A data passou quase em branco. No dia 18 de novembro de 1978, 914 pessoas morreram na Guiana, em uma comunidade religiosa denominada Jonestown. As cenas dramáticas do maior suicídio coletivo de que se tem notícia chocaram o mundo.
Se as centenas de fotos que as agências despejaram nas mesas de edição da Manchete e da Fatos & Fotos impactavam profissionais calejados, imagine-se o efeito dramático das capas que, naquela época, ganhavam enorme visibilidade ao ser penduradas nas milhares de bancas de jornais das grandes e pequenas cidades.
Os corpos estendidos nas casas e gramados, sob as árvores ou caídos na lama, eram dos seguidores da Peoples Temple Christian Church Full Gospel (Templo dos Povos: Igreja Cristã do Evangelho Pleno) liderada pelo pastor Jim Jones. Durante semanas, desvendar o desfecho de Jonestown foi a pauta principal da mídia.
Cinco anos antes da tragédia, julgando-se perseguido por procuradores americanos que investigavam suas práticas, "curas" e as mais diversas formas de tortura psicológica e de extorsão de seguidores (entrega de propriedades e "propina espiritual" de 25% da renda de cada fiel), Jim Jones deixou a Califórnia e transferiu sua igreja para uma remota área na Guiana. Seria a sua franquia da Terra Santa ou do Paraíso, como pregava ao recrutar "ovelhas".
A chacina começou a se desenhar um dia antes. Leo Ryan, deputado democrata, chegou em Jonestown para apurar denúncias de pais sobre maus tratos aos filhos que aderiram à seita religiosa de Jim Jones. Ryan foi recebido pelo pastor e percorreu instalações da comunidade. À medida em que a comitiva fazia fotos, anotações e perguntas a alguns fieis, o clima tornou-se tenso. Jim Jones teria convencido seus seguidores de que o deputado era agente da CIA e que fuzileiros navais logo invadiriam o local. Poucas horas depois, quando se preparavam para embarcar em um avião em uma precária pista de pouso próxima a Jonestown, Ryan e três jornalistas foram assassinados. Em seguida, o pastor ordenou que os adultos dessem cianeto às cerca de 300 crianças da comunidade espiritual, antes de praticarem o suicídio em massa. O corpo de Jim Jones foi encontrado com marca de tiro na cabeça. Não foi confirmado se ele se suicidou ou se alguém o matou.
O ritual macabro de Jonestown rendeu reportagens, livros e filmes. Jamais foi inteiramente compreendida a submissão de tantas pessoas às ordens de um fanático.
Jim Jones montou na Guiana o que dizia ser uma espécie de franquia do Paraíso. |
O Brasil escapou por pouco.
Escapou?
4 comentários:
Os fanáticos religiosos são opressores que querem impor suas crenças aos outros. Quando paranóicos são perigosos
Loucura, loucura, loucura.
É difícil entender o que ocorreu com a mente dos fanáticos de "Jonestown há 40 anos, diria até que o que ocorreu com a mente humana neste local foi a alienação total da preservação de vida, Porque o amor pela vida é o sentimento mais forte e tão forte que leva o ser humano até a matar em defesa de sua própria vida e no entanto em Jonestown os seguidores da religião pregada pelo "pastor Jim Jones ", foi a negação desses valores que preservam a vida do homem.
A verdade é que no Brasil nessa área do fanatismo já há uma "loucura" consentida, quebrar imagens católicas, depredar terreiros de religiões afro, agredir homossexuais, explorar incautos, estimular ódio
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