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sábado, 26 de outubro de 2019

Chile: a face dramática do neoliberalismo selvagem. O mesmo que o Brasil agora abraçou...


Chega a ser comovente o esforço do neoliberalismo brasileiro encastelado na mídia conservadora para desvincular as manifestações no Chile do impacto selvagem da política econômica dos chamados Chicagos Boys - os filhotes intelectualmente molestados por Milton Friedman -, que tiveram forte participação na ditadura de Pinochet. As imposições do radical Consenso de Washington, cujos resultados se tornaram dramáticos em várias economias, são hoje contestadas. Menos no Brasil. Paulo Guedes, o atual ministro da Economia, é egresso dos porões acadêmicos de Pinochet e aplica aqui as políticas que na imaginação dos "boys" deveriam fazer do Chile um paraíso neoliberal. Da mesma forma que aqui, lá trocaram artigos da Constituição por "leis" do mercado financeiro especulativo.

Na Folha de hoje, Roberto Simon arruma uma explicação prosaica para a crise chilena. Diz que o país não conseguiu dar conta das demandas criadas por uma nova classe média. Nova classe média? A pobreza, a concentração de renda e a desmonte das políticas sociais levam a população às ruas. Não é que a "nova classe média" sinta falta de Paris e da Disney, é empobrecimento mesmo. No começo dos anos 2000, enquanto o "milagre" chileno era exaltado pelos neoliberais, os subúrbios das grandes cidades já exibiam os sinais da tragédia social como produto final da era Pinochet. Quem fosse a Concepción, no sul do país, veria o drama em favelas, algumas com barracos de papelão, sob os rigores do inverno.

O futuro te espera na próxima esquina, Brasil

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Caso Sidão, do Vasco: Globo faz bullying em vez de jornalismo e revolta redes sociais...

Um goleiro que falha diante da torcida no estádio e de milhões de espectadores na TV é suficientemente punido.

A TV Globo promove a enquete Craque do Jogo em votação nas redes sociais. Ontem, após o jogo Santos 3 X 0, os internautas partiram para a ironia e apontaram o goleiro Sidão, que errou na saída durante o primeiro gol do time da Vila Belmiro, como o vencedor do troféu.

A direção da Globo, apesar dos protestos dos comentaristas, insistiu entre dar seguimento à "eleição". Jornalistas e muitos torcedores condenaram nas redes sociais a atitude equivalente a assédio mortal em rede nacional..

Diante de um Sidão abatido foi absurda a cena de entrega do "prêmio, que já concorre a uma das mais constrangedoras do ano. A Globo endossou o bullying mas, diante das reações mudará o formato da enquete. Torcedores continuarão votando e os comentaristas passam a ter direito a voto. O poder moderador deverá evitar que agressões e desrespeito sejam veiculados.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Protestos na web condenam prisão do ciberativista Julian Assange. Até Pamela Anderson, ex-Baywatch, diz que "Reino Unido virou a puta da América"


Depois de passar sete anos asilado na embaixada do Equador, em Londres, o fundador do Wikileaks, o ativista e jornalista Julian Assange, australiano com cidadania equatoriana, foi preso em Londres.

A polícia britânica entrou na embaixada após ação coordenada com o atual presidente do Equador,  Lenin Moreno, que se tornou um fiel seguidor de Donald Trump e apoiador da ofensiva política, militar e neoliberal do governo americano sobre a América do Sul.

Assange está sujeito agora a ser extraditado para os Estados Unidos, que o acusam de hackear e divulgar informações sigilosas do governo americano.

A expectativa é que se confirme a dupla submissão de dois países: o Equador ao retirar o status de asilado e a Inglaterra por agir em nome dos Estados Unidos e, em breve, entregá-lo aos órgãos de segurança americanos.

Assange respondeu a um processo na Suécia, que o acusava de suposta agressão sexual. Ele negou envolvimento com o caso, não foram apresentadas provas. A justiça sueca arquivou o processo  por questões legais de prazo. Esse processo era visto como um pretexto para detenção e entrega do ativista à CIA.

