partindo de um patamar muito baixo, se esperaria performance melhor, dada a visibilidade que adquiriu a partir de setembro de 2013, quando recebeu a adesão de Marina Silva. Em outubro do ano passado, conheciam-no 26% dos eleitores, contingente que agora chegou a 31%, seis meses depois. Nesse ritmo, vai precisar de cinco anos para se tornar conhecido do eleitorado inteiro.
Em segundo lugar, o crescimento dos que conhecem os dois candidatos oposicionistas se deu de maneira linear, sem que fosse identificável qualquer efeito da propaganda de seus partidos. Não aconteceu com eles aquilo que foi típico de eleições anteriores, o rápido incremento do conhecimento dos “candidatos novos” provocado pela propaganda partidária.
Entre março e junho de 2013, o conhecimento de Aécio subiu apenas 3%, apesar de, em maio, ter estrelado as inserções e o programa partidário do PSDB. No segundo semestre de 2013, isso se repetiu: o conhecimento do tucano ficou parado entre julho e outubro, embora tivesse voltado a ser a figura central das inserções e do programa de seu partido em setembro.
Com Campos, a mesma história. No primeiro semestre de 2013, seu nível de conhecimento nada cresceu, apesar da propaganda do PSB que o teve como único destaque. No segundo semestre, foi o assunto Marina Silva que ampliou seu conhecimento, que, de junho a outubro, quase dobrou, indo de 15% a 26%. Nesse patamar, no entanto, quase estagnou até agora, em que pese seu uso monopolista da propaganda do PSB.
O lento avanço do conhecimento de ambos é ainda mais notável se lembrarmos o amplo e favorável tratamento que recebem dos veículos da “grande imprensa”. Enquanto desconstroem Dilma diariamente, apresentam com simpatia indisfarçável os dois oposicionistas.
Mas o mais relevante é que o crescimento do conhecimento de Aécio e Campos não se traduziu em aumento das intenções de voto. Entre setembro de 2013 e abril de 2014, o conhecimento do mineiro cresceu de 41% para 49% e sua intenção de votos permaneceu em 16% e 17%. No mesmo período, o de Campos subiu de 20% para 31%, enquanto seus votos estacionaram em 8%.
Isso sugere que estamos indo para uma eleição em que o conhecimento dos candidatos joga um papel diferente do que teve em 2010. Nela, era a questão central, pois percebia-se que o crescimento de Dilma só dependia disso e que a vantagem de José Serra se esvairia.
Nesta eleição, o conhecimento dos candidatos da oposição cresce devagar e de maneira vegetativa, insensível aos efeitos de mais ou menos mídia. E não se traduz em aumento da intenção de voto.
A principal razão é que vamos fazer uma eleição de reeleição, em que a primeira pergunta que a maioria do eleitorado tem de responder é a respeito do governo, e não sobre os candidatos. O que vemos é que, tirando a minoria hostil ao “lulopetismo”, o eleitor comum não se mostra curioso a respeito dos nomes oposicionistas.
Não é por falta de oferta de candidaturas (pois as suas “ainda” seriam “pouco conhecidas”) que a oposição não cresceu. É por falta de procura.
E daqui a quatro meses estará no ar a propaganda eleitoral. Nela, o argumento a favor de Dilma será visual: a obra feita, sempre maior que a imaginada pela população. Quanto às oposições, vão apresentar algo menos persuasivo: a conversa de que fariam melhor. A petista vai mostrar; os outros, falar.
É por isso que, nas eleições parecidas de Fernando Henrique Cardoso e Lula, quem cresceu quando começou a propaganda gratuita foram os candidatos à reeleição. Há alguma razão para ser diferente agora?"

LEIA NA CARTA CAPITAL - CLIQUE AQUI

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tá chegando a hora. A hora da única verdade

