Mostrando postagens com marcador doping. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador doping. Mostrar todas as postagens

domingo, 24 de julho de 2016

Do site Sputink Brasil: Equipe russa autorizada a participar dos Jogos Olímpicos no Rio. Mas COI impõe condições


(do Sputink Brasil)

O Comitê Olímpico Internacional tomou a decisão de não afastar a equipe russa dos Jogos Olímpicos no Brasil, diz-se no comunicado de imprensa da organização.

Segundo a organização, serão as federações esportivas das modalidades a decidir se os atletas russos "limpos" vão ao Rio-2016 ou não. O COI espera que as federações internacionais das modalidades já tenham uma opinião relativamente aos esportistas russos, disse o presidente do COI Thomas Bach.

Entretanto, o Comitê Olímpico afirmou que qualquer esportista que tenha sido sancionado por doping no passado, mesmo que o prazo da sua desqualificação já tenha expirado, não pode fazer parte da equipe russa.

Ao mesmo tempo, a seleção de atletismo russa, exceto Klishina, não poderá competir, confirmou o COI.

O comunicado de imprensa do COI detalhou que cada esportista russo admitido a participar no Rio-2016 deve passar por testes adicionais. Se não estiver disponível para os fazer, a sua acreditação será anulada.

Bach destacou que os funcionários do Ministério dos Esportes russo não vão receber acreditação nos Jogos Olímpicos.

"Esta [decisão da COI] é também uma mensagem que incute esperança aos atletas 'limpos', de que eles têm a oportunidade de provar que são inocentes e podem participar dos Jogos Olímpicos", frisou o presidente da organização.

"O Comitê Executivo do COI decidiu em bloco sobre a participação da equipe russa. A decisão foi tomada quase por unanimidade só com uma abstenção", afirmou Bach durante a coletiva de imprensa.

Na segunda-feira (18), o chefe da comissão independente da Agência Internacional Antidoping (WADA), Richard McLaren, anunciou os resultados da sua investigação referente à violação das normas antidoping durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 em Sochi. O relatório da WADA recomendou ao COI a desqualificação da Rússia dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.

LEIA MAIS SOBRE O ASSUNTO E VEJA ATUALIZAÇÕES DESSA MATÉRIA NO SITE SPUTINK BRASIL, CLIQUE AQUI

sábado, 18 de junho de 2016

Em decisão inédita na história das Olimpíadas, 4 mil atletas russos são proibidos de participar dos Jogos. A bicampeã Yelena Isinbayeva, que não está envolvida em uso de substâncias proibidas, desabafa: "Deixem-me competir no Rio"




No Twitter, Isinbayeva pede para competir no Rio e apela para não ser punida pelo fato de outros atletas russos terem usado substâncias proibidas. 

Reprodução twitter.com/yelenaisinbaeva


por José Esmeraldo Gonçalves
Doping é uma prática que deve ser rigorosamente combatida. Ninguém discorda. Atinge diretamente o espírito competitivo do esporte e falsifica resultados. Um atleta treina e se aperfeiçoa durante anos, chega ao ponto de alto rendimento, e vê sua medalha escapar para o adversário que pegou o atalho químico para subir ao pódio. Itália, Estados Unidos, Inglaterra, Rússia, França, Turquia e Brasil estão entre os países que têm registrado casos de doping.

Há casos emblemáticos no esporte olímpico norte-americano como o de Florence Griffith Joyner, ganhadora de três medalhas de ouro no atletismo e que foi flagrada usando substâncias proibidas. Morreu de ataque cardíaco provavelmente em consequência de doping. O jamaicano Usain Bolt denunciou em entrevista recente à revista FHM casos de doping no atletismo dos Estados Unidos.

Em novembro do ano passado, a Rússia foi denunciada em um relatório da Agência Mundial Antidoping (Wada) por supostamente ter implantado no atletismo "um esquema de doping generalizado".

A Federação Internacional de Atletismo (IAFF) abriu uma investigação e, na ocasião, suspendeu a Rússia e estabeleceu condições para a volta do país às competições oficiais. Ontem, a IAFF anunciou que o atletismo da Rússia está fora da Rio 2016.  Alega que  o país "não deu provas suficientes de combate ao uso de substâncias proibidas".

Com isso, quatro mil atletas russos - tenham ou não feito uso do alegado doping-, estão impedidos de competir.

A decisão é inédita e repercutiu no mundo inteiro.

Há quem levante suspeitas de interferência política extra-esporte em torno do assunto. A Rússia tem atualmente um contencioso em várias frentes com os Estados Unidos e algumas potências ocidentais que seguem as ações diplomáticas e comercias emanadas do Departamento de Estado, em Washington.

A história mostra que após a queda do comunismo houve uma intensa aproximação de países da Europa Ocidental e dos próprios americanos com a Rússia estagnada nos anos 1990.  A partir da virada do milênio, a antiga URSS começou a se recuperar, reequipar suas forças armadas e sua indústria de alta tecnologia e a retomar um papel na geopolítica mundial. O Ocidente, que parecia preferir o conforto de dialogar com o fraco e maleável Bóris Yéltsin, esfriou as relações.

