domingo, 20 de novembro de 2016

Assim não dá: Ministro da Cultura queria impedir a primeira obra do governo do PMDB: o "espigão de Geddel"

por Flávio Sépia 

Em meio ao seriado Sérgio Cabral-Garotinho em cartaz no Rio, Brasília e Salvador não quiseram perder a fama e botaram na mídia o caso Geddel/Espigão.

Como se sabe, o ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão alegando não suportar as pressões do poderoso ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira, homem-forte de Michel Temer, para obter uma licença do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para uma obra do seu interesse - um prédio de alto luxo -  em Salvador.

Geddel se defende com o argumento de que estava apenas querendo preservar empregos em Salvador.

Simulação de como ficará o prédio que compromete uma
em Área de Proteção Ambiental. Reprodução
A polêmica da construção do prédio onde Geddel tem apartamento (com preço estimado acima de 2,5 milhões) já é conhecida na Bahia.
O edifício terá 30 andares (deveria ter no máximo 13 andares) em um ponto da cidade onde os prédios não passam de dez andares.

Trata-se de uma área de proteção ambiental que, segundo noticiado, não inclui, coincidentemente, o terreno do tal espigão.

Além do Iphan, o Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia) não concedeu, inicialmente a licença para o empreendimento.

Mas, segundo a Folha de São Paulo, um aliado de Geddel, o prefeito ACM Neto (do DEM) autorizou a obra que descaracteriza a região.

É comum governos muito poderosos cederem a gestões, digamos, politico-imobiliárias.

Há milhares de exemplos em todo o país.

A ditadura militar, para citar um período, deixou cicatrizes vistas até hoje no Rio de Janeiro.

Desde o conjunto de prédios da Morada do Sul, construído em cima de um morro, passando pelo Rio Sul, garagem Menezes Cortes, que destruiu uma praça, prédios em morros em torno da Lagoa Rodrigo de Freitas, apart-hoteis e falsos "residenciais" de gabarito liberado na Vieira Souto e ruas internas de Ipanema, a demolição do prédio do Senado, o Palácio Monroe, este por surto político do governo Geisel, um prédio do Exército, na Urca, cujas dimensões interferem na paisagem da Urca por ultrapassar a base da montanha, à ocupAção desordenada da Barra da Tijuca.

A sociedade não teve o direito de discutir nenhum desses empreendimentos.

Tem gente aí querendo trazer de volta os militares.

Mas, enquanto isso não ocorre, talvez o escândalo político ajude a interromper a obra do espigão baiano.

Ou, como quase sempre acontece, poderemos ver daqui a alguns meses a festa da cumeeira do que é simbolicamente a primeira obra do governo do PMDB...

Partido cujo lema, como está no site oficial, é "Onde tem Brasil, tem PMDB".


MEMES NAS REDES SOCIAIS SOBRE O CASO GEDDEL/ESPIGÃO DE SALVADOR


Reprodução

Reprodução

GEDDEL COSTUMA DEFENDER SUAS POSIÇÕES COM EXTREMA FORÇA VERBAL. O SITE SENSACIONALISTA REPRODUZIU, ANTES DESSA ATUAL CRISE, DIÁLOGOS DO MINISTRO COM INTERNAUTAS QUE O QUESTIONARAM.
DOIS EXEMPLOS DESSES PETARDO ILUSTRATIVOS, ABAIXO:


2 comentários:

Dantas disse...

Geddel é uma pessoa com cargo público. Além do fato em si é preciso investigar a origem de apartamento. Como ele comprou, ligações com empresas, contas bancárias, fazer um levantamento retroativo. É coisa séria, o homem é importante peça do governo Temer

Corrêa disse...

A mídia já está no fundo do poço da vergonha nem precisa passar pelo vexame de ver colunistas poupando Geddel e blindando Temer