A notícia da venda da Editora Abril não foi exatamente uma surpresa, parecia inevitável, mas agitou as redes sociais ontem, especialmente os canais de jornalistas. Caso se efetive plenamente - ainda há importantes etapas da negociação a cumprir e o terreno de dívidas é pantanoso - a pergunta mais clicada refere-se ao que muda ou não muda na linha editorial da Veja. O comprador à frente, o investidor Fábio Carvalho, é homem do mercado de valores. Nisso a venda da Abril faz paralelo com várias negociações de grandes corporações editoriais internacionais que foram parar nas mãos de grupos financeiros. Neoliberalismo, Estado Mínimo, privatizações, crítica às políticas sociais, entre outros totens, tudo isso estava na Veja antes e deverá continuar sob a nova direção. Fábio Carvalho teria como apoio no projeto Abril o Banco Pactual, que foi fundado por Paulo Guedes, o mega ministro do novo governo. Carvalho é ligado a Guedes. Até pela complexidade do atual ambiente da Abril, sob amarras da recuperação fiscal e lotada de dívidas, os efeitos da troca de direção não chegarão tão rápido às páginas e pages dos produtos jornalísticos. Mas em algum momento a nova linha editorial adentrará a redação. Supõe-se que por uma porta bem mais à direita do que aquela que a Veja usou até aqui.
Se o futuro a Fábio Carvalho pertence, o que e certo, nesse momento, é que cerca de 800 funcionários da Abril que não recebem suas verbas trabalhistas estão levando calote dos Civita.
O dado melancólico: a Abril acabou vendida como se fosse no bazar. Por 100 mil+dívidas que deverão ser negociadas a longo prazo, o comprador levou o ex-império dos Civita, que espera reciclar.
Foi a maior Black Thursday do mercado editorial brasileiro.
Se o futuro a Fábio Carvalho pertence, o que e certo, nesse momento, é que cerca de 800 funcionários da Abril que não recebem suas verbas trabalhistas estão levando calote dos Civita.
O dado melancólico: a Abril acabou vendida como se fosse no bazar. Por 100 mil+dívidas que deverão ser negociadas a longo prazo, o comprador levou o ex-império dos Civita, que espera reciclar.
Foi a maior Black Thursday do mercado editorial brasileiro.