quinta-feira, 23 de junho de 2016

Viu isso? Tubarão volta ao cinema agora para lutar com a sereia Blake Lively. Veja o trailer...




por Ed Sá
A crítica americana diz que The Shallows ("Águas Rasas", no Brasil) - que estreia no verão americano - é ruim mas você vai adorar cada um dos seus 87 minutos. Deve ser por causa da protagonista. Um deles chega a dizer que o filme deveria ser The Blake Lively Movie.
Uma estudante de medicina e surfista é atacada por um tubarão. Ferida, ela se abriga em uma ilha que fica submersa na maré alta. O tubarão vai atrás para terminar o serviço.
VEJA O TRAILER DE THE SHALLOWS, CLIQUE AQUI

Piada golpista...




Na tarde/noite do Planalto Central, o interino se dedica ao Twitter. Nos últimos, dia, bombou. A rede gostou especialmente de uma frase. A galera se divertiu com exercícios sobre o Temer, quero dizer, o tema.
LEIA MAIS 12 VARIAÇÕES SOBRE A FRASE ANTOLÓGICA NO SITE SURREALISTA, CLIQUE AQUI


Deu no Jornalistas & Cia: a verdade sobre a demissão da repórter que foi assediada pelo cantor Biel


quarta-feira, 22 de junho de 2016

Do Global Witness: Brasil é o país que mais mata ambientalistas no mundo



Mais um triste título para o Brasil colecionar: é o país que mais assassina ativistas do meio ambiente. Um chocante relatório da ONG internacional Global Witness mostra que em 2015 foram mortos 50 pessoas que tentaram proteger matas, rios e terras. O Brasil marca quase o dobro do segundo colocado. Apenas casos mais notórios como o de Chico Mendes e o da freiras Dorothy Stang ganham repercussão na mídia. Por trás dos assassinatos estão jagunços geralmente contratados por operadores do comércio de madeira ilegal, grileiros, invasores de terras indígenas, políticos e ruralistas. A maioria dos crimes permanece impune.

LEIA A MATÉRIA DO GLOBAL WITNESS, CLIQUE AQUI

Então é isso, agora é oficial: "e ademais isso", Temer denuncia o golpe no seu próprio twitter...

Reprodução
Quem escreve "e ademais isso"? Só Temer. Depois de falar em golpe durante uma entrevista à Globo News, o interino reafirmou a palavrinha no twitter. Então, tá.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Começa a Era Tite na seleção brasileira. Vamos torcer. Uma boa ideia seria levar os futuros convocados para ver de perto a histórica sala de troféus da CBF. Alguns podem morrer de vergonha. Mas a maioria vai ganhar moral para, quem sabe, botar mais uma taça naquelas estantes...

Tite no Museu da Seleção Brasileira, na sede da CBF. Foto de Rafael Ribeiro/CBF

Diante da taça do Penta, que já vai longe... Foto de Rafael Ribeiro/CBF


A Jules Rimet é réplica, mas um símbolo histórico que Tite reverenciou. Foto de Rafael Ribeiro/CBF


Vai começar a Era Tite. O gaúcho Adenor Leonardo Bacchi é, oficialmente, o novo treinador da seleção brasileira.

O ex-técnico do Corinthians, campeão brasileiro de 2015, é qualificado, ninguém duvida. E é oportuna a renovação em um momento crítico, com o Brasil ameaçado de não ir a Moscou 2018. Mas Tite vai ter que se superar para resolver o maior problema dos treinadores que assumem as seleção: encontrar tempo para treinar.

O novo treinador deu pistas de que vai tentar novos caminhos. Sinalizou que gostaria de assistir a treinos de clubes brasileiros. Tudo mundo sabe que é avassaladora a ofensiva de empresários e clubes estrangeiros sobre jogadores de base no Brasil. Muitos seguem para a Europa sem sequer serem percebidos pelos nossos clubes. Outros o são, claro e, muitas vezes, ainda adolescentes se rendem à força dos euros.

Equações difíceis para a prancheta do professor resolver.

Mas a sua intenção de olhar mais para promessas em ação no Brasil é elogiável. Daí talvez saia, quem sabe, um fórmula para treinar alguns convocados fora do calendário europeu restrito. Tite tocou, nos últimos dias, em um ponto sensível: os amistosos inúteis que, por contrato, patrocinadores armam para a seleção. Se as oportunidades para treinar o grupo já são raras que, pelo menos, sejam decentes os adversários nesses amistosos e não apenas frutos de jogadas de marketing.

Tite já fez uma espécie de estágio no Real Madri, observou o futebol europeu, mas voltou convencido de que o futebol brasileiro deve recuperar suas características, absorver evoluções e desenvolver seu próprio modo de jogar. Demonstrou, também, que quer escapar da armadilha de montar um time que seja Neymar+dez. Pretende igualar tratamentos, citou Philippe Coutinho como um jogador que terá especial interesse em treinar. No fundo, pode neutralizar o discurso da mídia de "seleção de um craque só" que desvaloriza outros jogadores e nem é real: Neymar mais faltou do que compareceu a momentos decisivos da seleção nos últimos anos.

Uma tarefa inadiável para Tite é fazer com que os jogadores, especialmente aqueles que atuam no futebol europeu, voltem a ter prazer em jogar pela seleção. Nos últimos anos, fossem quais fossem os treinadores, vestir a camisa pentacampeã passou a ser, por incrível que pareça, uma "roubada" para vários deles levados a trocar os times ajustados em que jogam por uma seleção que muitas vezes parecia estava mais perdida em campo do que chinelo de bêbado.

Mais significativos do que a opinião de jornalistas, que é sabidamente volúvel e pode mudar em poucos meses, Tite ganhou, ontem, apoio e incentivo de alguns craques campeões. Deve ter pensado neles quando percorreu a sala de troféus do Museu da Seleção Brasileira, na sede da CBF. Aquelas centenas de taças ali enfileiradas foram conquistadas por algumas lendas do futebol brasileiro, de várias gerações, que sabiam o que fazer em campo e sabem do que estão falando.

Taí, uma boa ideia seria Tite levar os próximos convocados para ver de perto aquela sala.

Por trás daqueles canecos há sangue, suor e lágrimas.

Para uns e outros, o risco é morrer de vergonha. Mas a maioria vai ganhar moral ao ver o que bola pode proporcionar quando é bem tratada.

"Senzala" de grife em São Paulo: marca de roupas chiques é flagrada explorando trabalho escravo


MTE/Divulgação

BBCBrasil/Reprodução
A "Revolução Coxinha" tem projeto em andamento no Congresso para "aliviar" a lei que pune trabalho escravo. O texto quer retirar da legislação o trecho que protege a dignidade do trabalhador e que, além do descumprimento da legislação trabalhista e da manutenção de trabalhadores em virtual "cárcere privado", como muitas vezes acontece, permite, enquadrar formas degradantes da "escravidão contemporânea".

Os frequentes flagrantes incomodam alguns grupos de construção civil, do agronegócio (incluindo políticos proprietários de fazendas, segundo inquéritos existentes) e de confecções, que estão entre os exploradores de mão de obra irregular em condições desumanas.

Ontem, em São Paulo, foi "estourado" mais um desses esquemas infames. De acordo com o relatório da inspeção do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a Brooksfield Donna (Via Veneto) é a real "empregadora" dos trabalhadores escravizados e é responsável "pelos ilícitos trabalhistas constatados".
LEIA A MATÉRIA DA BBC BRASIL, CLIQUE AQUI

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Eleições para o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro - 2016 - Conheça as chapas e os candidatos à Diretoria, ao Conselho Fiscal e à Comissão de Ética


Confira abaixo a nominata das chapas em disputa pela Diretoria Colegiada do Sindicato e os candidatos ao Conselho Fiscal e ao Conselho de Ética. As eleições para o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) serão realizadas entre os dias 19 e 21 de julho. 
Para votar, é preciso estar sindicalizado e em dia com as mensalidades até o dia 7 de julho.

