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terça-feira, 20 de agosto de 2024

A Inteligência Artificial (IA) impulsiona mentiras na campanha de Donald Trump. Será uma prévia do que o Brasil vai ver?





por José Esmeraldo Gonçalves 

A definição de lixo precisa urgentemente de revisão. O atual significado é muito suave para explicar o que é a conta oficial de Donald Trump no X. Há mentiras e manipulação para todos os gostos. Dois posts ainda no ar exemplificam a canalhice do sujeito, aliás um criminoso condenado pela justiça. A IA é sua aliada na sujeira. Um dos posts usa a imagem de Taylor Swift, opositora do meliante republicano, como se fosse sua apoiadora. Outro mostra a candidata democrata Kamala Harris como uma líder comunista falando para uma multidão  fardada em imagem saturada de vermelho.

A campanha de Trump é infelizmente um modelo do que a extrema direita brasileira faz na atual baixaria para a eleição de prefeitos e vereadores. O uso da tecnologia ainda é tosco. Imagine como será na campanha presidencial de 2026. A legislação para coibir as mentiras está parada no Congresso por interesse da extrema direita. Não por acaso.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Trump: nota de 20 dólares para ajudar a combater as queimadas da Amazônia...


Reprodução twitter/Reuters

por O.V. Pochê

A Reuter publicou no twitter, hoje, essa foto de Donald Trump embarcando no Air Force One.

Embora de rotina, a imagem chama a atenção por alguns detalhes: a nota de 20 dólares quase escapando do bolso traseiro e o chuca-chuca de bebê na cabeleira esvoaçante junto com a gravata.

A Casa Branca não informou ser o dinheiro é pessoal, se é verba publica ou se foi recolhido da caixinha de emergências do Salão Oval e ainda não declarado na contabilidade federal.
Também não se sabe se foi um presente discreto de algum amigo da NRA, a poderosa National Rifle Association que ele tanto apoia.

Pode ser também uma ajuda para combater as queimadas da Amazônia, reforço que o presidente americano está levando para seu tiete Jair Bolsonaro caso este apareça na ONU. 

O resto é mistério.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Colunista conta como foi estuprada por Donald Trump


A colunista E. Jean Carroll, especializada em dicas de estilo, etiqueta e comportamento, conta à revista New York como Donald Trump a estuprou com violência em meados dos anos 1990.

O ataque aconteceu em um vestiário da loja Bergdorf Goodman.

Carrol é a 16ª mulher a acusar de assédio sexual o atual presidente dos Estados Unidos

Segundo ela, Trump a reconheceu como colunista, alegou que estava comprando lingerie para uma mulher e precisava de conselhos. Carroll, então com 56 anos, o acompanhou, mas ao chegar ao departamento ele a trancou em um camarim e partiu para o ataque.


E.Jean Carroll lança o livro “What Do We Need Men For? A Modest Proposal,” onde revela os detalhes: Trump forçou beijos e prendeu a colunista contra a parede. Apesar de lutar muito, ela conta que foi penetrada antes de conseguir abrir a porta e escapar.

A Casa Branca declarou à New York que a história é falsa. À mesma revista, dois amigos de Carrol confirmaram lembrar do incidente.

A colunista afirma que não denunciou o estupro na época porque teve medo.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Presidente tuiteiro ou Pinóquio digital?

Donald Trump espalha fake news no twitter. Reprodução 

por Flávio Sépia 

Não há motivo para presidentes ou outras autoridades abrirem mão da comunicação direta que as redes sociais proporcionam.

O problema não é tuitar, o problema é gerar fake news na maior, como parte do jogo sujo da comunicação em nome de objetivos politiqueiros.

Donald Trump, que está sendo imitado integralmente por similares, inaugurou o uso do twitter como "diário oficial".

É dele também o título de primeiro presidente americano a espalhar mentiras com a maior naturalidade digital.

A última fake news presidencial foi afirmar que Barack Obama construiu um muro de três metros de altura para proteger sua casa. No penúltimo dia de 2018, Trump inventou a "notícia" para justificar a construção do seu muro na fronteira com o México.

O jornal Washington Post foi checar e verificou que não há muro nenhum na frente da casa dos Obama. Segundo os vizinhos da família, a residência tem um cerca -, como várias outras da vizinhança em uma tranquila rua da capital dos Estados Unidos -, construída antes da chegada do ex-presidente. A única estrutura adicionada é a de uma guarita construída pelo Serviço Secreto que tem a obrigação legal de proteger ex-presidentes. Ainda segundo vizinhos, a casa não tem muro de três metros na frente nem nos fundos e perfeitamente visível da rua.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Donald Trump: o "citizen hate" responde ao editorial-manifesto dos jornais norte-americanos






Ontem, liderados pelo Boston Globe, mais de 300 jornais dos EUA denunciaram ataques de Trump à imprensa. A hastag #EnemyOfNone (“inimigo de ninguém”) viralizou na web.

