sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

A República dos Memes...










por O.V.Pochê

Damares Alves, que também é chamada nas redes sociais de Ministra Goiaba, bombou no mundo dos memes ao pregar a ideologia colorida da nova era. Ontem também foi o dia do mundo rir desse Brasil pastelão: #damares foi trending topic esteve em alta nos trends topics durante cerca de cinco horas no mundo real e no mundo bizarro.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Jonestown, 40 anos: na capa da Manchete, a tragédia que poderia ter acontecido no Brasil. Sabia disso?


A data passou quase em branco. No dia 18 de novembro de 1978, 914 pessoas morreram na Guiana, em uma comunidade religiosa denominada Jonestown.  As cenas dramáticas do maior suicídio coletivo de que se tem notícia chocaram o mundo.

Se as centenas de fotos que as agências despejaram nas mesas de edição da Manchete e da Fatos & Fotos impactavam profissionais calejados, imagine-se o efeito dramático das capas que, naquela época, ganhavam enorme visibilidade ao ser penduradas nas milhares de bancas de jornais das grandes e pequenas cidades.

Os corpos estendidos nas casas e gramados, sob as árvores ou caídos na lama, eram dos seguidores da Peoples Temple Christian Church Full Gospel (Templo dos Povos: Igreja Cristã do Evangelho Pleno) liderada pelo pastor Jim Jones. Durante semanas, desvendar o desfecho de Jonestown foi a pauta principal da mídia.

Cinco anos antes da tragédia, julgando-se perseguido por procuradores americanos que investigavam suas práticas, "curas" e as mais diversas formas de tortura psicológica e de extorsão de seguidores (entrega de propriedades e "propina espiritual" de 25% da renda de cada fiel), Jim Jones deixou a Califórnia e transferiu sua igreja para uma remota área na Guiana. Seria a sua franquia da Terra Santa ou do Paraíso, como pregava ao recrutar "ovelhas".

A chacina começou a se desenhar um dia antes. Leo Ryan, deputado democrata, chegou em Jonestown para apurar denúncias de pais sobre maus tratos aos filhos que aderiram à seita religiosa de Jim Jones. Ryan foi recebido pelo pastor e percorreu instalações da comunidade. À medida em que a comitiva fazia fotos, anotações e perguntas a alguns fieis, o clima tornou-se tenso. Jim Jones teria convencido seus seguidores de que o deputado era agente da CIA e que fuzileiros navais logo invadiriam o local. Poucas horas depois, quando se preparavam para embarcar em um avião em uma precária pista de pouso próxima a Jonestown, Ryan e três jornalistas foram assassinados. Em seguida, o pastor ordenou que os adultos dessem cianeto às cerca de 300 crianças da comunidade espiritual, antes de praticarem o suicídio em massa. O corpo de Jim Jones foi encontrado com marca de tiro na cabeça. Não foi confirmado se ele se suicidou ou se alguém o matou.

O ritual macabro de Jonestown rendeu reportagens, livros e filmes. Jamais foi inteiramente compreendida a submissão de tantas pessoas às ordens de um fanático.

Jim Jones montou na Guiana o que dizia ser
uma espécie de franquia do Paraíso.
O que foi pouco divulgado na época, mas revelado em livros que saíram nos anos seguintes, é que Jonestown poderia ter acontecido no Brasil. Em 1963, com o mundo em plena Guerra Fria e os Estados Unidos como alvo preferencial, Jones temia a hecatombe nuclear e acreditava que o Brasil estaria fora da mira dos mísseis balísticos. Passou algumas semanas em Belo Horizonte, onde chegou a alugar uma casa, e no Rio de Janeiro, em viagem de observação para uma futura instalação de uma aldeia da Igreja Cristã do Evangelho Pleno. Sem falar português ou sequer espanhol, ele conclui que o idioma seria uma barreira a mais. Foi durante esse tour à América do Sul que o pastor fez uma parada na Guiana, que foi colônia inglesa até 1966, e onde, em 1973, montou sua a comunidade cristã de Jonestown.

O Brasil escapou por pouco.

Escapou? 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Manchete, janeiro de 1953 - "Há um movimento estranho na porta do quartel" - por Antônio Maria

Em janeiro de 1953, a política se agitava. Era o prenúncio do trágico 1954.

A revista Manchete cobria o seu primeiro Réveillon (que muitos ainda chamavam de "Noite de São Silvestre"). Basicamente, festa no Copacabana Palace, nas boates, na ABI e a homenagem a Iemanjá na Praia de Copacabana, tudo fotografado em preto e branco.

Talvez impressionado com o clima político, o cronista e compositor Antonio Maria, que mantinha na revista a seção Pernoite, deixou os bares e a vida noturna de lado e escreveu sobre a expectativa de golpe que marcava aqueles dias, remetendo-se às lembranças das revoluções que faziam tremer as ruas da sua terra natal, a combativa Recife.


Reprodução Revista Manchete, 
janeiro de 1953. Clique 2X na imagem para ampliar 

Fotomemória: D. Nylza, a mãe aos 100 anos. Por Guina Araújo Ramos

por Guina Araújo Ramos (do blog Bonecos da História

Queiram perdoar os possíveis leitores aqui chegados, mas gostaria de esclarecer que, na verdade, o pomposo título “Os Bonecos da História” encobre (não muito, que também está no cabeçalho do blog...) a minha intenção de publicar “os bonecos da minha história no fotojornalismo”, com a devida ressalva de que o conceito de “fotojornalismo” significa, aqui, um qualquer registro fotográfico que eu tenha feito por aí...

Daí que, ainda que pública, a postagem do momento é muito particular, é pessoal mesmo. A figura retratada e relembrada aqui é ninguém mais ninguém menos do que minha mãe, a (pelo menos no meio da parentada) famosa D. Nylza.

O motivo está antevisto no título: D. Nylza completaria hoje (ontem), 1º. de Janeiro de 2019, exatos 100 anos da vida. Não chegou lá, mas viveu até 15 dias antes dos seus 99 anos, sempre com a lucidez e o bom humor que aliviava as dificuldades da nossa vida.


D. Nylza, 1977, foto de Guina Araújo Ramos. "Foi feita por volta de 1977,
eu já profissional, trabalhando na Bloch Editores, num dia qualquer em que voltei à última casa
em que morei com ela e com meu pai. Entrando pelos fundos do apartamento térreo, em Olaria,
subúrbios da Zona da Leopoldina, Rio de Janeiro,
eis que a surpreendi no comando do fogão".

D. Nylza (e era assim que todos a chamavam, inclusive todos os filhos, às vezes meio ironicamente) nasceu na fazenda Cataguá, no vale do Rio Paraíba do Sul. Era filha de um cearense que, com três irmãos, tentou recriar os bons tempos dos grandes lucros do café e de uma orgulhosa filha das elites locais, então já não tão mais poderosas. A empreitada não deu certo e Seu Miguel e D. Hermínia mudaram-se, com os seis filhos, para Areal, na época ainda distrito do município de Três Rios. 

Oscar e Nilza nas Bodas de Ouro. Foto de Guina Araújo Ramos, 1985

Com apenas 16 anos, casou com Seu Oscar (ele, aos 27), seu companheiro de toda a vida, ela sempre a dona da casa, criando os seis filhos, ele sempre na estrada, com caminhão, lotação ou ônibus, na autonomia ou não, conforme a época.

Em 1948, a família se muda para Duque de Caxias, com meu pai trabalhando no transporte de areia para a construção do Maracanã. Daí que, em 1950, em plena Copa do Mundo, eu nasci no Rio de Janeiro, no Hospital do IAPETEC, hoje Federal de Bonsucesso.

A família morou em alguns bairros da Zona da Leopoldina, de Cordovil a Olaria, até que os dois, agora sós, voltaram a Areal, no princípio dos anos 1980. Lá, D. Nylza ficou viúva, em 1988, e de lá veio para sua temporada final, nos últimos quinze anos, com filho e netos, em Caxias.