CANDIDATOS À DIRETORIA COLEGIADA:

Chapa 3: Nenhum Direito a Menos!
Diretoria de Administração e Finanças
Membro da Executiva: Edison Corrêa
1º Suplente: Isabela Vieira
2º Suplente: Vladimir Platonow

Diretoria do Jurídico
Membro da Executiva: Paulo Araújo
1º Suplente: Clarice Basso
2º Suplente: Pedro Martins

Diretoria de Comunicação
Membro da Executiva: Silvana Sá
1º Suplente: Vitor Machado
2º Suplente: Bruno Marinoni Ribeiro de Sousa

Diretoria de Formação
Membro da Executiva: Carol Barreto
1º Suplente: Elisa Monteiro
2º Suplente: Lara Abib

Diretoria de Relações Institucionais e Combate às Opressões nas Relações de Trabalho
Membro da Executiva: Gizele Martins
1º Suplente: Flávio Rosa
2º Suplente: Martha Neiva Moreira


Chapa 4: Plural – em defesa do jornalista profissional
Diretoria de Administração e Finanças
Membro da Executiva: Márcio Leal
1º Suplente: Jorge Antonio Barros
2º Suplente: Washington Santos

Diretoria do Jurídico
Membro da Executiva: Bruno Quintella
1º Suplente: Sonia Fassini
2º Suplente: Vanessa Andrade

Diretoria de Comunicação
Membro da Executiva: Tania de Athayde
1º Suplente: Lucia Guerra
2º Suplente: Maria Cristina Miguez

Diretoria de Formação
Membro da Executiva: Carmen Pereira
1º Suplente: Fábio Tubino
2º Suplente: Cláudia Freitas

Diretoria de Relações Institucionais e Combate às Opressões nas Relações de Trabalho
Membro da Executiva: Marcos Pereira
1º Suplente: Douglas Pereira da Silva
2º Suplente: Françoise Vernot

CANDIDATOS AO CONSELHO FISCAL:
Alberto Jacob Filho
Beth Costa
Cecília de Moraes
Iara Cruz
Malu Fernandes
Paula Máiran
Viviane Tavares

CANDIDATOS À COMISSÃO DE ÉTICA:
Ana Costabile
Angelica Basthi
Cátia Guimarães
Celso de Castro Barbosa
Cláudio Tostes
Gilberto Severo
Marco Antonio Narvaez
Renata Souza


Fonte: Site do SJPMRJ

Glenn Greenwald, do Intercept: Enquanto a corrupção assombra o Temer, caem as máscaras dos movimentos pró-impeachment



por Glenn Greenwald (do Intercept)

O IMPEACHMENT DA PRESIDENTE do Brasil democraticamente eleita, Dilma Rousseff, foi inicialmente conduzido por grandes protestos de cidadãos que demandavam seu afastamento. Embora a mídia dominante do país glorificasse incessantemente (e incitasse) estes protestos de figurino verde-e-amarelo como um movimento orgânico de cidadania, surgiram, recentemente, evidências de que os líderes dos protestos foram secretamente pagos e financiados por partidos da oposição. Ainda assim, não há dúvidas de que milhões de brasileiros participaram nas marchas que reivindicavam a saída de Dilma, afirmando que eram motivados pela indignação com a presidente e com a corrupção de seu partido.

Mas desde o início, havia inúmeras razões para duvidar desta história e perceber que estes manifestantes, na verdade, não eram (em sua maioria) opositores da corrupção, mas simplesmente dedicados a retirar do poder o partido de centro-esquerda que ganhou quatro eleições consecutivas.

Como reportado pelos meios de mídia internacionais, pesquisas mostraram que os manifestantes não eram representativos da sociedade brasileira mas, ao invés disso, eram desproporcionalmente brancos e ricos: em outras palavras, as mesmas pessoas que sempre odiaram e votaram contra o PT. Como dito pelo The Guardian, sobre o maior protesto no Rio: “a multidão era predominantemente branca, de classe média e predisposta a apoiar a oposição”. Certamente, muitos dos antigos apoiadores do PT se viraram contra Dilma – com boas razões – e o próprio PT tem estado, de fato, cheio de corrupção. Mas os protestos eram majoritariamente compostos pelos mesmos grupos que sempre se opuseram ao PT.

É esse o motivo pelo qual uma foto – de uma família rica e branca num protesto anti-Dilma seguida por sua babá de fim de semana negra, vestida com o uniforme branco que muitos ricos  no Brasil fazem seus empregados usarem – se tornou viral: porque ela captura o que foram estes protestos. E enquanto esses manifestantes corretamente denunciavam os escândalos de corrupção no interior do PT – e há muitos deles – ignoravam amplamente os políticos de direita que se afogavam em escândalos muitos piores que as acusações contra Dilma.


Claramente, essas marchas não eram contra a corrupção, mas contra a democracia: conduzidas por pessoas cujas visões políticas são minoritárias e cujos políticos preferidos perdem quando as eleições determinam quem comanda o Brasil. E, como pretendido, o novo governo tenta agora impor uma agenda de austeridade e privatização que jamais seria ratificado se a população tivesse sua voz ouvida (a própria Dilma impôs medidas de austeridade depois de sua reeleição em 2014, após ter concorrido contra eles).

Depois das enormes notícias de ontem sobre o Brasil, as evidências de que estes protestos foram uma farsa são agora irrefutáveis. Um executivo do petróleo e ex-senador do partido conservador de oposição, o PSDB, Sérgio Machado, declarou em seu acordo de delação premiada que Michel Temer – presidente interino do Brasil que conspirou para remover Dilma – exigiu R$1,5 milhões em propinas para a campanha do candidato de seu partido à prefeitura de São Paulo (Temer nega a informação). Isso vem se somar a vários outros escândalos de corrupção nos quais Temer está envolvido, bem como sua inelegibilidade se candidatar a qualquer cargo (incluindo o que por ora ocupa) por 8 anos, imposta pelo TRE por conta de violações da lei sobre os gastos de campanha.

E tudo isso independentemente de como dois dos novos ministros de Temer foram forçados a renunciar depois que gravações revelaram que eles estavam conspirando para barrar a investigação na qual eram alvos, incluindo o que era seu ministro anticorrupção e outro – Romero Jucá, um de seus aliados mais próximos em Brasília – que agora foi acusado por Machado de receber milhões em subornos. Em suma, a pessoa cujas elites brasileiras – em nome da “anticorrupção” – instalaram para substituir a presidente democraticamente eleita está sufocando entre diversos e esmagadores escândalos de corrupção.

Mas os efeitos da notícia bombástica de ontem foram muito além de Temer, envolvendo inúmeros outros políticos que estiveram liderando a luta pelo impeachment contra Dilma. Talvez o mais significante seja Aécio Neves, o candidato de centro-direita do PSDB derrotado por Dilma em 2014 e quem, como Senador, é um dos líderes entre os defensores do impeachment. Machado alegou que Aécio – que também já havia estado envolvido em escândalos de corrupção – recebeu e controlou R$ 1 milhão em doações ilegais de campanha. Descrever Aécio como figura central para a visão política dos manifestantes é subestimar sua importância. Por cerca de um ano, eles popularizaram a frase “Não é minha culpa: eu votei no Aécio”; chegaram a fazer camisetas e adesivos que orgulhosamente proclamavam isso:


Evidências de corrupção generalizada entre a classe política brasileira – não só no PT mas muito além dele – continuam a surgir, agora envolvendo aqueles que antidemocraticamente tomaram o poder em nome do combate a ela. Mas desde o impeachment de Dilma, o movimento de protestos desapareceu. Por alguma razão, o pessoal do “Vem Pra Rua” não está mais nas ruas exigindo o impeachment de Temer, ou a remoção de Aécio, ou a prisão de Jucá. Porque será? Para onde eles foram?

Podemos procurar, em vão, em seu website e sua página no Facebook por qualquer denúncia, ou ainda organização de protestos, voltados para a profunda e generalizada corrupção do governo “interino” ou qualquer dos inúmeros políticos que não sejam da esquerda. Eles ainda estão promovendo o que esperam que seja uma marcha massiva no dia 31 de julho, mas que é focada no impeachment de Dilma, e não no de Temer ou de qualquer líder da oposição cuja profunda corrupção já tenha sido provada. Sua suposta indignação com a corrupção parece começar – e terminar – com a Dilma e o PT.

Neste sentido, esse movimento é de fato representativo do próprio impeachment: usou a corrupção como pretexto para os fins antidemocráticos que logrou atingir. Para além de outras questões, qualquer processo que resulte no empoderamento de alguém como Michel Temer, Romero Jucá e Aécio Neves tem muitos objetivos: a luta contra a corrupção nunca foi um deles.

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JORNALISTAS DO ESPORTE INTERATIVO SOFREM ATAQUE VIOLENTO EM PARIS DURANTE A EURO.