Hoje, o magnata recarregou seu twitter (reproduzidos acima( e disparou os insultos de sempre contra a mídia norte-americana. "Eles são todos corruptos. Todos eles abusaram de seu poder. Todos eles traíram o povo americano com uma agenda política. Eles tentaram roubar e influenciar uma eleição nos Estados Unidos", escreveu.

Depois de afirmar que "uma imprensa livre precisa de você", trechos do editorial conjunto defendem que "criticar a mídia noticiosa - por subestimar ou exagerar nas histórias, por entender algo errado - está inteiramente certo. Repórteres e editores de notícias são humanos e cometem erros. Corrigi-los é fundamental para o nosso trabalho. Mas insistir que verdades das quais você não gosta são "notícias falsas" é perigoso para a alma da democracia. E chamar jornalistas de “inimigos do povo” é perigoso, ponto final".

O embate Mídia X Trump amplia um debate em curso em todo o mundo. Pressões políticas, econômicas, corporativas, jurídicas, religiosas e tecnológicas ameaçam a comunicação em vários países. Os Estados Unidos exibem uma robusta e histórica pluralidade na mídia. Não é exatamente uma estrutura 'contestadora do sistema', faz parte dele, mas abriga as mais diversas opiniões. Muitos veículos apoiam Trump, como a rede Fox identificada com a direita. O presidente, lógico, aponta sua metralhadora para os que estão fora do jogral adesista, como o próprio Boston, o Washington Post, o New York Times, além de jornais de porte médio em centenas de cidades da "América profunda".

Há diferenças fundamentais entre a mídia americana - que tem até grandes jornais de centro-esquerda, como o próprio Boston Globe, coisa inimaginável aqui - e a grande imprensa cartelizada e uniforme do Brasil. Aqui, dependendo do adversário nas próximas eleições, a grande mídia até topará gestar o "Trump" tropícal e conservador, identificado com o mercado, com a direita, com o neoliberalismo e, em muitos pontos, até com ela própria.


segunda-feira, 4 de setembro de 2017

O fator Trump cria o personagem "Dondolf Tritler". Principais revistas do mundo gostaram da ideia. Mas o Daily News encontrou a trilha sonora perfeita para o inquilino da Casa Branca



por Jean-Paul Lagarride

Donald Trump dá motivos e as capas que remetem sua imagem ao nazismo já viraram lugar-comum. Agora foi a alemã Stern que que entra na onda das principais revistas do mundo e fez a ligação inevitável entre ideias e atitudes do empresário, o avanço do ódio e a direita radical. A chamada de capa é uma adaptação do título do livro de Hitler, "Mein Kampf"/"Minha Luta", no caso Sein Kampf/Sua Luta. Tudo indica que "Dondolf Tritler" ainda vai render muitas capas.


Já o Daily News preferiu buscar nos Rolling Stones uma inspiração mais criativa ao noticiar a evidente simpatia de Donald Trump pelos bolsões e grotões da direita radical no Estados Unidos. De fato, a letra da música "Sympathy for the Devil" parece ter sido criada para se encaixar no figurino sombrio do milionário. Não há dúvida: é a música que mais toca no Salão Oval.

Confira nessa tradução feita pelo site "Letras":

Por favor, permita que eu me apresente
Sou um homem de riquezas e bom gosto
Estive por aí por muitos, muitos anos
Roubei a alma e a fé de muitos homens

E eu estava por lá quando Jesus cristo
Teve seu momento de dúvida e dor
Certifiquei-me de que Pilatos
Lavasse suas mãos e selasse seu destino

Prazer em conhecê-lo
Espero que adivinhe meu nome
Mas o que está te intrigando
É a natureza de meu jogo

Eu estava por perto de São Petersburgo
Quando vi que era a hora de uma mudança
Matei o czar e seu ministros
Anastásia gritou em vão

Montei em um tanque
Mantive a posição de general
Quando a Blitzkrieg estourou
E os corpos federam

Prazer em conhecê-lo
Espero que adivinhe meu nome
Mas o que está te intrigando
É a natureza de meu jogo

