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terça-feira, 10 de setembro de 2019

Futebol - Porque os europeus tomaram a bola do jogo e, tudo indica, não vão devolver

por Niko Bolontrin

Se você estiver vendo os jogos das Eliminatórias da Eurocopa e, ao mesmo tempo, conferindo os amistosos entre seleções sul-americanas, terá muito a observar e comparar.

Conforme-se, um antigo trio de excelência do futebol - Brasil, Argentina e Uruguai - caiu para a  Segundona mundial, ao lado das demais seleções do continente.

O futebol sul-americano ainda produz craques, mas os envia cedo para a Europa. Os times europeus se valorizaram tremendamente, principalmente nas duas últimas décadas, e construíram uma potência financeira. E os milhões de euros resultaram em poder político. A UEFA, hoje, desafia a Fifa. Com o apoio da entidade, redesenhou o calendário. As chamadas "datas Fifa", que eram a oportunidade para os sul-americanos enfrentarem em amistosos as melhores seleções da Europa foram ocupadas por torneios fechados do Velho Continente. Atualmente, além dos jogos classificatórios e da Eurocopa em si, foi criada a Liga das Nações, que preenche as datas que sobraram. Em consequência, uma seleção com a do Brasil tem que se contentar em enfrentar adversários menos qualificados. O mesmo vale para Argentina, Chile, Uruguai, Colômbia etc.

Seleções europeias ganharam as últimas quatro Copas do Mundo, uma sequência que jamais aconteceu desde o primeiro mundial em 1930. Aliás, apenas uma vez eles ganharam duas Copas seguidas. Foi com a Itália em 34 e 38. Depois disso, Uruguai, Brasil e Argentina sempre interromperam o domínio, até 2002, ultimo ano em que uma seleção sul-americana venceu um mundial. No caso, o Brasil.

A transferência para a Europa de craques formados e, cada vez mais, promessas de craques, também afeta a qualidade do futebol sul-americano, especialmente nas suas características individuais, o drible, o improviso, a criatividade. Ao trabalhar com os jovens que recebem nos times, como Vinicius, Jesus, Paquetá e outros, os treinadores europeus costumam falar que a primeira etapa, antes que garantam vagas de titulares, é a "adaptação".  Essa reciclagem nada mais é do que encaixá-los no atual padrão do futebol dominante, que reduz, ou inibe, as opções por jogadas individuais. Isso fica claro no estilo dos nossos "estrangeiros" quando atuam na seleção brasileira. Quer um simples exemplo? Jogador em condição de finalizar prefere, não raro, transformar a última bola em mais um passe, às vezes para um companheiro em posição menos favorável para um chute a gol.  Aconteceu  mais de uma vez no recente Brasil 2X2 Colômbia. Passes laterais e em profundidade, tempo de posse de bola e marcação alta são fundamentos do novo futebol em detrimento da maioria das iniciativas individuais. Um Maradona que hoje pegasse a bola e corresse por 55 metros driblando adversários em fila irritaria treinadores. Pelo menos, até que se surpreendessem com a bola dentro do gol.

As seleções sul-americanas estão aos poucos abrindo mão dos seus estilos sem, ao contrário do que os teóricos do futebol esperavam, assimilar o jogo europeu, até por, evidente, falta de tempo para treinar.

Um tempo que, segundo os poderes da Fifa e da UEFA e as restriçoes do novo calendário, não mais terão.
  

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Fifa avança no combate ao racismo no futebol. A partir de 15 de julho, o árbitro poderá encerrar a partida em caso de ofensas...

A Fifa anunciou ontem mudanças no código que disciplina o futebol profissional em todo o mundo. A novidade que era mais esperada é um artigo que inova no combate ao racismo. A partir deste  15 de julho, o árbitro poderá encerrar uma partida e punir com derrota o time responsável por incidentes racistas.

Antes da medida extrema, haverá um anúncio no estádio solicitando que os torcedores parem com ofensas racistas. Se persistirem, a partida será suspensa temporariamente. Caso continuem, vem o encerramento e a perda de pontos para o clube cuja torcida profere os xingamentos. Serão punidas discriminação por motivo de raça, cor da pele, origem étnica, nacional ou social, gênero, deficiência, orientação sexual, religião, opinião política ou qualquer outra condição e razão". O novo Código Disciplinar da Fifa entrará em vigor a partir do dia 15 de julho deste ano.

É um passo, mas falta muito ainda. Por exemplo, exigir que o clube responsável por atos de racismo implante meios (câmeras de vigilância e seguranças) para identificar os agressores no estádio e chame a polícia. Outra questão em pauta é o fim da impunidade. Raramente torcedores racistas são presos em flagrante ou processados pelos seus atos. É preciso que esses casos sejam levados às delegacias de polícia e se transformem realmente em processos judiciais com as penas previstas em lei e principalmente que os agressores sejam penalizados também com indenização ao jogador vítima das ofensas..

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Briga de torcedores na Itália, com morte e facadas. A Fifa não vai trazer a decisão do Campeonato Italiano para a América do Sul?




A notícia provavelmente é considerada "local" e a mídia esportiva brasileira não deu muita bola.

Briga entre torcedores da Inter de Milão e do Nápoles resultou ontem à noite em um morto por atropelamento intencional (uma van de napolitanos foi bloqueada por milaneses e acelerou sobre o grupo) e quatro esfaqueados.

No estádio San Siro houve mais violência e  insultos racistas. A polícia italiana vai pedir que ambas as torcidas sejam afastadas dos estádios por cinco jogos, no mínimo.

Violência no futebol é sempre condenável e jamais justificada.

A FIFA e a UEFA ainda não se manifestaram.

Será que vão pedir que o jogo final do Campeonato Italiano (a Juventus lidera e a Inter está em terceiro na tabela) seja transferido para Buenos Aires? Como se sabe, Boca Juniors e River Plate tiveram que jogar a decisão da Libertadores a milhares de quilômetros dos seus torcedores por decisão da Conmebol em cumplicidade com a FIFA após tumulto lamentável e grave, apesar de não haver resultado em morte.