Bibiana Bolson e Isabela Pagliari. Reprodução Instagram
As jornalistas do canal esportivo Esporte Interativo Bibiana Bolson e Isabela Pagliari sofrem violência de torcedores e policiais na noite deste Sábado (18), em Paris, e divulgaram o ocorrido nas redes sociais. As duas profissionais estavam trabalhando durante a cobertura da Eurocopa. “Mas ontem vivemos algo que vai ser difícil esquecer, nos sentimos humilhadas, impotentes e CRIMINOSAS”, conta a jornalista Bibiana.

Bibiana postou em seu Facebook e Instagram, compartilhado por Isabela, um desabafo do que passaram na França, onde relata que torcedores foram para cima delas: “Enquanto gravávamos nosso material, uma MANADA de torcedores nos atacou, saímos correndo e um deles inclusive puxou o lenço que eu usava, para que pudesse me livrar do monstro, tive que usar a força física, uma violência absurda, um constrangimento terrível e um pânico de ser obrigada a fazer algo”, comenta a Jornalista.

E ainda fala sobre o total despreparo da polícia local: “Como de costume, eles esvaziam a área ao final do evento e nem quiseram ouvir o que havia acontecido, nos tiraram praticamente a força, com palavras em tom agressivo e já segurando nosso material. De um jeito violento, seguiu segurando nosso material, abusando do poder que tinha no momento e aproveitando o fato de sermos duas ESTRANGEIRAS E MULHERES”, afirma.

Demorei um tempo para processar tudo que vivemos (eu e Isabela Pagliari) na noite de ontem aqui na França. Estávamos na fanzone, local reservado para torcedores com inúmeras programações para acompanhar a Eurocopa). Durante toda a cobertura que estamos fazendo, tentamos sempre manter distância da grande massa, estar atentas a qualquer movimentação que possa nos colocar em risco. Mas ontem vivemos algo que vai ser difícil esquecer, nos sentimos humilhadas, impotentes e CRIMINOSAS.

Enquanto gravávamos nosso material, uma MANADA de torcedores nos atacou, saímos correndo e um deles inclusive puxou o lenço que eu usava, para que pudesse me livrar do monstro, tive que usar a força física, uma violência absurda, um constrangimento terrível e um pânico de ser obrigada a fazer algo. NINGUÉM AJUDOU, NINGUÉM PROTEGEU! ONDE ESTAVAM OS SEGURANÇAS? Pois poucos minutos depois, quando conseguimos nos livrar desses monstros, estávamos nos recuperando para regravar o material e pedimos ajuda para a segurança.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO SITE TORCEDORES.COM CLIQUE AQUI

O fim do jornalismo romântico

por Francini Vergari
(para o Comunique-se)

É possível dizer que a fase para os jornalistas não é das melhores, ou que, por outro lado, nunca esteve tão boa.

Com as mudanças que aconteceram na área, sobreviveram aqueles que souberam se adaptar ao mercado. Do contrário, os mais antigos sofreram desde a tentativa de adaptação das redações até agora, em sua maioria desempregados, tentando se recolocar no mercado digital sem ter os pré-requisitos para manter-se nele — ainda insistem no jornalismo romântico. Este artigo busca trazer um panorama das principais mudanças que aconteceram no jornalismo do ponto de vista prático, de publicações, mensuração de resultados, demanda, passando pela morte dos títulos fantasia com a chegada do SEO, a agilidade que tirou da redação figuras como o pauteiro e o revisor (e, em algumas, o fechamento) e a “buzzfeedização”, que transformou reportagens em listas de apelo sentimental.

Introdução

Voltando um pouco no tempo (mas não muito) e fazendo uma breve recapitulação do que aconteceu com o jornalismo nos últimos anos (desconsiderando vários avanços tecnológicos e sociais, com o intuito de abreviar a análise, realmente), podemos começar por 2001, quando o Google lançou o que viria a ser o Google News: a seção de “últimas notícias”, alimentada com conteúdo de mais de 100 jornais on-line de língua inglesa. Surge, a partir de então, certo desconforto com relação às novas formas de produção e propagação de notícias.

Em 2005 o diário americano The New York Times anunciou a integração das redações impressas e on-line. Em 2006, o UOL, um dos primeiros portais de conteúdo brasileiro, completou uma década de existência e tornou o modelo de portal comum no Brasil. Paralelamente, o diário inglês Daily Telegraph lançou um manual de estilo para blogs, com objetivo de capacitar repórteres para escreverem nos blogs do veículo. Podemos dizer que nesse momento foi legitimada a existência do que viria a incomodar bastante a vida de alguns jornalistas: a figura do “blogueiro”. Com isso, entrou em discussão o exercício da profissão e, em seguida, no Brasil, colocou-se em questão inclusive a obrigatoriedade do diploma para a prática do jornalismo.

Enquanto isso, o Guardian adotou o modelo “Web first”, no qual notícias de correspondentes estrangeiros e de jornalistas de negócios eram publicadas primeiro na internet. A partir de 2008 inúmeros cases de manifestações e grandes eventos transmitidos em tempo real (boa parte via Twitter) trouxeram essa necessidade à tona. No mesmo ano, o NYTimes.com anunciou que apostaria na opinião de especialistas para anexar pontos de vistas às notícias quase que instantaneamente.

A palavra “fim”, um tanto apocalíptica, foi escolhida propositalmente para este artigo porque acompanha o drama e o sentimento com que as pessoas costumam lidar com o surgimento de novos meios. Um bom exemplo sempre recorrente é o de quando falava-se em “fim do rádio” com a chegada da televisão — e, no entanto, isso demorou mais para se aproximar do fim do que imaginavam (se é que chegou a esse “fim”). A questão precisa ser vista com um olhar mais otimista de renovação, movimento e adaptação — e menos pessimista de “fim”. Novas formas de consumo e novas formas de demanda pedem por novas formas de pensar o jornalismo a cada dia.


A “buzzfeedização” do jornalismo

Criado em 2006 por Jonah Peretti, ex-Huffington Post, o BuzzFeed chamou atenção logo em seus primeiros anos por popularizar notícias em formato de listas, testes, GIFs e memes — de gatos, principalmente. Modelos esses que foram depois adaptados pelos concorrentes, mas não com o mesmo sucesso porque não adotaram como cultura de empresa o jornalismo inovador, estratégico e participativo que atende às necessidades de cada ambiente e público digital.

Ao contrário do pensamento por trás do “Se tiver sangue, é manchete”, as pessoas demonstram querer matérias mais construtivas e otimistas. Isso é sabido graças a pesquisas e observações feitas a partir de compartilhamentos de notícias na maior rede social atualmente, o Facebook. Pesquisadores[1] acompanharam a lista das matérias do New York Times mais compartilhadas por e-mail durante seis meses de 2013 e descobriram que as pessoas tinham uma tendência muito maior de compartilhar matérias que despertavam sentimentos positivos. “O que é notícia, então?” é o questionamento que paira sobre os comunicadores. Os extremos devem ser equilibrados. Nem tanto o vídeo de gatinho que é sucesso de compartilhamento; nem tanto o enfoque em violência e desastres. Nem tanto o “caça-clique” com fofocas da vida de celebridades; nem tanto o sensacionalismo em cima da morte deles. Essa linha tênue do jornalismo é que precisa ser trabalhada por todo mundo, inclusive pelos leitores.

Listas, gifs e vídeos remetem às novas formas de consumir conteúdo. Com menos tempo e mais opções e recursos tecnológicos, é raro conseguir manter uma pessoa com uma leitura longa por muito tempo na mesma aba do navegador. Multitasks, as pessoas realizam várias atividades ao mesmo tempo. Conseguir levar alguém à página é um desafio; mantê-la lá é outro. Com as listas, a reportagem fica mais rápida e objetiva, sendo possível, ainda assim, manter o nível de grandes reportagens, mudando somente a formatação da notícia, ressaltando que não é preciso cair o nível do jornalismo.

Anúncios são (boas) notícias

Os anúncios também são notícias e as marcas aprenderam a usar a internet muito bem a seu favor. Há muito tempo os publieditoriais (ou posts patrocinados) são a principal fonte de renda dos blogueiros e alvo de discussões sobre ética. Um caso emblemático é o da blogueira fitness Gabriela Pugliesi, denunciada por consumidores em 2014 porque estaria promovendo conteúdo publicitário sem anunciá-lo como tal. O Conar (Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária) abriu um processo para investigar seu blog, Tips4Life, que também tem um perfil com milhares de seguidores no Instagram e no Facebook.