O comitê sobre Detenções Arbitrárias da ONU considerou ilegais as várias prisões que o ativista sofreu antes de se refugiar na embaixada.

Para muitos, Julian Assange é um herói do ciberativismo. Ele foi um dos fundadores do Wikileaks, um portal de denúncias e de vazamentos de informações. Em nome da liberdade de expressão e da luta contra censura, recebeu prêmios de veículos como The Economist , revista Time e Le Monde.  Graças a ele, crimes de guerra dos Estados Unidos no Afeganistão e  no Iraque vieram a público. Wikileaks denunciou também a espionagem americana sobre governos aliados.

A prisão de Assange abala um instituto internacional: o do asilo em embaixadas que, a partir de agora, a depender do alvo e da submissão do país que eventualmente abrigue perseguidos, pode ser facilmente revogado, como o Equador e a Inglaterra acabam de demonstrar.

Em dezembro do ano passado, o New York Times revelou que o presidente do Equador negociou com os Estados Unidos a expulsão de Assange em troca de alívio de dívidas. De fato, o Equador assinou recentemente um acordo de mais de 4 bilhões de dólares com o FMI. A reação do presidente do Equador é atribuída a vingança.

O Twitter regista as reação contra a prisão do jornalista. Veja alguns posts:









sexta-feira, 8 de março de 2019

The Guardian destaca o Carnaval brasileiro como festa política






No Guardian: Mônica Benício na Mangueira; Marielle presente; e as "Barbies Fascistas"
que ironizam apoiadoras do Bolsonaro. Reproduções. (link abaixo)

por Jean-Paul Lagarride 

The Guardian registra os protestos que animaram o carnaval brasileiro. Críticas a Bolsonaro, sexismo, assédio, feminismo e exigências de respeito desfilaram ao lado de baterias e trios elétricos, além de referências recorrentes a Marielle Franco, assassinada em atentado político ao lado do seu motorista Anderson Gomes. Junto ao título da matéria, o jornal inglês postou uma foto da viúva de Mônica Benício, viúva de Marielle, na Mangueira.
O vídeo pornô divulgado por Bolsonaro, o presidente de folga que navegava na internet,  também é citado como tendo levado o mandatário brasileiro ao topo do ranking global do ridículo. The Guardian atribui o compartilhamento do vídeo à irritação de Bolsonaro com os protestos. Nocauteado pelas ruas, ele quis condenar o carnaval. Publicada hoje, Dia Internacional da Mulher, a reportagem destaca a forte presença feminina no carnaval em defesa das bandeiras da alegria, mas sem esquecer a política.
LEIA A MATÉRIA AQUI 


quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Mídia 2: na posse, jornalista bom foi jornalista encurralado. E o protesto que não houve...

De acordo com o modelito Trump, o novo governo sinaliza que vai hostilizar a mídia. Não apenas a mídia digital de esquerda, que essa já está na mira dos snipers, mas os veículos conservadores que mantiverem alguma capacidade de crítica.

Trump elegeu como alvo alguns dos principais jornais americanos, como o New York Times e o Washington Post, e redes como a CNN, NBC e CBS. E teve como sustentação sites, como Breiabart, de grande audiência, redes sociais de militantes da direita republicana mais radical e um esquema industrial de propagação e impulsionamento de fake news.

Não é verdade, entretanto, que Trump contou com apoio zero da mídia. A rede Fox o apoiou incondicionalmente, assim como centenas de jornais regionais. E não se pode dizer que a NBC e a CBS fizeram campanha maciça contra o magnata.

A eleição do novo presidente do Brasil guarda alguma semelhanças com o formato Trump, no caso da utilização das redes sociais e da massificação de fake news. Quanto à grande mídia brasileira, não se pode dizer que incomodou a candidatura da direita que, afinal, chegou ao Planalto. Pelo menos duas  redes de TV, a Record e o SBT deixaram o jornalismo de lado e se colocaram como cabos eleitorais. Vários complexos de comunicação regionais e órgãos ligados as igrejas evangélicas fizeram o mesmo. Muito além da internet, o novo presidente teve o espaço que quis e muitas das suas posições políticas se encaixam nos editoriais conservadores dos jornais das famílias que controlam a mídia brasileira. Acontece que críticas e matérias como aquelas que denunciaram funcionários fantasmas no gabinete do então candidato e, agora, o escândalo Queiroz, incomodam os novos donos do poder. Além disso, eles não assimilam a "liberalidade" da mídia em questões de costumes que vão contra o fundamentalismo religioso instalado em vários níveis de governo. Daí o clima de guerra.

