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sexta-feira, 7 de abril de 2017

Copa do Mundo da Rússia 2018: Com o Brasil garantido, torcedores fazem planos...


(do Sputnik Brasil)

Ultimamente, a área dos esportes na Rússia tem sido perseguida por azares de toda a espécie, cujo auge foi marcado por um grande escândalo de doping na véspera dos Jogos Rio 2016. Já agora, antes da Copa do Mundo de 2018 na Rússia, estão surgindo novas provocações. Sputnik Brasil fez questão de descobrir o que os brasileiros acham sobre o assunto.
Berlim aconselha separar esporte da política aos que querem boicotar Copa do Mundo 2018
Foi o contraditório documentário da eminente emissora britânica BBC "O Exército de Hooligans da Rússia" que recentemente tem provocado uma grande onda de discussões quanto à hipótese de a "festa de futebol" se tornar em uma "festa de violência".
Para muitos, o respetivo filme pareceu nada mais que uma tentativa de desacreditar o país e desencorajar os fãs da modalidade de viajarem longas horas para desfrutar da vibração esportiva coletiva. A Sputnik Brasil falou com jornalistas, coordenadores e torcedores brasileiros para saber como é que será organizada a torcida do país verde e amarelo na Rússia e se eles têm medo dos duros "hooligans" russos.

'A gente não briga': tradição pacífica da torcida brasileira

Em muitos países, sobretudo europeus, o maior apoio às seleções nacionais durante as grandes competições de futebol é dado pelos chamados 'ultras' — torcedores super ativos que viajam por todo o mundo e manifestam sua paixão pela equipe através das canções, pinturas corporais e foguetes lançados em pleno estádio.

Infelizmente, alguns deles ultrapassam os limites em seu apoio desenfreado e acabam se envolvendo em brigas e confrontos violentos com os simpatizantes de outras equipes: foi precisamente isso que aconteceu no verão de 2016 durante a Eurocopa na cidade francesa de Marselha entre os torcedores russos e britânicos, em opinião de muitos, por mera falta de segurança policial.

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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Jornalistas brasileiros são vítimas de agressão racista por parte de torcedores alemães. Polícia francesa se recusa a agir contra os hooligans neonazistas.

O cinegrafista Oliveira foi agredido
por alemães em Paris.
Reprodução/Band 
por Jean-Paul Lagarride 

Uma equipe da Band foi agredida por torcedores racistas, em Paris. A repórter Sonia Blota e o cinegrafista Fernando Oliveira estavam em frente à Gare du Nord, de onde partem trens que levam Stade de France, quando foram cercados por alemães - esses grupos de torcedores são geralmente gangues de neonazistas - que aos gritos  de "go out niggers" empurraram e chutaram os jornalistas. um deles ainda os ameaçou com uma pedaço de madeira e deu um tapa na cara do cinegrafista. Os repórteres procuraram ainda no local policiais que, na prática, foram coniventes sob a alegação de que não podiam fazer nada já que não havia feridos e que se interviesse poderia iniciar um conflito mais grave.
A repórter Sonia Blota: vitima
de torcedores neonazistas alemães. 

As vítimas não foram atendidas na Gare e se dirigiram a uma delegacia onde levaram quatro horas só para registrar a queixa.

A polícia francesa já está sob a suspeita de promover uma repressão seletiva aos hooligans. torcedores violentos ingleses e alemães que não têm sido alvos de medidas mais rigorosas, embora tenham protagonizado tumultos e cenas como a que atingiu os brasileiros. Até o momento, o alvo principal são os hooligans russos, dezenas deles presos e dois já condenados a dois anos de cadeia. Esses grupos, como os assemelhados que atacam os estádios brasileiros, são formados basicamente por bandidos independentemente das suas nacionalidades. E não podem ser combatidos seletivamente apenas por razões de política e geopolítica. Especula-se que, no momento em que a Inglaterra está às vésperas de decidir sair ou não a União Europeia, as autoridades não querem criar problemas com repercussão diplomática ou na opinião pública britânica.