A suspeita é de que ela estaria elogiando produtos e divulgando marcas que pagaram pela propaganda positiva sem explicitar a parceria. Os chamados influenciadores (pessoas que transmitem uma mensagem e que geram impacto nas práticas de outras pessoas) passaram a competir com portais e outros veículos por oferecerem a possibilidade de resultados mais assertivos, já que falam para um público alvo bastante específico e que confia na opinião do influenciador em questão. Em alguns casos, apesar de a audiência ser até menor em números, o resultado é mais fácil de ser medido. E há de se considerar que muitos vloggers já ultrapassaram, em números, circulações de grandes revistas de nicho no Brasil.

Colaboração do leitor

Não é mais preciso ter um repórter em cada bairro da cidade de plantão. Com o mais simples dos smartphones, os leitores podem colaborar enviando texto, áudio e vídeo, contribuindo em tempo real para noticiar alguma ocorrência e manter a redação informada até a chegada da equipe de reportagem no local. Isso tem sido ampliado a aplicativos de colaboração para trânsito, alagamentos e outros serviços. Os equipamentos para gravar um vídeo, por exemplo, já são mais baratos e acessíveis. Em alguns telejornais, como o SPTV, da Rede Globo, os telespectadores enviam seus vídeos, que vão ao ar durante o programa e até fazem entradas ao vivo usando aplicativos de celular.

O SEO matou o título fantasia e os sinônimos

O SEO (Search Engine Optimization) é a prática de otimização, seguindo um conjunto de estratégias e regras, para melhorar o posicionamento nos buscadores especializados em busca por palavras-chave, que ganharam muita força no final dos anos 90 com o intuito de ajudar os usuários a encontrar informações rapidamente e sem custo algum. O SEO começou a ser adotado em grandes redações no Brasil, como na Editora Abril, a partir de 2007, aproximadamente. No SEO, quem manda é a palavra-chave do texto — o que elimina os românticos e criativos títulos-fantasia, substituídos por títulos diretos e objetivos, com a palavra-chave no começo, no “olho”, na url, na meta descrição e repetida algumas vezes ao longo do texto (levando em conta vários fatores, a média de densidade da palavra-chave recomendada no texto é de, geralmente, 5%). Ou seja, também é o fim da caça por sinônimos. “Cabelos” eram “cabeleira”, “madeixas”, “fios” e agora são só “cabelos” várias vezes para fortalecer a palavra-chave. Esses minutos de brainstorm
para títulos e sinônimos foram canalizados para pesquisar a busca pelo termo em questão, concorrência, melhor termo, títulos objetivos e atrativos.

O Google e o Google News

Enquanto este artigo era escrito, o Google anunciou uma parceria com oito veículos europeus para inovar o jornalismo on-line. A DNI, Digital News Initiative, mostra que o Google tem forte interesse na indústria de notícias e tem entendido que o jornalismo melhora a experiência para os usuários. Antes disso, a empresa tinha sido acusada de não proteger os direitos dos autores e, desta vez formalmente, por concorrência desleal, chegando a ficar fora do ar na Espanha depois de pressionado a pagar direitos autorais. Essa seria, então, uma maneira de garantir o bom relacionamento com a imprensa. Sobre o assunto, Caio Túlio Costa, jornalista e executivo na área de comunicação digital, escreveu:

Os jornais, no mundo inteiro, não têm conseguido quebrar a resistência do Google quanto a pagar diretamente pelo uso de seu conteúdo, seja nos resultados da busca seja nos resultados do Google News. Aliar-se ao Google, contudo, pode ser uma solução desde que os jornais tenham seus direitos protegidos e as contas mostrem que vale a pena dar as mãos para a mais poderosa empresa de mídia do planeta. A quebra da assimetria tem de se dar pela força que as publicações conseguem ao se unirem. Pelo tamanho do inventário possível de páginas para receber publicidade em direta proporção à qualidade, e contemporaneidade, do conteúdo jornalístico oferecido (Costa, 2014).

Facebook e o “instant articles”

Simultaneamente à produção deste artigo, o Facebook também anunciou uma novidade: o Instant Articles, em português, Artigos Instantâneos — ferramenta para oferecer uma experiência mais fluida e agradável para a leitura de notícias dentro da própria rede social. Não há nenhum tempo a perder: o tempo médio entre um usuário clicar em um link de notícias e começar a ler o texto é de oito segundos e, segundo a rede social, é tempo demais. Além da velocidade, a empresa garante que alterará seu esquema publicitário, permitindo que os anunciantes mantenham a receita total dos anúncios vendidos dentro da rede e vendendo publicidade para as empresas, neste caso mantendo 30% do dinheiro recebido. O alvo são grandes sites como BuzzFeed, The New York Times e National Geographic.
LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO COMUNIQUE-SE, CLIQUE AQUI

A crise econômica saiu dos jornais. Agora, ela é "do lar"


por Fernando Brito
(do site Tijolaço)

Uma febre renitente me tirou as forças, ontem, para chamar atenção para um artigo muito interessante publicado ontem pela professora de Economia da USP, Laura Carvalho, na Folha de S.Paulo.

No entanto, a denúncia gravíssima do Diário do Centro do Mundo. de que a direção do jornal Valor Econômico “baixou uma ordem aos seus repórteres: ignorar qualquer ato ou palavra da presidenta afastada Dilma Rousseff. Exceto, quando a notícia seja negativa, ainda que mentirosa” acaba de criar o “gancho para voltar ao tema.

“Agora há grande tolerância com o deficit elevado, o índice inflacionário do mês passado, os reajustes no salário de magistrados e mesmo com as pedaladas fiscais, hoje consideradas uma forma legítima de redução da dívida. A ausência de qualquer proposta para a retomada do crescimento não desafina o coro dos contentes”, diz Laura.

A rubrica “país em crise” saiu das páginas. “O pior desde o ano tal, também”. A Bolsa e o dólar, que chacoalhavam com qualquer notícia no campo político resistem estoicamente às quedas de ministros e até à denúncia de que Temer esteve metido nas “doações” de Sérgio Machado.

Foi precisa a “sacada” publicitária do “não fale em crise, trabalha”. Foi só do que se falou e, agora, “não existe mais”

Sustentaram – e sustentam, agora mais discretamente, a versão de que a inflação está em queda – e os preços no varejo,sobretudo nos alimentos in natura, que haviam subido muito, de fato dão um “refresco” Mas não tratam senão com enorme discrição o pulo dos preços no atacado.

Hoje, a Fundação Getúlio Vargas divulgou a segunda prévia do Índice Geral de Preços, que mede a variação de preços entre 21 de maio e 10 de junto. Foi de 1,33%, simplesmente o dobro do registrado 30 dias antes. 0,68%. E o grosso deste aumento veio dos preços do atacado, que vão, adiante, bater no varejo: o IPA passou de 0,75% para 1,81%.

Mas você não lerá os famosos “é o pior desta o ano tal”, porque a crise econômica já cumpriu o papel que Laura Carvalho lhe atribui:

” A crise econômica brasileira também se mostrou uma oportunidade de ouro para bloquear agendas democráticas crescentes –das mulheres, dos movimentos sociais, das minorias e da juventude– e viabilizar uma agenda ideológica de redução do tamanho do Estado.”

Cumprido seu papel político-ideológico, diz ela, o noticiário sobre economia já pode “descansar nestas últimas páginas de jornal”.

A economia e sua crise “sai das ruas para voltar a ser bela, recatada e do lar”.
LEIA NO TIJOLAÇO, CLIQUE AQUI

domingo, 19 de junho de 2016

Depois de fazer um "jogo de cena" de "solidariedade" portal IG demite repórter que foi assediada pelo cantor Biel. E cantor é alvo de nova denúncia por parte de outra jornalista

por Ed Sá 
No dia 3 de junho, segundo registrado em vídeo, uma repórter do IG revelou que sofreu assédio ao entrevistar um certo cantor Biel. A acusação repercutiu e o vídeo viralizou na web. O IG chegou a publicar matéria em solidariedade à repórter. Quinze dias depois, a repórter é novamente vítima. Segundo o HuffPost Brassil, ela, dessa vez, perdeu o emprego. Sem maiores explicações do portal IG até agora.


O Portal Imprensa, que lançou a campanha #SemAssédionaimprensa, publica hoje que o cantor é alvo de nova denúncia.  Leia a matéria, clique AQUI

"Tchau, querida"! - Miss perde título e contrato por fazer sexo ao vivo na TV...



O momento em que Zara Holland, ainda confinada em uma ilha, cenário do programa,, foi informada de que perdera o título de Miss Grã-Bretanha.