por Eli Halfoun
Já dá para contar nos dedos os dias que restam para o fim da campanha eleitoral e para indicar na urna o nome do próximo Presidente da República. Tudo leva a crer que até o último dia de uma sem dúvida desgastante, moral e fisicamente, campanha, a tendência é que agressões, calúnias e promessas irrealizáveis aumentem, mesmo que o eleitor indeciso (o que já definiu seu voto não se impressiona com mais nada) não tenha o menor interesse em participar de uma luta verbal que não leva a nada. Baixaria em campanha eleitoral não é privilégio brasileiro: tem sido assim no mundo inteiro, o que é mais um motivo para aprender que é hora de mudar e que agressões físicas e morais, assim como promessas que não podem ser cumpridas, não resolvem nada e nem interessam de verdade ao eleitor que prefere ouvir propostas de governo que possam ser cumpridas e não mais promessas inviáveis que só funcionam mesmo no papel. Na prática é tudo diferente e mais complica do que se pensa. A verdade é que embora desde o início da campanha, incluindo o 1º turno, as pesquisas apontem o favoritismo de Dilma Roussef a eleição só será definida na hora da verdade, na hora da urna, que é a única e real verdade eleitoral. Tomara que essa campanha tenha deixado nos políticos e também nos eleitores a certeza de que é preciso mudar o tom. Só assim o eleitor será respeitado como deve ser e esse mesmo eleitoral poderá voltar a respeitar os políticos (de qualquer partido) hoje completamente desacreditados.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Do baú do paniscumovum: o candidato-robô segundo a Pif-Paf



por José Esmeraldo Gonçalves
O jornalismo de humor está na moda. CQC, Pânico, Casseta, blogs como o Kibelouco, são alguns dos exemplos do segmento. Que não é novo. Publicada entre 1876 e 1898, a Revista Illustrada, de Angelo Agostini, já fazia sátira política. Há outras publicações do gênero na imprensa brasileira. Uma das mais destacadas é a revista Pif-Paf, de Millor Fernandes. Criada em 1964, ampliando a ousadia e o espírito da coluna do jornalista, que fez história na revista O Cruzeiro, Pif-Paf sobreviveu por apenas oito edições (em 2004, a Argumento editou uma coleção fac-símile da Pif-Paf, organizada por Eliane Caruso) mas deixou sua marca. Estreou em maio de 1964, pouco mais de um mês após se instalar no Brasil a ditadura militar. A capa aqui reproduzida é a do número 2. Com ilustração de Ziraldo, trazia um "jogo da democracia" onde "cada jogador tem que vir acompanhado de 100 mil votos. Ou 100 mil contos. Ou um jornal diário. Ou uma divisão blindada". Já em clima de sombras e chumbo, a regra do jogo determinava: "Pelo seu caráter pernicioso e violento, o Jogo da Democracia já foi proibido em vários países. Mesmo no Brasil, durante vários anos, em vários períodos, o Jogo só era permitido clandestinamente. É por isso que repetimos: Jogue o Jogo da Democracia hoje mesmo. Amanhá pode ser tarde".
O melhor daquela edição era o Robô do Presidente Perfeito. Com indicações válidas para essa eleição que vem aí, 46 anos depois. Algumas características do "presidente" segundo a Pif-Paf:
- Alavanca de mudar de opinião
- Braço extra (com mão especial para tapinha nas costas
- Mão direita enluvada para saber o que a esquerda está fazendo
- Dois estômagos (um para engolir sapo)
- Calos especiais para não serem pisados
- Válvula para não dar com a lingua nos dentes
- Muito topete
- Manga (para arregaçar)
- Disposição para a pantomima
- Boné já pedido (para o momento em que a situação ficar insustentável
- Um pé atrás
(Reproduções Pif-Paf)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Divulgada agora: pesquisa CNT/Sensus. E Serra cai ainda mais

Marina Silva aparece em terceiro com 8,9%. Na pesquisa CNT/Sensus anterior, Serra tinha 28,1% e Dilma 46%. A nova pesquisa (aqui reproduzida) acaba de ser divulgada no Uol.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Eleições: agora vem aí a Copa da democracia. Dê cartão vermelho para picaretas e lobistas. E bote a boca no mundo

