(do Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou - 2 (versão virtual)
Em entrevista a Amaury Jr., Cid Moreira revelou que até hoje tem pesadelos com falhas técnicas do Jornal Nacional.
Pois a Manchete foi responsável por uma dessas falhas.
Nos distantes anos 70, uma dupla da revista foi ao estúdio do JN na sede da TV Globo, no Jardim Botânico, para fazer uma matéria com Cid e Sérgio Chapelin.
A entrevista já havia sido feita, mas o editor queria fotos dos dois apresentadores na bancada. Uma das fotos, em ângulo lateral, deveria mostrar ambos de corpo inteiro: uma brincadeira para desmentir que Cid e Chapelin apresentavam o JN de bermudas. Naquele noite, pelo menos, usavam paletó, gravata e jeans.
Os tempos eram outros, o prestígio da Manchete pesava e fotógrafo e repórter foram admitidos no estúdio poucos antes do JN entrar no ar. Hoje tal concessão é inimaginável.
Uns dois minutos antes, o diretor pede silêncio absoluto e ainda alerta pelo sistema de som que as fotos só poderão ser feitas nos intervalos. Óbvio, o som do disparador e do motor da câmera vazariam na transmissão ao vivo.
Infelizmente, a audição do fotógrafo - um grande e querido fotógrafo, por sinal - que se posicionou no lado oposto ao do repórter, não captou o aviso. Não deu outra. Logo no primeiro bloco, ele acionou a câmera. O clique e o zummmmm do motor, com um agudo no final, foram ouvidos no estúdio e, claro, em rede nacional. Mais de uma vez.
Não havia muito a fazer, não dava para interromper. Olhares furiosos miraram a dupla da Manchete.
No primeiro intervalo, a bronca do diretor explodiu no sistema de som e fotógrafo e repórter foram não muito gentilmente convidados a se retirarem do recinto.
Deve ter sido o pesadelo, ao vivo, do âncora Cid Moreira.
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Um comentário:
O fotógrafo poderia ser o Gil Pinheiro?
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