Entre tantas fotos que fiz de D. Nylza, qual eu deveria escolher para a abertura desta postagem?...
Pensei até em capturar uma imagem no vídeo da visita de D. Nylza ao Pão de Açúcar, este evento que significou o cumprimento de uma velha dívida familiar. Afinal, descobri qual seria a foto: justamente aquela que ela própria havia escolhido!... Foi feita por volta de 1977, eu já profissional, trabalhando na Bloch Editores, num dia qualquer em que voltei à última casa em que morei com ela e com meu pai. Entrando pelos fundos do apartamento térreo, em Olaria, subúrbios da Zona da Leopoldina, Rio de Janeiro, eis que a surpreendi no comando do fogão. No susto, para ela, faço a foto! Sua expressão, mais de satisfação do que de espanto, até hoje me alegra. Desde que lhe entreguei uma cópia, há mais de 40 anos (tantos que as cores até se perderam), nunca mais deixei de ver esta foto, "o susto de D. Nylza", em uma parede sempre nobre de qualquer das casas em que morou.

D. Nylza homenageada. Foto de Guina Araújo Ramos, 2015. 
Das tantas outras, destaco esta, que transformei em cartaz.

É que nos últimos anos, a partir de algum impreciso momento, passei a considerá-la, em alguns contextos e de maneira certamente simbólica, e particularmente como forma de reconhecimento à sua luta pessoal, uma espécie (simpática, acho eu) de representante do próprio povo brasileiro.

Na capa da Piauí - Vai encarar?


Mídia 2: na posse, jornalista bom foi jornalista encurralado. E o protesto que não houve...

De acordo com o modelito Trump, o novo governo sinaliza que vai hostilizar a mídia. Não apenas a mídia digital de esquerda, que essa já está na mira dos snipers, mas os veículos conservadores que mantiverem alguma capacidade de crítica.

Trump elegeu como alvo alguns dos principais jornais americanos, como o New York Times e o Washington Post, e redes como a CNN, NBC e CBS. E teve como sustentação sites, como Breiabart, de grande audiência, redes sociais de militantes da direita republicana mais radical e um esquema industrial de propagação e impulsionamento de fake news.

Não é verdade, entretanto, que Trump contou com apoio zero da mídia. A rede Fox o apoiou incondicionalmente, assim como centenas de jornais regionais. E não se pode dizer que a NBC e a CBS fizeram campanha maciça contra o magnata.

A eleição do novo presidente do Brasil guarda alguma semelhanças com o formato Trump, no caso da utilização das redes sociais e da massificação de fake news. Quanto à grande mídia brasileira, não se pode dizer que incomodou a candidatura da direita que, afinal, chegou ao Planalto. Pelo menos duas  redes de TV, a Record e o SBT deixaram o jornalismo de lado e se colocaram como cabos eleitorais. Vários complexos de comunicação regionais e órgãos ligados as igrejas evangélicas fizeram o mesmo. Muito além da internet, o novo presidente teve o espaço que quis e muitas das suas posições políticas se encaixam nos editoriais conservadores dos jornais das famílias que controlam a mídia brasileira. Acontece que críticas e matérias como aquelas que denunciaram funcionários fantasmas no gabinete do então candidato e, agora, o escândalo Queiroz, incomodam os novos donos do poder. Além disso, eles não assimilam a "liberalidade" da mídia em questões de costumes que vão contra o fundamentalismo religioso instalado em vários níveis de governo. Daí o clima de guerra.

O "cativeiro" dos jornalista antes da posse. Reprodução Brasil de Fato

O cerimonial da posse quis marcar essa posição ao isolar jornalistas nos vários cenários do evento de ontem. Equipes internacionais, como a da França e da China, se indignaram com as condições de trabalho, as restrições e as ameaças até de levar tiro de snipers se deixassem os currais - segundo avisos de assessores - e se retiraram da cobertura. Os profissionais brasileiros credenciados aceitaram o osso oferecido por impossibilidade de recusar ou por optar por permanece e tentar relatar a situação. Em um momento de crise e desemprego, quem se habilita a criticá-los se não contam com a solidariedade irrestrita do RH dos veículos para os quais trabalham?

Fotógrafos baixam as câmeras: J.França registrou o protesto contra o general Figueiredo em 1984
e a Folha de São Paulo publicou. 

A foto dos jornalistas brasileiros sentados no chão e virtualmente "sequestrados" durante quase oito horas em "cativeiro" - como alguns definiram - contrasta com uma imagem famosa que a jornalista Cynara Moreira Menezes relembra hoje no seu site (Socialista Morena). Em 1984, João Figueiredo se incomodou com frases vazadas de uma conversa que teve com Paulo Maluf no Palácio do Planalto. A assessoria de imprensa suspeitou que a conversa havia sido ouvida por fotógrafos em uma sala à qual repórteres não foram admitidos. Figueredo subiu nos coturnos e vetou o acesso dos fotógrafos ao terceiro andar do Palácio. Pouco depois, em uma ocasião em que o general descia a rampa, todos os fotógrafos se recusaram a registrar a cena e baixaram ostensivamente as câmeras. Apenas J. França, no ponto de vista oposto, fotografou o protesto que a Folha de São Paulo publicou. O Memorial da Democracia também recorda a cena.

Coréia do Sul: fotógrafos protestam contra veto a cobertura de ato do governo. Foto Kyodo News

Uma manifestação semelhante aconteceu em 2016, quando a Coreia do Sul vetou a presença de fotógrafos durante a assinatura de um pacto sobre troca de informações de inteligência com o Japão. Aos profissionais foi permitido apenas ficar em acesso externo ao salão e registrar a chegada das autoridades ao local. Em protesto, eles baixaram as câmeras.
     

Mídia 1: O "discurso" messiânico de William Bonner no encerramento do Jornal Nacional e a polêmica da "continência"

Reprodução/You Tube
Um momento jornalístico de autoajuda nacional.

Com um "discurso" que lembrou o famoso estilo de Pedro Bial, quando ensaiava peças de oratória piegas ao se despedir dos participantes do Big Brother Brasil detonados no paredão, William Bonner fez um sermão messiânico no encerramento da cobertura da posse, ontem, em Brasília.

Bonner ignora que o que está em jogo não é abraçar ou deixar de abraçar pessoas com opiniões divergentes, mas a implantação de políticas que afetarão conquistas democráticas fundamentais e poderão colocar em risco a liberdade de expressão e o direito à oposição.

A julgar pelas inúmeras ameaças oficiais que nenhuma autoridade disfarça, índios, pequenos agricultores, ambientalistas, pessoas sem teto, brasileiros sem terra, muitos atletas, estudantes bolsistas, cidadãos que militam em favor de minorias, entre outros alvos, não têm o que comemorar e não ganharão abraços.

Quem vive de salário mínimo já acordou hoje sabendo que o valor foi corrigido abaixo do previsto, acumulando perdas pelo terceiro ano consecutivo. O percentual determinado pelo novo presidente impactará as ínfimas aposentadorias de milhões de brasileiros, a grande maioria da população já sacrificada.

O jornalista Ascânio Seleme, do Globo, afirma hoje que já está em curso através das redes sociais uma caça a funcionários públicos, sem estabilidade, que ocupam cargos comissionados e que tenham postado frases como "Fora Temer", "Marielle vive", "Ele não", "Foi golpe", etc. Todos serão sumariamente demitidos, segundo apurou o jornalista.

O ditadura militar impôs critério semelhante e a caça implacável se espalhou por estados e municípios e empresas privadas.   

O apelo brega de Bonner atola em uma realidade: os vencedores chegaram ao poder; aos derrotados será reservado o papel democrático e legítimo de oposição. Sem abraços. Nem de tamanduá, nem de jacaré.

As redes sociais estão repercutindo o seu gesto final do JN. Alguns se perguntam se o apresentador prestou continência ao encerrar o telejornal. Em centenas de compartilhamento, ele é criticado ou elogiado. Alguns sites ligados à direita comemoram a suposta continência de Bonner como um sinal da "nova era".