domingo, 12 de junho de 2016

O tempo passa, os hooligans, não. Ontem, ingleses e russos se enfrentaram em Marselha. Há dez anos, em Colônia, a batalha foi entre suecos, ingleses e alemães




por José Esmeraldo Gonçalves

Algumas ruas de Marselha se transformaram ontem e na véspera do jogo Inglaterra 1 X 1 Rússia em uma praça de guerra. Antes e depois do jogo válido pela Eurocopa 2016, hooligans dos dois países e a polícia se enfrentaram nas ruas da cidade.
Segundo as imagens da TV francesa, o quadro era de ruelas embaçadas por gás lacrimogêneo, torcedores presos e feridos, um deles em estado grave, cadeiras e mesas quebradas lançadas nas ruas.
Os ingleses, que eram maioria em Marselha, invadiram restaurantes e jogaram garrafas de cerveja para o alto. Segundo a polícia londrina, há na Inglaterra cerca de 70 gangues de hooligans, com nomes belicosos como Suicide Squad, Blazing Squad e Red Army, como convém ao significado da palavra (vândalo) . Na Rússia, com menos grupos, as torcidas de briga atendem pelos nomes de Ultras, Gladiadores, entre outros, igualmente sugestivos.
A UEFA promete providências e, no que lhe compete - o ambiente interno dos estádios -, abriu investigação sobre a torcida russa, que teria lançado sinalizadores sobre os ingleses nas arquibancadas. Fora dos estádios, o trabalho fica por conta da polícia que, além da intensa vigilância contra as ameaças terroristas, deve se preocupar com o quebra-quebra dos hooligans. E as autoridades francesas sabem como isso pode acabar mal: em 1998, durante a Copa do Mundo, torcedores ingleses assassinaram um policial.
Em 2006, na Copa da Alemanha, houve conflitos entre hooligans ingleses e suecos que ocuparam Colônia. As hordas chegaram à cidade dois dias antes do jogo.

O caos em Colônia, em 2006. Reprodução

A polícia alemã, que já os esperava - na época, vários torcedores fichados foram impedidos de entrar no país -, dividiu o centro da cidade em zonas e montou cordões de isolamento para manter suecos e ingleses afastados. Com cada grupo no seu terreiro, eles bebiam dia e noite. As ruas e praças da cidade eram o escoadouro da cerveja processada em quantidades hospitalares e que nem bexiga de hooligan pode guardar por muito tempo. Até o dia do jogo, os danos eram mais sanitários.

Colônia, 2006, a torcida às margens do Reno. Foto J.E.Gonçalves


Suecos fecham ponte em junho de 2006, em Colônia. Foto J.E.Gonçalves
Havia uns 200 mil torcedores em Colônia, de várias nacionalidades. Pouco mais de 30 mil ingleses e 10 mil suecos foram ao estádio ver o jogo. A maioria ficou nas imediações da Catedral, na margem direita do Reno, ou no Fan Fest da Heumarkt e Roncalliplatz, onde imensos telões mostravam os jogos. Houve alguns conflitos perto de hotéis, mas as brigas se intensificaram depois do jogo, que acabou em 2X2, com a policia agindo mais forte.
Ontem, em Marselha, torcedores com a bandeira nazista.
Reprodução

E o pau comeu não apenas entre ingleses e suecos. Hooligans alemães provocavam os ingleses, que respondiam fazendo alusões à derrota nazista na Segunda Guerra. E aí os ânimos esquentavam ainda mais. Não sei quantos foram presos, mas os homens da lei passaram por mim conduzindo filas de torcedores de mãos dadas rumo ao distrito ou seja lá que nome tivesse a delegacia local. Os torcedores, como as nossas "organizadas", carregavam bandeiras. Menos como empolgação patriótica e mais pela intenção de usar o mastro como porrete. Naquele junho, há dez anos, não vi bandeiras nazistas.

Ontem, em Marselha, a suástica deu as caras. Sinal dos tempos?