Reprodução iTV2
Reprodução iTV2
por Omelete
A modelo Zara Holland, 20 anos, fez sexo ao vivo no programa "Love Island", da iTV2 inglesa e, por isso, perdeu o título de Miss Grã-Bretanha. Na verdade, o público teve uma participação ao escolher o casal em votação on line para passar uma noite junto. Sexo não estava previsto nem era imposição, mas o clima esquentou e a performance foi ao ar. A TV e a organização do Miss GB receberam mensagens de telespectadores indignados. Os responsáveis pelo concurso de miss soltaram uma nota oficial: ."Após os recentes acontecimentos no Love Island, é com grande pesar que nós, a organização do Miss Grã-Bretanha, anunciamos que Zara Holland foi formalmente destituída do título. A resposta que recebemos do público não nos possibilita promovermos Zara como um modelo positivo a ser seguido. Entendemos que todos cometem erros, mas Zara, como uma embaixadora do Miss Grã-Bretanha, simplesmente não abraçou a responsabilidade exigida para quem detém o título".
Se o BBB Brasil seguisse essas regras, não tinha BBB Brasil. E corria o risco de não ter concurso de miss.
Zara chorou ao saber que tinha perdido o título: "Por que nós simplesmente não fomos dormir?"


sábado, 18 de junho de 2016

Em decisão inédita na história das Olimpíadas, 4 mil atletas russos são proibidos de participar dos Jogos. A bicampeã Yelena Isinbayeva, que não está envolvida em uso de substâncias proibidas, desabafa: "Deixem-me competir no Rio"




No Twitter, Isinbayeva pede para competir no Rio e apela para não ser punida pelo fato de outros atletas russos terem usado substâncias proibidas. 

Reprodução twitter.com/yelenaisinbaeva


por José Esmeraldo Gonçalves
Doping é uma prática que deve ser rigorosamente combatida. Ninguém discorda. Atinge diretamente o espírito competitivo do esporte e falsifica resultados. Um atleta treina e se aperfeiçoa durante anos, chega ao ponto de alto rendimento, e vê sua medalha escapar para o adversário que pegou o atalho químico para subir ao pódio. Itália, Estados Unidos, Inglaterra, Rússia, França, Turquia e Brasil estão entre os países que têm registrado casos de doping.

Há casos emblemáticos no esporte olímpico norte-americano como o de Florence Griffith Joyner, ganhadora de três medalhas de ouro no atletismo e que foi flagrada usando substâncias proibidas. Morreu de ataque cardíaco provavelmente em consequência de doping. O jamaicano Usain Bolt denunciou em entrevista recente à revista FHM casos de doping no atletismo dos Estados Unidos.

Em novembro do ano passado, a Rússia foi denunciada em um relatório da Agência Mundial Antidoping (Wada) por supostamente ter implantado no atletismo "um esquema de doping generalizado".

A Federação Internacional de Atletismo (IAFF) abriu uma investigação e, na ocasião, suspendeu a Rússia e estabeleceu condições para a volta do país às competições oficiais. Ontem, a IAFF anunciou que o atletismo da Rússia está fora da Rio 2016.  Alega que  o país "não deu provas suficientes de combate ao uso de substâncias proibidas".

Com isso, quatro mil atletas russos - tenham ou não feito uso do alegado doping-, estão impedidos de competir.

A decisão é inédita e repercutiu no mundo inteiro.

Há quem levante suspeitas de interferência política extra-esporte em torno do assunto. A Rússia tem atualmente um contencioso em várias frentes com os Estados Unidos e algumas potências ocidentais que seguem as ações diplomáticas e comercias emanadas do Departamento de Estado, em Washington.

A história mostra que após a queda do comunismo houve uma intensa aproximação de países da Europa Ocidental e dos próprios americanos com a Rússia estagnada nos anos 1990.  A partir da virada do milênio, a antiga URSS começou a se recuperar, reequipar suas forças armadas e sua indústria de alta tecnologia e a retomar um papel na geopolítica mundial. O Ocidente, que parecia preferir o conforto de dialogar com o fraco e maleável Bóris Yéltsin, esfriou as relações.

Entrou política nas provetas dos laboratórios?
(si non è vero è bene trovato). 

Para ficar no campo do esporte, a Copa do Mundo de 2018 também está no alvo dos Estados Unidos no rastro das investigações sobre a Fifa. Setores mais radicais de Washington já acenaram com a proposta de um possível boicote a Moscou como um gesto a se somar aos embargos econômicos em vigor desde a crise da Ucrânia e a decisão da Crimeia, em plebiscito, de voltar a fazer parte da Rússia. Houve um interesse em relacionar a escolha de Moscou para sediar a próxima Copa com as irregularidades investigadas na cúpula da Fifa. Ocorre que, sob a mesma cúpula, o Catar, um aliado estratégico dos Estados Unidos, ganhou a votação para receber a Copa de 2022. Mesmo se levantadas provas de irregularidades, ficaria mais complicado investir contra um e poupar o outro. Provavelmente, nos próximos meses, essa ofensiva voltará a campo. Mas o foco agora são os Jogos Olímpicos. O Departamento de Justiça americano, segundo revelou o New York Times, participou de investigações sobre o doping de atletas russos e tais apurações continuam.

Ontem, a atleta Yelena Isinbayeva, bicampeã olímpica e recordista no salto com vara, considerou a generalização da punição "absurdamente injusta". Ela, como a grande maioria dos atletas atingidos pela  medida drástica e não individualizada, não está envolvida na investigação e já passou limpa por centenas de exames ao longo da carreira. "Vou provar para IAAF e Agência Mundial Antidoping que eles tomaram a decisão errada", disse ela, em entrevista coletiva, acrescentando que considera a decisão uma violação aos direitos humanos. Ela prometeu recorrer à Corte Arbitral do Esporte. A IAAF admitiu que a Rússia fez progressos no combate ao doping mas preferiu manter a decisão. Em nota, o Ministério de Esportes da Rússia protestou: "Os sonhos de atletas limpos estão sendo destruídos por causa do comportamento repreensível de outros atletas e dirigentes. Eles sacrificaram anos de suas vidas se esforçando para competir nos Jogos Olímpicos, e agora esse sacrifício será desperdiçado".

Em fins do ano passado, a IAFF homenageou Isinbayeva.
Reprodução Instagram
No caso de Yelena Isinbayeva, a injustiça é flagrante pelos próprios critérios institucionais da IAFF. Em fins do ano passado, por ser respeitada e reconhecida, ela foi eleita para a Comissão de Atletas do órgão.

"Estou muito satisfeita por me tornar um membro da Comissão dos Atletas da IAAF" (...) " O Esporte deu-me muito e me fez quem eu sou. É hora de prestar homenagem ao esporte. Estou pronta para partilhar a minha experiência com a geração mais jovem", escreveu ela na sua conta no Instagram ao noticiar a homenagem.

Com a decisão da IAFF, a Rio 2016 também foi punida com o bloqueio a uma força do atletismo e, em especial, com a ausência de Yelena Isinbayeva que, aos 34 anos, faria do Brasil o seu palco de despedida.

Jornalismo transparente: calcinha de apresentadora de TV bomba na web.

por Clara S. Britto
A Fox News tem ângulos e posições conhecidas e todos pendem para a extrema direita. Daí, a direção do canal e a audiência conservadora não devem ter gostado nem um pouco da perspectiva radical que a apresentadora Alina Moire exibiu nessa semana. Talvez porque falasse da Rio 2006 e da ensolarada Cidade Maravilhosa, ela se empolgou e, aparentemente sem querer, levantou a barra do vaporoso vestido. Pagou calcinha olimpicamente. Demorou a perceber (não bate vento ali?) e ainda tentou segurar o vestido, mas já era. A rede adorou.
VEJA O VIDEO, CLIQUE AQUI


sexta-feira, 17 de junho de 2016

Quando um antigo escândalo imobiliário vira arte - Exposição ocupa torre inacabada da Barra da Tijuca...

A torre inacabada, parte de um projeto que lesou centenas de pessoas, recebe a exposição "Permanências e Destruições. Foto: Cristina Lacerda/Divulgação

Vista do interior de um dos aprtamentos. Foto Cristina Lacerda/Divulgação

Uma das intervenções artísticas de Daniel Albuquerque transforma uma coluna em um "cigarro''.
Foto Cristina Lacerda/Divulgação

A oca de Anton Steenbock. Foto de Cristina Lacerda/Divulgação

O anúncio do lançamento das torres nos anos 70
iludiu compradores. 