Assisti com alegria
Enquanto seus reis e rainhas
Lutaram por dez décadas
Pelos deuses que criaram

Gritei alto
"Quem matou os Kennedys?"
Quando, no final das contas
Fui eu e você

Deixe-me, por favor, apresentar-me
Sou um homem de posses e bom gosto
Deixei armadilhas para os trovadores
Que acabaram mortos antes de alcançar Bombay

Prazer em conhecê-lo
Espero que tenha adivinhado meu nome
Mas o que está o intrigando
É a natureza de meu jogo, isso

Divirta-se, meu bem

Prazer em conhecê-lo
Espero que tenha adivinhado meu nome
Mas o que o está confundindo
É somente a natureza de meu jogo

Assim como todo policial é um criminoso
E todos os pecadores são santos
E cara é coroa
Simplesmente me chame de Lúcifer
Porque preciso de alguma amarra

Então se encontrar-me
Tenha alguma cortesia
Tenha empatia e tenha bom gosto
Use toda sua educação bem-aprendida
Ou eu vou jogar sua alma no lixo

Prazer em conhecê-lo
Espero que tenha adivinhado meu nome
Mas o que está o intrigando
É a natureza de meu jogo, de verdade

Divirta-se

Diga-me amor, qual é o meu nome
Diga-me querida, pode adivinhar meu nome
Diga-me amor, qual é o meu nome
Eu direi uma vez, você é a culpada

Qual é o meu nome
Diga-me amor, qual é o meu nome
Diga-me docinho, qual é o meu nome

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Donald Trump é o queridinho do mercado financeiro...

por Flávio Sépia

O mercado financeiro viveu ontem dia de festa nos Estados Unidos. Segundo os analistas, valorizações e recordes na Bolsa indicam que o governo Trump tem aprovação total e irrestrita dos especuladores, além dos setores conservadores do país.

Muro na fronteira com o México e pau nos imigrantes, desprezo pela questão ambiental, oleodutos liberados em reservas naturais, ofensiva contra direitos humanos, protecionismo, agressividade comercial, ameças a fábricas que exportam para os Estados Unidos e não investem no país, volta da tortura e das prisões secretas como práticas da CIA, relaxamento de dispositivos que possam ser interpretados como defesa do feminismo e da diversidade, tudo isso soou como música aos ouvidos do mercado.

Mercado, aliás, que também aqui é tratado pelos colunistas do setor como como um deus absoluto a reinar acima dos interesses dos cidadãos. O mercado tem sempre razão, pregam. Talvez, se dependesse deles, os governantes e representantes do povo, esses intermediários às vezes incômodos, fossem eliminados e o poder entregue diretamente aos traficantes de dinheiro sem entraves burocráticos.

Um dealer para presidente.

Foi exatamente o que aconteceu nos Estados Unidos com Trump agora cercado de executivos do mercado financeiro em posições-chave. E não há nada de folclórico nem histriônico no novo presidente, como é o rótulo que o apresenta. Trump sabe bem o que faz e os grupos que os levaram lá não estão brincando e não o elegeram por acaso.

Um equação diabólica explica tudo isso. Com o avanço do neoliberalismo e a desregulamentação, os mercados provocaram a crise global de 2008. Em muitos países, a receita para combatê-la foi o arrocho fiscal, o desemprego, os cortes em políticas de previdência, saúde, educação etc. A insatisfação das populações criou o caldo de cultura perfeito para a ascensão da direita e, ironicamente, da prevalência do mercado sobre os governos. É o que acontece na Europa, com a direita em alta. Nos Estados Unidos, com a via Trump. No Brasil, com o golpe. Na Argentina, com a chegada de um empresário ao poder, não por acaso parceiro de Trump em negócios. O cenário se repete em muitos países.

A mídia dominante brasileira foi na onda da maioria da mídia americana e rejeitou Trump. Ainda o critica, o que começa a não fazer muito sentido já que o americano exibe métodos e ideias bem assimiláveis pelas elites tupiniquins. Em breve, vai restar apenas uma certa oposição ao protecionismo.

Anotem aí: a questão não é se a velha mídia brasileira vai passar a apoiar Trump; a dúvida é quando isso vai começar a acontecer. Tem colunista aí que não vê a hora..

Falta só o patrão mandar um emoji pelo Whatsapp: 

domingo, 8 de janeiro de 2017

Donald Trump não tomou posse mas já governa. Seu "diário oficial" é o Twitter




















por Flávio Sépia

Com Obama já pedindo a saideira, Donald Trump é o primeiro presidente norte-americano a começar a governar antes da posse.

