segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Realidade: depois da Manchete, mais uma revista vira livro

A capa do livro de José Hamilton Ribeiro e José Carlos Marao.
A edição número 2: Roberto Carlos, que diria, foi símbolo de rebeldia.

A revista Realidade número 1: Pelé, como um guarda da Sua Majestade. A matéria de capa daquela edição lançada três meses antes da Copa de 1966, na Inglaterra, trazia a chamada "Foi assim que ganhamos o Tri". Era uma reportagem sobre a preparação da seleção com um exercício de imaginação. Pelé se contundiu e o craque Eusébio atropelou o prognóstico.
por José Esmeraldo Gonçalves
Os jornalistas José Hamilton Ribeiro e José Carlos Marao lançam hoje em São Paulo, no Bar Posto 6, em Vila Madalena (o bairro mais "carioca" da cidade) o livro "Realidade Re-vista" (Realejo Editora), que revela em mais de 400 páginas os bastidores da redação e reproduz algumas matérias da célebre publicação da Editora Abril. A Realidade foi lançada em 1966 e circulou até 1976. Nas suas páginas, oferecia fotos de qualidade e textos autorais. O livro de José Hamilton e Marao vem se juntar a obras lançadas nos últimos dois anos, como "Jornal do Brasil, pautas e fontes", "A Rotativa Parou" (sobre o jornal "Última Hora") e "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", obras que reconstituem as trajetórias de publicações que marcaram a evolução do jornalismo brasileiro.

2 comentários:

debarros disse...

Quando saiu esse primeiro número da revista Realidade, eu trabalhava na revista O Cruzeiro.. Esse lançamento foi um cruzado de direita que quase leva a nocaute a redação do O Cruzeiro.
Foi um corre corre na redação, com reuniões e mais reuniões para se chegar a conclusão que O Cruzeiro tinha parado no tempo e se nãp se renovasse imediatamente a vaca iria pro brejo muito mais cedo do que se pensava. A vaca foi pro brejo dez anos mais tarde.
O livro desses dois jornalistas deve ser imperdível.

debarros disse...

Estava com 35 anos de idade nessa ocasião. A Revista Realidade acordou o jornalismo da época. Podia-se fazer um jormalismo sem apelações de mulheres nuas nas capas e matérias sérias envolvendoo o contexto nacional, que leitores não faltariam. A qualidade e objetivo tratado na reportagem passou a ter prioridade nas matérias publicadas. Um jornalismo sério e comprometido com a qualidade do assunto em foco se tornou a base das publicaçòes da época.