O governo da Guanabara apoiava o projeto que se transformou em um grande escândalo imobiliário. No anúncio, o slogan "Brasil Grande", da ditadura.

por Flávio Sépia
Durante as Olimpíadas, a Barra da Tijuca vai receber milhares de turistas. Muitos destes que virão ao Rio talvez tenham interesse em arquitetura e incluam nos seus roteiros obras de Oscar Niemeyer na cidade e em Niterói conhecidas internacionalmente.

Mas só um guia muito senior vai lembrar de indicar uma obra do famoso arquiteto plantada bem no caminho da Cidade Olímpica.

Os cariocas estão cansados de ver aquelas torres que, há mais de 40 anos, fazem parte do cenário da Avenida das Américas. Muitos nem nascidos eram quando Mucio Athayde, político mineiro, deputado que passou pela UDN, PTB e PMDB, contratou o projeto urbanístico de Lúcio Costa e a prancheta de Niemeyer para erguer 70 imensas torres redondas de apartamentos. Apenas três saíram do papel, duas ficaram prontas, depois de anos e anos, e uma é ainda pouco mais do que um esqueleto.

Ao longo de décadas, o que o empresário construiu foi um dos maiores escândalos imobiliários do país. Muitas pessoas que compararam unidades na planta foram lesadas, tiveram prejuízo irrecuperáveis e a maior parte do terreno que abrigaria o conjunto Athaydeville que, no lançamento chamava-se Centro da Barra, foi vendida.

Quem tiver curiosidade em conhecer o projeto de Niemeyer que já era sem nunca ter sido pode ir lá, até domingo, 19, conferir a exposição "Permanências e Destruições" (Projeto de Arte Pública da Oi Futuro, com trabalhos de Daniel Albuquerque, Anton Steenbock, Igor Vidor, Angelo Venosa, Janaina Wagner, entre outros), que reúne obras de artistas plásticos que reinterpretam o espaço.

Em 37 andares, pinturas, inscrições, túneis de pano, oca, cama elástica no terraço, projeção de vídeo ocupam a torre. O caos da construção inacabada faz parte do exercício artístico.

O grandioso "Centro da Barra" virou um incômoda lembrança urbana.

Eles devem e não pagam. E ai, político? Vai encarar


por Flávio Sépia
Em qualquer país, uma informação dessas seria um escândalo com consequências imediatas. Aqui, é um fato conhecido que esporadicamente vira notícia de jornal.
A Folha publica hoje matéria em que mostra que apenas 135 pessoas físicas e empresas devem 272 bi de impostos. Todas as notícias alarmantes que você lê sobre o déficit fiscal do governo se referem a um desequilíbrio de cerca de 100 bilhões. Em função desse déficit, o governo pós-golpe vai cortar verbas de educação, saúde, meio ambiente, segurança, previdência, vai vender ativos na bacia das almas, frear políticas sociais etc. Só não corta salários de marajás, como ficou demonstrado nos recentes aumentos para setores privilegiados. E também não vai cobrar pra valer o imposto sonegado dessa turma. É mais fácil arrochar a população.
Você também deve ver com frequência nos jornais e TV uma badalação das Fiesp da vida sobre um painel caricato de impostos, o Impostômetro. Geralmente, alardeiam cifras acima do trilhão. Esquecem, contudo, de colocar ao lado o painel do Sonegômetro.
Os trabalhadores, os pequenos comerciantes, pequenos industriais, os profissionais liberais, pequenas empresas do setor de serviço, esses estão entre as estatísticas de sonegação mínima. Trabalhadores de carteira assinada nem têm a chance de sonegar já que são descontados na fonte.
Os número acima se referem na maioria a 135 tubarões que têm poderosos departamentos jurídicos para encontrar brechas para não pagar impostos. E quando não encontram essas brechas, deixam de pagar assim mesmo, ou "pagam pra ver", já que existe o Refis, que é um maná para os devedores e joga a dívida parcelada para as próximas décadas.
Especialistas afirmam que o Brasil não está entre os países que mais arrecadam impostos do mundo, Mas é o que tem a malha fiscal mais injusta do planeta e o que menos dá retorno à população em formas de serviços públicos.
O topo da pirâmide surfa na tabuleta do Impostômetro. Deve e não paga. E daí. Vai encarar?

 

Extrema direita cristã comemora atentado de Orlando

por Clara S. Britto
Além da tragédia em si, dos mortos e feridos, os ataques terroristas atingem as liberdades individuais. O 11 de Setembro resultou e leis que vitimaram a privacidade e restringiram direitos; os recentes atentados na Europa idem. Sem falar no medo, um componente que passa a fazer parte dos grandes eventos, dos shows ou do simples ato de ir a uma discoteca ou restaurante, casos de Paris, Orlando, Tel Aviv e tantos outros.
Diz-se que o atentado na Flórida vai servir para revigorar o discurso radical de Donald Trump, candidato à Casa Branca. Mas não só Trump vai surfar na onda de sangue que vem de Orlando. A edição brasileira do HuffPost conta que o atentado que matou 49 pessoas foi comemorado por uma parcela de cristãos de extrema direita dos Estados Unidos. Pastores afirmaram que a carnificina foi uma "obra divina" para eliminar "pecadores" e que "Deus enviou o atirador para tirar vidas de sodomitas. "Então você está triste pelos 50 sodomitas que foram mortos hoje? Não... Eu acho ótimo. Eu acho que isso ajuda a sociedade. Eu acho que Orlando e a Flórida está um pouco mais segura esta noite", disse um pastor. Outro disse suspeitar que o ataque faz parte de uma estratégia para promover o controle de armas nos Estados Unidos e deixar os cristãos desprotegidos.

Reprodução

O Brasil não ficou de fora desse lamentável discurso. O pastor Marco Feliciano disse no Twitter que grupos LGTB estão usando a tragédia para "se promover".

2022: caso da holandesa estuprada no Catar e acusada de fazer sexo "fora do casamento" é um alerta para a Fifa, torcedores ocidentais e jornalistas que pretendem ir à Copa

por Niko Bolontrin
A Fifa optou ou foi optada pelo Catar como sede da Copa do Mundo de 2022. Ditadura religiosa, o país acende alguns sinais vermelhos aos ocidentais, com leis islâmicas rígidas. Um exemplo; há poucos dias vazou o caso de uma holandesa de 22 anos que foi drogada e estuprada durante sua viagem ao Catar e ao procurar as autoridades e denunciar o crime, foi autuada por "sexo fora do casamento" e condenada a pagar multa. A turista está presa desde março e aguarda ser deportada.
O Catar é acusado de impôr trabalho escravo e condições degradantes aos operários que constroem as instalações e de ter subornado dirigentes para vencer a disputa pela sede do Mundial, além de não ter tradição futebolística.
Em função do calor em junho/julho, a Fifa foi obrigada, a pedido das federações, a mudar a Copa para o mês de novembro/dezembro, pela primeira vez na história.
Relações sexuais, que eles chamam de "ilícitas", uma das práticas mais comuns e festivas entre torcedores de várias nacionalidades durante o evento, podem render cadeia e chibatadas, consumir álcool em público também garante junto com a ressaca uma sessão de flagelação. Blasfêmia dá sete anos de cana. Homossexualidade pode resultar em pena de morte. Mulheres devem evitar vestidos sem mangas, roupas curtas, leggings e homens não devem usar bermudas.
O país permite que ocidentais consumam álcool mas apenas em hotéis cinco estrelas. A Fifa está em negociações para que cerveja seja vendida em "fan fests" e estádios.
Normalmente, os países assumem compromissos de abrir exceções em certas normas internas já que a Copa é um acontecimento cosmopolita. Mas não se imagina que o Catar seja um paraíso liberal em 2022. Daí, será aconselhável que torcedores e torcedoras que forem ver os craques da época levem um "manual de sobrevivência cultural" para não levar bola nas costas.

Jornalistas brasileiros são vítimas de agressão racista por parte de torcedores alemães. Polícia francesa se recusa a agir contra os hooligans neonazistas.