No You Tube se multiplicam as postagens do vídeo e os comentários de lado a lado. AQUI

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Presidente tuiteiro ou Pinóquio digital?

Donald Trump espalha fake news no twitter. Reprodução 

por Flávio Sépia 

Não há motivo para presidentes ou outras autoridades abrirem mão da comunicação direta que as redes sociais proporcionam.

O problema não é tuitar, o problema é gerar fake news na maior, como parte do jogo sujo da comunicação em nome de objetivos politiqueiros.

Donald Trump, que está sendo imitado integralmente por similares, inaugurou o uso do twitter como "diário oficial".

É dele também o título de primeiro presidente americano a espalhar mentiras com a maior naturalidade digital.

A última fake news presidencial foi afirmar que Barack Obama construiu um muro de três metros de altura para proteger sua casa. No penúltimo dia de 2018, Trump inventou a "notícia" para justificar a construção do seu muro na fronteira com o México.

O jornal Washington Post foi checar e verificou que não há muro nenhum na frente da casa dos Obama. Segundo os vizinhos da família, a residência tem um cerca -, como várias outras da vizinhança em uma tranquila rua da capital dos Estados Unidos -, construída antes da chegada do ex-presidente. A única estrutura adicionada é a de uma guarita construída pelo Serviço Secreto que tem a obrigação legal de proteger ex-presidentes. Ainda segundo vizinhos, a casa não tem muro de três metros na frente nem nos fundos e perfeitamente visível da rua.

Na virada do ano, a London Eye saúda a União Europeia e irrita os brexistas



por Jean-Paul Lagarride

O referendo que aprovou a saída do Reino Unido da União Europeia foi uma manifestação conservadora em meio à onda de rejeição aos organismo multilaterais no estilo do nacionalismo populista que Donald Trump acelerou e o Brasil agora anuncia que vai aderir. O pulo fora acontecerá em março. Só que muitos do que votaram a favor do Brexit avaliam, agora, que é uma furada deixar o bloco. As perdas financeiras iniciais são gigantescas. O prefeito de Londres Sadiq Khan, que é contrário ao Brexit, bancou uma mensagem pró-UE nos fogos de artifício do Ano Novo que iluminaram a London Eye (a Roda Gigante à margem do Tâmisa) e desenharam o símbolo a comunidade.
Os brexistas ficaram irados. A notícia é do MailOnline.

Modelo reage às brigadas da falsa moral...


Quem diria...

Reprodução twitter

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Chegou o Ano Novo. Vem aí o Ano Velho...

Foto: Twitter da Prefeitura de Sidney.

                    2019 já chegou na Austrália. 1964 só chega no Brasil à meia-noite de hoje.

"Troféu Difícil de Aturar": as 30 coisas mais entediantes de 2018.

por O. V. Pochê 

1) Apelos para "reconciliar" o Brasil, que mais parecem condução coercitiva à adesão. Bom lembrar que Hitler "reconciliou" a Alemanha nos anos 1930. Não deu certo. Liberdade de opinião é essencial.

2) Seleção Brasileira, Copa do Mundo e as entrevistas auto-ajuda de Tite explicando porque foi pro brejo na Rússia.

3) "A ponte para o futuro", que virou agora uma autoestrada para o passado

4) Religião como programa de governo

5) Programa de culinária na TV, todos os 233 dos canais por assinatura

6) Silvio Santos e o SBT, não necessariamente nessa ordem

7) Qualquer programa de Tom Cavalcante

8 Qualquer programa de Paulo Gustavo

9) Qualquer declaração de Regina Duarte

10)) Faustão, por ser Faustão.

11)) Jornal Nacional, por ajudar a criar "isso daí"

12) A cientista política Ana Paula do Vôlei

13) As ameaças aos artistas que a turba vê como de "esquerda". Até parece que a intenção é reeditar ataques violentos como o que atingiu o elenco da peça Roda Viva, em novembro de 1968.

14) Demétrio Magnoli pelo conjunto da obra e artigo no Globo onde consegue culpar artistas pelo escândalo do curandeiro João de Deus.

15) Comentaristas da Globo News, o que um diz o outro repete

16) As expressões "lugar de fala", "empoderamento", "pertencimento", "ressignificação", "orgnizacional", "narrativa", "sextou", "gourmet', "disruptivo", "empreendedorismo", "content marketing", "gestor", "budget', "core business", "downsizing", "schedular', "reengenharia", "resiliência" e "taoquei?"...

17) Goiabeiras em geral

18) Carlinhos, Flavinho e Eduardinho, os novos sobrinhos do Tio Trump

19) Quem cria e, principalmente, quem compartilha fake news

20) Jornalistas que se empolgam com as previsões otimistas de economistas e do mercado especulativo, quase sempre corrigidas pra pior quando pouco depois chega a realidade

21) O folhetim Neyma-Bruna Marquezine, juntos ou separados

22) Os influencers do You Tube

23) Luciano Huck já em duvida se será candidato a presidente em 2022

24) A Inglaterra negociando o Brexit

24) Ciro e Cid Gomes explicando o Brasil pra nós

25) Marcelo Crivella eternamente entediado na prefeitura do Rio

26) O Brasil sempre reprovado no Enem do cinema: a fracassada indicação para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro

27) A dura disputa entre o que é mais chato, o Oscar ou o Grammy Latino

28) O reality show do STF transmitido pela TV Justiça.

29) Teólogos, a mais nova categoria profissional a dar opinião nos telejornais. A propósito, o Brasil tem cursos de teologia à distância que formam em apenas cinco meses doutores em religiões milenares.

30) Listas de fim de ano como essa.


domingo, 30 de dezembro de 2018

Entre em sintonia com as tendências do Verão 2019...

por O.V.Pochê

* A bebida: suco de laranja

* O negócio: venda de carro

* A revista: Istoé

* O exemplo: estender roupa no varal

* Moda: camisetas com textão

* Lazer: em vez da praia, clube de tiro

* Turismo: visitar as Filipinas e a Hungria

* Musa: Damares Alves

* O que ler: fake news

* O que ver: coleção completa dos programas Amaral Neto, o repórter

* O que ouvir: "Eu te amo, meu Brasil", de Don e Ravel

* Onde investir: no Pactual BTG

* Onde rezar: na Terra Santa com a caravana de Magno Malta

* Onde rir: nos telejornais do SBT

* Palavra da moda: plausível

* Em alta: abraço hétero em Gabeira, quartel, igreja, SBT, Record, "se guardar" até casar, livros de Olavo de Carvalho, filmes de Alexandre Frota no cineminha da Câmara dos Deputados, posse de armas, CCC nova geração, KKK Brasil, poster de Chuck Norris, supremacia branca, evangélicos, boné da campanha Trump 2020, "Constituição abaixo de tudo", patrão, terceirização, recolher doações para a construção do muro México-Estados Unidos, estado religioso, racismo, preconceito, carteira de trabalho verde-amarela, "mérito", campanha para criação da Lei Mário da Penha, fazer manifestação a favor do desmatamento da Amazônia, pedir desculpas por ser corrupto, boicotar a China. denunciar o Triple A, se alistar para a guerra "Tempestade em Caracas", exílio, movimento dos com-terra, movimento dos com-teto, agrotóxicos para todos, carne com salmonela, autofiscalização.

* Em baixa: cultura, diplomacia, livros que não sejam de Olavo de Carvalho, nordestinos, índios, LGBTXXXXX, professor, Enem, cotas, bolsas de estudo, estado laico, habitação, saúde pública, empregado, terreiro de umbanda, sexo, controlar aquecimento do planeta, serviço público, feminismo, "quem matou Marielle Franco", Lei Maria da Penha, funk, samba, cantor que não seja sertanejo, religião afro, direitos humanos, direitos dos animais, ONU, Unesco, Mercosul, o politicamente correto, imigrantes, fiscalizar seja lá o que for, carteira de trabalho e salário.