Colunistas esportivos brasileiros, em maioria e em surto nutella, apoiaram a transferência daquele jogo e rasgaram elogios à Europa que, segundo eles, contém seus brigões. A realidade mostra que estádios europeus também são palco de brigas e, principalmente, de crescentes manifestações de racismo que acabam em conflitos. Complexo de vira-lata é foda...

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Afanaram a Libertadores

O jornal espanhol Mundo Desportivo usou um termo de orgiem africana - quilombo - para definir a chegada de River Plate e Boca Juniors a Madri. No Brasil, a palavra quilombo tem hoje conotação positiva e lembra a resistência dos negros durante a escravidão. Na tradução racista da Espanha, quilombo significa desordem, prostíbulo, lugar de devassidão. 

por Niko Bolontrin

O futebol sul-americano já está em nítida decadência e tenta resistir mesmo sufocado pela força do euro que leva craques, futuros craques e promessas de craques.

A Conmebol resolveu ajudar esse processo de desintegração levando a final da Libertadores para o estádio do Real Madri. O interesse é, claro, apenas financeiro, o resto é desculpa. Para isso, a entidade atropela os direitos do River Plate, do Boca Juniors e dos torcedores, a maioria, que não pertencem a facções e gostariam de ver seus times jogarem a decisão.

Se tumulto em futebol implicasse em levar jogo de um continente para outro a França jamais voltaria a sediar uma Copa do Mundo. Lá, em 1998, houve graves tumultos que causaram até a morte de um policial.

Agora mesmo, na Liga das Nações de 2018, houve quebra-quebra nos jogos Inglaterra X Espanha e Inglaterra X Eslováquia. E a Inglaterra deve se candidatar a sediar a Copa de 2030.

Recentemente, o site Red Bull listou as cinco torcidas mais perigosas do mundo. A primeira é inglesa, do Milwall Bushwackers, temida em todo o Reino Unido. A segunda é a UltrAslan, do Galatasaray, da Turquia. O lema deles ao receber adversários em Istambul é "bem-vindo a inferno". A terceira torcida mais violenta do mundo é La Doce, do Boca Juniors. Mas entre os barra-bravas, como são conhecidas as torcidas organizadas na Argentina, há vários outros grupos perigosos. A quarta torcida de alto risco e a do Estrela Vermelha, da Sérvia. Para complicar, são nacionalistas radicais e racistas. A quinta torcida mais intolerante é a do Lazio, clube italiano que foi ligado ao fascismo. São agressivos, racistas e levam suásticas para os estádios. Na Espanha, no começo deste ano, um policial morreu durante briga de torcedores do Athletc de Bilbao e Spartak de Moscou.

Mesmo assim, a Fifa e a UEFA não pensam em levar decisões europeias para o Butão.

A Conmebol leva Boca x River Plate para a Espanha por um motivo simples: viu nos condenáveis acontecimentos de Buenos Aires uma oportunidade de faturar alguma grana ou ouviu a irresistível conversa de empresários sortudos. Ou caiu infantilmente na conversa de Gianni Infantino, o presidente da Fifa, que não bate prego sem estopa. Só isso.

ATUALIZAÇÃO EM 02/12/2018 - O River Plate e o Boca Juniors se recusam oficialmente a jogar a final da Libertadores em Madri. Demonstram mais bom senso e respeito às suas torcidas do que a Fifa e a Conmebol com a estranha e nada transparente decisão de levar um dos mais históricos clássicos da América do Sul para a Europa. Aguarda-se a reação dos cartolas. Se, mesmo assim, o jogo se realizar, espera-se que depois de um dos tumultos que envolvem com frequência torcidas de clubes europeus em brigas e demonstrações de racismo, a Fifa traga para a América do Sul um dos seus jogos ameaçados por hooligans. A lamentar que boa parte da mídia esportiva brasileira declarou-se em colunas e mesas redondos a favor da exótica decisão da Conmebol e da Fifa. Esses coleguinhas acabam de ganhar o troféu Vira-Lata, com direito a beijar as mãos dos cartolões Gianni Infantino e Alejandro Dominguez. 

domingo, 15 de julho de 2018

É da França!


Fim de Copa: Com festa e sem festa. Foto de Clive Rose/Getty Imagens/Fifa
Antoine Griezmann, o dono da taça. Foto de David Ramos/Getty Images/Fifa

É dele! Pogba e o troféu. Foto de Laurence Griffiths/Getty Images/Fifa

Pogba agradece. Foto de Davi Ramos/Fifa/ Getty Images

Domagoj Vida parece perguntar: "por que Senhor?". Foto de Ryan Percy/Getty Images/Fifa 
A vibração de Umtiti. Foto de Matthias Hangst/Getty Images/Fifa

França no pódio. Foto de Shaun Botteril/Getty Images/Fifa
Depois de Zagallo e Beckenbauer, Didier Deschamps é o terceiro ex-jogador a ganhar uma Copa tanto atuando
no campo como sofrendo na área destinada aos treinadores. Foto de Robert Cianflone/Fifa/Getty Images


Modric, o melhor da Copa; Mbappé, o melhor jogador jovem. Foto Getty Images/Fifa
O Triunfo é aqui!. Foto de Jack Taylor/Getty Images/ Fifa. 

Se a Copa não deu certo para o Brasil, funcionou para a Rússia, que organizou a festa perfeita e levou sua seleção até às quartas de final, foi boa para o surpreendente time da Bélgica, que despachou Tite e sua turma - aquela da "superação" que não se superou - histórica para a valente Croácia e, principalmente, um prêmio para a eficiência e a garra da França.

Um resultado justo. É hora de celebrar os craques que chegaram à final, como Mbappé e Modric, e lamentar os muitos que ficaram pelo caminho, como Messi, Neymar, Cavani, Timo Werner, Iniesta...

Sem eles, a Copa perdeu algum brilho nas fases decisivas. Mas ninguém pode negar a eficiência dos adversários que os mandaram para casa.

Rússia 2018 destaca a hegemonia da Europa que, pela primeira vez, ganha quatro Copas seguidas e soma 12 títulos em 21 edições, contra 9 da América do Sul.