Seu "diário oficial" é o Twitter.

E governa efetivamente, já que muitas das suas mensagens têm efeitos práticos imediatos. Foi o caso da Ford, que achou melhor cancelar a construção de uma fábrica no México e transferí-la para Michigan. A Ford pôs os amortecedores de molho após Trump ameaçar a GM e a Toyota de taxar alto carros que essas montadoras exportam para os Estados Unidos a partir de fábricas na terra de Zapata.

Em intensa atividade na rede social, Trump já mandou recados para a Coreia do Norte, China e para a grande mídia americana - que ele chama de "desonesta" -, pediu investigação sobre vazamentos de documentos secretos para a NBC e comunicou ao país que está "monitorando" a situação na Flórida, após o tiroteio no aeroporto de Fort Lauderdale. Isso depois de falar com o governador da Flórida, que nem se deu ao trabalho de ligar para Obama, segundo revelou em entrevista coletiva.

Deixou em alerta a União Europeia em mensagem que revela sua ansiedade para receber a primeira-ministra britânica Theresa May e classificou o Reino Unido como aliado especial, deixando claro que tem um lado na questão do Brexit.

Quanto à Rússia, escreveu que manter boas relações com o país é a "boa coisa" e, segundo ele, "só os estúpidos acham que isso é ruim".

Trump ainda avisou que dará ajuda federal ao prefeito de Chicago para combater a criminalidade em uma das cidades mais violentas dos Estados Unidos, caso o prefeito local lhe faça o pedido.

Veículos e jornalistas americanos tornaram-se "seguidores" da conta do Twitter de Trump.

Não há dúvida: o sinal do smartphone de Donald Trump já alcança o Salão Oval.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Da revista Zum, por Jake Romm: "Por que a capa da “Time” sobre Trump é uma obra subversiva de arte política"


por Jake Room 

(Artigo reproduzido da revista Zum, originalmente publicado em inglês no site Forward.com em 8/12/2016 e traduzido com permissão).

Ano após ano, o anúncio da “Personalidade do Ano” da revista Time é grosseiramente mal interpretado. A Time é clara quanto a seu único critério de seleção: “a pessoa que exerceu mais influência, para o bem ou para o mal, sobre os acontecimentos do ano”. Mesmo assim, uma simples busca no Twitter revela um sem-número de pessoas que parecem acreditar que a escolha da “Personalidade do Ano” equivale a um endosso. Entre os vencedores até aqui estão Joseph Stalin (1939, 1942), o aiatolá Khomeini (1979), Adolf Hitler (1938) e outras personalidades que acredito poder afirmar com segurança que não contam com o endosso da equipe da Time.

Este ano, não deveria causar nenhuma surpresa o fato de o presidente eleito Donald Trump ser escolhido para agraciar a capa da edição anual da Time (retratado pelo fotógrafo judeu Nadav Kander). “Para o bem ou para o mal”, Trump, durante sua campanha e agora, depois de eleito, sem dúvida foi uma das pessoas que mais influenciaram os acontecimentos do ano. Podemos encontrar algumas pistas sobre as impressões da Time sobre o assunto – “para o bem ou para o mal?” – analisando a imagem escolhida para capa da edição. As determinações da Time com respeito à maneira de fotografar Trump revelam um campo de referências nuançado, com diversas camadas, que fazem da imagem, na opinião deste cronista, uma das grandes capas da revista.

Para desconstruir a imagem, focalizemos três elementos-chave (deixando de lado o posicionamento do “M” de “Time”, que dá a impressão de que Trump tem chifres vermelhos): a cor, a pose e a cadeira.

 A cor

Observem como as cores estão ligeiramente lavadas, ligeiramente silenciadas, suaves. A paleta cria o que poderíamos chamar de efeito vintage. A nitidez e o detalhamento da imagem revelam a contemporaneidade da foto, mas a cor sugere um tipo mais antigo de filme, no caso o Kodachrome. O Kodachrome, filme produzido pela Kodak desde o início da década de 1900 e que teve recentemente sua produção descontinuada, tinha a função de operar a reprodução acurada das cores. Alcançou imensa popularidade entre o fim da década de 1930 e a década de 1970, e seu aspecto peculiar define nosso conceito visual comum de nostalgia.