"Arrastão" chique tentou cercar a praia do Leblon. Isso pode, Arnaldo?

A Constituição Federal determina que as praias são bens públicos e "de uso comum do povo". Mas isso não impede que aloprados insistam em privatizá-las. Frequentemente, a lei precisa conter os grileiros das faixas de areia em todo o pais.

Há casos de abusos e ocupação em Florianópolis, Angra dos Reis, Búzios, Paraty e certas praias do litoral paulista. Os mais ousados em desafiar a lei cercam áreas ou criam obstáculos para evitar a aproximação do povo "diferenciado".

No Rio, já houve uma tentativa de "conceder" a exploração das faixas de areia do Leme a um grupo privado, nos moldes impostos ao quiosques do calçadão. Houve protestos de moradores e dos barraqueiros tradicionais e o Ministério Público, que investiga esses contratos, congelou a manobra.

O que não quer dizer que a ameaça foi contida nem que o lobby desistiu. Vai que surge uma oportunidade...

Para alguns empresários que exploram um quiosque de luxo no Leblon, essa oportunidade é o Réveillon. Talvez achado que a cidade fica distraída, uns elementos abonados aproveitaram a sombra da noite, segundo barraqueiros que trabalham no local, para cercar e demarcar uma grande área na areia, estendendo ilegalmente os seus domínios.

Simples assim.

O mafuá up montado pelo Cafe de la Musique Beach, no Posto 12, receberia uma festa paga, privê, chamada de Réveillon dos Desejos.

O "desejo", tudo indica, era ocupar na boa um bem público. A Secretaria Municipal da Fazenda multou o quioscão nutella e obrigou a retirada do material e do entulho festeiro.

Mas é bom checar na noite da virada se a invasão será de fato contida (não apenas a do curralzão do do Cafe de La Musique mas em todas as praias cariocas) ou se o poder falará mais alto. Às vezes acontece.

sábado, 29 de dezembro de 2018

Minha noite com Miucha, há 62 anos, na Pauliceia desvairada • Por Roberto Muggiati

Miucha com o então marido João Gilberto e o irmão Chico Buarque


por Roberto Muggiati 

Foi naqueles meses malucos de 1962, entre os dois anos em Paris e os três anos em Londres, que eu batizei de Seis meses num DKW. Eu ia muito a São Paulo nesta época e me enturmei com um pessoal muito doido. Tinha o Nelson Coelho, que chefiava a sucursal do JB em São Paulo, mas preferia ser contista, poeta e mestre zen. O Benjamin Steiner, um judeu argentino, publicitário campeão de faturamento que depois largou tudo e virou antiquário; o Pachequinho – que irreverência nossa chama-lo assim, o grande maestro Diogo Pacheco –  e respectivas consortes e sem-sortes. Cada noite era uma aventura e naquela noite de meados de 1962 o pessoal inventou de ir jantar numa cantina do Brás que, naquela época nada gentrificada, era mesmo um bairro bem proletário – e a cantina um bom freje.


Alguém lembrou de tirar do bom caminho a amiga Heloisa Maria Buarque de Holanda, a Miúcha, dois meses mais moça que eu – tínhamos então 24 aninhos. Ela ainda não sonhava em ser cantora, nem em casar com o João Gilberto e parir a Bebel Gilberto. A operação de retirar Miúcha do vetusto casarão do lendário Sérgio Buarque de Holanda, plantado numa encosta atrás do estádio do Pacaembu – Chico Buarque, dezoito anos, não era Chico ainda e dormia como um anjo – aquela operação envolvia, mais do que tudo, rigoroso silêncio. Ninguém tinha celular e, não sei como, à hora aprazada, a menina escapuliu pela janela e pulou o muro. E lá fomos todos nós, felizes da vida, para o Brás.

Um corte rápido, de apenas cinquenta anos, meio século. Reencontro Miúcha no Rio em 2012 na estreia para a imprensa de A música segundo Tom Jobim, que ela roteirizou com o diretor do filme, Nelson Pereira dos Santos. Numa brecha, ataco: “Miúcha, lembra de mim, aquela noite no Brás?” Embora na ocasião mítica tivéssemos sentado lado a lado, nenhum dos dois lembrava nada de cada um ou de tudo mais. Mas ela recordou o nome do restaurante: “Era a Cantina do Marinheiro, não?” Cantina do Marinheiro só mesmo naquela Pauliceia pós-desvairada – mais desvairada ainda – dos anos 1960. Valeu, Miúcha, foi breve e fugaz o nosso tête-à-tête, mas foi eterno enquanto durou.  Saudades...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Mídia: tragédia e escândalo da política não entram em recesso de fim de ano...

2018 está virando a esquina, mas ainda mostra que o noticiário político não entrou em recesso. A temperatura aumentou na mídia e parece antecipar que 2019 não vai ser para amadores. Dois fatos, cada um nas suas características, respingam no jornalismo.

* Em Vitória (ES), o assassinato do ex-senador e ex-governador Gérson Camata.

* A inacreditável entrevista de Fabrício Queiroz ao SBT.

Em 2009, a denúncia do assassino de
Gérson Camata. Na Justiça, o delator
não comprovou a acusação e perdeu
processo por calúnia, injúria
e difamação.
No primeiro caso, o assassino Marcos Vinicius Moreira Andrade, ex-assessor do político, confessou que atirou porque teve 60 mil reais bloqueados pela Justiça como consequência de processo que o ex-senador lhe movia por calúnia, injúria e difamação. O matador, que perdeu a causa, havia denunciado ao Globo suposto envolvimento de Camata em cobrança de propina a empreiteiros e apropriação de dinheiro de funcionários do seu gabinete. Processado, não conseguiu provar as acusações.

Marcos Vinicius é o primeiro delator que passa da palavra à ação e fuzila o denunciado. Mas a morte do político capixaba não é a única que sucede a uma delação. O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier de Olivo, foi preso, pressionado e despido, no ano passado, sob a acusação de "obstruir" a investigação. A mídia conservadora veiculou amplamente a versão policial, sem contestação. Protestado inocência, mas sentindo-se humilhado e abatido, segundo amigos e familiares, Cancellier tirou a própria vida. O "crime" do qual foi acusado jamais foi comprovado.

Fabrício Queiroz no SBT. Reprodução
No segundo caso, o SBT é o protagonista da chanchada. A entrevista que foi ao ar, ontem, com o até então sumido Fabrício Queiroz, pivô de escândalo que atinge o novo governo, poderia muito bem ter entrado em um intervalo das trapalhadas do Chaves ou do Chapolim Colorado, programas que, de resto, sempre fizeram mais sucesso do que o jornalismo da TV de Sílvio Santos. As perguntas mais óbvias não foram feitas e as respostas mais bizarras foram gentil e docilmente assimiladas pela entrevistadora escalada. Todo suspeito tem o direito de se defender, claro. Pelo menos na entrevista ao SBT, Queiroz até abriu mão disso, ensaiou versões, não foi solicitado a fundamentá-las e nem fez questão disso. Em resumo; ele ainda não falou com o Ministério Público e, na TV, alegou que só falará com o Ministério Público. O suspense continua.

Briga de torcedores na Itália, com morte e facadas. A Fifa não vai trazer a decisão do Campeonato Italiano para a América do Sul?




A notícia provavelmente é considerada "local" e a mídia esportiva brasileira não deu muita bola.

Briga entre torcedores da Inter de Milão e do Nápoles resultou ontem à noite em um morto por atropelamento intencional (uma van de napolitanos foi bloqueada por milaneses e acelerou sobre o grupo) e quatro esfaqueados.

No estádio San Siro houve mais violência e  insultos racistas. A polícia italiana vai pedir que ambas as torcidas sejam afastadas dos estádios por cinco jogos, no mínimo.

Violência no futebol é sempre condenável e jamais justificada.

A FIFA e a UEFA ainda não se manifestaram.