Com o poderio econômico do euro, vai ser difícil reverter essa tendência. Jogadores sul-americanos das grandes escolas de futebol - Brasil, Argentina e Uruguai - vão para a Europa cada vez mais jovens, adaptam-se cedo ao novo futebol que privilegia a troca de passes, a posse de bola, a marcação alta e tenta conter jogadas individuais. Alguns treinadores praticamente criminalizam o drible, consideram-no obsoleto.

Quando convocados, os jogadores sul-americanos expatriados se integram a seleções nacionais que, por falta de treino, jamais conseguirão botar em campo o futebol da moda e, ao mesmo tempo, não dão mais tanto espaço para o individualismo dos fora de série.

Os principais clubes sul-americanos também estão tentando imitar o atual futebol europeu. Só esquecem que, se é para copiar a atual maneira de jogar da Europa, o original europeu será sempre melhor. (José Esmeraldo Gonçalves)

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Brasileiro faz a foto que se torna símbolo contra o racismo e a Fifa compartilha a imagem para o mundo

Foto de Rodrigo Villalba
Uma das fotos da Copa mais compartilhadas até o momento é do fotógrafo brasileiro Rodrigo Villalba. A cena, durante o jogo Senegal 2 X Polônia 0, em Moscou, mostra o momento em que Thiago Cionek, o brasileiro naturalizado da seleção polonesa, ajuda Sadio Mané a se levantar.

Rodrigo Villalba queria flagrar a diversidade, como contou ao site Chuteira FC: "Eu estava no estádio credenciado para fazer o jogo. Quando as duas seleções (Polônia e Senegal) entraram no campo, fiquei impressionado. Muito contraste. Senegal muito negro, negro. Polônia, branca. Fiquei com essa ideia na cabeça esperando por um momento.”

A Fifa compartilhou para o mundo a foto que se torna símbolo da rejeição ao racismo.

domingo, 11 de março de 2018

Copa da Mundo da Rússia... Prepara!


Reproduções You Tube

A menos de 100 dias da bola rolar Mc Donald's lança o primeiro filme da campanha para a Copa da Rússia, da DPZ&T, com Neymar, Anitta e a música Show das Poderosas. VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Copa da Rússia 2018: saiu o mapa do caminho do hepta. A voz do povo é o seguinte: se o Brasil perder a Copa Tite e Neymar podem pedir cidadania ao Putin...


A Fifa realizou hoje o sorteio que formou os grupos e indicou os primeiros jogos da Copa. Brasil pega Suíça, Costa Rica e Sérvia. É bom que o time de Tite garanta o primeiro lugar do Grupo E. Caso fique em segundo pode enfrentar uma pedreira logo no quarto jogo: a Alemanha.

A Argentina pegou moleza no Grupo D e a Rússia abre a Copa jogando contra a Arábia Saudita, que de bola sabe tanto quanto um devoto do Padim Ciço entende do Corão. Não existe um "grupo da morte" que mereça esse nome. Enfrentamento entre países campeões do mundo só a partir das oitavas.

Vamos chutar. Claro que a "zebra" sempre aparece em Copas do Mundo - e é bom que apareça -, mas em cada grupo há dois claros favoritos. Normalmente, se classificam para a segunda fase: Rússia e Uruguai; Portugal e Espanha; França e Peru (ou, vá lá, Dinamarca); Argentina e Croácia (a alegre Islândia pode chegar lá); Brasil e Sérvia; Alemanha e México; Inglaterra e Bélgica; Colômbia e Polônia.
Foto AFP/www.fifa.com

Durante a Cerimônia, Tite foi fotografado ao lado da taça. Espera-se que ele traga a própria em metal e ouro, em carne e osso. Trazer só a fotografia não vale. Selfie com medalha de vice também não.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Fifa apresenta o poster oficial da Rússia 2018. O goleirão Lev Yashin é o símbolo da Copa


Pela primeira vez, um poster oficial da Copa celebra um jogador não apenas como ilustração anônima. O cartaz oficial da Copa da Rússia tem nome, sobrenome e lenda: o goleiro Lev Yashin.
O designer Igor Gurovich escolheu o maior mito do futebol russo na era soviética, apontado até hoje como o maior goleiro de todos os tempos, como símbolo da mais importante evento esportivo do mundo. Yashin usava sempre um uniforme preto, daí o apelido de Aranha Negra. Jogou quatro Copas - 1958, 1962, 1966 e 1970 e foi o único goleiro da história a ganhar a Bola de Ouro. 

A FIFA descreve Igor Gurovich como um designer inspirado pelo movimento russo do Construtivismo do final da década de 1920, em particular os cartazes desenhados por Dziga Vertov e os irmãos Stenberg. Os raios de luz que emanam da bola, uma característica comum do trabalho construtivista, simbolizam a energia do torneio. Não deixa de ser curioso que em plena Era Putin o poster remeta ao estilo dos cartazes soviéticos de 1920 e 1930.

Enquanto Vavá, à direita, comemora seu primeiro gol contra a Rússia na Copa de 1958, Pelé, que vinha na corrida, festeja na frente de Yashin. Foto de Jáder Neves/Reprodução Manchete Esportiva


Vavá solta a bomba, Yashin voa mas não evita o segundo gol do artilheiro brasileiro.
Foto de Jáder Neves/Reprodução Manchete Esportiva

Na Copa de 1958, na Suécia, o Brasil enfrentou a União Soviética de Yashin. O jornalista Ney Bianchi, que cobriu aquele Mundial para Manchete e Manchete Esportiva, escreveu: "Não fosse a extraordinária categoria de Yashin, o Brasil teria conseguido uma contagem mais elevada nessa peleja disputada no estádio de Nya Ullevi". Apesar de Yashin, o Brasil venceu por 2 X 0, com gols de Vavá.


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Propina no futebol: escândalo atinge empresas de mídia e de marketing esportivo. Na Argentina, um executivo é encontrado morto horas após ser acusado

Escândalo repercute na mídia internacional. Bloomberg e...


... e The Guardian publicam a denúncia feita em Nova York. 

Enquanto a seleção brasileira fazia sua partida morna e decepcionante contra a Inglaterra, no 0X0 do Wembley, ontem, em Londres, um jogo muito mais pesado se desenrolava em Nova York: as autoridades locais, onde o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, com um histórico de serviços prestados à ditadura militar, é acusado de extorsão, fraude financeira e lavagem de dinheiro, ouviam  uma das testemunhas de acusação.