Entrou política nas provetas dos laboratórios?
(si non è vero è bene trovato). 

Para ficar no campo do esporte, a Copa do Mundo de 2018 também está no alvo dos Estados Unidos no rastro das investigações sobre a Fifa. Setores mais radicais de Washington já acenaram com a proposta de um possível boicote a Moscou como um gesto a se somar aos embargos econômicos em vigor desde a crise da Ucrânia e a decisão da Crimeia, em plebiscito, de voltar a fazer parte da Rússia. Houve um interesse em relacionar a escolha de Moscou para sediar a próxima Copa com as irregularidades investigadas na cúpula da Fifa. Ocorre que, sob a mesma cúpula, o Catar, um aliado estratégico dos Estados Unidos, ganhou a votação para receber a Copa de 2022. Mesmo se levantadas provas de irregularidades, ficaria mais complicado investir contra um e poupar o outro. Provavelmente, nos próximos meses, essa ofensiva voltará a campo. Mas o foco agora são os Jogos Olímpicos. O Departamento de Justiça americano, segundo revelou o New York Times, participou de investigações sobre o doping de atletas russos e tais apurações continuam.

Ontem, a atleta Yelena Isinbayeva, bicampeã olímpica e recordista no salto com vara, considerou a generalização da punição "absurdamente injusta". Ela, como a grande maioria dos atletas atingidos pela  medida drástica e não individualizada, não está envolvida na investigação e já passou limpa por centenas de exames ao longo da carreira. "Vou provar para IAAF e Agência Mundial Antidoping que eles tomaram a decisão errada", disse ela, em entrevista coletiva, acrescentando que considera a decisão uma violação aos direitos humanos. Ela prometeu recorrer à Corte Arbitral do Esporte. A IAAF admitiu que a Rússia fez progressos no combate ao doping mas preferiu manter a decisão. Em nota, o Ministério de Esportes da Rússia protestou: "Os sonhos de atletas limpos estão sendo destruídos por causa do comportamento repreensível de outros atletas e dirigentes. Eles sacrificaram anos de suas vidas se esforçando para competir nos Jogos Olímpicos, e agora esse sacrifício será desperdiçado".

Em fins do ano passado, a IAFF homenageou Isinbayeva.
Reprodução Instagram
No caso de Yelena Isinbayeva, a injustiça é flagrante pelos próprios critérios institucionais da IAFF. Em fins do ano passado, por ser respeitada e reconhecida, ela foi eleita para a Comissão de Atletas do órgão.

"Estou muito satisfeita por me tornar um membro da Comissão dos Atletas da IAAF" (...) " O Esporte deu-me muito e me fez quem eu sou. É hora de prestar homenagem ao esporte. Estou pronta para partilhar a minha experiência com a geração mais jovem", escreveu ela na sua conta no Instagram ao noticiar a homenagem.

Com a decisão da IAFF, a Rio 2016 também foi punida com o bloqueio a uma força do atletismo e, em especial, com a ausência de Yelena Isinbayeva que, aos 34 anos, faria do Brasil o seu palco de despedida.

terça-feira, 8 de março de 2016

O drama de Sharapova

Maria Sharapova no Australian Open. Foto WTA

por Clara S. Britto
O marketing não perdoa. Nike, TAG Heuer e Porsche apressaram-se em suspender contratos com a tenista Maria Sharapova, logo após o anúncio de que exames laboratoriais feitos durante o Australian Open, em janeiro, apontaram a presença de substâncias proibidas no sangue da atleta. Sharapova admitiu, ontem, a veracidade da informação. E explicou que usava há 10 anos uma droga chamada Meldonium, prescrita por um médico. Até o dia 1° de janeiro deste ano tal droga não fazia parte das substâncias proibidas. Ela revelou que tem deficiência de magnésio e uma história familiar de diabetes, daí  a recomendação do especialista. Como a substância tende a aumentar a resistência e a ajudar na recuperação, a Federação Internacional de Tênis a incluiu recentemente na lista vetada. Meldonium também é usada por pessoas com problemas cardíacos, como angina, ou por vítimas de infarto. 
Além de aguardar o julgamento da infração, Sharapova vai ter que administrar as consequências. Só com a Nike, seu contrato era de oito anos, no valor de 70 milhões de dólares. Além das marcas que romperam relações, a tenista tem outros vínculos comerciais. A Porsche, por exemplo, afirmou que ainda está aguardando o desenrolar do caso. Aos 28 anos, a russa já ganhou cinco Grand Slam. No Aberto da Austrália, ela foi eliminada pela americana Serena Williams. Casos como esses podem render suspensões de até quatro anos. Mas é possível que sejam considerados atenuantes, como o fato de a substância ter se tornado proibida apenas alguns dias antes do torneio da Austrália. Se já estava difícil - ela havia brigado com o treinador da seleção olímpica russa - é agora altamente improvável a presença de Sharapova nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.