Será que vão pedir que o jogo final do Campeonato Italiano (a Juventus lidera e a Inter está em terceiro na tabela) seja transferido para Buenos Aires? Como se sabe, Boca Juniors e River Plate tiveram que jogar a decisão da Libertadores a milhares de quilômetros dos seus torcedores por decisão da Conmebol em cumplicidade com a FIFA após tumulto lamentável e grave, apesar de não haver resultado em morte.

Colunistas esportivos brasileiros, em maioria e em surto nutella, apoiaram a transferência daquele jogo e rasgaram elogios à Europa que, segundo eles, contém seus brigões. A realidade mostra que estádios europeus também são palco de brigas e, principalmente, de crescentes manifestações de racismo que acabam em conflitos. Complexo de vira-lata é foda...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Previsões de Allan Richard Way II para 2019... Melhor tirar as crianças da sala...

O herdeiro do vidente Allan Richard Way, que fez história na revista Manchete está mais recluso do que nunca.

Em geral revela desesperanças, embora conceda uma ou outra notícia boa.

Allan Richard Way II passa uma temporada no sul do País de Gales, mais precisamente na solidão de Carmarthenshire, onde o galês Dylan Thomas escreveu muitos do seus poemas às margens do rio Tywi.

De lá, o vidente em fase nada poética enviou suas previsões para 2019. Não perdeu o humor, mas não faz muitas concessões. Pede que culpem a mensagem, não o mensageiro. Tanto que, surpreso e chocado com alguns sinais, especialmente em relação ao Brasil, teve o cuidado de submeter suas previsões - à margem das tabelas astronômicas e das Tábuas Afonsinas do final do século XIII que costuma usar - ao ajuste fino de um astrolábio iraquiano do século XI com a ajuda de fórmulas matemáticas que calculam a equivalência entre o ano cristão e o ano islâmico. Allan Richard Way II lamenta informar que o Brasil poderá cair para a terceirona do ranking geopolítico mundial em 2019.

Leia a seguir as previsão do vidente para 2019.

* Ministro Marco Aurélio dará 12 liminares ao longo do ano para a soltura de Lula. Dias Toffoli cassará 15 ordens de liberação. Três serão fake news que alguém colocou na mesa do presidente do STF. 

* O desemprego continuará sendo um grande problema para o Brasil. A novidade será o incentivo ao emprego informal. A anunciada criação da carteira de trabalho verde-amarela, para "bicos", fará com que o IBGE divulgue novos índices de desemprego. Além dos celetistas, estrearão novas categorias estatísticas: a dos "bicudos" e a turma que "dá as caras", trabalha quando chamam. Poderá ser criado também o índice de desempegados "pobres de direita".

* Em função de políticas adotadas, alguns países farão restrições a comprar certos produtos brasileiros. Alegam aumento do desmatamento, do uso indiscriminado de agrotóxicos e desestímulo à fiscalização de trabalho escravo em áreas rurais. Itamaraty garantirá que Trump comprará o encalhe. 

* O Brasil não vencerá a Copa América. O titulo ficará com Argentina, que virá com seleção renovada, ou Uruguai. Sportv defende que o time de Tite "evoluiu'  e pede que o treinador seja mantido até a Copa de 2026

* Editorias esportivas noticiarão que Adriano Imperador voltará a jogar futebol. Será a 837ª "notícia" semelhante desde que o jogador se aposentou.

* Ao longo do ano, fronteira México-Estados UYnidos registrará número recorde de mortes. 

* Tragédia na região serrana no Rio de Janeiro marcará 2019

* Morre um dos cantores mais famosos do Brasil.

* Acidente de avião de pequeno porte comove o Brasil. 

* Terremoto assusta Costa Oeste dos Estados Unidos. 

* Talibãs retomam territórios no Afeganistão. Estado Islâmico tenta fazer do país sua nova base.

* Com penas de prisão aumentadas, Lula deixará a cela da Polícia Federal em Curitiba. A Justiça o mandará para ala especial de presídio federal. A escolha se dará entre uma penitenciária civil ou, com maior probabilidade, uma instalação militar. Ilha da Trindade será uma possibilidade. Uma alternativa será um pedido do governo brasileiro a Donald Trump para receber o ex-presidente no campo de concentração americano de Guantánamo.

* Brasil pedirá oficialmente para se tornar franqueado dos Estados Unidos.

* Depois que Jair Bolsonaro declarou que a vida na França está insuportável por causa dos imigrantes, a esquerda brasileira pedirá que o direita troque o "vai pra Cuba" por "vai pra Paris".;

* Brasil sai da ONU, do Mercosul, da Fifa, do Brics, da OMS, da Unicef e pede para entrar na Otan, no grupo de Whatsapp de Viktor Orbán e no Brexit.

* Um museu poderá se incendiar.

* Ameaça de deslocamento de placas tectônicas do Atlântico assusta navegantes.  

* Cantor sertanejo morrerá em acidente de carro.

* Fábrica de tornozeleiras eletrônicas pede recuperação judicial.

* Deputado apresentará projeto para transformar as goiabeiras em Patrimônio Mundial.

* João de Deus: número de mulheres que acusam o curandeiro de assédio chegará a 3.455.

* Importante empresário sera acusado por assediar jornalista.

* Violência contra minorias dispara no Brasil. Deputado quer criminalizar diversidade. 

* Depois da mamadeira erótica, governantes denunciarão o picolé peniano, proibirão a venda de pepino na feira, banana terá que ser comida na merenda escolar pelo lados não pela ponta.

* Projeto de deputado criará a Guarda Religiosa para coibir imoralidades nas ruas e piadas religiosas.

*  Vazará suposto video de nudes de Melania Trump com Kim Jong un na zona desmilitarizada. O fato poderá decretar a Terceira Guerra Mundial.

* O Globo pedirá que Bolsonaro acabe com o Dia do Trabalho. Segundo o jornal, é "herança antiquada e getuliana".

* No Sul e Sudeste, grupos supremacistas fazem joint venture com a Ku Klux Klan.

* O Fantástico anuncia a cura da Previdência. 

* Vídeo hackeado revelará intimidade de importante figura nacional. 

* Clubes de tiro receberão verbas da Lei Rouanet.

* Grande empresa de comunicação reduz drasticamente seus quadros no segundo semestre de 2019,

* Governo mandará construir estátua de Donald Trump na Barra da Tijuca. Terá 35 metros de altura e peruca de cabelos verdadeiros e pintados recebidos em doação das madames do bairro carioca.

* Brasil formará nova Organização das Nações (a Organões). Estados Unidos, Itália, Chile, Hungria, Argentina, Israel, Filipinas e Colômbia farão parte da instituição que terá sede na Barra da Tijuca.

* Tecnocrata anunciará que vai "meter a faca" no décimo-terceiro, no abono salarial e no feriado do Zumbi.

* Aprovado o Escola sem Partido, deputados apresentarão projetos para criar o Botequim Sem Bate-Papo, o Candomblé sem Despacho, Igreja sem Santo de Barro, Solteiro sem Sexo, Brasil sem Carnaval, "Ateu pra Cuba", Índio sem Terra e Brasília sem Vergonha.

* Brasil invade Venezuela mas não sabe o que fazer com o país. Propõe privatizar.

* Governo inclui na cesta básica, produtos subsidiados como frasquinho de água do Jordão, unguento do Mar Morto, retalho do manto, cascalho do Horto, barba de Jeremias, pen drive do Ezequiel, tênis do Ageu e o Chip da Salvação.

* Anitta grava seu trigésimo clipe apenas no ano de 2019.

* Ao vivo nunca mais. Silvio Santos sofrerá censura prévia. Tudo o que falar será gravado e editado pela família.

* Ciro Gomes vai estudar problemas brasileiros na Universidade de Colúmbia. Receberá depois seus diploma número 435 sobre administração pública.

* Acusações de assédio abalam rede de televisão.

* Dois antigos jornais brasileiros cancelam edições impressas.

* Geraldo Alckmin some do noticiário. Não se confirma notícia de que está em retiro espiritual em convento da Opus Dei.