Coube ao argentino Alejandro Buzarco ligar um enorme ventilador sobre detritos acumulados há décadas. E o vendaval por ele detonado chegou à Rede Globo. Buzarco, ex-executivo da empresa de marketing argentina Torneos y Competencias S.A também é réu no processo e acusou Globo, Fox, a empresa brasileira Traffic e a Televisa de pagarem propinas a dirigentes para assegurar direitos de transmissão de torneios internacionais.

Um breve histórico: a Globo mantinha um dos seus executivos, Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esporte, como o encarregado de fazer a ponte entre a poderosa rede, a CBF, a Comenbol e a Fifa. Nos bastidores, durante anos, Marcelo ficou conhecido o "cartola da Globo", tão semelhantes eram suas táticas com os movimentos subterrâneos da maioria dos dirigentes do futebol brasileiro.

Sempre defendendo os interesses da Globo, Pinto impunha horários de jogos, modificava tabelas, garantia a eterna exclusividade de transmissões e adiantava dinheiro de cotas para grandes clubes em aperto financeiro. A bola estava com ele, tinha poderes e cacife. Em novembro de 2015, poucos meses depois da prisão de José Maria Marin, na Suiça, a Globo anunciou que Marcelo se aposentaria no fim daquele mesmo ano.

Entre outras bombas, Buzarco contou que participou de uma reunião com Marin, Del Nero e Marcelo Campos Pinto, quando avisou ao grupo sobre uma "sobra" de propina. "Informei a eles que tinha mais 2 milhões de dólares de propina, dinheiro que Teixeira não havia coletado. Com a benção de Campos Pinto, ficou decidido que os 2 milhões seriam divididos entre Del Nero e Marin", disse Buzarco.

Em nota, a Globo afirmou que "não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina". Segundo a emissora, investigações internas apontam que jamais houve "pagamentos que não os previstos nos contratos". A empresa afirma que Marcelo Campos Pinto, em apuração interna, "assegurou que jamais negociou ou pagou propinas a quaisquer pessoas".

Tudo indica que Marcelo Campos Pinto vai segurar esse rabo de foguete. O julgamento prosseguirá em Nova York, mas dificilmente a Justiça brasileira vai se ocupar desse assunto. Corrupção privada no Brasil não é crime. E a CBF, ao contrário do Comitê Olímpico Brasileiro, daí a prisão de Carlos Arthur Nuzman, é uma entidade privada que não mexe com verbas públicas.

Do ponto de vista jornalístico, há um ponto curioso: acusações contra grandes empresas de mídia além de não prosperarem não costumavam ser divulgadas nos veículos do acusado e, muito menos, nos veículos concorrentes. Um pacto de silêncio protegia as corporações. Hoje, com as redes sociais e os sites independentes o silêncio torna-se impossível. O assunto está em todos os jornais. Ainda bem.

A Globo divulgou uma nota sobre o novo escândalo e promete noticiar todos os desdobramentos.

"Sobre o depoimento ocorrido em Nova York, no julgamento do caso FIFA pela justiça dos Estados Unidos, o Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina.

Esclarece que, após mais de dois anos de investigação, não é parte nos processos que correm na justiça americana. Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos.

O Grupo Globo se surpreende com o relato envolvendo o ex-diretor da Globo Marcelo Campos Pinto. O Grupo Globo deseja esclarecer que Marcelo Campos Pinto, em apuração interna, assegurou que jamais negociou ou pagou propinas a quaisquer pessoas. O Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido.

Para a Globo, isso é uma questão de honra. Os nossos princípios editoriais nem permitiriam que seja diferente. Mas o Grupo Globo considera fundamental garantir aos leitores, aos ouvintes e aos espectadores que o noticiário a respeito será divulgado com a transparência que o jornalismo exige."

Como se pode ler na nota, a Globo fez "investigação interna" para apurar se a Globo pagou propina".

E isso mesmo, não é piada.

A emissora acaba de renovar com o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também acusado na denúncia de Buzarco, os direitos exclusivos de transmissão dos jogos da Seleção Brasileira até 2022.

Sinal de que a bola deve continuar rolando, sem maiores tropeços. Ricardo Teixeira, ex-presidente, e Marco Polo del Nero, o atual mandante da CBF, dificilmente serão incomodados.

Por enquanto, apenas evitam viajar para o exterior espelhados no vacilo de Marin, preso em Zurique.

Vai que o longo braço do FBI os alcança.

Em matéria de CBF, Nova York não é aqui.

ATUALIZAÇÃO 
Jornais argentinos acabam de divulgar que Alejandro Delhon, um dos executivos denunciados por Alejandro Burzaco como envolvido em casos de propina no futebol, foi encontrado morto, ontem, nas proximidades de Buenos Aires. Segundo a polícia local, Delhon se atirou na frente de um trem na cidade de Lanús. As autoridade ainda apuram se foi suicídio ou assassinato. 

quarta-feira, 5 de julho de 2017

TRÍVIA DA TRAVE: as redes eram assim... Ilha do Urubu faz uma viagem no tempo.

Ilha do Urubu: Flamengo revive a tradicional rede "Véu de Noiva" hoje banida dos grandes estádios. Foto Flamídia

por José Esmeraldo Gonçalves

No seu novo estádio, o Ilha do Urubu (“Urubuzão” para os íntimos), na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, o Flamengo resgatou a tradição da rede “Véu de Noiva” – na sua versão vintage, inclinada como um manto, muito próxima do travessão, descaindo depois num ângulo suave até o fundo do gol.

Os "velhinhos do Board", como João Saldanha apelidava o conservador International Football Association Board, conselho superior da Fifa encarregado de definir e atualizar as regras do futebol, nunca impuseram um modelo rígido, mas, durante muito tempo, o "filó" ou "barbante", no jargão de locutores esportivos, até que não mudou muito.