O "cativeiro" dos jornalista antes da posse. Reprodução Brasil de Fato

O cerimonial da posse quis marcar essa posição ao isolar jornalistas nos vários cenários do evento de ontem. Equipes internacionais, como a da França e da China, se indignaram com as condições de trabalho, as restrições e as ameaças até de levar tiro de snipers se deixassem os currais - segundo avisos de assessores - e se retiraram da cobertura. Os profissionais brasileiros credenciados aceitaram o osso oferecido por impossibilidade de recusar ou por optar por permanece e tentar relatar a situação. Em um momento de crise e desemprego, quem se habilita a criticá-los se não contam com a solidariedade irrestrita do RH dos veículos para os quais trabalham?

Fotógrafos baixam as câmeras: J.França registrou o protesto contra o general Figueiredo em 1984
e a Folha de São Paulo publicou. 

A foto dos jornalistas brasileiros sentados no chão e virtualmente "sequestrados" durante quase oito horas em "cativeiro" - como alguns definiram - contrasta com uma imagem famosa que a jornalista Cynara Moreira Menezes relembra hoje no seu site (Socialista Morena). Em 1984, João Figueiredo se incomodou com frases vazadas de uma conversa que teve com Paulo Maluf no Palácio do Planalto. A assessoria de imprensa suspeitou que a conversa havia sido ouvida por fotógrafos em uma sala à qual repórteres não foram admitidos. Figueredo subiu nos coturnos e vetou o acesso dos fotógrafos ao terceiro andar do Palácio. Pouco depois, em uma ocasião em que o general descia a rampa, todos os fotógrafos se recusaram a registrar a cena e baixaram ostensivamente as câmeras. Apenas J. França, no ponto de vista oposto, fotografou o protesto que a Folha de São Paulo publicou. O Memorial da Democracia também recorda a cena.

Coréia do Sul: fotógrafos protestam contra veto a cobertura de ato do governo. Foto Kyodo News

Uma manifestação semelhante aconteceu em 2016, quando a Coreia do Sul vetou a presença de fotógrafos durante a assinatura de um pacto sobre troca de informações de inteligência com o Japão. Aos profissionais foi permitido apenas ficar em acesso externo ao salão e registrar a chegada das autoridades ao local. Em protesto, eles baixaram as câmeras.
     

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Protesto, sim. Violência contra jornalista, não.

por José Esmeraldo Gonçalves

Violência contra repórteres, fotógrafos e cinegrafistas é inadmissível.

Os profissionais estão em campo cobrindo os fatos. Tais equipes não merecem se tornar alvos da revolta dos manifestantes contra a orientação política da grande mídia.

Não há dúvida de que tudo isso resulta de um acirramento de ânimos estimulado há muito tempo. As lideranças responsáveis dos partidos e dos movimentos sociais condenam as agressões. Mas assim como a mídia tem os seus comentaristas e colunistas que escrevem ou falam com sangue nas teclas e ódio no aúdio, os protestos abertos, nas ruas, recebem a adesão dos mais revoltados, com um potencial de inconsequência que explode com vigor ainda maior diante da repressão policial violenta que transforma a praça em zona de guerra.

Aliás, os jornalistas também acabam vítimas dos excessos e do despreparo das forças de segurança e não raro, no exercício do seu trabalho, são agredidos por políticos, juízes, autoridades e empresários eventualmente questionados e até por torcedores em jogos de futebol.