Ao reproduzir uma paleta de cores Kodachrome, a capa da Time nos leva a reimaginar a capa como se ela fosse uma imagem da era em que o Kodachrome era muito popular. (Você é que sabe para onde vai sua mente quando pensa nos líderes da era da Segunda Guerra Mundial, da segregação e da Guerra Fria.) Esse deslocamento visual-temporal espelha, em certo sentido, uma série de tendências que impulsionaram a ascensão de Trump. A campanha de Trump se baseou em políticas e atitudes regressivas – antiproteção do meio ambiente, antiaborto, pró-carbono etc. Foi uma eleição voltada não apenas para políticas regressivas, como também para valores tradicionais (definidos basicamente pela direita cristã), para a nostalgia pela grandeza e pela segurança do país, para a nostalgia por um mundo pré-globalizado.

 A pose

A pose de Trump pode ser percebida como uma intervenção subversiva em uma pose tradicional em retratos de poderosos (para outra versão esplendidamente subversiva da pose, veja-se o retrato feito por Delaroche de um Napoleão vencido – embora o tom desse retrato seja elegíaco, por oposição a maquinador).

As pinturas de monarcas sentados podem ser vistas como imbuídas de duas funções estéticas – operar a associação entre o personagem sentado e o trono, dando, desse modo, solidez à metonímia, e reforçar o sentimento de servidão no observador. O observador é forçado a aproximar-se do monarca; o monarca não se levanta com a chegada do observador.

Em nossos tempos pós-monárquicos, o poder do trono está praticamente extinto, mas o poder de um personagem sentado permanece. A cadeira em si é desimportante, o que importa é o ato de sentar. Quando incluímos um retrato nessa tradição, a cadeira assume o papel de trono e o personagem sentado o papel de rei (ou rainha) – o efeito visual é o mesmo.

Considerem esta imagem do Lincoln Memorial (para mais referências, ver imagens de Vladimir Putin e LL Cool J). Assim como as outras duas imagens, ela é uma versão exagerada da pose tradicional. Vemos nosso personagem de frente, porém, o que é mais importante, vemos o personagem de baixo. O ângulo nos obriga a olhar para cima para o personagem, o que, por sua vez, cria a impressão de que o personagem está olhando para baixo ao olhar para nós. Essa pose e ângulo, com o observador aparentemente (e literalmente, no caso do Lincoln Memorial) aos pés do retratado, fazem o personagem parecer dominador, poderoso, julgador.

Mas basta girar a imagem para que de repente tenhamos um conjunto totalmente novo de conotações. Na capa da Time, em vez de ver a cabeça de Trump de frente e de baixo, nós o vemos sentado, de trás e praticamente à altura do olhar. A relação de poder se apresenta de forma inteiramente diferente.

O giro de Trump em direção à câmera cria um tom mais conspiratório que julgador. Há duas imagens em jogo aqui – a imagem de poder imaginada, tomada de frente, e a imagem real, na qual Trump parece dirigir uma piscadela cúmplice ao observador, como se dissesse: olhem só como nós tapeamos aqueles idiotas que estão lá na frente (tanto Trump como o observador olham de cima para baixo para os que estão lá na frente). Ao subverter a dinâmica típica de poder, a Time, em certo sentido, envolve o observador na eleição de Trump, antes de mais nada no fato de ele aparecer na capa da revista.



PARA LER O ARTIGO COMPLETO VÁ AO SITE DA REVISTA ZUM, CLIQUE AQUI

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Trump é o homem do ano da revista Time. Mas o diretor de arte fez seu protesto sutil na capa... Observe que o M virou o chifre do demo...




por Ed Sã

A Time aponta Donald Trump como "homem do Ano, Nada demais. A revista já elegeu Adolf Hitler como a personalidade de 1938.

O empreiteiro está na capa dessa semana. Só que o diretor de arte fez uma pequena sacanagem e plantou um par de chifres acima da testa da demoníaca figura. O detalhe não passou despercebido das redes sociais.

Se Trump vai detonar a bomba A sobre a China, se vai invadir Cuba, se vai lançar gás paralisante na Coréia do Norte, se vai instalar tornozeleira eletrônica em todos os mexicanos, nada disso está confirmado. O que é certo é que o futuro presidente dos States fará a festa dos humoristas e caricaturistas.

E, aí sim, ele poderá acionar os marines contra a rapaziada. Trump já dá sinais de que não vê como humor as gozações com a sua exótica figura nem com as suas correspondentes ideias. Tem reclamando tanto que até parece intimidação.

Nas últimas semanas, ele tem deixado de lado as ocupações da transição do governo para se preocupar com o programa Saturday Night Live, no qual o ator Alec Baldwin faz uma imitação que tem divertido a audiência.