Na Copa de 1958, a rede com barra de ferro. Foto Manchete Esportiva


Em 1958, na Suécia, os organizadores da Copa montaram barras de ferro sustentando a rede. O modelo foi abandonado depois por questões de segurança. Além disso, a barra de ferro nada discreta no fundo do gol não raro devolvia a bola como se fosse um poste, o que confundia o torcedor no alto das arquibancadas.

Na Copa de 70, no México, as traves ganharam suportes um pouco maiores nos ângulos do travessão, que afastavam do goleiro, por quase um metro, o caimento da rede.

Na Copa de 1950, Giggia estufou a rede "Véu de Noiva" de Barbosa. O "barbante" visto aí
foi queimado anos depois junto com a lenha de um "churrasco de desabafo"
organizado por jogadores para exorcizar a derrota para o Uruguai. Funcionou. O Brasil foi campeão
do mundo antes do fim daquela década, em 1958, conquistando o primeiro título da série do Penta.
A propósito: que alguém localize imediatamente e faça um churrasco
com as duas redes azarentas do Mineirão, aquela dos 7 X 1  de 2014 de triste memória.

Na Copa de 1974, a da Alemanha, os suportes foram alongados e o gol ganhou um aspecto de "caixote". Os puristas, incluindo jogadores, criticaram o modelo  -  um "monstrengo", na visão deles. De fato, a rede esticada reduzia o impacto de uma imagem consagrada no futebol: a do gol que "balança a rede". Como o de Ghiggia, contra Barbosa, na Copa de 1950, no Maracanã.

1978: o argentino Kempes vai buscar a bola no fundo da rede esticada. Foto Fifa

Na Copa da Argentina, o suporte superior estava lá, embora ainda mantivesse a rede ligeiramente em diagonal. Uma das hipóteses para a evolução do formato estaria na tecnologia das câmeras de TV. O modelo quadrado tornou possível a instalação de microcâmeras no fundo do gol. Outro motivo seria melhorar a visão do árbitro, quando posicionado na lateral da grande área, e do bandeirinha.


Pelé, mil gols. FF
Sejam lá quais forem as razões da Fifa, o "Véu de Noiva" dava, para muitos, um toque extra às tramas e emoções do futebol. Que o digam os artilheiros, que após estufar as redes entravam no gol e se enrolavam no "filó". Como Pelé, em 1969, no Maraca, após o seu milésimo gol. Comemorar na rede é coisa que se tornou rara, a malha esticada não favorece. Hoje, os gols são festejados com "dancinhas" ou corridas em direção à câmera instalada no corner, para a alegria do patrocinador do uniforme.


Piqué: rede de lembrança
Naquele jogo, Pelé ficou com a bola, mas esqueceu a rede. Piqué, do Barcelona, não. Ao vencer a Liga dos Campeões, em 2009, arrumou uma tesoura, cortou a rede inteira do Estádio Olímpico de Roma e levou de lembrança pra casa.

Até o fim dos anos 1980, o Maracanã manteve-se fiel à tradição da "Véu de Noiva" até que, após uma reforma, a Suderj instalou uma rede retangular. Durou pouco. Houve reclamações e o modelo original foi recolocado. Pouco depois, foram montados pequenos suportes, semelhantes aos da Copa de 1970, e assim ficaram as traves até o fechamento do estádio para obras, em 2010.

Maracanã, Copa 2014.
Reprodução/Divulgação Fifa
Para a Copa de 2014, a Fifa "recomendou" uma mudança mais radical no Maracanã: a rede antes em diagonal foi esticada com uma corda presa a um mastro atrás do gol. E, em breve, deve receber definitivamente os sensores do árbitro de vídeo (o VAR, de Video Assistant Referee) que a Fifa testou na recente Copa das Confederações e que deve ser confirmado para a Copa de 2018, na Rússia.

E assim a "noiva" perdeu de vez o "véu", confiscado pelo

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Fifa: os melhores do futebol em 2016

O "Dream Team" de 2016 faz uma selfie com a apresentadora e atriz Eva Longoria.
Na equipe eleita, dois brasileiros, Marcelo, do Real Madrid, e Daniel Alves, da Juventus. Também
na foto, o goleiro do Bayern, Neuer, Sergio Ramos, Modric e Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, e o alemão Kros.
Os jogadores do Barcelona que completam o time (Messi, Suárez, Iniesta e Pique) não puderam comparecer por
jogarem na próxima quarta-feira. A ausência de Neymar, que não entrou no "time dos sonhos" surpreendeu
os jornalistas esportivos.
Foto  AFP/Fabrice Coffrini/Fifa/Divulgação






Cristiano Ronaldo e Carli Lloyd, os melhores do ano. Foto Fabrice Cofrini/AFP/Fifa


O presidente do Atlético Nacional, de Medellin, Juan Carlos de la Cuesta, recebe o troféu
Fair Play do ano pelo gesto do clube ao ceder o título da Sul Americana ao
Chapecoense. Foto Fifa/Divulgação


Falcão, do futsal, homenageado pela carreira, recebe diploma das mãos do ex-jogador
ucraniano Andriy Shevchenko. Foto Fabricio Coffini/AFP/Fifa

Ronaldo entregou um dos prêmios. Foto AFP/ Michael Buholzer/Fifa/Divulgação

Maradona entregou o troféu ao melhor treinador do ano: Claudio Ranieri, do Leicester. Foto Alexander Hassenstein/Fifa/Divulgação

O novo presidente da Fifa, o italiano Giani Infantino, reuniu lendas do futebol, entre aqueles que compareceram à premiação para uma pelada com Maradona à frente.  Foto Fifa.

Neymar não era finalista, mas o Brasil apareceu várias vezes na cerimônia da Fifa, em Zurique, em homenagem aos melhores de 2016 e aos fatos marcantes do futebol no ano que passou.

Cristiano Ronaldo saiu consagrado, como era previsto. Pela quarta vez, ele é o craque da temporada na premiação da Fifa.

Carlos Alberto, o eterno "Capita", foi lembrado, assim como Johan Cruyffl. Ambos faleceram no ano passado. O presidente do Atlético Nacional da Colômbia recebeu de Carlos Puyol o prêmio Fair Play do Ano, pela atitude do clube ao pedir à Fifa que desse ao Chapecoense o título de campeão da Sul-Americana. Uma exibição de cenas do Chape, no telão, emocionou os apresentadores e a plateia.