O cinegrafista Oliveira foi agredido
por alemães em Paris.
Reprodução/Band 
por Jean-Paul Lagarride 

Uma equipe da Band foi agredida por torcedores racistas, em Paris. A repórter Sonia Blota e o cinegrafista Fernando Oliveira estavam em frente à Gare du Nord, de onde partem trens que levam Stade de France, quando foram cercados por alemães - esses grupos de torcedores são geralmente gangues de neonazistas - que aos gritos  de "go out niggers" empurraram e chutaram os jornalistas. um deles ainda os ameaçou com uma pedaço de madeira e deu um tapa na cara do cinegrafista. Os repórteres procuraram ainda no local policiais que, na prática, foram coniventes sob a alegação de que não podiam fazer nada já que não havia feridos e que se interviesse poderia iniciar um conflito mais grave.
A repórter Sonia Blota: vitima
de torcedores neonazistas alemães. 

As vítimas não foram atendidas na Gare e se dirigiram a uma delegacia onde levaram quatro horas só para registrar a queixa.

A polícia francesa já está sob a suspeita de promover uma repressão seletiva aos hooligans. torcedores violentos ingleses e alemães que não têm sido alvos de medidas mais rigorosas, embora tenham protagonizado tumultos e cenas como a que atingiu os brasileiros. Até o momento, o alvo principal são os hooligans russos, dezenas deles presos e dois já condenados a dois anos de cadeia. Esses grupos, como os assemelhados que atacam os estádios brasileiros, são formados basicamente por bandidos independentemente das suas nacionalidades. E não podem ser combatidos seletivamente apenas por razões de política e geopolítica. Especula-se que, no momento em que a Inglaterra está às vésperas de decidir sair ou não a União Europeia, as autoridades não querem criar problemas com repercussão diplomática ou na opinião pública britânica.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Portal de jornalismo de dados cobre apuração das eleições do Peru em tempo real. Caso lembra momento histórico do jornalismo brasileiro quando atuação independente da Rádio JB evitou fraude em curso nas eleições do Rio de Janeiro em 1982

(da Redação)
Para quem anda preocupado com os rumos éticos da mídia, vale lembrar que nem tudo está perdido. Profissionalismo e ousadia, além de um 'occupy web", podem ressaltar o papel do jornalismo independente, agora com um poder maior do que representou a imprensa alternativa nos tempos da ditadura.

São muitas as iniciativas que resgatam novas práticas e formas de um jornalismo-cidadão. O blog "Jornalismo nas Américas" destaca hoje a cobertura das recentes eleições do Peru por um portal de jornalismo de dados.  Havia o temor de fraude executada por parte das forças que apoiam o grupo do corrupto Alberto Fujimori, ainda influente apesar de condenado por seus crimes.

O trabalho do portal peruano "Convoca" lembrou, respeitadas as eras tecnológicas, um momento histórico do jornalismo brasileiro. Em 1982, Leonel Brizola era candidato ao governo do Rio de Janeiro. A ditadura escalou Moreira Franco, hoje ministro do governo interino pós-golpe, para enfrentar o gaúcho. Com a participação de grupos de comunicação, foi montado um esquema suspeito. E, no desenrolar da apuração, surgiram indícios de uma jogada destinada a beneficiar o candidato dos militares.

O complô foi desmascarado graças ao profissionalismo e a integridade do saudoso jornalista Procópio Mineiro, da Rádio JB. Ao lado do colega Peri Cota, Mineiro montou uma apuração paralela e independente que conferiu e antecipou totalizações de votos, usando, para isso, dezenas de jornalistas e estagiários que checavam os números dos boletins de cada seção eleitoral e passavam as somas por telefone (fixo, não havia celular, é bom lembrar) ou entradas ao vivo direto para a rádio.

Enquanto isso, jornais e TV ligados ao regime divulgavam uma apuração "oficial" muito mais lenta e baseada em uma estranha matemática que indicava suposto aumento de votos em branco e uma espécie de apropriação dessa tendência pelos percentuais do candidato da ditadura.

O criterioso trabalho da Rádio JB com base nos boletins de cada seção eleitoral mostrou a verdade e desmascarou a mentira. Informado da mutreta, Brizola convocou uma coletiva, para a qual, em uma tática inteligente, chamou exclusivamente correspondentes estrangeiros, e denunciou a iminente fraude. O caso teve repercussão internacional.

Mas foi o ágil trabalho da equipe de Procópio Mineiro na Rádio JB - e a suspeita repercutida, em seguida, pelo Jornal do Brasil em uma série de reportagens -  que se antecipou ao estelionato de votos e melou o esquema.

Brizola foi eleito e Mineiro, sem o saber, tornou-se o pioneiro desse tipo de cobertura eleitoral independente e em tempo real. Trinta e quatro anos depois novas tecnologias, como essa do "Convoca", ampliam e repetem a fórmula. O jornalismo ético, aquele que representa os interesses dos cidadãos, sai ganhando.

 

Portal de jornalismo de dados cobre pela primeira vez em tempo real as eleições presidenciais no Peru

(por Paola Nalverte/HAS/Blog Jornalismo nas Américas)

Com o intuito de garantir um processo mais transparente, o portal peruano de jornalismo de dados Convoca decidiu realizar um projeto para informar em tempo real, a partir  de seu próprio site, os resultados do segundo turno das eleições para presidente realizado em 5 de junho. A organização também criou uma campanha nas redes sociais onde as pessoas poderiam denunciar as irregularidades deste processo.

“Sabíamos que os resultados [do segundo turno eleitoral] seriam apertados; havia muito alarme nas redes sociais (...) por temor de fraude, vinculado ao fujimorismo”, explicou Milagros Salazar Herrera, jornalista peruana e diretora do Convoca, ao Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.

É que o possível retorno de Fujimori ao poder, representado por Keiko Fujimori, causou preocupação entre alguns peruanos. Keiko é filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que foi condenado por atos de corrupção e por crimes contra os direitos humanos, entre outras acusações. Ele também foi acusado de vencer as eleições de 2000 de forma fraudulenta, quando foi eleito presidente pela terceira vez.​

Com estes precedentes, causou alarme a recente conjuntura eleitoral, que estava cheia de controvérsia após algumas denúncias de irregularidades. Por exemplo, um candidato com grande representatividade cidadã, como Julio Guzmán, foi expulso pelo Júri Nacional de Eleições (JNE), um mês antes da votação. No entanto, o partido Força Popular de Keiko continuou na corrida para a presidência, apesar de também ter várias queixas junto ao JNE envolvendo irregularidades durante sua campanha.

LEIA NO BLOG JORNALISMO NAS AMÉRICAS, CLIQUE AQUI


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CONHEÇA O PORTAL "CONVOCA" E ENTENDA PORQUE É UMA BOA IDEIA O JORNALISMO INDEPENDENTE BRASILEIRO ADOTAR ESSA FÓRMULA NAS ELEIÇÕES DESTE ANO E, PRINCIPALMENTE, EM 2018, CLIQUE AQUI



quarta-feira, 15 de junho de 2016

Claudia Cruz arregalou e, finalmente, piscou...

Foto: Reprodução Facebook
A jornalista Barbara Gancia, que foi demitida da Band por se recusar a "pegar leve" com Eduardo Cunha, usou nove closes de olhos arregalados e apenas uma palavra para comentar o indiciamento da Claudia Cruz, mulher do presidente afastado da Câmara, na Lava Jato, além do bloqueio de bens do casal e da aplicação de multa de R$132 mil por não declarar recursos à Receita federal. Claudia, segundo o título do post de Barbara Gancia, finalmente... piscou

Copa América na terra do soccer e a "lei da mordaça" revelada por Dunga antes de deixar o cargo

por Flávio Sépia

A Copa América é o mais antigo campeonato entre seleções ainda ativo. Durante muitos anos, até 1975, foi chamado de Campeonato Sul-Americano e não tinha um país-sede: as equipes se enfrentavam mais ou menos no moldes da atual Libertadores.

E, desde 1993, a Conmebol convida para o torneio duas seleções de fora da América do Sul, até o Japão já fez um participação, além do México, um convidado frequente. Foi para comemorar os 100 anos que os Estados  Unidos se ofereceram como sede dessa edição extra que acaba de despachar o Brasil e que reúne excepcionalmente seleções de todo o continente. A Conmebol topou, mas não sem polêmica. Algumas federações foram contra.