Os mesmos jornais que publicam matérias em que entidades criticam com razão agressões a jornalistas destacam colunistas que adotam a linguagem hater comum nas redes sociais e, infelizmente, replicada em análises provocativas que deveriam ser mais racionais e menos emocionais. Alguns postam como vândalos que atiram baldes de tinta. Ironicamente, articulistas e colunistas podem lançar suas pedras sem qualquer risco, suas trincheiras têm carpete e ar condicionado. Quem fica exposto às agressões da polícia e dos manifestantes de todos os lados é o repórter de campo, é ele o profissional que carrega o logo do veículo para a terra de ninguém.

Em discurso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Lula avaliou que sua prisão provocaria orgasmos múltiplos nos meios do jornalismo de guerra. Lula errou. Antes fosse. Orgasmo é coisa de Eros. Quem comentou os últimos fatos na grande mídia foi Tânatos.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Imprensa: quando o bom jornalismo também falta ao trabalho

(do bqvMANCHETE) 

Ainda sobre a mídia e as manifestações contra as reformas e o governo Temer. Paula Cesarino Costa, ombudsman da Folha, analisou o comportamento da mídia na cobertura da Greve Geral de 28 de abril. E conclui que o bom jornalismo também não foi ao trabalho.

De fato, os três principais jornais, seus sites e as principais redes de TV apenas amplificaram as teses do governo que ignoravam a realidade de que cerca de 130 cidades foram afetadas e milhares de pessoas foram às ruas em protestos, aliás, violentamente reprimidos pelas polícias.

Por afinidades políticas e financeiras, os jornalões desqualificaram os atos e defenderam as reformas patrocinadas por setores patronais.

Cesarino analisa apenas a imprensa dominante, a dos "coronéis" da mídia. Essa fracassou, não fez jornalismo, adotou a política de comunicação oficial com a qual mantém boas relações e de quem recebe gordas verbas.

Faltou dizer apenas que a mídia alternativa, desde as dezenas de sites e blogs jornalístico às várias páginas de instituições e de movimentos sociais, que hoje atingem, somados, um público estimado em mais de 20 milhões de pessoas, levou aos leitores informações mais precisas sobre o que estava acontecendo em centenas de cidades e os motivos da greve.

Leia a seguir o texto da ombudsman da Folha.

por Paula Cesarino Costa (para a Folha de São Paulo)

A imprensa e a greve geral

Assim como a de milhões de brasileiros, minha rotina diária foi alterada pela greve geral da sexta-feira, 28. Lojas de que precisei estavam fechadas; no supermercado, o gerente disse que apenas um terço dos funcionários comparecera; a experiência nos aeroportos de amigos e familiares que viajaram foi sofrida, apesar de a Folha ter dito que os aeroportos funcionaram normalmente. Pode não ter sido um caos, mas normal não foi.

De modo geral, esse foi o problema da cobertura da greve geral convocada contra as reformas da Previdência e das leis trabalhistas. Focou a alteração da rotina das cidades, de modo previsível, sem inventividade nem relatos ricos.

Em suma, os jornais se concentraram no impacto sobre as árvores e deixaram de abordar a situação da floresta. A velha imagem é eficiente por condensar a mensagem de modo tão claro.

Um parágrafo do editorial da Folha trazia o resumo do que pretendo dizer quando cobro abordagem mais ampla: "Em nenhum país do mundo, propostas de redução de direitos relativos à aposentadoria contarão com apoio popular. Governantes, em geral, só as apresentam quando as finanças públicas já estão em trajetória insustentável. Este é, sem dúvida, o caso do Brasil".

Essa é a visão da floresta que deveria ser discutida nos jornais. É preciso acrescentar que a discussão sobre a reforma trabalhista é também uma discussão sobre perda de direitos, contraposta à possibilidade de dinamização e crescimento do mercado do trabalho –promessa de comprovação difícil. Esses são os dois lados da moeda.

Pode-se até afirmar que essa discussão está presente no jornal. Não com a clareza do dilema exposto pelo editorial da Folha: está em jogo a perda de direitos em nome do ajuste fiscal. Jornais estrangeiros assim enquadraram a manifestação. A imprensa brasileira abriu mão da discussão sobre a floresta.