A Fifa também prestou uma homenagem merecida ao supercraque do futsal, o brasileiro Falcão, que anunciou sua despedida.

O Brasil esteve presente igualmente no "time dos Sonhos", a formação dos melhores do ano apontada pela entidade. O meio-campista do Corinthians era finalista do Prêmio Puskas, que aponta o gol mais bonito, mas acabou derrotado pelo malaio Mohd Faiz Subri.

A jogadora Martha, também finalista, viu a americana Carli Lloyd levar o troféu.

Foto AFP/Fabrice Coffrini/Fifa/Divulgação
A russa Yelena Isinbayeva, ex-campeã olímpica de salto com vara (na foto acima com o ex-jogador sul-africano Lucas Radebe) subiu ao palco e foi aplaudida. Ela é candidata a presidente da Federação Russa de Atletismo. Isinbayeva, que é Embaixadora da Copa de 2018, convidou a todos para a Copa das Confederações, que começa no dia 17 de junho próximo, na Rússia.

A seleção brasileira, como se sabe, está fora. A América do Sul será representada pelo Chile.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Fifa, que condena exibicionismo religioso em campo para evitar provocação a torcedores das mais variadas crenças e seitas, apaga faixa-exaltação de Neymar

Neymar no vídeo da Fifa. A faixa, que o bom senso considera inconveniente em estádios para evitar reações de torcedores de outras religiões, ficou em branco. 
por Flávio Sépia
O povo diz que se deve evitar discussões sobre futebol, política e religião. Jamais acabam bem. Imagine você juntar futebol e religião. A Fifa, que tem mais países afiliados do que a ONU, é obrigada a tratar o tema religião com cautela. Simples, só para citar algumas correntes: há torcedores católicos, protestantes, neopentecostais, muçulmanos, israelitas, espíritas, umbandistas, adeptos do vudu, do candomblé, messiânicos, wahhabistas, rastafari, politeístas e ateus. Todos respeitáveis nas suas linhas. Se durante um jogo em um país muçulmano, por exemplo, um jogador exibir faixas exaltando Jesus boa parte da torcida poderá ver o gesto como provocação. Países fortemente católicos no Leste europeu já registraram conflitos entre torcedores por reação ao exibicionismo de símbolos religiosos em estádios. E, nessas situações, não há fair play que resista. Vira briga de torcida. Em vídeo oficial com os melhores do mundo em 2015, a Fifa usou uma cena de Neymar celebrando a conquista recente da Liga dos Campeões onde o jogador exibia a faixa "100% Jesus". Na versão do vídeo que corre o mundo, a Fifa apagou os dizeres da tal faixa. Na ocasião da comemoração de Neymar naquele título consta que a Fifa e a Uefa fizeram chegar ao Barcelona um alerta sobre as normas das entidades que proíbem a exibição de mensagens políticas, religiosas, raciais e pessoais em qualquer idioma. O bom senso, no caso, deve-se a que o futebol alcança pessoas das mais diferentes raças, ideologias e crenças e não convém que seja usado para cenas de sectarismo político e religioso e até fanatismo desembestado. Se religiões devem ser praticadas na casa de cada um ou nos seus respectivos templos, igrejas e espaços privados, é mais conveniente ainda que não sejam sejam usadas como exibicionismo ou provocação desagregadores em espaços públicos e plurais. A Fifa está certa e a violência religiosa que se propaga no mundo - com o Brasil já registrando lamentáveis episódios de agressões e vandalismo fanáticos - lhe dá razão. Aliás, tenho um amigo que diz que depois que vários jogadores brasileiros passaram a fazer pregação religiosa em campo através de frases, camisetas e gestos, o Brasil não ganhou mais nada. Pelo jeito, nem Jesus aprova carolice no futebol. Uma prova disso? Os 7x1 da Alemanha que por prece alguma deixaria de pôr o Brasil na roda.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Embrulha e manda: pescaria de 'notícias' como elas são...

por Omelete
* Roberto Carlos, através do "Instituto Amigo", criado por ele em 2013 como instrumento para pressão pela proibição das biografias não-chapas brancas, foi admitido pela ministra Carmen Lúcia para participar do julgamento da questão que se arrasta no STF. Roberto defende que biografias de personalidades devem ser autorizadas pelas próprias ou suas famílias entes da publicação. Na prática, essa questão joga o Brasil na rabeira da liberdade de expressão praticada na maioria dos países. Roberto já obteve vitórias na Justiça, caso da proibição e banimento de um livro que focalizava aspectos da sua carreira e vida. Ele foi surpreendentemente admitido para participar do julgamento como "amicus curiae" (amigo da Corte) por supostamente poder ajudar o STF a decidir. Não se sabe se Roberto vai de toga ao tribunal. Nem se vai cantar Emoções para a ministra.
* No meio dessa investigação do FBI sobre a Fifa, o lado bom foi botar na cadeia, pelo menos por enquanto, uma das figuras proeminentes da ditadura militar. Já que a tortura, assassinatos, atentados a bomba e corrupção da época não valeram xilindró pra ninguém, pelo menos esse ex-governador nomeado de São Paulo puxa alguma cana. O lado subterrâneo da investigação é a ação política que mira a Copa de 2018, com sede na Rússia, o adversário dos Estados Unidos na nova "guerra fria". Alguns depoimentos já dão o esquema de propinas da Fifa como tendo sido montado no começo dos aos 1990, no mínimo. Um dos delatores já admitiu ter recebido comissão para venda de direitos de TV em 1993. Seletivamente, o FBI está considerando investigar apenas da Copa de 1998 prá cá. Convenientemente, é esquecida a Copa de 1994... nos Estados Unidos. Eu, hein?
* Cantinho do humor - Uma perguntinha: a Câmara dos Deputados vai construir um grande shopping. Ok, o ramo do comércio está aberto para qualquer empreendedor. Mas os deputados vão continuar com crachá de parlamentar ou passarão a usar crachá de lojista? No plenário, serão chamados de Sua Excelência ou de Sr. Comerciante? Haverá Comissão Parlamentar para decidir liquidações e promoções de Natal e Dia das Mães? São muitas dúvidas diante da grandiosidade do empreendimento. Sem falar no pioneirismo. O Brasil passará a se orgulhar de ter o único Congresso do mundo a sediar lojas, lanchonetes, cinemas, academias, talvez igrejas ou quiósque da Mãe Tatá que-traz-seu-amor-de-volta-em-dois-dias, bares, restaurantes supermercado, peixaria, etc. Não está decidido ainda se cada deputado receberá um cartão de crédito sem limites para compras no complexo debitadas no erário ou se quantos funcionários cada parlamentar terá direito de indicar para contratação nas lojas. Falta resolver o nome também; Câmara Mall, Parlashopping, Miami é Aqui, Câmara & Show,.. vai ser decidido em votação. Um dos atrativos da casa será uma criativa promoção: quem levar o título de eleitor e cadastrar com o cabo eleitoral terá direito a uma cesta de croquetes e uma caixa de refrigerante pirata.
* De um executivo do setor privado: "A atual crise se torna muito mais grave porque atinge as contas públicas. Quando o governo é obrigado a cortar custas, o setor dito privado vai pro buraco. É fácil entender: se o governo passa a comprar menos livros, as editoras tremem; se adia obras, as construtoras se abalam; se anuncia menos em jornais e revistas, as famílias proprietárias dos grandes grupos entram em pânico; se aumenta o juro para empréstimos amigos para o agronegócio, os ruralistas ateiam fogo às vestes; se o BNDES fecha a torneira, empresários choram rio de lágrimas". Resumindo: o Brasil precisa desestatizar a iniciativa privada.
* Ouvido no boteco: Juiz, investigadores, promotores andam deprimidos: o caso Fifa tirou, no momento, a Lava-Jato do noticiário.
Instagram

