Censura na mídia: ateu não pode fazer propaganda

Um dos anúncios censurados pelas empresas de mídia. Foto Reprodução

Há no momento uma discussão sobre a formulação de uma política de democratização da informação e o suposto cerceamento da liberdade de imprensa embutido nessa política. O governo quer dar voz e vez a opiniões, classes e parcelas da população que não têm meios de expressão. Empresários e clãs do setor condenam qualquer interferência do Estado na mídia. Alegam que defendem a liberdade. Defendem... mas praticam? Não. Para os controladores da mídia comercial, por exemplo, liberdade é conceito relativo. Vejam um exemplo. Um grupo de ateus pretendia fazer uma campanha publicitária para defender seus princípios, esclarecer suas posições e tentar vencer o preconceito contra quem não acredita em Deus. Estão no seu direito. Pois bem, cotizaram-se, prepararam a campanha mas empresas de mídia censuraram as peças publicitárias da Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) e se recusam a veicular os anúncios apesar dos contratos assinados. Anúncios com frases como "Religião não define caráter" e "A fé não dá respostas; ela só impede perguntas", deveriam circular em ônibus de Salvador, São Paulo e Porto Alegre.