A greve geral convocada por centrais sindicais e movimentos de esquerda mostrou que a mídia precisa se qualificar para esse tipo de cobertura, complexa e de altíssimo interesse do público leitor.

Quase em uníssono, os três principais jornais destacaram nas manchetes de suas edições impressas o efeito no transporte e a violência com que terminaram manifestações em São Paulo e no Rio.

Será que o vandalismo em pontos isolados do Rio e de São Paulo era notícia a destacar em enunciado de manchete, se a própria Folha escreveu que a calmaria reinou durante quase todo o dia? Por que valorizar as cenas de confronto, em vez de imagens que pudessem, por exemplo, mostrar o que diziam as faixas levadas às manifestações.

A greve paralisou, segundo o noticiário da Folha, parcialmente as atividades nas principais capitais do país e em ao menos 130 municípios, em todos os Estados e no Distrito Federal. Os organizadores classificam como a maior greve da história do país: cerca de 40 milhões paralisaram suas atividades.

Não há reportagem ou quadro na edição que diga qual era exatamente o objetivo da greve ou, se fosse o caso, a análise de seu impacto nos objetivos do movimento.

Há dois pontos básicos a que o jornal, na minha avaliação deveria ter respondido:

Qual foi o tamanho da paralisação? Era preciso encontrar parâmetros que permitissem ao leitor entender o que foi o movimento de agora em comparação com convocações anteriores.

Quais as possíveis consequências da greve? Terá algum efeito em seu objetivo principal de parar a tramitação das reformas trabalhista e da Previdência, obrigando Executivo e Legislativo a negociar com a sociedade e os sindicatos?

Eram desafios difíceis, mas a imprensa não conseguiu nem chegar perto de enfrentá-los.

À exceção dos colunistas André Singer e Demétrio Magnoli, não houve tentativa de interpretação do que aconteceu. Cientistas políticos, sociólogos e analistas não estão nas páginas da Folha ajudando a entender o que aconteceu e o que pode vir a acontecer.

Deputados e senadores não se manifestaram de forma a sinalizar se o protesto pode vir a ter algum efeito objetivo nos projetos em discussão. Apenas o governo federal fala, expressando a óbvia e obrigatória avaliação de que adesão foi pequena, fracassou.

Ainda há muito a aprender e a ser desenvolvido em cobertura de casos dessa magnitude.

Na sexta-feira, o bom jornalismo aderiu à greve geral. Não compareceu para trabalhar.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Brasil diz não às reformas que o governo ilegítimo quer impor ao país...

Mais de 1 milhão de pessoas fora às ruas ontem em todo o Brasil. O Dia Nacional de Paralisação foi um marco na luta contra a supressão de direitos previdenciários e trabalhistas, a meta odiosa do governo golpista do "presidente" Temer. 
Brasília. Foto Mídia Ninja

Sáo Paulo. Foto de Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Foto de Paulo Pinto. Agência PT
Foto de Paulo Pinto/Agência PT
Rio. Foto AG.Brasil
São Paulo. Foto AG.Brasil
Rio.Foto AG.Brasil
São Paulo.Foto AG.Brasil
São Paulo. Foto Ag.Brasil
Brasília. Foto Lula Marques
Recife. Foto Frente Brasil Popular
Brasília. Foto AG Brasil

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Filme rebobinado, história idem...

Foto de John Paul Filo


por José Esmeraldo Gonçalves 

A revista Time acaba de incluir a imagem acima entre as 100 mais influentes de todos os tempos.

A foto é de John Paul Filo, então aluno de fotografia, e foi feita no dia 4 de maio de 1970 com uma Nikkormat, versão mais simples de modelos profissionais da época.

O trágico cenário é a Kent State University, em Ohio, onde estudantes protestavam contra a escalada das ações militares no Vietnã e no Cambodja.

O republicano Richard Nixon era inquilino da Casa Branca.

A Guarda Nacional entrou no campus atirando e, em 13 segundos, matou quatro jovens e feriu outros nove.

Jefrey Miller, 20 anos, é o rapaz abatido; Mary Ann Vecchio, 14, é a menina que pede ajuda.