por Gonça
Não tem volta. Mídia, autoridades, celebridades, entidades, clube, instituições ou pessoas, todos devem aprender a conviver com as mídias sociais. Até aqui, a mídia comercial de grande alcance - jornais, TV, rádio e revistas - escrevia e falava em mão única. Para interagir com um jornal, protestar contra uma opinião ou matéria, por exemplo, um leitor escreveria uma carta. Entre as milhares que os jornais e revistas recebiam, seria quase uma loteria se a missiva do cidadão fosse publicada. Sem falar na censura pura e simples: cartas que desagradam a linha da publicação costumam ir para o lixo, com apenas umas exceções que estão lá para dar à seção de leitores uma certa aparência, digamos, democrática. O jornalista escrevia seu artigo ou matéria e não corria o risco de ser publicamente contestado. O apresentador de telejornal falava uma bobagem no ar e ficava por isso mesmo. Estamos combinados, agora, que, em tempo de blogs, twitters, facebooks, interação em tempo real, pessoas e instituições devem aprender a conviver com a crítica. Direta, imediata, em mão dupla. O cidadão ganhou acesso irreversível ao altar sagrado dos "formadores de opinião". Vamos atropelá-los.
Começa um toma-lá-dá-cá que deve ser incentivado e ampliado como mais um instrumento da cidadania, este, importantíssimo, é o direito de opinar. Claro que será um aprendizado que envolve responsabilidade e educação, não veicular ofensas, mentiras, pensar bem no que se escreve, ser honesto nas críticas. Mas este é um item que, não apenas os usuários da mídia social, mas principalmente os agentes da mídia comercial também precisam aprender, e muito.
A Copa se foi, o campeonato da vez é o da eleição.
Opine, participe, critique, faça sua opinião circular.
O Brasil passará pela primeira campanha eleitoral na qual a internet terá um grande peso. Que os fichas-sujas, os picaretas, o passado dos canditados de quaisquer partidos, as posições políticas, os seus desempenhos no Congresso, se votaram com o lobby que financiou suas campanhas, as maracutaias enquanto estiveram no poder (e todos esses que aí estão já têm currículo de administradores públicos), caiam literalmente na rede de blogs e twitters.
Antes de usar a tecla da máquina de votar, use no seu computador ou celular a tecla de pensar e opinar. 

terça-feira, 27 de abril de 2010

Se ainda tinha alguém iludido...

(reprodução do jornal O Globo, 27/04/10).

por Jussara Razzé
Esta é para aqueles, iludidos, que ainda achavam que dá para fazer política sem colocar a mão na merda, como já disse, há tempos, Ciro Gomes. Que, aliás, acaba de ser defenestrado pelo próprio partido em sua ambição à candidatura à presidência. Gabeira empolgou parte dos cariocas na última eleição à prefeitura, como o azarão que conseguiu, contra todas as expectativas, ter chances reais de ganhar. Considerado O cara, um dos últimos representantes dignos da classe política e do voto daqueles mais decepcionados com os políticos em geral, ele acaba de se render. A mim não surpreende. Gabeira não tem culpa, nem acho que deixou de ser honesto. Apenas o sistema político brasileiro não deixa alternativas. É fazer coligação ou morrer na praia. Às vezes uma coisa não exclui a outra...

P.S. Para quem não é do Rio de Janeiro: apoiar o César Maia, último prefeito do Rio, a qualquer cargo público, é o que poderia acontecer de pior a nós, pobres moradores.

sábado, 24 de outubro de 2009

Me dá um dinheiro aí

por Eli Halfoun
Vem mais uma eleição por aí (pra que tanta eleição se quem ganha esse bom “emprego” não resolve nada a não ser a própria boa vida?) e uma velha discussão voltará ao palanque: a utilização do chamado horário gratuito (mas mesmo assim comercializado por baixo do tapete) que custa uma fortuna para os cofres públicos e acarreta um enorme prejuízo nas grades de programação das emissoras de rádio e televisão – isso sem contar o estrago que faz na paciência do eleitor, cansado de tantas promessas e baboseiras. As opiniões se dividem: alguns políticos acham que a propaganda gratuita ajuda a eleger e outros acreditam que esse tipo de propaganda não acrescenta nada e, pelo contrário, abala ainda mais a já desacreditada (e bota desacreditada nisso) imagem da política e, evidentemente, dos políticos. No ano que vem a propaganda política custará mais 272% se comparada aos gastos de 2006. Os cofres públicos não desembolsam dinheiro vivo, mas por conta da isenção fiscal permitida aos veículos de comunicação os cofres públicos que são engordados com o exagerado número de impostos que pagamos perdem milhões. A estimativa da Receita Federal é a de que as emissoras de comunicação deixarão de pagar em 2010, por conta isenção fiscal com o horário gratuito, nada mais nada menos do que R$ 851,1 milhões. Nos últimos oito anos a isenção fiscal permitida às emissoras de rádio e de televisão provocou aos cofres públicos perdas de 2,8 bilhões. Pesquisa realizada no ano passado concluiu que 61% dos eleitores admitem que o horário político no rádio e televisão influencia sua decisão de voto. Vai ver é por isso que continuamos votando errado. (Na reprodução, uma charge antológica e atualíssima do Mariano, publicada na revista Fatos, edição número 22, em 1985. Mariano era um dos principais colaboradores da revista semanal de informação e análise dirigida por Carlos Heitor Cony, da extinta Bloch Editores)