Instagram
* Nova onda na internet: mulheres postam no Instagram fotos com latas e garrafas de Coca-Cola presas entre os seios. Mas só para quem não precisa usar as mãos para sustentar as embalagens.
* Zico quer ser presidente da Fifa. Entre seus projetos, investigar a Copa de 1986 para descobrir como é que foi que ele perdeu o pênalti que mandou o Brasil de volta pra casa. Parece que um cara da Fifa cavou um buraco na marca do pênalti e encheu de cola de sapateiro.
* Há alguns anos, a TV da igreja do bispo universal, a Record, fez uma campanha para dizer que está a caminho do primeiro lugar em audiência. Não se sabe que fim levou esse objetivo. O que há de concreto é uma campanha que o SBT pôs no ar comemorando um ano de vice-liderança.
Reprodução Internet
* Não deixa Alkimin saber disso mas os chineses acabam de estrear uma professora-robô. O tucano, cujos professores estão em greve há meses, adoraria terceirzar para a robótica as escola paulistas. O foto da robô chinesa dando aula está aí. Só que a "fessora' parece uma boneca inflável.


* Pagou, limpou a ficha. Por 40 milhões de dólares, a Suiça finge que não existiu o Swissleaks. Como se sabe, havia brasileiros envolvidos no estouro das contas secretas. Se a investigação parou lá, por aqui, onde já andava cambaleante e fora da mídia, a pizza já saiu do forno. Suspeitas de sonegação, lavagem de dinheiro e até contas que guardavam produto de corrupção, vai tudo ficar al dente. O noticia saiu hoje, em pleno feriado, a tempo de coxinhas e uns e outros comemorarem o fim desse incômodo.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Blatter é reeleito presidente da Fifa

Joseph Blatter comemora a reeleição para a presidência da Fifa. Foto/Fifa
Depois de derrotar o príncipe jordaniano Ali bin Hussein na eleição para o cargo de presidente da Fifa, Joseph Blatter atribuiu à insatisfação dos Estados Unidos com a escolha da Rússia para sediar a Copa de 2018 e à frustração da Inglaterra quanto à Copa de 2022, no Catar, o que ele chama de campanha contra a Fifa. Blatter pediu às confederações união contra a pressão que a entidade sofre e sofrerá em função das duas escolhas. Como se sabe, quando da escolha da Copa de 2018, a Inglaterra concorreu e foi humilhada ao obter apenas dois votos contra uma esmagadora vitória da Rússia. Já os Estados Unidos perderam para o Catar. O dirigente pediu às confederações que façam reformas e estabeleçam regras mais rígidas para controlar negociações, contratos e funcionários. Na eleição de hoje, Blatter obteve 133 votos contra 73 do candidato da oposição. O número de votos do jordaniano foi considerado alto e atribuído aos efeitos da operação policial programada para a véspera da eleição em função do apoio dos Estados Unidos ao príncipe. Ao ver que não tinha chances de vitória, Hussein desistiu de participar do último turno. Mas a briga vai continuar. A UEFA vai decidir se manterá relações com a Fifa. Há um racha a administrar na entidade e isso consumirá parte do trabalho de Blatter. Outro ponto delicado é a resistência crescente que os Estados Unidos comandam por motivos de política internacional, e nisso arrastam a Europa, à Copa da Rússia. Para os americano, futebol virou item de geopolítica e manobras internacionais. Os Estados Unidos terão eleição presidencial em 2016 e um possível boicote à Copa será um dos temas e talvez até forte bandeira dos candidatos. Em 1980, os Estados Unidos boicotaram a Olimpíada de Moscou. Quatro anos depois, a então União Soviética, em represália, não foi a Los Angeles. A atitude de ambos os países ao misturar esporte com fatos políticos frustrou os atletas de uma ou duas gerações. Ambos os time treinaram durante por mais de um ano até saber que não poderiam competir. Muitos jamais tiveram outra oportunidade de participar do Jogos.

Fifa: é difícil saber o que é mais sujo, se a corrupção dos cartolas ou o jogo político dos Estados Unidos com vistas à Copa de 2018...