Está tudo lá, incluindo a franja e o biquinho.

O programa está até dando uma folga ao roteirista do quadro. Segundo Baldwin, Trump é roteirista de sua própria série.  "Todo o material que usamos, foi ele mesmo que nos deu”, diz ele.

A Time ainda fez um provocação: deixou claro que Trump é o presidente do Divided States os America, como diz a chamada de capa.

E, para finalizar: a propósito de Trump agora fazer parte da galeria de personalidades do ano da revista, ao lado de Hitler, vale lembrar que, segundo o escritor e pesquisador John Lukacs, que escreveu o livro "Churchill X Hitler",  o líder nazista tinha um "medo mórbido" de ser ridiculizado.

Há relatos de que ele chegou a assistir ao filme "O Grande Ditador", a genial sátira de Charles Chaplin e teria gostado apenas de ver Mussolini retratado com de baixa estatura. Isso não o impediu de determinar ao Partido Nazista agisse para proibir o filme, que só foi exibido na Alemanha em 1958.

Como Trump, Hitler era o autor do seu próprio roteiro. Nem Chaplin criou aquele ridículo bigodinho, nem o Saturday Night Live é o autor da bizarra franja do presidente eleito dos Divided States.  

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Filme rebobinado, história idem...

Foto de John Paul Filo


por José Esmeraldo Gonçalves 

A revista Time acaba de incluir a imagem acima entre as 100 mais influentes de todos os tempos.

A foto é de John Paul Filo, então aluno de fotografia, e foi feita no dia 4 de maio de 1970 com uma Nikkormat, versão mais simples de modelos profissionais da época.

O trágico cenário é a Kent State University, em Ohio, onde estudantes protestavam contra a escalada das ações militares no Vietnã e no Cambodja.

O republicano Richard Nixon era inquilino da Casa Branca.

A Guarda Nacional entrou no campus atirando e, em 13 segundos, matou quatro jovens e feriu outros nove.

Jefrey Miller, 20 anos, é o rapaz abatido; Mary Ann Vecchio, 14, é a menina que pede ajuda.

A foto ganhou o Pulitzer e tornou-se simbolo de uma época de esperanças vencidas por desesperanças. Filo contou que, no começo do tiroteio, achou que as balas eram de borracha ou de efeito moral. Mas ao apontar a câmera para um soldado este disparou o rifle e o projétil atingiu uma escultura bem ao seu lado. O primeiro impulso do fotógrafo foi fugir do local. Saiu em disparada mas, no meio da corrida, parou e voltou para fotografar a invasão. Percebeu, como revelou depois - que estava lá para isso. Foi quando registrou toda a violência da repressão no campus.

Uma curiosidade jornalística: um editor alterou a foto de Filo. Talvez por razões estéticas, simplesmente apagou o poste da cerca que aparece bem acima da cabeça de Mary Ann Vecchio.

Muitos jornais e revistas, como a própria Time e a People, chegaram a publicar a imagem retocada (foto à esquerda), até que a manipulação fosse percebida.

Nas últimas semanas, jovens americanos foram às ruas protestar contra Donald Trump. Provavelmente, apenas uma prévia de futuros embates. O presidente eleito está montando um staff sob medida para a execução das suas políticas. Tudo indica que cumprirá as promessas de campanha, do muro mexicano à implosão do sistema público de saúde, o Obamacare, do protecionismo econômico à agressividade geopolítica, sem falar nas políticas de gênero ou nas questões de implicação moral e religiosa.

Guardo na estante a edição da Time que foi para as bancas em 18 de maio de 1970, com a cobertura dos protestos em Ohio. A capa - um grito, foto de Michael Abramson - é bem representativa de um tempo em que ideias e expressões foram sufocadas a tiros.

Quando os Estados Unidos radicalizaram suas posições e ações, a partir do começo dos anos 1960,  o mundo foi junto. Para não ir muito longe, a América do Sul foi ocupada por ditaduras como parte de uma política de intervenção indireta formulada para evitar novas "Cubas" no continente. Com a atual ascensão da direita na América do Sul, na Europa Ocidental e no Leste Europeu não é difícil prever que o modelo Trump será bem recebido em muitas latitudes.

Mas a conta do  "Make America Great Again" não ameaça sobrar apenas para minorias, no próprio país. Promete atravessar fronteiras e alcançar povos, idéias, liberdades e direitos. Não apenas por capricho de Donald Trump mas por expectativa dos milhões que o elegeram exatamente para isso e pelo efeito clone que o personagem inspira a facções em vários países. O Brasil, por exemplo, já fala em um candidato para 2018 à imagem e semelhança do magnata e apresentador de reality show que vai mandar em Washington.

