domingo, 30 de dezembro de 2018

"Arrastão" chique tentou cercar a praia do Leblon. Isso pode, Arnaldo?

A Constituição Federal determina que as praias são bens públicos e "de uso comum do povo". Mas isso não impede que aloprados insistam em privatizá-las. Frequentemente, a lei precisa conter os grileiros das faixas de areia em todo o pais.

Há casos de abusos e ocupação em Florianópolis, Angra dos Reis, Búzios, Paraty e certas praias do litoral paulista. Os mais ousados em desafiar a lei cercam áreas ou criam obstáculos para evitar a aproximação do povo "diferenciado".

No Rio, já houve uma tentativa de "conceder" a exploração das faixas de areia do Leme a um grupo privado, nos moldes impostos ao quiosques do calçadão. Houve protestos de moradores e dos barraqueiros tradicionais e o Ministério Público, que investiga esses contratos, congelou a manobra.

O que não quer dizer que a ameaça foi contida nem que o lobby desistiu. Vai que surge uma oportunidade...

Para alguns empresários que exploram um quiosque de luxo no Leblon, essa oportunidade é o Réveillon. Talvez achado que a cidade fica distraída, uns elementos abonados aproveitaram a sombra da noite, segundo barraqueiros que trabalham no local, para cercar e demarcar uma grande área na areia, estendendo ilegalmente os seus domínios.

Simples assim.

O mafuá up montado pelo Cafe de la Musique Beach, no Posto 12, receberia uma festa paga, privê, chamada de Réveillon dos Desejos.

O "desejo", tudo indica, era ocupar na boa um bem público. A Secretaria Municipal da Fazenda multou o quioscão nutella e obrigou a retirada do material e do entulho festeiro.

Mas é bom checar na noite da virada se a invasão será de fato contida (não apenas a do curralzão do do Cafe de La Musique mas em todas as praias cariocas) ou se o poder falará mais alto. Às vezes acontece.

4 comentários:

  1. No dia em que não houver um mínimo de fiscalização, as praias serão tomadas pelos playboys

    ResponderExcluir
  2. Não existem mais playboys como antigamente.

    ResponderExcluir
  3. Vi vários cercados cobrando ingressos. A fiscalizacao não deu conta e marginais se aproveitaram. A festa de Copacabana que é de graça na areia pode ser tornar paga se deixarem os pilantras a vontade.

    ResponderExcluir
  4. Povão sofre. Além disso tinha arrastão de verdade na areia roubando tudo. Turistas também dançaram e não foi com a música de Gilberto Gil.

    ResponderExcluir