Começa a circular agora uma ideia de ampliar definitivamente a Copa para toda a América. Os Estados Unidos pretenderiam sediar um das próximas. A de 2019 já está marcada para acontecer no Brasil. O Uruguai se posicionou contra essa fórmula que incluiria times do Caribe e Américas Central e do Norte. A Fifa não se manifestou quanto ao tema, mas federações que se opõem a essa ideia apontam a inconsistência do "soccer" no Estados Unidos, a falta de popularidade ainda visível no país (o que prejudica os patrocinadores, já que resulta no espaço relativamente pequeno que a mídia norte-americana dá ao soccer, como na atual Copa Centenário), a falta de uma campeonato nacional de clubes (lá existem inúmeras ligas e cada uma faz seu campeonato), a ausência de divisões normatizadas que legitimem a ascensão e o descenso de clubes por mérito esportivo (os clubes mudam de divisão não por conquistas em campo mas por se "candidatarem" a trocar de ligas, o que precisar ser referendado por uma entidade nacional, e há duas delas) e gramados (muitos usam grama artificial) etc.

Dunga, ainda nos Estados Unidos, pouco antes de deixar o torneio, prestou um serviço ao revelar uma cláusula secreta imposta à Copa América Centenário: uma "lei da mordaça". Dirigentes, treinadores e jogadores das seleções que criticarem a organização da competição estarão sujeitos a altas multas. Mesmo assim, o ex-técnico do Brasil contou que em um dos treinamentos a seleção não teve nem vestiário à disposição para os jogadores trocarem de roupa e tomarem banho. Os jogadores usaram um caminhão para vestir o uniforme de jogo, já que a opção oferecida era inviável, por ser bem distante do estádio. Dunga acrescentou que mais do que isso não podia dizer em função do regulamento. Repórteres do Estadão ouviram fontes da organização da Copa América que confirmaram o item restritivo a alegaram que era para impedir que a competição fosse "denegrida", que reclamassem do gramado e que mostrassem o "lado negativo" do torneio em vez de destacar as "coisas positivas'. A geração de TV também evitou mostrar a maiorias da invasões de campo. Os próprios narradores da Globo se referiam a episódios desse tipo não visualizados. Apenas duas uma cenas envolvendo Messi foram exibidas: uma quando ele descia do ônibus e foi agarrado por uma fã; e outro ao deixar o campo quando foi assediado por um torcedor e, nesse caso, a TV mostrou apenas o "final feliz" quando o argentino pediu calma, afastou os seguranças e deu um abraço no rapaz. Os gringos são mais espertos. Dunga deve ter estranho esse tipo de postura porque aqui no Brasil não precisamos de restrições, somos livres para falar mal e a mídia também. Aliás, no nosso estilo de "vai dar merda" até preferimos a autocomiseração, que o digam a Copa 2014, Olimpíada 2016 etc etc.

Apesar das críticas à ampliação de Copa América, o projeto também recebe muito apoio por quem considera importantíssimo para o futebol a conquista do mercado norte-americano, que está crescendo em função do interesse da população de imigrantes (se Donald Trump não os mandar de volta) e dos seus descendentes. A FIFA tem interesse no desenvolvimento do futebol nas Estados Unidos e no Canadá mas se incomoda com a insistência do norte-americanos em criar regras para tornar o soccer mais palatável na terra do "futebol americano". Os proprietários dos clubes jap fizeram várias tentativas por enquanto infundadas. Quiseram contar o tempo de 90 minutos regressivamente e parando o relógio quando a bola não estivesse rolando. Culturalmente, eles não entende o empate. Daí, bolaram o Shoot-Out. Caso o jogo não definisse um vencedor, um jogador receberia a bola a 35 metros do gol e teria 5 segundos para correr e chutar. Seriam cinco tentativas, tal como nas cobranças de penaltis. Também experimentaram o "gol de ouro", a "morte súbida" para resolver os empates. Muitos torcedores, aqueles que de fato apreciam o jogo na forma em que é o mais praticado em todo o mundo, rejeitaram as mudanças e os norte-americanos pararam de querer refazer as regras do futebol. Ou deram um tempo.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Capas do Meia Hora brasileiro e do AS espanhol estão trolando a seleção brasileira. E o histórico gol "mano de Diós" de Maradona vira agora '"La Mano de Adiós"...






Anúncio é banido do metrô de Londres para não provocar vergonha alheia...


por Clara S. Britto
Depois do outdoor da modelo brasileira Adriana Lima, de biquini, provocar polêmica na Alemanha, um cartaz de publicidade instalado no metrô de Londres, às vésperas do início do verão europeu, causa agito na cidade. É o que diz a BBC.
Segundo o novo prefeito, Sadiq Khan, de origem muçulmana, anúncios que "pressionem as pessoas a ter um corpo "que não corresponde à realidade" ou é "insalubre" serão banidos do transporte público. O prefeito também pede às agências que procurem refletir nos anúncios a diversidade de Londres. A decisão do prefeito se ampara em uma petição assinada por mais de 70 mil pessoa pedindo o cancelamento da campanha que vende produtos para emagrecimento.
No cartaz, a pergunta que muitas pessoas consideraram ofensiva: "você já está com seu corpo de praia pronto?". Uma questão que, segundo os críticos, pode fazer as mulheres sentirem vergonha dos seus próprios corpos.

A seleção triste



por Flávio Sépia 

Está difícil voltar a inflar a bola murcha da seleção. Dunga - agora pendurado no paredão, quase sem a escada - tentou investir em jogadores que não participaram do trágico sete-a-um.  Ontem, contra o Peru, assim como ao enfrentar o Equador (Jamaica não valeu), o time mostrou inicialmente algum avanço, boa movimentação, toques rápidos, mas apenas nos respectivos primeiros tempos de ambas as partidas. E, mesmo assim, com falhas repetitivas no penúltimo passe ou no chute a gol. No segundo tempo dos dois jogos, caiu o padrão de jogo ou as jogadas se repetiram monotonamente, sem mais surpreender o adversário.

O Peru ganhou ontem com um gol de mão, claramente. Mas, se o Brasil tivesse se classificado com um mero empate, isso também seria um vexame.

Se bem que um empate teria poupado o torcedor de assistir àqueles minutos pós-gol do Peru, quando a seleção perdeu-se em campo e lembrou muito o apagão do fatídico sete-a-um.

Em plena campanha das Eliminatórias, onde já não está confortável, a seleção corre o risco de ter que começar tudo do zero. Caso o Dunga caia, quem virá? Saldanha, para chamar as "feras", não há mais. E qualquer outro treinador sem o básico, o tempo para treinar, terá dificuldades em tirar o time do atoleiro que vai enfrentar na estrada para a Rússia 2018.

Outro dia, uma matéria de jornal falava que a seleção tem um "motivador". Fico imaginando, o mesmo e saudoso Saldanha acharia de jogadores que precisam de "motivadores". Caramba, se jogar na seleção não for um motivo forte o suficiente, "motivador" algum vai dar um jeito nessa depressão. Se vários jogadores dessas novas gerações já apelam pra fé quando entram em campo e nada disso tem funcionado, como um mortal comum vai consertar o caos? Tá difícil.

Recorrer ao além ou a "fazedores de cabeça" talvez seja reflexo de um um fato real, este sim, ainda mais preocupante. Muitos dos jovens jogadores brasileiros estão bem nos seus clubes europeus. Bons contratos, títulos, reconhecimento, boas atuações, boa estrutura etc. Convenhamos: para eles, vir dos seus clubes, onde sofrem as críticas e pressões normais, para cair direto no sufoco e na instabilidade da seleção brasileira, atualmente, é como trocar um resort na Riviera por aldeia na Síria.

A mensagem irada que Neymar enviou aos jogadores é um indício desse estado de ânimo. A seleção parece ter se tornado um peso, um fardo. Ao mesmo tempo, é a vitrine que tem sistematicamente mostrado que os jovens craques que atuam em clubes milionários da Europa têm seus dias de vexame. Acho que não tem ninguém feliz com isso.

Em meio a tudo , estranho uma coisa: a Argentina, com ótima geração de jogadores nos últimos anos, não ganhou títulos (é forte candidata a ficar com o caneco dessa Copa América Centenário), mas os hermanos demonstram mais vontade e aparentam ter mais prazer em entrar em campo. Até Messi, que até a Copa de 2014 era visto por muitos torcedores argentinos como não muito vibrante ao vestir a camisa da sua lendária seleção, está se divertindo, e divertindo a audiência, com suas fantásticas exibições.

Na mensagem,o próprio Neymar diz que "ninguém sabe o que vocês sofrem". Se os caras "sofrem" para estar ali, sabe quando vai dar certo? Nunca. Neymar também fala em "orgulho". Acho isso meio "patriótico" demais.

Preferia que os jogadores voltassem a demonstrar o prazer e a alegria de jogar, que tem mais a ver com a arte da bola. Claro que não depende só deles. Só que a atual seleção nem orgulhosa é. Parece apenas triste.