* Crise militar rondará Brasília.

* Temer pedirá desculpas e terá processo arquivado.

* Aécio Neves pedirá desculpas e terá processos arquivados.

* Fabrício Queiroz pedirá desculpas e terá processo arquivado.

* A tribuna da Câmara dos Deputados será reformada a pedido de Alexandre Frota: ele prefere o formato octógono.

* Ao longo do ano, Galvão Bueno fará várias homenagens de despedidas para Arnaldo César Coelho, que se aposentou mas só que não.

* Deputado ruralista apresentará projeto para tornar a motossera Patrimônio Material da Humanidade. 

* Em jejum no monte, Cabo Daciolo anunciará no fim do ano sua candidatura a prefeito do Rio em 2020.

* Cassinos voltam a ser liberados no Brasil.

* O planeta Marte regerá 2019. O mundo viverá novos e graves conflitos. Brasil X Venezuela, EUA X Irã, Brasil X Cuba, EUA X Rússia, Brasil X Nicarágua, EUA X México, Brasil X Bolívia e Mourão X Bolsonaro.

* Grupos de mídia demitirão jornalistas CLT para contratar substitutos sob a modalidade carteira de trabalho verde-amarela como parte do programa federal de incentivo denominado  "Nenhum Direito a M ais".

* Em 2019, colunistas da grande mídia continuarão divulgando as duas fake news mais badaladas de 2018: "o Brasil saiu das recessão" e "o desemprego diminuiu".

* Cresce mortandade de sem-terras, transgêneros, pais de santo, líderes ambientalistas, professores com partido, militantes feministas, ateus e esquerdistas. Mídia e governo atribuem aumento nas estatísticas a "causas naturais".

* Títulos mesmo só ao portador. Torcida pedirá um atacante, dois zagueiros e dois laterais, mas a nova diretoria Flamengo contratará três diretores financeiros, quatro administradores de fundos de investimento, três analistas de fluxo de câmbio, quatro gerentes de liquidez e um volante para atuar plantado na Bolsa de Valores. O novo presidente do clube sugerirá que em vez de programas esportivos a torcida assista às reuniões da diretoria financeira transmitidas ao vivo no canal Bloomberg e acompanhe tudo sobre o equilíbrio fiscal do mais querido. 

* Pais pedirão que escolas retirem do material didático os livros "Don Quixote de la Mancha" (por suspeita de incentivo ao homossexualismo entre o Cavaleiro da Triste Figura e Sancho Pança), "O Pequeno Príncipe"  (por suspeita de indução à pedofilia), e "A Hora da Estrela" (por incentivar a imigração de nordestinos). Em troca, as crianças receberão livros de Olavo de Carvalho. 

* Brasil indicará para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2019 a série completa de lives do presidente no Youtube.

*  Neymar não ganhará a Bola de Ouro. PSG não ganhará a Liga dos Campeões. 

*  Sessão de murros, ponta-pés e mata-leão interrompe votação na Câmara dos Deputados.

*  Deputado pedirá que Brasil contribua com verbas para ajudar na construção do muro entre México e Estados Unidos.

* MBL pedirá a militantes que levem "livros comunistas" para grande queima na Avenida Paulista:  "Um Estudo em Vermelho", de Conan Doyle, será o mais queimado.

* Deputado pede que o Pantanal seja drenado para receber plantio de soja. 

* Camelôs venderão licença ambiental boa e barata no Largo da Carioca, no Rio.

* Camelôs venderão porte de arma na Rua 25 de Março em São Paulo.

* Rio terá primeiro caso de bala perdida disparada por drone.

* Venda de casas em Miami para cariocas atinge número recorde pouco antes de Sérgio Cabral entregar sua delação premiada. 

* Senador quer que governo faça publicidade oficial só em grupos do Whatsapp e em cultos de igrejas. 

* Dengue e Chikungunha se espalham. Governo culpa a mídia.

* Brasil exporta menos. Governo culpa a mídia.

* SUS em crise. Governo culpa a mídia.

* Chove no feriadão. Governo culpa a mídia.



Na revista Fatos, em 1985, o jornalista Flávio de Aquino ironizou as "mordomias". O tempo passou e as castas privilegiadas continuam cantando a melô do deboche: "me dá um auxílio aí".

Charge de Cândido publicada na revista Fatos n°15. 
Reprodução da matéria de Flavio de Aquino na revista Fatos n° 15, julho, 1985.
Clique na imagem para ampliar. 

Reprodução  revista Fatos n° 15, julho, 1985. Clique na imagem para ampliar. 

A matéria acima, assinada por Flávio de Aquino, foi publicada na revista Fatos N° 17, de 15 de julho de 1985, ilustrada com charges de Cândido e Leon Kaplan.

Bem antes de Collor de Mello assumir a bandeira de "caçador de marajás" - e com ela enganar o Brasil -, os privilégios das castas públicas, do Judiciário ao Legislativo, passando pelo Executivo, suas autarquias e estatais, e contaminando estados e municípios, incomodavam os mortais comuns, os  infelizes pagadores de impostos.

Flávio de Aquino mostrou a origem histórica das "mordomias", desde os estelionatos funcionais da Colônia, chegando à mudança da capital para Brasília, que impulsionou os jabaculês federais, e à ditadura civil-militar que deitou e rolou na criação de privilégios.

Mais de trinta anos depois a safadeza resiste em todos os poderes e mais institucionalizada do que nunca. O Brasil tem o Judiciário e o Legislativo, para exemplificar, entre os que pagam maiores salários e penduricalhos no mundo. Os seus equivalentes no Primeiro Mundo morrem de inveja dos contra-cheques caboclos.

Não há sinais de que isso vá mudar tão cedo: as facções beneficiadas resistem.

E as mordomias sem partido, incluindo aí as intensas coreografias bancárias que movimentam as tais "verbas de gabinete", encontram sempre formas e maneiras criativas de burlar as poucas leis que tentam, se não acabar, pelo menos conter e organizar a suruba financeira dos privilegiados às custas dos cofres públicos. De lá pra cá, as castas criaram os mais variados modelos disfarçados de leis para "se dar bem"; auxílio aluguel, auxílio paletó, auxílio educação, auxílio refeição, auxílio viagem, diárias, incorporações, prêmios por triênio, quinquênio, decênio.

Só falta criar o auxílio cara de pau pra continuar justificando tudo isso.       

domingo, 23 de dezembro de 2018

Editora Caras encerra versão impressa da Contigo! Revista permanecerá on line

2018 respira por aparelhos e, quase no fim, anuncia que a Editora Caras, atual dona do título “Contigo!”, vai encerrar a partir de janeiro de 2019 a versão impressa da revista de celebridades que herdou da Abril.

A Contigo! viveu uma fase de brilho nos anos 2000, com extraordinário crescimento em circulação e número de páginas de anúncios, após reformulação e reposicionamento que a levaram a conquistar um público de maior poder aquisitivo.

Nesse período, passou a disputar espaço com a Caras e incomodou a concorrente. Em 2004, a Contigo! ganhou Prêmio Caboré na categoria Veículo de Comunicação Mídia Impressa. Foi o reconhecimento do mercado à requalificação da revista. Sobre a importância do Caboré, basta dizer que em 2003 a Veja foi premiada e, em 2004, foi a vez do Estadão, em 2001, da Folha de São Paulo.

A força da Contigo! estava nas matérias exclusivas. A revista não se limitava a reproduzir assuntos que já circulavam na internet e nas concorrentes e oferecia aos leitores conteúdo único. Mostrou que jornalismo de entretenimento não deve abrir mão das ferramentas básicas do jornalismo. Contigo! levou ao segmento de celebridades um rigor editorial ancorado em qualidade, notícias, apuração correta, checagem, texto preciso e fotos reveladoras.