A foto ganhou o Pulitzer e tornou-se simbolo de uma época de esperanças vencidas por desesperanças. Filo contou que, no começo do tiroteio, achou que as balas eram de borracha ou de efeito moral. Mas ao apontar a câmera para um soldado este disparou o rifle e o projétil atingiu uma escultura bem ao seu lado. O primeiro impulso do fotógrafo foi fugir do local. Saiu em disparada mas, no meio da corrida, parou e voltou para fotografar a invasão. Percebeu, como revelou depois - que estava lá para isso. Foi quando registrou toda a violência da repressão no campus.

Uma curiosidade jornalística: um editor alterou a foto de Filo. Talvez por razões estéticas, simplesmente apagou o poste da cerca que aparece bem acima da cabeça de Mary Ann Vecchio.

Muitos jornais e revistas, como a própria Time e a People, chegaram a publicar a imagem retocada (foto à esquerda), até que a manipulação fosse percebida.

Nas últimas semanas, jovens americanos foram às ruas protestar contra Donald Trump. Provavelmente, apenas uma prévia de futuros embates. O presidente eleito está montando um staff sob medida para a execução das suas políticas. Tudo indica que cumprirá as promessas de campanha, do muro mexicano à implosão do sistema público de saúde, o Obamacare, do protecionismo econômico à agressividade geopolítica, sem falar nas políticas de gênero ou nas questões de implicação moral e religiosa.

Guardo na estante a edição da Time que foi para as bancas em 18 de maio de 1970, com a cobertura dos protestos em Ohio. A capa - um grito, foto de Michael Abramson - é bem representativa de um tempo em que ideias e expressões foram sufocadas a tiros.

Quando os Estados Unidos radicalizaram suas posições e ações, a partir do começo dos anos 1960,  o mundo foi junto. Para não ir muito longe, a América do Sul foi ocupada por ditaduras como parte de uma política de intervenção indireta formulada para evitar novas "Cubas" no continente. Com a atual ascensão da direita na América do Sul, na Europa Ocidental e no Leste Europeu não é difícil prever que o modelo Trump será bem recebido em muitas latitudes.

Mas a conta do  "Make America Great Again" não ameaça sobrar apenas para minorias, no próprio país. Promete atravessar fronteiras e alcançar povos, idéias, liberdades e direitos. Não apenas por capricho de Donald Trump mas por expectativa dos milhões que o elegeram exatamente para isso e pelo efeito clone que o personagem inspira a facções em vários países. O Brasil, por exemplo, já fala em um candidato para 2018 à imagem e semelhança do magnata e apresentador de reality show que vai mandar em Washington.

Compartilho, aqui, algumas páginas daquela Time histórica. Talvez uma das edições mais dramáticas da revista nos distantes anos 1970.

Não é por nada não, mas analistas preveem tensão na "América dividida" e riscos de a História rebobinar esse filme.











sábado, 11 de junho de 2016

"Fora Temer": povo protesta contra o golpe e denuncia tentativas neoliberais de retrocesso nas áreas sociais: da previdência à saúde, do meio ambiente à habitação...

SÃO PAULO




São Paulo. Fotos de Ricardo Stuckert/Instituto Lula e Paulo Pinto/agência PT

BRASÍLIA







Brasília. Foto de  Valter Campanato/Agência Brasil



RIO







Fotos de Fernando Frazão/Agência Brasil
Milhares de brasileiros foram às ruas, ontem, em 24 estados para protestar contra o golpe e gritar 'Fora Temer". Em faixas e cartazes, as multidões denunciaram as políticas que pretendem fazer retroceder o quadro social dos últimos anos nas áreas de previdência, saúde, educação e habitação, entre outras. O desmonte anunciado ultrapassa até mesmo medidas implantadas na última década em casos como os de políticas ambientais, agrárias e de demarcação de terras indígenas. Enquanto o mundo começa a questionar os resultados do neoliberalismo, que favoreceu apenas o mercado financeiro, o governo pós-golpe prioriza um política econômica ditada por especuladores.