Compartilho, aqui, algumas páginas daquela Time histórica. Talvez uma das edições mais dramáticas da revista nos distantes anos 1970.

Não é por nada não, mas analistas preveem tensão na "América dividida" e riscos de a História rebobinar esse filme.











sábado, 12 de novembro de 2016

Pela primeira vez na história os Estados Unidos terão um presidente que deve uma grana ao Brasil. Periga o nome de Donald Trump entrar pro cadastro do Serasa...



por Omelete

Analistas têm queimado a mufa nos últimos dias para tentar descobrir o que significa a vitória de Donald Trump para o Brasil.

Não chegaram a conclusão alguma. O presidente eleito é uma incógnita.

Já o empresário, não. Trump fez três investidas conhecidas para se estabelecer no país, mesmo querendo construir um muro para manter cucarachas à distância, e todas deram problemas.

Um deles, há uns oito ou dez anos, foi a Villa Trump, em São Paulo. O grupo adquiriu até um terreno par construir um hotel de luxo, mas o negócio deu em nada.

O Globo de hoje noticia que o Trump Rio, na Barra da Tijuca, que deveria ter ficado pronto para a Olimpíada, segundo compromissos assumidos. Mas até hoje funciona parcialmente, pouco mais da metade dos quartos estão prontos.

Um projeto mais ambicioso, a Trump Tower, um conjunto de cinco prédios de mais de 38 andares na Zona Portuária do Rio, deveria ter ficado pronta para a Rio 2016 mas não passa de um terreno baldio.

No caso, haveria recursos do FGTS incluídos no empreendimento e suspeitas de financiamento fraudulento por parte de fundos privados.

A famosa foto de Juscelino e Foster Dulles
publicada no JB sob o título "Me dá um dinheiro aí".  O Brasil pode agora...


...inverter o jogo: Trump - "Deixa comigo, devo e não nego" -
tem um dinheirinho pendurado no Patropi.

Uma dica para o ministro Zé Serra, que anda meio desligado.

Bom analisar os casos citados, vai ver você usa isso para melhorar a posição do Brasil frente ao futuro governo Trump.

Pela primeira vez na história, os Estados Unidos terão um presidente que deve uma grana ao Brasil.

No caso do hotel, o Comitê Olímpico cobra dinheiro que emprestou. E quanto ao Trump Tower do Porto do Rio, há verba pública envolvida além de incentivos e concessões.

Vai lá, Serra, cobra o calote.

A partir do dia 20 de janeiro o endereço de Donald Trump pra mandar o boleto é  600 Pennsylvania Ave NW, Washington, DC 20500, EUA.

Não sei se você vai receber - o homem é escorregadio, já faliu quatro vezes e conseguiu o dinheiro de volta - mas vale tentar.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Allan Richard Way acerta previsão feita há 10 meses: Donald Trump é eleito presidente dos Estados Unidos



Em janeiro de 2016, o astrólogo Allan Richard Way II enviou para este blog as suas tradicionais previsões. Entre 60 indicativos do que aconteceria ao longo do ano, está lá, no número 44, a confirmação, com dez meses de antecedência, de que Donald Trump seria presidente do Estados Unidos. ARWII não nega o DNA do pai que, durante anos, emplacou suas profecias na revista Manchete

quinta-feira, 10 de março de 2016

KKKandidato Donald Trump recebe apoio de nazistas, não recusa uma força da Ku Klux Klan e ganha torcida de "coxinhas" gringas

Eleitoras de Trump, "coxinhas" gringas pregam supremacia branca. Reprodução Fecebook
Com Obama, o primeiro presidente negro americano, policiais brancos passaram a fazer tiro ao alvo em jovens negros, isso quando não os matavam asfixiados. Foram vários casos, em vários estados. Agora, pense nisso: Donald Trump é eleito presidente dos Estados Unidos. Os xerifes brancos vão passar o cerol.
Trump já assumiu que não recusou o apoio público da Ku Klux Klan na pessoa do seu ex-lider David Duke, um militante radical da "supremacia branca".
O líder do Partido Nazista Norte-Americano, Rocky Suhayda, já revelou estar "encantado" com os planos de Trump. Não por acaso, Trump, que, no Brasil, é sócio em empreendimento hoteleiro do neto de um ex-ditador tupiniquim, é o preferido de alguns conhecidos colunistas conservadores, conforme já escreveram.
A foto acima está circulando no Facebook.Mostra um grupo de eleitoras do Trump declarando apoio  à supremacia branca anunciada pela KKKandidato republicano.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Colunista do Huff Post quer saber o que o pênis do Donald Trump tem a ver com política