A crise da Abril, que se intensificou a partir de 2013 junto com uma certa anemia editorial, encurralou a  Contigo!, que acabou repassada para a Editora Caras. Sob nova direção, foi ainda mais descaracterizada (tornou-se uma sub-Caras), pouco acrescentando ao atacado de notícias dos demais veículos impressos ou digitais, e trocou a periodicidade de semanal para mensal, com claro sinal de esvaziamento.

Sem oferecer boa alternativa, foi dispensada pelos leitores e vencida pelos novos modelos publicitários e pela forte concorrência dos sites e redes sociais.

A Editora Caras anuncia que investirá na versão on line da Contigo! 

Contigo! chegou às bancas em 2 de outubro de 1963. Pouco mais de 55 anos depois vai encarar uma prova de sobrevivência: resistir fora do papel.

sábado, 22 de dezembro de 2018

Fotomemória - Reacionário ou não? Veja Nelson Rodrigues em um dia de ativista...

Rio de Janeiro, 1979. Nelson Rodrigues participa de reunião de artistas contra a censura de peças teatrais. Daniel Filho conversa com Nelson, que está ao lado de José Wilker e, de blusa branca, Lucélia Santos. Foto de Guina Araújo Ramos (("É  a única foto que me restou, uma ponta de filme que ficou rajada pelo efeito, não sei, do revelador ou do fixador, talvez" )

por Guina Araújo Ramos (do Blog Bonecos da História

Fico sabendo que, nesta data (ontem, 21) , há 38 anos, em 1980, a morte fechava o pano da peça, daquela peça que ele era, o famoso “teatrólogo, jornalista, romancista, folhetinista e cronista de costumes e de futebol brasileiro, e tido como o mais influente dramaturgo do Brasil” (nos termos da Wikipédia), ou seja, o “reacionário” Nelson Rodrigues.

E ele até gostava de se intitular assim... Fez altos elogios aos governos militares, inclusive o do Gal. Médici, o mais radical deles.

Porém, a vida é assim, a vida é como ela é... O destino sabe ser cruel também fora das peças de Nelson Rodrigues... Eis que seu filho Nelsinho passou a lutar contra a ditadura, foi membro do MR-8, e daí preso, torturado, processado várias vezes. Pai e filho, juntos: seu pai não o abandonou, até conseguiu que fosse libertado. Só que o filho não aceitou e ainda fez greve de fome, com outros presos, e foi solto em 1979. E o próprio Nelsinho fala de Nelson Rodrigues: ““O velho já falava em amnistia desde 1975, e escrevera que eu tinha sido torturado, e era contra amnistiar torturadores. Então você já vê que reaccionário era. Ele se dava esse adjectivo por ser contra o comunismo. Era um artista. Foi o cara mais censurado do Brasil.””

Se até Nelson Rodrigues era, será que todo artista, afinal, também não será sempre progressista?

Fotografei Nelson Rodrigues apenas esta vez, para a Amiga, da Bloch Editores. Lembro-me apenas vagamente das circunstâncias... Terá sido uma reunião de artistas para tratar da questão da censura às peças de teatro. E o destaque foi justamente a presença de Nelson Rodrigues, certeza de mais estofo à causa, pela sua importância como o mais importante dramaturgo do Brasil.

É a única foto que me restou, uma ponta de filme que ficou rajada pelo efeito, não sei, do revelador ou do fixador, talvez. Nela, consigo reconhecer, à sua frente, Daniel Filho. E, ao seu lado, José Wilker e Lucélia Santos.

E quem, ao fundo, de camisa listrada? E a loura de blusa estampada, quem será?

ATUALIZAÇÃO EM 8/2/2019

por Guina Araújo Ramos

Bonecos em errata...

Eis que neste início de Janeiro de 2019 surge esta informação: toda a coleção da revista Manchete foi digitalizada pela Biblioteca Nacional!

Ótima notícia!... Ora, tratei de dar uma olhada no material publicado com o crédito “Aguinaldo Ramos”, e tomo conhecimento da pauta que me levou a esta foto do gênio Nelson Rodrigues cercado por artistas de teatro e de cinema. Mesmo que o assunto tenha sido coberto para a revista Amiga, uma das fotos foi publicada na Manchete, na coluna Gente.


Foto: Reprodução: Manchete # 1853, 1980.

Muito “vagamente”, como escrevi, eu me lembrava das circunstâncias da foto (e foi bom ter alertado logo)... Reconheço o exagero. O tema não era tão dramático como imaginei (“a questão da censura às peças de teatro”), ainda que tendo algo de polêmico...

O motivo era profissional, diz a matéria: um encontro do elenco, mais o diretor Braz Chediak e do produtor Pedro Carlos Rovai, com o autor Nelson Rodrigues. Tratava-se da preparação da nova versão cinematográfica da peça Bonitinha Mas Ordinária (grafada assim na revista), a ser filmada naquele ano de 1980 (mais uma correção a fazer: esta data, na legenda da foto).

Teria sido uma reunião para “debater o texto e estudar aspectos técnicos da obra”, mas, é evidente, não passou de uma forma de divulgar o projeto...

O filme, que recebeu o título “Bonitinha, mas Ordinária ou Otto Lara Resende” (fazendo jus ao da peça), foi lançado em 1981. É a segunda versão para o cinema da peça, escrita em 1962 e que foi imediatamente encenada, com Teresa Rachel no papel-título. A referência a Otto Lara Resende se deve à frase “o mineiro só é solidário no câncer”, atribuída por Nelson Rodrigues a ele, repetida muitas vezes na peça.

Nelson Rodrigues com o elenco de filme - Rio, 1980 - Foto Guina Araújo Ramos

O primeiro filme da série “Bonitinha mas Ordinária” é de 1963, na esteira do sucesso no teatro, com a dupla Odete Lara e Jece Valadão. Uma terceira versão de “Bonitinha mas Ordinária”, com direção de Moacyr Góes, com Leandra Leal, foi filmada em 2007 e 2008, e lançada apenas em 2013, parece que sem muito sucesso.

Por aí se vê que nem todo registro fotográfico guarda em si a síntese (ou o sentido) do evento que lhe deu origem (outro bom exemplo pode ser a foto de Nelson Rodrigues com a camisa do Flamengo ao lado de Zico), nem dá certeza a qualquer interpretação subjetiva, nem mesmo do autor, e ainda mais quando se tem apenas uma única foto remanescente...

A aparente dramaticidade desta imagem que me restara (um fotograma, ponta de filme, e em preto e branco, o que potencializa ainda mais a sensação) não correspondia ao tipo de encontro que fotografei, informação que outra fonte de informação, a cópia da revista, bem o demonstra. 


A História é assim mesmo, sempre duvidosa...


Campeonato Mundial de Clubes, a eterna piada...

por Niko Bolontrin 

Nos anos 1960, uma parceria entre a então Confederação Sul-Americana de Futebol e a UEFA criou a Copa Europeia-Sul-Americana. Os respectivos campeões continentais disputavam dois jogos, ida e volta. O Real Madrid foi o primeiro vencedor, em 1960. O jornal El Mundo Deportivo mancheteou que o time espanhol era "campeão do mundo". A Fifa quis proibir o título, mesmo informal. Alegava que uma disputa entre times de apenas duas confederações não configurava conquista mundial. Mas a mídia continuou chamando o ganhador de "campeão mundial", "título" que o Santos comemorou em 1962 e 1963.

Muitos daqueles jogos acabaram em verdeira batalha campal, como Santos X Milan, no Maracanã, Celtic X Racing e Milan X Estudiantes. Incomodados com a violência, alguns dos principais clubes europeus,  como Bayern de Munique e Liverpool, se afastaram do "mundial", abrindo espaço para clubes gregos e turcos.

Em 1980, foi organizada a Copa Toyota, uma única partida reunindo os campeões europeus e sul-americanos. Era quase que uma "festa de firma" para os funcionários da fábrica e torcedores curiosos para ver um jogo de futebol em uma Tóquio onde a bola mais conhecida era a de beisebol. Os times sul-americanos sempre deram mais importância ao "amistoso" festivo do que as equipes europeias. Por pressão dos seus cartolas, a FIFA acabou reconhecendo burocraticamente alguns desses títulos, apesar dos seus precários significados esportivo.