O atual escândalo da Fifa só é novidade para
quem não leu o livro de David A. Yallop. A edição brasileira
 foi lançada em 1998 e praticamente ignorada pela mídia.
Explica-se: um dos alvos do livro, João Havelange,
era então figura íntima dos empresários que controlam
a comunicação no Brasil.
Em 1998, foi lançado no Brasil o livro "Como eles roubaram o jogo", de David A. Yallop, com os "segredos dos subterrâneos da Fifa". Muito do que você lê nos jornais de hoje está detalhado lá. O livro denuncia a polêmica atuação de João Havelange no comando da entidade e o modus operandi de dirigentes, empresas de marketing e patrocinadores. O livro de Yallop quase não repercutiu no Brasil. A mídia não deu muita atenção ao calhamaço de denúncias. Poderoso e íntimo dos 'capi' da imprensa, Havelange, que Yallop chama de "Rei Sol', foi poupado, à época, por jornais e revistas. Qualquer jornalista que atuou no esporte durante os anos dourados do "Rei Sol" sabe que jornais, revistas e TVs não publicavam matérias críticas ao poderoso ex-presidente da CBD, da CBF, da Fifa e membro do Comitê Olímpico Internacional. Ao contrário Havelange desfilava em tapete vermelho nas redações e só cairia em desgraça uma década depois a partir de acusações de envolvimento na escolha de países-sede de Olimpíadas alvo de investigações e processos na Europa. "Como eles roubaram o jogo" revela não apenas propinas e subornos ou pagamentos em dinheiro para cabalar votos de confederações como manipulação extra-campo (jogadores suspensos e rapidamente absolvidos à véspera de jogos importantes, escalação duvidosa de árbitros, coisas do tipo). Até a famosa ISL, empresa suíça de marketing esportivo que foi saudada pela mídia brasileira com exemplo de profissionalização do futebol ao assinar contrato com o Flamengo há cerca de 15 anos, tem suas digitais nos fatos levantados pelo livro-reportagem de Yallop. A ISL, que intermediava patrocínios, prometeu investir 80 milhões de dólares no clube brasileiro. A parceria virou escândalo com denúncias de lavagem de dinheiro em paraíso fiscal. A empresa suíça foi acossada nos anos seguintes, pediu falência e deixou dívidas para o Flamengo pagar. Um detalhe importante: quando o Flamengo assinou contrato, a ISL já era personagem do escândalo denunciado no livro "Como eles roubaram o jogo". As matérias da época, apesar do livro lançado dois anos antes, não fizeram essa ligação. A mídia via a chegada da ISL como uma espécie de "abertura dos portos" do futebol. Tudo isso era conhecido, incluindo-se as suspeitas recorrentes sobre as vendas de milionários direitos exclusivos de transmissão de campeonatos. As denúncias atuais, que levaram à prisão, entre outros, do "revolucionário" de 1964, o servidor da ditadura José Maria Marin, merecem várias leituras. É bom não comprar gato por lebre. Que a corrupção existe, ninguém duvida. Por aqui, já houve a famosa CPI da Nike, implodida pelos deputados da chamada "bancada da bola" eleitos pelo financiamento privado de empresas e interesses ligados ao futebol brasileiros, de entidades a clubes e patrocinadores. Esse mesmo financiamento privado que a Câmara dos Deputados acaba de perpetuar e que equivale a um "investimento", a empresa banca eleições e depois vai cobrar resultados do seu "legislador-funcionário". No ano passado, a Polícia Federal desvendou um esquema multinacional de venda de ingressos para a Copa, uma espécie de rico mercado paralelo. Houve prisões seguidas dos habituais habeas corpus e o escândalo deu em nada. Há duas semanas, o Estadão revelou um estranho contrato que a CBF fez com uma empresa de marketing que manda e desmanda na programação de amistosos da Seleção. Agora, surge essa surpreendente operação do FBI. O mérito da ação é trazer à tona mais uma vez o jogo de propinas e subornos. A dúvida é quanto aos reais propósitos da operação deflagrada às vésperas das eleições na Fifa, com os Estados Unidos apoiando o  príncipe jordaniano Ali, representante de um país aliado. Para os estadunidenses, seria vital assumir o controle da Fifa às vésperas da Copa do Mundo de 2018, cuja sede é a Rússia. Com o revitalização da "guerra fria", Estados Unidos e a sempre submissa União Europeia, em choque com Moscou, trabalham para viabilizar um boicote ao mundial. Está mais do que claro o objetivo político da investida do FBI na Suíça. O alvo é a Copa de 2018. É o caso típico de um "cavalo de Tróia", que é a "boa causa" (o combate à corrupção), que leva nas entranhas o inconfessável objetivo de passar a manipular o futebol através de um entidade que tem mais países filiados do que a ONU. Um aspecto que está em debates entre especialistas do Direito Internacional é o fato de a polícia americana, obviamente com a colaboração das autoridades suíças - o que não é difícil de conseguir, já que a Suíça está longe de ser uma potência e não tem condições de resistir a pressões, nem as mais leves, dos Estados Unidos - estender um braço até Zurique a partir de investigações desconhecidas pela justiça suíça, que mansamente acatou as ordens de prisões.Trata-se, mesmo que se apoie o resultado em função da transparência que se exige no futebol, de um perigoso precedente. Não é por apoiar a investigação  - e espera-se que através da Polícia Federal, produza efeitos também no Brasil -, que se deve esquecer certos aspectos da ação contra a Fifa. Não há mocinhos nesse jogo.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Depois do logo, a FIFA divulga os cartazes da Copa do Mundo da Rússia, 2018

Copa do Mundo, na Rússia, 2018: jogos em 11 cidades. 
por BQVManchete
Assim como na Copa do Mundo, no Brasil, que teve 12 sedes, a FIFA reviu seus conceitos e aceitou 11 sedes para a Copa da Rússia. Ambos são países continentais e é justo levar o Mundia ao máximo de regiões possíveis. Se a Copa fosse no Principado de Mônaco poderia ser em um único estádio como o antigo (só os mais velhos vão lembrar) Torneio Início do Campeonato Carioca, com todos os times jogando no mesmo dia no Maracanã em partidos com duração especial. A mídia brasileira criticou o fato de o Brasil montar 12 sedes. Com o enorme sucesso da Copa 2014,  os críticos quebraram a cara e o modelo será repetido em 2018.  Depois do logotipo, mostrado em post abaixo, a exibe os cartazes da Rússia.