"Desculpe-me, Trump, o que seu pênis tem a ver com política?" Foi a pergunta que a jornalista Amy Gibson fez ao pré-candidato à Casa Branca. Tudo porque o último debate dos republicanos na TV virou, segundo ela, um estranho concurso para ver que tinha o pau maior. "Foi um debate vulgar e absurdo que, literalmente, ficou abaixo da linha da cintura com Trump se gabando do tamanho de sua masculinidade". Trump insinuou que o adversário Marco Rubio tem mãos pequenas, e, como resultado, um pênis pequeno. Este respondeu que ele não devia se preocupar, estava tudo bem com o seu pênis.
A jornalista achou que esse tipo de observação cairia melhor no programa Saturday Night Live. "Trata-se de eleger um líder e não o tamanho do pênis do candidato", escreveu ela, que ilustrou sua coluna com um Trump fazendo biquinho redondinho, eu hein?, e carão de bombshell.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Donald Trump ameaça, se eleito, criar leis mais duras contra a mídia

Donald Trump tem dito nos seus comícios para apoiadores que, se eleito, vai criar leis mais duras contra o que chama de "difamação". No palaque, em Fort Wort, neste fim de semana, ele chegou a dizer que o jornal Washington Post "teria problemas" em sua eventual administração. "Uma das coisas que vou fazer é tornar mais efetivas as leis contra difamação para que possamos processar e ganhar muito dinheiro quando eles escreverem artigos negativos, horríveis", bradou o pré-candidato.
Fotojornalistas e câmeras se queixam que Trump joga a platéia contra a mídia em seus comícios. The New York Times, Washington Post e o Huff Post estão entre seus alvos favoritos.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Donald Trump, parceiro da Band, é demitido da NBC por fazer comentários racistas.... Como resposta às ofensas, México cancela participação em concurso de miss promovido pelo milionário. E a Band? Vai continuar com o racista?

Pesquisa revela que mais da metade dos
americanos ouvidos considera a candidatura
de Trump à presidência um golpe publicitário. Já o
Daily News definiu, na capa, como palhaçada.
Pré-candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump afirmou que imigrantes mexicanos que chegam aos Estados Unidos são estupradores e traficantes. O discurso racista fez com que as redes NBC, a Televisa e a Univision rompessem contratos com o milionário e fanático militante da direita patológica, que confirmou suas declarações. A NBC, onde ele apresentava o programa O Aprendiz, o demitiu imediatamente.  Em protesto, o México desistiu de participar do Miss Universo. Ocorre que Trump é detentor dos direitos do concurso. A Band, que é parceira de Trump no miss Universo, ao confirma que transmitirá o concurso normalmente, apesar das posições racista do milionário e da rejeição às ofensas racistas.
No começo do anos 1990, Trump ascendeu rápido como dono de corporações industriais. Foi à falência e se envolveu em dívidas. No final daquela década, mudou de ramo e passou a surfar nas boas ondas do mercado imobiliário, com ramificações em cassinos e hotéis. Costuma aparecer na mídia a bordo de declarações polêmicas como a de ser a favor da tortura. Ofereceu 5 milhões de dólares que quem lhe levasse a certidão de Barack Obama, que ele dizia não ser americano. Recentemente foram anunciados investimentos de Donald Trump em torres a serem construídas da região portuária do Rio. Mas, segundo publicou o site "Acorda Rio", o milionário não investiria um só dólar no badalado empreendimento. Ao contrário, receberia 10% dos lucros apenas para ceder sua marca. Seria apenas uma estratégia para atrair o mercado de luxo. Sem conhecer detalhes desse contrato, jornais e revistas teriam ajudado no oba-oba marqueteiro ao noticiar, sem comprovar, que Trump ergueria cinco torres no Rio. A pergunta que não quer calar? Mexicanos vão poder entrar nos prédios com a grife Trump no cais do porto carioca?
Quanto à Band, se continuar com o Miss Universo-Trump, perderá uma boa oportunidade de mostrar que jornalismo não é só vender publicidade. Seria um bom protesto e lhe custaria quase nada: o concurso está bem longe dos seus tempos áureos, é decadente e brega e não chega a ser um campeão de audiência. Não transmití-lo seria uma inestimável contribuição à qualidade da programação da TV brasileira.