Em 2000, a Fifa tentou entrar na dança e criou o seu Campeonato Mundial de Clubes, realizado no Maracanã, mas, no ano seguinte, cancelou o tal torneio, que Tóquio retomou em jogo único. Em 2005, a Fifa voltou ao projeto, agora como Copa do Mundo de Clubes da Fifa, reunindo os campeões continentais. Era mais um esforço para dar mais representatividade à coisa..

O jogo de hoje em disputa do "título" mundial mostra que esse torneio é "cenográfico" e nunca deu certo do ponto de vista esportivo e competitivo. O Real Madrid entrará em campo logo mais para disputar o "mundial" com uma equipe dos Emirados Árabes, o Al Ain, que não é campeão continental e foi apenas convidado para participar do torneio embalado por petrodólares. Nada menos esportivo. Tudo indica que essa bizarra "final" levará a Fifa a duas opções: enterrar mais uma vez o Mundial de Clubes nesse formato ou reestruturá-lo de forma a se tornar realmente representativo. Fala-se em um campeonato a ser disputado de quatro em quatro, reunindo 24 clubes. Pode ser, vamos ver.

Que me desculpem os "campeões mundiais", mas enquanto não se transformar realmente em uma competição esportiva e não apenas promocional, o "mundial" será apenas uma meme ou uma confraternização de fim de ano.


sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Mercado: Novo dono conta ao Brazil Journal o que fará da Abril


Fábio Carvalho, o investidor que comprou a Abril, falou ao Brazil Journal, de Geraldo Samor

Leia alguns tópicos da entrevista: 

* "A Abril está atrás na curva da tecnologia, e precisa ficar à frente"
* "A gente encara isso como construir startups dentro da empresa. Tudo o que ela herda de estratégias, processo, organograma, conceitos e filosofia vai passar por um filtro de ratificação ou transformação."
* "Todos os formatos de entrega da notícia são válidos; o que é central é a valorização do trabalho jornalístico".

* Sobre a "Abril Com Fome" (movimento dos ex-funcionários que não receberam suas verbas trabalhistas - "Vamos dar absoluta prioridade a resolver essa situação, sobretudo das pessoas que ganhavam menos".

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO BRAZIL JOURNAL, AQUI

Abril foi vendida em uma Black Thursday. E a Veja? Como fica?

A notícia da venda da Editora Abril não foi exatamente uma surpresa, parecia inevitável, mas agitou as redes sociais ontem, especialmente os canais de jornalistas. Caso se efetive plenamente - ainda há importantes etapas da negociação a cumprir e o terreno de dívidas é pantanoso - a pergunta mais clicada refere-se ao que muda ou não muda na linha editorial da Veja. O comprador à frente, o investidor Fábio Carvalho, é homem do mercado de valores. Nisso a venda da Abril faz paralelo com várias negociações de grandes corporações editoriais internacionais que foram parar nas mãos de grupos financeiros. Neoliberalismo, Estado Mínimo, privatizações, crítica às políticas sociais, entre outros totens, tudo isso estava na Veja antes e deverá continuar sob a nova direção. Fábio Carvalho teria como apoio no projeto Abril o Banco Pactual, que foi fundado por Paulo Guedes, o mega ministro do novo governo. Carvalho é ligado a Guedes. Até pela complexidade do atual ambiente da Abril, sob amarras da recuperação fiscal e lotada de dívidas, os efeitos da troca de direção não chegarão tão rápido às páginas e pages dos produtos jornalísticos. Mas em algum momento a nova linha editorial adentrará a redação. Supõe-se que por uma porta bem mais à direita do que aquela que a Veja usou até aqui.

Se o futuro a Fábio Carvalho pertence, o que e certo, nesse momento, é que cerca de 800 funcionários da Abril que não recebem suas verbas trabalhistas estão levando calote dos Civita.

O dado melancólico: a Abril acabou vendida como se fosse no bazar. Por 100 mil+dívidas que deverão ser negociadas a longo prazo, o comprador levou o ex-império dos Civita, que espera reciclar.

Foi a maior Black Thursday do mercado editorial brasileiro.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Advogado carioca compra a Editora Abril

Através do site da Veja, a Editora Abril informa em nota oficial que o empresário e advogado Fábio Carvalho fechou hoje um acordo para adquirir o Grupo Abril. Dono da investidora Legion Holdings, Carvalho é especializado em comprar empresas pela bola sete e recuperá-las. Após isso, tanto pode permanecer com o negócio quanto passá-lo nos cobres.

A Abril será sua primeira experiência na área de comunicação. Uma das empresas em crise financeira que o mesmo grupo adquiriu foi a Casa & Vídeo. Ele também participou da tentativa de recuperação da antiga Varig.


Leia a nota da Abril

"O empresário Fábio Carvalho e os atuais acionistas do Grupo Abril assinaram, nesta data, contrato prevendo a aquisição de 100% das ações do Grupo Abril. Este contrato também prevê condições que devem ser cumpridas previamente à efetivação do negócio, dentre elas a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE e a injeção de novos recursos na companhia para o financiamento dos esforços de reestruturação. Após a concretização da transação, Fábio Carvalho assumirá o controle societário e ocupará a posição de CEO do Grupo.

Carvalho, que foca suas atividades empresariais na aquisição de companhias em crise financeira com o objetivo de conduzir amplas reestruturações e trazê-las novamente ao estado de estabilidade e crescimento, contará com a estrutura da Legion Holdings, sociedade de investimentos que fundou, composta por um time de especialistas em renegociações de dívidas e transformações operacionais. Uma vez concretizada a transação, a nova equipe se juntará a executivos do Grupo Abril, bem como aos profissionais da Alvarez & Marsal, hoje responsáveis pela coordenação dos esforços de superação da crise pela qual passam as companhias do Grupo.


“A história do Grupo Abril está intimamente relacionada com os grandes eventos políticos e econômicos que marcaram a história do Brasil nas últimas décadas. A capacidade e importância jornalística do Grupo é inegável. Não temos dúvida dos méritos e qualidades que permeiam as companhias do Grupo e que serão os pilares sobre os quais nos apoiaremos para superar os grandes desafios que se apresentam” afirma Carvalho, que hoje reúne entre seus investimentos participações em empresas em variados setores que, em conjunto, possuem faturamento anual superior a R$ 4 bilhões e empregam mais de 46 mil pessoas.

“Com a venda do Grupo Abril para Fábio Carvalho, a família Civita delega  a ele a tarefa de administrar os desafios e as oportunidades que estão no horizonte da nova mídia. Fábio reúne as características de empreendedor e a visão de negócio que os novos tempos exigem. Desejamos a ele muito sucesso”, declara Giancarlo Civita.

As partes estimam que o negócio seja inteiramente concluído no mês de fevereiro".

Jornalista premiado admite que falsificava reportagens


A revista alemã Der Spiegel admite que um dos seus jornalistas mais premiados falsificava reportagens. Ele descrevia situações inexistentes, criava personagens e fontes. Isso durante anos.

Claas Relotius é o nome da figura, que confessou a fraude e pediu demissão. Em 2014, ele foi eleito o Jornalista do Ano da CNN. Há poucos dias, ganhou o prêmio de Repórter do Ano da Alemanha por uma reportagem sobre um menino sírio na qual, descobriu-se, muito do que escreveu foi inventado.

A denúncia surgiu através de um repórter que encontrou Relotius durante uma incursão na fronteira México-Estados Unidos. O jornalista concorrente desconfiou de detalhes "exclusivos" que o alemão apurava e localizou fontes citadas por ele que, apesar de existirem, jamais haviam sido entrevistadas.

Relotius ainda criou para jornais alemães uma matéria dramática sobre um prisioneiro iemenita.  Ele admitiu que tinha "medo de falhar" e por isso turbinava seus textos.

DerSpiegel pediu desculpas aos leitores.

A informação está no The Guardian.